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Ascaridiase - parasitologia

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- PARASITOLOGIA 
Áscaris lumbricoides 
Taxonomia 
Filo: Aschelminthes 
Classe: Nematoda 
Família: Ascarididae 
Subfamília: Ascaridinae 
Gênero: Ascaris 
Espécies: A. lumbricoides (Linnaeus,1750) e A. suum (Goeze, 1882)
Introdução	
São conhecidos popularmente como lombriga. O A. lumbricoides é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência variada em virtude das condições climáticas, ambientais e, principalmente, do grau de desenvolvimento socioeconômico da população. No brasil estima-se que 70% das pessoas tenha contato com o áscaris. Atualmente, apesar das campanhas realizadas nas escolas, sabe-se que os níveis de parasitismo continuam elevados, especialmente em crianças com idade inferior a 12 anos em várias regiões brasileiras quer seja na cidade ou em zonas rurais.
Morfologia 
As formas adultas são longas, robustas, cilíndricas e apresentam as extremidades afiladas.
MACHOS: Quando adultos, medem cerca de 20 a 30cm de comprimento e apresentam cor leitosa. A boca ou vestíbulo bucal está localizado na extremidade anterior, e é contornado por três fortes lábios com serrilha de dentículos e sem interlábios. Apresenta um testículo filiforme e enovelado, que se diferencia em canal deferente, continua pelo canal ejaculador, abrindo-se na cloaca, localizada próximo a extremidade posterior. A extremidade posterior fortemente encurvada para a face ventral é o caráter sexual externo que o diferencia facilmente da fêmea. 
FÊMEA: Medem cerca de 30 a 40cm, quando adultas, sendo mais robustas que os exemplares machos. A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos do macho. Apresentam dois ovários tiliformes e enovelados que continuam como ovidutos, diferenciando em úteros que vão se unir em uma única vagina, que se exterioriza pela vulva. A extremidade posterior da fêmea é retilínea
OVOS: Originalmente são brancos e adquirem cor castanha devido ao contato com as fezes. São grandes, ovais e com cápsula espessa, que possui 3 membranas (externa, média e interna) que confere ao ovo impermeabilidade e resistência as condições ambientais. Internamente, os ovos dos ascarídeos apresentam uma massa de células germinativas. Frequentemente podemos encontrar nas fezes ovos inférteis, férteis ou decortificados. 
Biologia 
HABITAT: Os vermes adultos são encontrados no intestino delgado. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio dos lábios ou migrarem pela luz intestinal.
CICLO BIOLÓGICO: É do tipo monoxênico. Cada fêmea fecundada é capaz de colocar, por dia, cerca de 200.000 ovos não-embrionados. que chegam ao ambiente juntamente com as fezes. Os ovos férteis, em presença de temperatura entre 25º e 30°C, umidade mínima de 70% e oxigênio em abundância tomam-se embrionados em 15 dias. A primeira larva (L1) forma dentro do ovo e é do tipo rabditóide, isto é, possui o esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio e é dependente de O2. Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larva sofre muda transformando-se em L2. Estas formas permanecem infectantes no solo por vários meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro. Após a ingestão, os ovos contendo a L2 atravessam todo o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. A eclosão ocorre graças a fatores ou estímulos fornecidos pelo próprio hospedeiro, como a presença de agentes redutores, o pH, a temperatura, os sais e, o mais importante, a concentração CO2, cuja ausência inviabiliza a eclosão. As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o fígado entre 18 e 24 horas após a infecção. Em seguida, muda transformando-se em L3 (forma mais infectante) e chegam ao coração direito, através da veia cava inferior ou superior e quatro a cinco dias após são encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). Cerca de oito dias da infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela árvore brônquica e traquéia, chegando até a faringe. Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem deglutidas, atravessando o estômago e fixando-se no intestino delgado. Transformam-se em adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção. Em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazem a cópula, ovipostura e já são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro. Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos. 
TRANSMISSÃO: Ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a L2. A contaminação das águas de córregos que são utilizadas para irrigação de hortas levando a contaminação de verduras com ovos viáveis, além da poeira, aves e insetos são capazes de veicular mecanicamente ovos de A. lumbricoides. Além destes mecanismos, a transmissão pode ocorrer pela contaminação do depósito subungueal com ovos viáveis, principalmente em crianças. Os ovos de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de aderência a superfícies, o que representa um fator importante na transmissão da parasitose. Uma vez presente no ambiente ou em alimentos, estes ovos não são removidos com facilidade por lavagens. Por isto, o uso de substâncias que tenham capacidade de inviabilizar o desenvolvimento dos ovos em ambientes e alimentos é de grande importância para o controle da transmissão. 
Patogenia
LARVA: Em infecções maciças encontramos lesões hepáticas e pulmonares. No figado, quando são encontradas numerosas formas larvares migrando pelo parênquima, podem ser vistos pequenos focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tomam-se fibrosados. Nos pulmões ocorrem vários pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os alvéolos, além de poder apresentar um quadro pneumônico com febre, tosse, dispnéia e eosinofilia. Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinofilico, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia (a este conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loeffler). Na tosse produtiva (com muco) o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto. Estas manifestações geralmente ocorrem em crianças e estão associadas ao estado nutricional e imunitário das mesmas. 
VERMES ADULTOS: A partir das infecções médias podemos encontrar as seguintes alterações: 
· ação espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando o paciente, principalmente crianças, a subnutrição e depauperamento físico e mental;
· ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, convulsões epileptiformes; 
· ação mecânica: causam irritação na parede e podem enovelar-se na luz intestinal, levando à sua obstrução. As crianças são mais propensas a este tipo de complicação, causada principalmente pelo menor tamanho do intestino delgado e pela intensa carga parasitária; 
· localização ectópica: nos casos de pacientes com altas cargas parasitárias ou que apresentam febre, fazem uso impróprio de medicamento e ingestão de alimentos muito condimentados o helminto desloca-se de seu hábitat normal atingindo locais não-habituais. Aos vermes que fazem esta migração dá-se o nome de "áscaris errático". 
· Obs: é muito comum entre crianças o aparecimento de uma alteração cutânea, que consiste em manchas, circulares, disseminadas pelo rosto, tronco e braços. Tais manchas são popularmente denominadas "pano", e são comumente relacionadas com o parasitismo pelo A. lumbricoides. 
Diagnóstico 
CLÍNICO: Usualmente a ascaridíase humana é pouco sintomática, por isto mesmo difícil de ser diagnosticada em exame clínico, sendo a gravidade da doença determinada pelo número de vermes que infectam cada pessoa. Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a exposição contínua a ovos infectados é a única fonte responsável pelo acúmulo de vermes adultos no intestino do hospedeiro.
LABORATORIAL: É feito pela pesquisa de ovos nas fezes, com a técnica de sedimentação espontânea. Contudo, o método de Kato modificado por Katz é bastante eficiente e recomendado pela Organização Mundial de Saúdepara inquéritos epidemiológicos. Esta técnica permite a quantificação dos ovos e consequentemente estima o grau de parasitismo dos portadores, compara dados entre várias áreas trabalhadas e demonstra maior rigor no controle de cura. Deve-se ressaltar que em infecções exclusivamente com vermes fêmeas, todos os ovos expelidos serão inférteis, enquanto em infecções somente com vermes machos o exame de fezes será consistentemente negativo.
Tratamento 
O potencial do tratamento das helmintoses intestinais aumentou em muito com a descoberta dos benzimidazóis. Estas drogas são altamente efetivas contra o A. lumbricoides e outras helmintoses intestinais. A Organização Mundial da Saúde recomenda quatro drogas - albendazol, mebendazol, levamisol e pamoato de pirantel - para o tratamento e controle de helmintos transmitidos pelo solo.
Imunidade 
A imunidade utilizada para combater esses parasitas é a imunidade humoral, a partir da produção de anticorpos. Os anticorpos da classe IgE, produzido pelos plasmócitos, é um antígeno específico, envolvidos em processos alérgicos e em infecções por parasitas grandes. O IgE, quando encontra os eosinófilos e os mastócitos (que possuem grânulos, e carregam no seu interior aminas vasoativas como histamina e serotonina), eles se ancoram nas superfícies dessas células, gerando um fenômeno de degranulação. Com isso, as aminas vasoativas presentes nelas são liberadas, provocando fenômenos vasculares como vasodilatação e aumento de permeabilidade. Assim, os leucócitos conseguem escapar de dentro da célula, formando um maior processo inflamatório. 
Epidemiologia
O A. lumbricoides é o helminto mais frequente nos países pobres. Distribuído por mais de 150 países e territórios. Condições climáticas têm um importante papel nas taxas de infecção, onde o clima é úmido e quente, condição ideal para a sobrevivência e o embrionamento dos ovos, a incidência é maior. Além disso, áreas desprovidas de saneamento com alta densidade populacional contribuem significativamente para o aumento da carga da doença. Alguns fatores interferem na prevalência desta parasitose, são eles: grande quantidade de ovos produzidos e eliminados pela fêmea; viabilidade do ovo infectante por até um ano; concentração de indivíduos vivendo em condições precárias de saneamento básico; grande número de ovos no peridomicílio, em decorrência do hábito que as crianças têm de aí defecarem; temperatura e umidade com médias anuais elevadas; dispersão fácil dos ovos através de chuvas, ventos, insetos e aves; conceitos equivocados sobre a transmissão da doença e sobre hábitos de higiene na população. 
O contato entre crianças portadoras e crianças suscetíveis no peridomicílio ou na escola, aliado ao fato de que suas brincadeiras são sempre relacionadas com o solo e o hábito de levarem a mão suja a boca, são os fatores que fazem com que a faixa etária de 1 a 12 anos seja a mais prevalente. A infecção pelo A. lumbricoides, como qualquer outra geo-helmintose, está seguramente associada a fatores sociais, econômicos e culturais que proporcionam condições favoráveis à sua expansão, sobretudo em regiões onde os fatores ambientais são apropriados. Desse modo, o crescimento desordenado da população, em áreas muitas vezes desprovidas de saneamento básico, juntamente com o baixo poder econômico, educacional e hábitos pouco higiênicos, são relevantes e merecem destaque nos estudos epidemiológicos das parasitoses intestinais. 
Controle
Em geral, quatro medidas são bem conhecidas para o controle das infecções por helmintos: 
a) repetidos tratamentos em massa dos habitantes de áreas endêmicas com drogas ovicidas; 
b) tratamento das fezes humanas que eventualmente, possam ser utilizadas como fertilizantes; 
c) saneamento básico; 
d) educação para a saúde. 
A principal rota de transmissão dos helmintos intestinais é o contato fisico, no ambiente, com as fezes humanas contaminadas. A maioria dos tratamentos feitos em habitantes de áreas sem saneamento básico têm efeito de curto prazo e os ganhos obtidos são frequentemente superados pelas reinfecções, que em muitos casos podem levar a cargas parasitárias mais altas que as observadas antes do tratamento. Desse modo o saneamento é essencial para a manutenção, a longo prazo, do controle das helmintoses.
 
Tricuríase 
Taxonomia 
Nematódeo intestinal 
Ordem: Trichurida 
Gênero: Trichuris 
Espécie: Trichiuris trichiura
Epidemiologia 
Distribuição mundial. Regiões com clima tropical, subtropical ou até mesmo temperado. Cerca de 800 milhões de indivíduos estão infectados. Mais prevalente em áreas quentes e úmidas. A faixa etária entre os 5 e os 14 anos detém a maior parte dos infectados.
Morfologia
VERME ADULTO: 3 - 5 cm de comprimento. Macho menores que as fêmeas. Nítido dimorfismo sexual (extremidade posterior curvada ventralmente)
OVOS: Formato elíptico característico com poros salientes e transparentes nas extremidades. Favorece a grande resistência no ovo no meio externo
Habitat 
Infecções leves ou moderadas: Intestino grosso do homem (ceco e colón ascendente) Infecções intensas: Cólon distal, reto e porção distal do íleo 
OBS: É considerado um parasita tissular – toda região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal.
Transmissão 
Ingestão de alimentos sólidos ou líquidos contaminados com ovos embrionado
Ciclo biológico 
Patogenia 
Infecção leve: assintomáticas 
Infecção moderada (5.000 – 10.000 ovos/g fezes): Dores de cabeça, náusea e vômito, dor epigástrica, e diarreia. 
Infecção grave (>10.000 ovos/g fezes): Dor abdominal, anemia, retardo no crescimento. 
-Diarreia intermitente com muco e sangue (síndrome disentérica crônica) - Prolapso retal. Foram encontrados elevados níveis de TNF-α em indivíduos infectados 
– CAQUEXIA. Crianças infectadas pelo T. trichiura apresentaram níveis de IGF-1 (insuline –like growth factor) e da síntese de colágeno mais baixos que o grupo controle. Prejuízo na absorção de alguns alimentos, como sais minerais, especialmente zinco e ferro. anemia, desnutrição e comprometimento no desenvolvimento físico e cognitivo.
Resposta imune 
No homem, a gravidade da tricuríase varia muito: diferenças na resposta imune dos hospedeiros. Observa-se o desenvolvimento de uma imunidade protetora: 1. aumento da produção de IgA sérica e secretória, específica para o parasita. 2. aumento de mastócitos e basófilos - grande produção de IgE
Diagnostico
CLÍNICO: Não específico 
LABORATORIAL: 1. Demonstração de ovos com morfologia características (fezes) Métodos: Sedimentação espontânea, Sedimentação por centrifugação, Kato-Katz (quantitativo), etc. 2. Outros métodos: Visualização dos vermes adultos após colonoscopia
Tratamento 
Menos susceptível ao tratamento anti-helmíntico que o Ascaris lumbricoides: localização que dificulta o acesso da medicação (intestino grosso e reto). Drogas mais eficientes: Benzoimidazóis. Pacientes sintomáticos: 1. Mebendazol (100 mg – 2 x dia – 03 dias) 2. Albendazol (400 mg – dose única). Outras drogas (derivado do nitrotiazol – recente) 1. Nitazoxanida (protozoários + helmintos)
Profilaxia 
Semelhante a do Ascaris lumbricoides: 1. Educação sanitária 2. Saneamento básico (construção de redes de esgoto com tratamento e/ou fossas sépticas) 3. Tratamento de toda população com drogas ovocidas (03 anos consecutivos) 4. Proteção dos alimentos contra insetos e poeira, etc.

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