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1 GÊNEROS TEXTUAIS E SEQUÊNCIAS DISCURSIVAS 1. Leia o texto abaixo: [...] Só pra ilustrar, sou mãe há quase 14 anos e jamais me senti contemplada por uma campanha publicitária de Dia das Mães. Primeiro eu pensava que não era o perfil ordinário de mãe, me achava a diferentona. Depois percebi que existia toda uma gama de mulheres no meu perfil, sim, e em outros muitos, que eram mães há até mais tempo do que eu mas nunca tinham aparecido. Mães tatuadas. Mães criadoras. Mães escritoras, musicistas, cantoras. Mães executivas, mães faxineiras, mães dentistas, mães negras, índias. Segundo a publicidade, só existem mães brancas, né? Estamos no glorioso ano de 2017 e, quando pensamos em mãe, ainda estamos condicionadas a pensar em um estereótipo que foi usado por tanto tempo que grudou nas nossas cabeças como um chiclete velho e não desgruda. [...] Fonte: http://bit.ly/2v2Aa1V (adaptado) Neste texto, a autora Clara Averbuck procura defender o ponto de vista de que nem todas as mães são iguais. Para isso, ela: a) usa de recursos argumentativos como a ironia, ao falar que só existem mães brancas, para satirizar as mães consideradas no “padrão”. b) faz uso de vários exemplos de diferentes tipos de mães para trazer concretude a sua argumentação e deixar o seu ponto de vista claro. c) traz metáforas como “chiclete velho e não desgruda” para fazer referência à imagem da mãe diferentona que ela pensava ser a única. d) utiliza o adjetivo “glorioso” para caracterizar o ano de 2017 com a intenção de indicar como estamos vivendo em tempos melhores. e) mostra outros tipos de mães com o intuito de argumentar que elas ainda são minoria e, por isso, o padrão ainda importa muito. Texto I João perdeu o seu pai com sete anos de idade morava perto de um rio Ia pescar toda tarde um dia fez uma cena que admirou a cidade. O rio estava de nado vinha um vaqueiro de fora perguntou: dará passagem? João Grilo disse: inda agora o gadinho do meu pai passou com o lombo de fora. O vaqueiro bota o cavalo com uma braça deu nado foi sair já muito embaixo quase que morre afogado voltou e disse ao menino: você é um desgraçado. Fonte: http://charlezine.com.br/proezas-de-joao-grilo/ Texto II O termo “Cordel” é de herança portuguesa. Essa manifestação artística foi introduzida por eles no país em fins do século XVIII. Na Europa, ela começou a aparecer no século XII em outros países, tais quais França, Espanha, Itália, popularizando com o Renascimento. No Brasil, a literatura de cordel representa uma manifestação tradicional da cultura interiorana do nordeste que adquiriu força no século XIX, sobretudo, entre 1930 e 1960. Fonte: https://www.todamateria.com.br/literatura-de-cordel/ (Adaptado) 2. O personagem João Grilo é um dos mais conhecidos na Literatura de Cordel. Sobre esse gênero literário é possível afirmar: a) é uma literatura regional, típica de uma região do Brasil, conhecida por seu caráter sério e formal. b) é conhecida por ser parte da rica cultura nordestina, com influências de outros lugares do Brasil. c) é escrita em versos, como mostra o Texto 1, contando com a rigidez exigida das formas poéticas. d) é uma manifestação cultural muito conhecida, responsável por contar apenas histórias reais, como as de Grilo. e) é uma tradição já bastante antiga no Nordeste do país, sendo um meio de informar e divertir os leitores. ele disse: “juro que te amo” ela cobrou à vista. Romão, Luiza. Coquetel Motolove . Selo Doburro. São Paulo: 2015. 3. Sobre o texto de Luiza Romão, é possível afirmar que: a) por se tratar de um texto muito breve, é difícil compreender o sentido completo do que a autora quis dizer. b) o uso do discurso direto durante o poema é apenas uma escolha da autora e não influencia no sentido do texto. c) palavras relacionadas a dinheiro, como “juro” e “à vista”, são usadas pela autora para falar sobre amor. d) por fazer uso de discurso direto e indireto e apresentar jogos de palavras, a linguagem do texto é complexa. e) o uso dos pronomes pessoais “ele” e “ela” traz a ideia completa sobre quem são as pessoas retratadas. ABL lança novo concurso cultural: "Conte o conto sem aumentar um ponto" Em razão da grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia Brasileira de Letras lançou no dia do seu aniversário de 113 anos um novo concurso cultural intitulado 'Conte o conto sem aumentar um ponto", baseado na obra A cartomante, de Machado de Assis. "Conte o conto sem aumentar um ponto" tem como objetivo dar um final distinto do original ao conto A cartomante, de Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número de caracteres — ou inferior — que Machado concluiu seu trabalho, ou seja, 1 778 caracteres. Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do Twitter da ABL, o Abletras. Disponível em: academia.org.br. Acesso em: 18 out. 2015 (adaptado). 4. O Twitter é reconhecido por promover o compartilhamento de textos. Nessa notícia, essa rede social foi utilizada como veículo/suporte para um concurso literário por causa do(a) a) limite predeterminado de extensão do texto. b) interesse pela participação de jovens. c) atualidade do enredo proposto. d) fidelidade a fatos cotidianos e) dinâmica da sequência narrativa. Disciplina: LINGUAGENS Aluno: Data: / / 2021 Tipo: EXTENSIVO M. ANDREAZA Professor: JOSEFINA 2 Texto I A Morte Chega Cedo A morte chega cedo, Pois breve é toda vida O instante é o arremedo De uma coisa perdida. O amor foi começado, O ideal não acabou, E quem tenha alcançado Não sabe o que alcançou. E tudo isto a morte Risca por não estar certo No caderno da sorte Que Deus deixou aberto. Fonte: http://www.citador.pt/poemas/a-morte-chega-cedo-fernando- pessoa Texto II Morrer podia ser só um pouquinho podia ser um passeio viagem pela noite que acabasse no café Morrer como uma aventura uma montanha andar o deserto a pé depois voltar Como dançar de olho fechado se perder em outro corpo como uísque bom, um sono inteiro um prazer, um cheiro Morrer podia até ser um castigo porta fechada com prazo de fim mas não esse buraco, esse abismo seu riso para sempre ausente sua música soando em mim Rezende, Maria. Bendita Palavra . 2008. 7 Letras: Rio de Janeiro. 5. Os dois poemas acima são de períodos distintos: o primeiro, de Fernando Pessoa, é do ano de 1930, enquanto o segundo, de Maria Rezende, é de 2008. Ainda que a autora e o autor não sejam da mesma época, os textos: a) têm como tema principal a morte, sendo que o Texto II demonstra uma visão mais positiva do que o Texto I. b) retratam a morte através da visão poética de seus autores, ambos construindo uma imagem boa sobre o assunto. c) são escritos com abordagens diferentes, mas os dois textos demonstram a perda causada pela morte. d) parecem tratar do mesmo assunto, a morte, contudo o Texto I fala, na verdade, sobre perder um amor. e) focam na morte e em suas consequências, apresentando indícios de que os dois poemas são feitos para alguém. Já faz mais de uma década que nos foi possível usufruir de uma rede social como as conhecemos hoje. [...] A verdade é que o que muitos de nós esquecemos mesmo, é que estamos nos enganando pela nossa própria representação. Pode parecer uma afirmação generalizante, globalizante, mas a premissa é a mesma: uma vez inserido numa rede social, nenhum sujeito está livre do modelo construtivo que isso gera em torno de si mesmo. [...] Não precisamos falar de uma foto esteticamente perfeita construída em software para construirmos nosso arquétipo, a simples seleção do conteúdo já é uma edição da realidade mais violenta que qualquer outra. [...] E nós somos mais esquecidinhosainda: ignoramos que os outros usuários usufruam das mesmas táticas. É aí que o bicho pega, as comparações começam, os julgamentos de valor com o próximo se viram para o tabuleiro virtual onde juízes e réus se encontram no mesmo paradigma e interpretam o mesmo papel simultaneamente. Fonte: https://www.ufrgs.br/vies/vies/construcoes-do-eu-nas-redes- sociais/ 6. O texto fala sobre um dos efeitos das redes sociais na vida em sociedade. Segundo o autor, a) o julgamento entre as pessoas nas redes sociais ocorre porque todos sabem que ninguém é totalmente real no ambiente virtual. b) ainda que existam aqueles que julgam os outros por causa das redes, outros são apenas julgados, criando, assim, dois grupos distintos. c) a representação de um eu diferente nas redes sociais é feita por todo mundo, mas não afeta de maneira importante as relações humanas. d) como já faz mais de uma década que a sociedade usufrui das redes sociais, todas as causas do seu uso são de conhecimento geral. e) o maior problema das redes sociais é a edição do dia a dia, mostrando apenas o que interessa: uma representação virtual da vida. *(Tiramos a fragrância e mantivemos toda a proteção) 7. A publicidade utiliza textos verbais e não-verbais na comunicação para persuadir e convencer o público-alvo. As escolhas servem para despertar emoções, sensibilizar e chamar a atenção. Na propaganda da imagem acima, qual a principal estratégia argumentativa com a utilização de origamis (dobraduras em papel) em formato de flores? a) Relacionar a delicadeza das flores de papel com o delicado cuidado do desodorante. b) Indicar que a proteção é tão longa quanto a duração das flores de papel. c) Indicar que o desodorante não tem perfume, assim como as flores de papel. d) Relacionar a pureza das flores de papel branco com a pura proteção. e) Relacionar a feminilidade das delicadas flores de papel ao desodorante para mulheres. Texto I r u a r u a r u a s o l r u a r u a s o l r u a r u a s o l r u a r u a s o l r u a r u a r u a r u a r u a r u a s Fonte: Ronaldo Azeredo. In Poesia Concreta. São paulo. Brasil Educação. 1962. 8. A disposição das palavras passou a ter importância na significação de poemas concretos. Logo, não apenas a leitura do poema, mas também a visualização e disposição das palavras são necessárias para a compreensão do seu significado. Observando o texto acima, a organização das palavras utilizadas para criar um efeito visual poético tem como objetivo: a) identificar o caminhar do poeta em ruas de uma cidade grande com altos prédios que fazem sombra. b) interromper a aliteração do poema quando utiliza a palavra sol para quebrar o ruído artificial da palavra rua. 3 c) promover uma ruptura na metalinguagem do poema concreto ao incluir um elemento natural. d) identificar o caminho que o sol faz durante o dia sobre a rua do leste para oeste até desaparecer. e) exaltar o sol como elemento de ruptura no perpendicularismo criado pelo cruzamento das palavras rua. Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Êta vida besta, meu Deus. Fonte: Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia in Reunião, 1982. 9. O texto retrata a vida pacata de uma cidade pequena do interior. A vida tranquila e calma é enfatizada pela repetição da palavra “devagar”. Ao descrever mulheres entre laranjeiras, qual relação entre o texto literário e o contexto social que o poeta pretende estabelecer? a) caracterizar a mulher como dona de casa que cuida do jardim e do pomar da casa. b) enfatizar que a mulher está pronta para casar já que a flor de laranjeira é típica em buquês de noivas. c) mostrar que as mulheres do interior cantam e amam sob uma laranjeira. d) relacionar as mulheres com as laranjas, símbolos mitológicos da deusa Afrodite. e) sinalizar a relação estável da mulher com seu marido pela representação da árvore frutífera. Contar para viver e viver para contar. Contar histórias é uma arte ancestral, cujo fascínio sobre o ser humano permanece, ao longo do tempo, colaborando para a consolidação do imaginário coletivo e enredando narradores e ouvintes em uma mesma trama. Desde a infância e por toda a vida, ela faz parte da construção da identidade e da afetividade. Nesse sentido, a fabulação nos possibilita experimentar o prazer de experimentar o prazer de perceber o mundo e a existência por meio de representações que nos levam a conhecer outras realidades, e a refletir, transcender e desenvolver uma acuidade sobre o real, nos habilitando a percebê-los sob um olhar renovado. Ainda hoje a arte da narrativa oral permanece extremamente viva em culturas de povos como os indígenas, africanos, asiáticos e árabes. Esse aspecto ressalta o papel capital que os contadores de histórias sempre ocuparam na formação das sociedades, uma vez que, detentores da sabedoria coletiva, eram e são os porta-vozes da memória, das tradições e do imaginário dos grupos aos quais se inserem. Fonte: MEDEIROS, Fábio Henrique Nunes e MORAES, Taiza Rauen. CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: Tradição, poéticas e interfaces. Edições Sesc São Paulo. 2015 10. A contação de histórias é o veículo pelo qual saberes são passados de geração em geração com a finalidade de: a) resgatar histórias de povos indígenas, africanos, asiáticos e árabes. b) privilegiar a oralidade sobre as histórias escritas. c) refletir e transcender a realidade sobre um novo olhar. d) propor um novo imaginário das memórias e tradições. e) criar um imaginário coletivo de povos distantes. Capítulo XXXVI - A propósito de botas "Meu pai, que me não esperava, abraçou-me cheio de ternura e agradecimento. - Agora é deveras? disse ele. Posso enfim...? Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga, e deitei- me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu atrás deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. Enquanto esta ideia me trabalhava no famoso trapézio, lançava eu os olhos para a Tijuca, e via a aleijadinha perder-se no horizonte do pretérito, e sentia que o meu coração não tardaria também a descalçar as suas botas. E descalçou-as o lascivo. Quatro ou cinco dias depois, saboreava esse rápido, inefável e incoercível momento de gozo, que sucede a uma dor pungente, a uma preocupação, a um incômodo... Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas.” Fonte: ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 1881. 11. Machado de Assis é o maior representante do Realismo na Literatura brasileira. Com base no texto 1, podemos relacionar que uma das principais característica desse movimento literário é: a) fazer descrições e adjetivações objetivas, com a finalidade de captar a realidade de maneira fidedigna. b) tratar de assuntos mundanos, com a finalidade de desmistificar a literatura como arte. c) mostrar o amor como desnecessário, com a finalidade de denunciar a realidade dos relacionamentos arranjados. d) apresentar as cenas do cotidiano, com a finalidade de filosofar sobre a engenhosidade da vida. e) utilizar linguagem culta e rebuscada, com a finalidade de apresentar a idealização de uma vida de felicidades. Texto I Múltiplo sorrisoPendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim de tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade - mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas se estivessem por perto. “Eu não estou só”. (Heloísa Seixas, disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/ fq251209.htm.Acesso em 19/12/14) 12. A autora Heloísa Seixas dedica uma parte de sua obra à escrita de microcontos, do qual é exemplo o texto acima. Ainda que de caráter narrativo, podemos afirmar que a narrativa nos conduz a uma reflexão, que se traduz: a) Na impossibilidade de ser feliz em meio à solidão, gerando grandes mágoas. b) Na dificuldade de se manter fiel aos seus ideais, promovendo impasses. c) Na difícil conciliação entre opiniões distintas, afastando as amizades. d) Na tentativa de driblar a solidão, criando situações melancólicas. e) Na possibilidade de ser feliz, mesmo sentindo-se só. 4 A última edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa do material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar lixo em outra localidade, por que não o fazer em local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para a sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado! Olha o perigo! (Disponível em http://jornaldacidade.uol.com.br. Acesso em 10 ago. 2012 (adaptado)). 13. Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é a) apresentar fatos que tenham sido pelo próprio veículo. b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal. c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados. d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública. e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia. Texto I Texto 2 Grupo de família no WhatsApp é mais um dos castigos de Satanás aos pobres seres humanos, direcionado principalmente àqueles que justamente NÃO querem manter contato com família, seja por não querer ouvir a avó falando todos os dias sobre a hérnia de disco do seu avô, por não aguentar sua tia mandando foto das comidas feias que ela faz, ou simplesmente por ser um infeliz que não interage com ninguém mesmo. Quando você é adicionado num grupo desses, você o silencia por um ano e desmarca a caixinha “exibir notificações”. Estou certo? Claro que estou, todo mundo faz isso. Você só não sai do grupo porque todo mundo fica te enchendo o saco pedindo para voltar, mesmo que ninguém te dê a mínima lá dentro. Desciclopédia. 14. As redes sociais, cada vez mais usadas e mais cotidianas, têm provocado diversas reações e inúmeras opiniões. Nesse sentido, a charge de Gilmar e o texto extraído do site humorístico Desciclopédia tratam, em comum, da a) perda de valores patriarcais enraizados em nosso patrimônio cultural nacional. b) superação resoluta da dependência tecnológica aliada à capacidade de convivência em coletividade. c) amargura social gerada pela mídia e pelos poderosos grupos massificadores. d) transformação das relações sociais e os conflitos ou dissabores da convivência. e) extinção da família vinculada aos meios de comunicação e redes de informação. 15. Em uma sociedade que está cada vez mais tecnológica e cada vez menos exige movimentação física para a realização de atividades cotidianas, a preocupação com o sedentarismo da população é natural. No cartaz veiculado pelo Ministério da Saúde, a atividade física é mostrada como a) necessária, mesmo que mude a rotina do cidadão. b) dispensável, contanto que as pessoas se mantenham saudáveis. c) acessível, presente inclusive em atividades cotidianas. d) pueril, porque respeita a lógica de jogos e brincadeiras. e) simples, bastando participar do movimento pela saúde, do SUS. Texto I Texto II 22 de julho... tem hora que revolto com a vida atribulada que levo. E tem hora que me conformo. (...) 5 Comecei catar papel. Subi a rua Tiradentes, cumprimentei as senhoras que conheço. A dona da tinturaria disse: – Coitada! Ela é tão boazinha. Fiquei repetindo no pensamento: “Ela é boazinha!” (...) Virei na rua Frei Antonio Galvão. Quase não tinha papel. A D. Nair Barros estava na janela. (...) Eu falei que residia em favela. Que favela é o pior cortiço que existe. ...Enchi dois sacos na rua Alfredo Maia. Levei um até ao ponto e depois voltei para levar outro. Percorri outras ruas. (...) JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo. São Paulo: Ática, 2014, pp. 24-25. 16. O texto I apresenta a obra As Respigadoras (1857), do pintor francês Jean-François Millet, de 1857. Esse quadro chocou a sociedade da época por representar as camadas trabalhadoras sem idealização. Logo abaixo, há uma releitura dessa pintura e, no texto II, um trecho de Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo. Analisando as cenas representadas nas obras, percebe-se entre elas uma relação de a) confluência, pois representam a realidade de trabalhadores marginalizados cuja sobrevivência é garantida graças a subempregos, como catar materiais recicláveis. b) condição, uma vez que a obra de Millet apresenta elementos que garantem o significado das releituras feitas pelo outro quadro e pelo texto em prosa. c) consequência, retratando os resultados da urbanização desenfreada iniciada no campo, a qual resultou na manutenção de relações de servilismo nos séculos posteriores. d) concessão, pois as pessoas retratadas são exemplos de exceções sociais, já que as condições de vida na cidade são melhores que no campo. e) diacronia, porque as obras retratam cenas de períodos diferentes (séculos XIX e XX) e de contextos sociais diferentes (campo e cidade), o que impede que sejam comparadas. 17. Para construir o humor nos cartuns apresentados, Ziraldo utilizou máximas reproduzidas pelo senso comum. Nesses textos, elas cumprem a função de a) criar uma expectativa positiva no leitor, a qual será quebrada pela visão pessimista, representada pela fala da segunda personagem. b) eliminar a perspectiva negativa do leitor, cuja leitura inicial dos cartuns pressupõe uma visão crítica da política nacional. c) debochar das opiniões pessimistas e otimistas, representadas pelas personagens, pois ambas são tidas como inúteis. d) revelar posturas consoantes em ambas personagens, representando, cada uma, uma visão pessimista e otimista. e) anunciar visões positivas e reais da sociedade brasileira, representadas pelas duas personagens dos cartuns. 18. O infográfico é um gênero que pode integrar outros textos, apresentando informações sobre um tema de modo rápido e sintético, o que tornasua leitura dinâmica. No texto apresentado, os logotipos junto aos informativos chamam a atenção do interlocutor, destacando a quantidade de usuários conectados às principais redes sociais, com o propósito de a) demonstrar a preocupação crescente com o tempo dedicado às redes sociais, fato que afasta as pessoas das relações reais. b) contrariar a função informativa do gênero, transformando-o em propaganda de serviços modernizadores de marketing. c) persuadir os empresários a utilizarem as redes sociais como ferramentas de marketing para ampliar seus negócios. d) reconhecer a interferência das mídias sociais na captação de clientes como meio ineficiente de marketing. e) convencer o leitor de que há um investimento exagerado nas mídias sociais para ampliar os negócios empresariais. 6 Razão de ser Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, e as estrelas lá no céu lembram letras no papel, quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê? LEMINSKI, Paulo. Toda Poesia. 4a . ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 218. 19. A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea. No poema de Paulo Leminski, essa qualidade se expressa pela a) conveniência de justificar seu ato de escrita como efeito de inspiração, como se observa em “Escrevo porque amanhece, / e as estrelas lá no céu / lembram letras no papel, / quando o poema me anoitece”. b) explicação do funcionamento de sua escrita como algo antinatural, semelhante ao processo que se vê em “A aranha tece teias. / O peixe beija e mor - de o que vê”. c) reflexão de eu lírico de seu fazer poético como algo que lhe é intrínseco: “A aranha tece teias. / O peixe beija e morde o que vê. / Eu escrevo apenas”. d) necessidade urgente de entender e justificar sua prática de escrita como algo repleto de motivos ou razões, tal qual se afirma em “Eu escrevo apenas./ Tem que ter por quê?”. e) percepção do eu lírico das limitações de seu processo criativo, o que está expresso em “Escrevo. E pronto. / Escrevo porque preciso, / preciso porque estou tonto”. Aventura Nasceu. DILL, Luís. In: CHAFFE, Laís (org.). Contos de Bolso. 20. O miniconto do escritor gaúcho Luis Dill é composto pelo título “Aventura” e pela palavra nasceu, única a compor o corpo da narrativa. A compreensão desse tipo de texto requer uma atitude ativa do leitor em razão da a) lacuna deixada no texto para ser completada por meio de conceitos e experiências do leitor. b) omissão de elementos descritivos, que torna propícia uma leitura mais dinâmica e instigante. c) presença de um narrador em terceira pessoa, que não participa da história e apresenta onisciência. d) marcação de uma temporalidade definida pelo uso de verbo no pretérito perfeito do indicativo. e) presença de um protagonista indeterminado, que pode pertencer à espécie humana ou não. Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções “Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha infância foi música, música, música”, responde veementemente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor. Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol, com 13 composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira. BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br. 21. Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicativas. Esse texto enquadra-se no gênero a) biografia, por fazer referência à vida da artista. b) relato, por trazer o depoimento da filha do artista. c) notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco. d) resenha, por apresentar as características do disco. e) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista. Não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados. [...] A velhice ridícula é porventura a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana. [...] Matamos o tempo; o tempo nos enterra. [...] A estima que passa de chapéu na cabeça não diz nada à alma; mas a indiferença que corteja deixa-lhe uma deleitosa impressão. Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. 22. No romance Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), o protagonista resolve, depois de morto, quando já não possui nenhum compromisso com as máscaras sociais, tecer comentários sobre a vã condição humana. Nos trechos extraídos da obra, para expressar seu pensamento, a personagem fez uso do gênero textual a) ditado popular, por tratar de fatos do cotidiano sob a ótica do banal. b) fábula, por apresentar uma lição de moral por meio de fatos mórbidos. c) aforismo, por expor de forma breve e doutrinal a essência de uma ideia. d) diário, por trazer lembranças pessoais da sua condição de morto narrador. e) notícia, por informar sobre um acontecimento ligado ao seu modo de agir socialmente. Texto I Eu quero uma casa no campo do tamanho ideal pau-a-pique e sapê Onde eu possa plantar meus amigos meus discos meus livros e nada mais. (Zé Rodrix e Tavito) Texto II Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia, Que da cidade o lisonjeiro encanto; Aqui descanse a louca fantasia; E o que é agora se tornava em pranto, Se converta em afetos de alegria. (Cláudio Manuel da Costa) 23. Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é: a) O uso da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do homem seus melhores sentimentos. b) O desejo de enriquecer no campo, aproveitando as riquezas naturais. c) A dedicação à produção poética junto à natureza, fonte de inspiração dos poetas. d) o aproveitamento do dia presente – o carpe diem-, pois o tempo passa rapidamente. e) o sonho de uma vida mais simples e natural, distante dos centros urbanos. 7 Momento num café Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto, distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes da vida. Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta. BANDEIRA, Manuel. Estrela da Manhã. In: Poesia Completa e Prosa. 4a . ed., Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1993, p. 233. 24. “Momento num Café”, de Manuel Bandeira, traz, além da coloquialidade e da presença do cotidiano, características típicas da primeira geração modernista, um tema recorrente na obra de seu autor: a morte. No poema, esse assunto é tratado como a) um processo natural que encerra a vida sem sentido. b) um meio de se atingir a transcendência sobrenatural. c) uma distração supérflua entre as atividades cotidianas. d) uma traição feroz premeditada pela natureza material. e) uma saudação agitada no meio da rotina cotidiana. Texto I Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. (...) CAMÕES, Luís de.Sonetos de Camões. Texto II 25. Os dois textos apresentados, apesar de pertencerem a gêneros distintos, buscam elaborar sua própria definição sobre um tema costumeiramente abordado, o amor. Para ambos, tal sentimento é concebido a partir de a) sua utilidade questionável. b) seu caráter paradoxal. c) sua definição precisa. d) seu aspecto surpreendente. e) sua constituição irônica. O Rio Ser como o rio que deflui Silencioso dentro da noite. Não temer as trevas da noite. Se há estrelas nos céus, refleti-las. E se os céus se pejam de nuvens, Como o rio as nuvens são água, Refleti-las também sem mágoa Nas profundidades tranquilas. BANDEIRA, M. 26. São constantes, na poética de Manuel Bandeira, os traços de intimismo. No poema acima, essa marca evidencia-se na a) reiteração da noite, como metáfora do pessimismo dominante do poeta. b) imagem do rio, que, por analogia, representa o mundo subjetivo do eu lírico. c) comparação do rio com as nuvens, como símbolo de serenidade que falta ao eu poemático. d) metáfora do rio como espelho do caráter fugaz da existência. e) apresentação da ausência de estrelas como alegoria da solidão do eu lírico.
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