FUNDAMENTOS DA AUDITORIA CONTABIL PARTE 3 3

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Relevância da qualidade dos controles 
internos 
APRESENTAÇÃO
Todas as empresas têm um sistema de controle interno, seja ele simples ou detalhado, de acordo 
com a finalidade da empresa. O intuito dos controles internos é assegurar que as atividades 
estejam sendo feitas de forma eficaz, de modo a alcançar os objetivos operacionais da empresa. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a importância da qualidade desses controles 
internos, seus princípios, os responsáveis e qual é o papel no auditor nesse contexto.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os controles internos.•
Classificar suas categorias e seus princípios fundamentais.•
Identificar suas funções dentro do processo administrativo.•
DESAFIO
A qualidade dos controles internos pode ser avaliada em um trabalho de auditoria contábil em 
que será possível ao auditor perceber e relatar alguma deficiência. Se o sistema de controle 
existe, então esse deve ser testado em relação à sua eficiência. A avaliação da qualidade pode 
ser constatada pelo auditor quando esse observar o fluxo das atividades. Todos os departamentos 
devem ter o seu próprio controle, e, para facilitar o acesso e a interpretação de todos, o controle 
deve ser claro. O uso de procedimentos, manuais e fluxograma é o mais comum.
Você irá auditar a empresa Útil e recebeu o fluxograma do departamento financeiro, no qual 
entram os controles de: faturamento, contas a receber, extrato bancário, contas a pagar e 
compras. Aponte que tipo de controle pode ser feito e como poderá ajudar na auditoria.
INFOGRÁFICO
O sistema de controle compreende o plano organizacional e todos os métodos e procedimentos 
adotados pela administração. Então, a importância da qualidade se dá nos resultados obtidos de 
todo o processo empresarial. No infográfico, você vai conhecer a estrutura do sistema de 
controle.
CONTEÚDO DO LIVRO
No texto selecionado, você entenderá um pouco mais sobre a importância da qualidade dos 
controles internos, qual o seu impacto na gestão empresarial e como ela pode auxiliar em uma 
auditoria. Inicie seus estudos em A importância da qualidade do controle interno e siga lendo até 
Responsabilidade pelo controle interno.
Boa leitura.
FUNDAMENTOS
DE AUDITORIA
CONTÁBIL
Organizadores
Vaniza Pereira
Relevância da qualidade dos 
controles internos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os controles internos.
 � Classificar suas categorias e seus princípios fundamentais.
 � Identificar suas funções dentro do processo administrativo.
Introdução
Todas as empresas possuem um sistema de controle interno, seja ele 
simples ou detalhado de acordo com as necessidades da empresa. 
O intuito dos controles internos é assegurar que as atividades estejam 
sendo feitas de forma eficaz e assim alcançar os objetivos operacio-
nais da empresa.
Neste texto, você verá a importância da qualidade desses controles 
internos, seus princípios, responsáveis e qual o papel no auditor nesse 
contexto.
A importância da Qualidade 
do Controle Interno
Se o sistema de controle compreende o plano organizacional e todos os mé-
todos e procedimentos adotados pela administração, então a importância da 
qualidade está nos resultados obtidos de todo o processo empresarial. Um 
bom sistema de controle garante que as operações e atividades da empresa 
estejam de acordo com os procedimentos e métodos estabelecidos. As infor-
mações podem ser acessadas com facilidade e rapidez porque há interação 
desse sistema e os processos de trabalho fluem normalmente.
A falta de qualidade gera custos adicionais ao processo, pois os trabalhos 
devem ser refeitos quando ocorrem erros ou omissões nas informações. Outro 
ponto que também gera custo alto é o tempo despendido para obter uma in-
formação. Muitas vezes, a falta de informação paralisa um processo, pois um 
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departamento depende do outro dentro de uma visão sistêmica empresarial. 
Todas as atividades seguem um ciclo. Se esse ciclo for interrompido, o custo 
se estende por todo o processo, conforme a Figura 1.
Figura 1. Sistema de controle.
Controle nas áreas de risco
Alguns setores, como compras, vendas, contas a pagar/receber, departamento 
pessoal (folha de pagamento), estoque e financeiro, são considerados como 
áreas sujeitas a irregularidades. Veja por quê:
O setor de vendas, devido ao comissionamento do vendedor, cumprimento de 
metas, etc., está sujeito a facilidades no processo ou, até mesmo, a superfa-
turamento. O controle interno sob o fechamento deve ser avaliado periodica-
mente para evitar essas fraudes. A qualidade dos controles internos elimina 
qualquer pagamento indevido, seja de comissões, impostos indevidos, des-
contos relacionados a promoções, seja outros.
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O setor de compras talvez seja a área mais complexa de se controlar, pois o 
delito fica registrado fora dos livros contábeis da empresa. Pode ocorrer, além 
do suborno, propina, facilitação de promoções, alguma negociação ilícita nas 
compras relacionadas ao estoque. Os controles devem ser testados, em relação 
à sua qualidade, com a circularização de fornecedores, novas licitações e a 
troca de funcionários, de preferência, nas suas férias.
O setor de contas a pagar é vulnerável a riscos por ser responsável pelos pa-
gamentos da empresa. Pagamentos antecipados, pagamentos indevidos, paga-
mentos a maior e recebimento de propinas. Cabe ao auditor testar os controles 
internos e verificar se a prática está consumindo dinheiro de investimento da 
empresa.
O setor de contas a receber pode errar ao não cobrar multa e juros, em casos 
de não recebimento nas datas, e receber apenas o valor principal em função da 
crise econômica. A dúvida será em relação ao comportamento do responsável, 
se ele usou o bom senso ou foi propositalmente conivente.
Outro controle interno que deve ser testado são os pagamentos de funcioná-
rios. As contas devem ser validadas para evitar créditos em contas fantasmas. 
Valores altos de compras também devem ser avaliados, pois a propina pode 
enriquecer o comprador da noite para o dia. 
Muitas vezes, a direção financeira da empresa não permite que as pessoas interfiram 
e conheçam as operações. O gerente financeiro ou o diretor podem ter ligações com 
o banco devido à conivência relaxada. No entanto, é importante verificar a eficácia 
gerencial e as vantagens proporcionadas pela instituição bancária.
Procedimentos eficientes
Para reduzir incertezas e possibilidades de desvio ou fraudes, deve ser feito 
uma auditoria nos controles internos de forma preventiva. A falta desse proce-
dimento leva a empresa a pagar por um ônus desnecessário e caro.
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Em razão da crise e da redução de custos, a auditoria tem sido contratada 
apenas para fiscalização contábil. Os auditores analisam as demonstrações 
contábeis, balanços e dados financeiros, mas não a rotina da empresa direta-
mente. Essa análise só é feita se o procedimento adotado na profundidade dos 
exames exigir; caso contrário, a auditoria não vai além do estabelecido em 
contrato, ou seja, a parte contábil. Mas nada impede que a própria auditoria 
interna verifique o trabalho. 
O auditor deve criar procedimentos de controles departamentais em cada área 
da empresa, com avaliação efetuada e controlada pelos próprios funcionários. 
Quando uma fraude é detectada, a auditoria pode contribuir dando sugestões 
de novos procedimentos para o controle interno, para evitar que a situação se 
repita. A função de auditor não deve ser desviada para resolver um problema 
emergente, pois outras áreas de risco podem ficar sem verificação.
Sistema de Controle Interno
As informações sobre o sistema de controleinterno são obtidas das seguintes 
formas:
 � Leitura dos procedimentos internos.
 � Conversa com os funcionários da empresa.
 � Inspeção física desde o início da operação até o registro contábil.
As informações obtidas sobre o controle interno são registradas pelo auditor 
independente de uma ou do conjunto de duas ou três das formas a seguir:
 � Comunicação escrita.
 � Questionários padronizados.
 � Fluxogramas.
Normalmente, as empresas de auditoria preparam questionários padrão, con-
tendo um determinado número de perguntas sobre o controle interno, para 
serem preenchidos pelos auditores. Esses questionários são de fácil preen-
chimento, o auditor só precisa marcar a opção de resposta. Funcionam como 
um guia para evitar que o auditor omita a avaliação de um dado importante 
das operações da empresa, e também servem para padronizar a forma de des-
crição do sistema.
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As principais práticas que podem dar suporte à salvaguarda dos interesses são 
as seguintes: 
 � Segregação de funções: estabelece a independência para as funções de 
execução operacional, custódia física e contabilização. 
 � Sistema de autorização e aprovação: compreende o controle das ope-
rações através de métodos de aprovações, de acordo com as responsa-
bilidades e os riscos envolvidos. 
 � Determinação de funções e responsabilidades: a existência de or-
ganogramas claros determina as linhas de responsabilidades e autori-
dades definidas por toda a linha hierárquica. 
 � Rotação de funcionários: corresponde ao rodízio dos funcionários 
designados para cada trabalho. Dessa forma, é possível reduzir a ocor-
rência de fraudes e contribuir para o surgimento de novas ideias. 
 � Legislação: corresponde à atualização permanente sobre a legislação 
vigente, visando diminuir riscos e não expor a empresa a contingências 
fiscais e legais pela não obediência aos preceitos atuais vigentes. 
 � Contagens físicas independentes: corresponde à realização de conta-
gens físicas de bens e valores, de forma periódica, por intermédio de 
pessoa independente ao custo diante, visando maximizar o controle 
físico e resguardar os interesses da empresa.
Princípios fundamentais de controle interno
Figura 2.
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Fases do controle
Para Chiavenato (1994, p. 438-441), são fases do controle: 
 � Estabelecimento de padrões de desempenho: representam o desem-
penho desejado. Podem ser tangíveis ou intangíveis, vagos ou especí-
ficos, mas sempre relacionados com o resultado que se deseja alcançar. 
 � Avaliação do desempenho: para controlar o desempenho, deve-se co-
nhecer algo a respeito dele e do seu passado. Se a base da medição ou 
mensuração não for bem definida, o processo cairá em erros e confusões. 
 � Comparação do desempenho com o padrão: toda atividade ocasiona 
algum tipo de variação. É importante determinar os limites dentro dos 
quais essa avaliação possa ser aceita como normal. O controle separa 
o que é normal e o que é excepcional, para que a correção se concentre 
nas exceções. 
 � Ação corretiva: o controle deve indicar quando o desempenho não 
está de acordo com o padrão estabelecido e qual a medida corretiva 
adotar. O objetivo do controle é exatamente indicar quando, quanto, 
onde e como se deve executar a correção. 
Responsabilidade pelo controle interno
Todos os colaboradores e a gestão da empresa são responsáveis pelo bom fun-
cionamento dos controles internos. O auditor interno pode avaliar se o sistema 
de controle interno está funcionando como o planejado ou sugerir melhorias, 
se necessário. É importante que todos os colaboradores da empresa tenham 
conhecimento dos conceitos e objetivos de controle interno propostos pela 
empresa, adequando suas atividades em conformidade com estes. 
A resolução n°321/72, do Conselho Federal de Contabilidade, dispõe o se-
guinte: 
Sistema Contábil e Controle Interno: O controle interno compreende o plano 
de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados 
pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e o grau de 
confiança de seus dados contábeis, bem como promover a eficiência opera-
cional. 
O auditor deve efetuar o levantamento do sistema contábil e do controle in-
terno da empresa, avaliar o grau de segurança por eles proporcionados e, com 
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base nesses elementos, estabelecer a natureza, a extensão e a profundidade 
dos procedimentos de auditoria, assim como o momento apropriado de sua 
aplicação. 
O sistema contábil e o controle interno são de responsabilidade da empresa. 
Entretanto, é recomendável que o auditor faça sugestões objetivas no sentido 
de eliminar as deficiências nele existentes no decurso de seus exames. 
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CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 2. ed. São Paulo: Makron 
Books, 1994.
Leituras recomendadas
AVELINO JUNIOR, F. M. Estrutura conceitual básica da contabilidade. Disponível em: 
<http://www.crc-ce.org.br/crcnovo/files/Estrutura_Conceitual_Basica_Contabilidade.
pdf>. Acesso em: 15 set. 2016. 
BERGAMINI JUNIOR, S. Controles internos como um instrumento de governança cor-
porativa. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 12, n. 24, p. 149-188, dez. 2005. Disponível 
em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/
Arquivos/conhecimento/revista/rev2406.pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
Nesse vídeo, você vai conhecer seis itens relacionados à relevância da qualidade dos controles 
internos.
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EXERCÍCIOS
1) O sistema de controle compreende o plano organizacional e todos os métodos e 
procedimentos adotados pela administração. Por que é importante se ter qualidade 
nesses controles internos?
A) a) Para não envolver a alta administração com operações.
B) b) Para se obter bons resultados de todo o processo operacional.
C) c) Para envolver todos os níveis operacionais em todos os processos.
D) d) Para melhorar o sistema de comunicação interna da empresa.
E) e) Para não ter problemas com a auditoria.
2) A informação e a comunicação fazem parte da estrutura dos controles internos e têm 
como princípios identificar, armazenar e comunicar as informações relevantes no 
período determinado para o andamento do processo por outras áreas. Muitas vezes, a 
falta de informação paralisa um processo. Por que isso gera custo para a empresa?
A) a) Por envolver terceiros, pois a informação é externa.
B) b) Porque a empresa precisa refazer os procedimentos internos.
C) c) Todas as atividades seguem um ciclo, e, se esse ciclo é interrompido, o custo se estende 
por todo o processo, em função do retrabalho.
D) d) Porque a empresa precisa contratar uma auditoria independente.
E) e) Porque a falta de informação atinge diretamente a produção.
3) Os procedimentos de controle são medidas e ações estabelecidas para prevenir ou 
detectar riscos inerentes à tempestividade, à fidedignidade e à precisão da 
informação contábil. São classificadas em procedimentos de prevenção e 
procedimentos de detecção. Quando uma fraude é detectada, como a auditoria pode 
contribuir?
A) a) Dando sugestões de novos procedimentos para o controle interno, de modo a evitar que 
a situação se repita.
B) b) Punindo o responsável pela fraude.
C) c) Publicando a fraude em um meio de comunicação.
D) d) Conversando com as pessoas responsáveis pela área e relatando a fraude.
E) e) Fazendo outraauditoria em poucos dias.
4) As informações obtidas sobre o controle interno são registradas pelo auditor 
independente de uma ou do conjunto de duas ou três das formas:
A) a) Visual, virtual e escrita.
B) b) Por e-mail, organograma e sistemas de informação.
C) c) Relatórios, gráficos e indicadores.
D) d) Mapas de áreas, fluxo de informações e organograma.
E) e) Comunicação escrita, questionários padronizados e fluxogramas.
5) De quem é a responsabilidade pelo controle interno?
A) a) De todos os colaboradores e da gestão da empresa.
B) b) Da auditoria interna.
C) c) Do departamento contábil.
D) d) Da controladoria.
E) e) Dos gestores.
NA PRÁTICA
A Copersucar, que iniciou suas operações como empresa de capital em 2008, detém um modelo 
de negócio considerado único no setor sucroenergético, que abrange a gestão de todos os elos da 
cadeia de açúcar e etanol, desde o acompanhamento da safra no campo até os mercados finais, 
incluindo as etapas de armazenamento, de transporte e de comercialização.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Compliance e controle interno.
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BERGAMINI JUNIOR, Sebastião. Controles internos como um instrumento de 
governança corporativa. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 12, v. 24, p. 149-188, dez. 
2005.
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SANTOS Cerli da Luz dos; SOUZA, Rita Cássia de; HILLEN, Cristina. Controle interno: 
análise baseada na metodologia coso em uma empresa de Campo Mourão/PR. Anais do 
VIII Encontro de Produção Científica e Tecnológica.
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