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Síndromes Pleurais e Atelectasia

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1 Ana Carolina De Alvarez MED103 
Síndromes Pleurais e Atelectasia 
 
síndromes que evoluem para doenças na pleura, ou com 
sintomas associados, quer seja um derrame pleural ou um 
pneumotórax. 
 Uma síndrome trata-se de um conjunto de sinais e 
sintomas que são agrupados em torno de uma doença. 
 Nas síndromes pleurais, é possível observar um 
afastamento entre o parênquima pulmonar e a parede/gradil 
costal. 
 Na Atelectasia isso acontece pq há obstruções no brônquio 
fonte, deixando de aerar aquele pulmão. Ele então passa a 
não receber mais o volume necessário para inspiração e 
expiração. O pulmão então começa a reabsorver gases que 
ficam aprisionados, diminuindo o tamanho do pulmão. 
 
 Como já vimos na fisiologia, o derrame pleural é o acúmulo 
de líquido no espaço pleural, ocasionando uma compressão 
na região. A pressão na pleura que de início é negativa, 
passa a ser positiva progressivamente, fazendo com que o 
pulmão colapse pelo aumento da pressão afastando do gradil 
costal. 
 O pneumotórax tmb ocorre na forma e derrame pleural, 
porém em vez de líquido, é preenchido por ar. 
 Apesar das características dos exames físicos e achados 
clínicos serem parecidas nos 3 casos, existem pontos que se 
diferenciam na palpação, percussão, inspeção e ausculta. 
(estão todas diminuídas: síndrome da ausculta negativa), 
diferenciando se o que está acontecendo é uma síndrome 
de atelectasia, derrame pleural ou pneumotórax. 
OBS: no caso da atelectasia, há uma obstrução do brônquio 
fonte. Gerando uma desareaçao do parênquima, fazendo 
com que o pulmão diminua seu tamanho na área em que os 
alvéolos colapsaram. A diminuição do parênquima faz com 
que haja um distanciamento e que o espaço existente na 
cavidade pleural aumente. A pressão no espaço pleural 
(normalmente negativa) acaba diminuindo mais ainda. A 
pleura é dividida em parietal (colada a parede torácica) e 
visceral (aderida ao pulmão). Com a diminuição na quantidade 
de parênquima, o espaço na cavidade fica aumentado. A 
atelectasia faz com que a pressão seja cada vez mais 
negativa e a cavidade pleural não está preenchida por líquido 
ou ar, se torna uma cavidade virtual, porém com mais 
espaço. O que a preenchia (parênquima) é retirado criando 
uma pressão mais negativa na pleura. 
 
 
O hemitórax quando acometido diminui seu tamanho, se 
tornando assimétrico. Perde boa parte de sua expansibilidade 
por conta do vácuo que fica ali devido à pressão mais 
negativa. O fato de o pulmão não estar sendo aerado tmb 
diminui a expansibilidade. Frêmito toracovocal tmb diminuído 
na maior parte dos casos, porém em casos específicos, 
como atelectasias de lobo superior do pulmão direito, frêmito 
pode aumentar. percussão gera um som maciço ou 
submaciço, dependendo do grau de atelectasia. A ausculta 
normalmente estará abolida, ou muito reduzida, já que o 
pulmão não está sendo aerado devido à obstrução do 
brônquio. Traqueia e as estruturas do mediastino serão 
mobilizadas em direção ao lado doente, porque está com a 
pressão mais negativa naquela região e as estruturas são 
tracionadas para esse lado. Como o pulmão saudável tmb é 
a única estrutura se expandindo normalmente, ela acaba não 
tendo que competir na expansão, ajudando a empurrar 
estruturas para o lado doente. 
 
Num derrame pleural, o líquido está acumulado entre pulmão 
e pleura. O acúmulo de líquido gera um afastamento da 
parede torácica onde a cavidade pleurítica é preenchida por 
líquidos. A pressão se torna cada vez mais positiva gerando 
diferenças entre os 2 lados. As estruturas acabam se 
desviando para o lada saudável. Geralmente quando há uma 
assimetria na inspeção, há um abaulamento no hemitórax 
acometido. A expansibilidade diminuída por causa do líquido 
no parênquima pulmonar, frêmito toracovocal estará 
reduzido ou ausente, já que entre o pulmão e a parede 
torácica há uma camada de líquido, que “amortece” a 
passagem do som, diminuindo a vibração e a passagem das 
ondas sonoras. A percussão gera um som maciço, uma vez 
que se perde o ar do pulmão para o líquido. Ausculta abolida 
pois um pulmão expandindo menos e uma camada de 
líquido em volta diminui ou ausenta o som de murmúrios 
vesiculares. 
 
No pneumotórax, tudo acontece de forma semelhante ao 
derrame pleural, exceto pela percussão. Na percussão 
no pneumotórax, como a cavidade cheia de ar, o som 
gerado será hiper timpânico/hiper ressonante. O desvio das 
estruturas será contralateral (para o lado sadio). A ausculta 
será abolida. Há abaulamento do tórax, expansibilidade 
diminuída, frêmito toracovocal abolido ou diminuído. 
Atelectasia 
Perda de volume pulmonar pois há retirada de ar sem 
reposição completa. Pulmão reduz de tamanho e afasta-se 
da caixa torácica. Ela pode ser total (acomete todo o 
pulmão) ou parcial. As parciais podem ser de 2 tipos. Há uma 
hiperventilação que pode estar associada a diminuição da 
produção se surfactante, o qual é prod. nos alvéolos. 
 
2 Ana Carolina De Alvarez MED103 
• Microatelectasia: uma diminuição do espaço alveolar, 
onde os alvéolos se colabam gradativamente devido à 
falta da quantidade adequada de surfactante. É global, 
todos os alvéolos (principalmente os periféricos) vão 
perdendo volume, porque se está ventilando menos 
devido à diminuição de surfactante, reduz a tensão 
superficial do alvéolo, e ele colaba. 
• Atelectasia laminar: regionais, e geralmente estão nas 
bases pulmonares. Ao exame radiológico, se formam 
lâmina densas, faixas, de parênquima pulmonar mais 
espesso e mais visíveis ao raio-X. 
As principais causas de atelectasia são: 
 
 
Obstrução de um brônquio: pode fazer uma atelectasia lobar, 
diminuindo o tamanho/parênquima desse lobo. Se fosse uma 
obstrução no brônquio fonte, todo o pulmão perderia 
volume porque não estaria sendo aerado. O que não é 
aerado perde volume, e essa perda de volume chama-se 
atelectasia. 
Hipoventilação: diminuição na aeração dos alvéolos, 
principalmente de bases pulmonares, de algum lado da 
periferia e segmentos médios e, por último, o segmento 
apical. Um menor volume corrente faz com que ventile 
menos os alvéolos, preenchendo menos eles com volume 
(que está menor), gerando uma diminuição do volume 
pulmonar. 
Ex: paciente pós acidente automobilístico com fratura de 
costelas. Ao respirar gera dor já que na inspiração o gradil 
costal fraturado se movimenta. O mecanismo encontrado 
pelo paciente para diminuir a dor, é respirar menos com 
volume menor e mais superficialmente não movimentando 
tanto o tórax. 
Adesão: um quadro infeccioso, ou um câncer de pulmão 
onde foi feito uma radioterapia. Essa determinada área foi 
queimada ou destruída pela infecção (tuberculose, por 
exemplo), e será substituída por um tecido de cicatrização. 
Esse tecido não é alvéolo e não será mais aerado, e haverá 
então uma perda de volume pulmonar, gerando uma 
atelectasia não-obstrutiva (não houve uma obstrução de via 
aérea para que aquele pulmão perdesse volume), mas 
simplesmente houve uma substituição de alvéolo por tecido 
fibroso (cicatriz). 
 
OBS: num traumatismo craniano, a perda de consciência ou 
acometimento de núcleos de base é controlado o centro de 
respiração. Pode assim ocorrer hiperventilação ou sua 
ausência completa gerando atelectasia. 
Num paciente entubado, com objetivo de proteger as vias 
aéreas, um médico ao calcular o volume 
corrente dele se equivocou e colocou um volume menor, 
terá também uma atelectasia. 
Intubação seletiva tmb pode gerar atelectasia. Na hora da 
intubação se o tubo for fundo demais em vez de ficar na 
traqueia, ele desce para o brônquio fonte tornando seletivo. 
Quando vai para um brônquio fonte coloca o paciente em 
ventilação e não vai ventilar o outro pois joga ar somente 
para um pulmão. O que não recebe, irá colapsar. 
 
Na atelectasia, há retração do parênquima pulmonar, dos 
folhetos das pleuras. A partir do momento em que se 
trata a atelectasia, o pulmão se expande novamente e o 
folheto volta a ter contato normalmente,porque a cavidade 
em si está íntegra e saudável, e apenas se afastou porque o 
pulmão perdeu parênquima. 
Exemplo de atelectasia com radiografia: 
Atelectasia de lobo superior, ou seja, alguma coisa causou a 
obstrução do brônquio secundário que viria para esse lobo. 
Nesses casos, tem-se que pensar, entre outras coisas, em 
câncer. 
 
Tipos de Atelectasia 
Atelectasia Brônquica Central 
Pode ser uma broncoaspiração, um tumor broncogênico 
que cresceu no brônquio fonte, ou seja, houve uma 
obstrução de um brônquio e o pulmão inteiro deixou de ser 
aerado, se atelectasiando. 
 Clinicamente, encontra-se: 
• Queixa de dispneia habitual. 
• Hemitórax retraído do lado comprometido. 
• Frêmito toracovocal reduzido ou, habitualmente 
abolido. 
• Ausculta completamente abolida, porque esse pulmão 
não está sendo ventilado. 
• Percussão com som maciço, porque deixou-se de ter 
parênquima pulmonar aerado. 
• Desvio inspiratório do mediastino/traqueia para o lado 
doente, para o lado onde há a retração do hemitórax. 
Atelectasia Brônquica Central 
Há um mecanismo obstrutivo. 
Ex: Bronquiectasias. Acontecem no bronquíolo, os brônquios 
se obstruem, causando a atelectasia obstrutiva periférica. 
 Essa atelectasia tem comportamento diferente dos demais 
tipos. Os alvéolos que estão no entorno da região obstruída 
e estão sendo ventilados perfeitamente, têm comunicações 
colaterais entre eles e a área que não está sendo bem 
ventilada, o que permite com que esses alvéolos se 
mantenham parcialmente ventilados. Essa ventilação 
 
3 Ana Carolina De Alvarez MED103 
colateral acontece por conta dos poros de Kohn, que são 
comunicações que existem entre alvéolos adjacentes. Com 
isso, essa atelectasia sofre uma redução menor na perda 
dos alvéolos, ou seja, a perda do volume pulmonar é 
menor. 
Clinicamente, encontra-se: 
• Retração do hemitórax acometido. 
• Na ausculta, há um som bronquial aumentado 
(também ocorre nas demais atelectasias), e 
crepitações inspiratórias e expiratórias mais finas. 
Podem ocorrer porque, em uma bronquiectasia os 
bronquíolos terminais se fecham, e alguns grupos de 
alvéolos deixam de ser aerados normalmente pela via 
desses bronquíolos, passando a receber uma aeração 
colateral pelos poros de Kohn; quando isso acontece, 
esses alvéolos se fecham, já que não estão sendo 
ventilados, mas eventualmente chega ar neles e eles 
abrem, o que pode gerar as crepitações. 
• Habitualmente, o murmúrio vesicular está ausente ou 
diminuído, e ele pode ser acompanhado de crepitações. 
OBS: a crepitação é a reareação do alvéolo que está cheio 
de secreção, como na síndrome de consolidação pulmonar, 
gerando um tipo de microestalido. Na bronquiectasia, pode 
ocorrer um quadro em que se tem um padrão misto, em 
que também há condensação devido à dificuldade de 
mobilização da secreção que se acumula. Se ocorrer a 
condensação, as crepitações passam a ser mais 
grosseiras. 
Atelectasia Não Obstrutiva ou Fibroatelectasia 
Não há obstrução. Há diminuição do volume pulmonar pela 
substituição do parênquima saudável por tecido de 
cicatrização. 
Algumas doenças, como as doenças granulomatosas, 
sarcoidose, tuberculose, destroem o parênquima pulmonar 
no lobo acometido, e essa destruição, após a resolução do 
quadro infeccioso, vai ser cicatrizada. A cicatrização faz 
com que haja substituição do parênquima pulmonar que foi 
destruído por tecido de cicatrização, que não é aerado, 
que tem volume muito menor e não possui alvéolos. 
Tomografia. 
Nota-se que há uma redução do parênquima pulmonar 
(perda volumétrica), e há uma faixa fibrosa, que mostra a 
substituição do parênquima por tecido de cicatrização. 
 
Clinicamente, encontra-se: 
• Hemitórax assimétrico, retraído no lado acometido. 
retração não precisa ser completa. 
• Som bronquial, muitas vezes fica mais claro na região 
interescapulovertebral. Pode haver crepitações graves 
na inspiração e expiração, devido aos alvéolos 
remanescentes presentes na área fibrosa. 
• Percussão com som maciço ou submaciço, dependendo 
da quantidade de tecido fibroso presente. 
• Ausculta vai estar comprometida, diminuída ou ausente. 
Pode estar acompanhada das crepitações nos casos em 
que se tem associação com síndromes consolidativas ou 
com a aeração de alvéolos que adentram na fibrose. 
 
Derrame Pleural 
Fisiologia da cavidade pleural e a 
fisiopatologia 
Entre a pleura visceral e parietal, há um espaço chamado de 
cavidade virtual, normalmente chamado de cavidade pleural. 
Nela há 5 Ml de líquido pleural que serve para lubrificar 
pleuras e reduzir os atritos. 
Há um fluxo constante entre prod. de líquido pleural e sua 
absorção. Quando há uma doença que altere o nível de 
produção e absorção diminuída da linfa por condições que 
impacte uma das frentes, tem se acúmulo de líquido 
recebendo o nome de derrame pleural. Varia de pequenos 
volumes em Ml até entre 1 litro e meio. 
Nessas condições, tem-se ou o aumento na produção do 
líquido, ou o comprometimento da drenagem linfática, 
porque a todo momento está sendo produzido e a todo 
momento está sendo drenado. 
 
 
Em condições normais, existem 2 forças dentro dos vasos 
pulmonares. As pressões hidrostáticas e coloidosmotica 
realizam pressões para manter o líquido intravascular e a 
outra força ele para o lado de fora, se equalizando e 
gerando um fluxo que forma o líquido pleural. 
 Quando há um aumento na pressão hidrostática ou 
diminuição na pressão osmótica coloidal, vai acontecer o 
extravasamento de líquido para esse espaço perivascular e 
consequentemente para o espaço pleural. Quando há apenas 
acúmulo líquido chamamos de derrame por transudato onde 
tem-se o líquido, mas não tem proteína e resposta 
inflamatória associada. 
 Exsudato, independente da pressão hidrostática ou da 
coloidosmótica, o que acontece é uma reação inflamatória 
associada normalmente à pleura. Esse acometimento faz 
com que se tenha a liberação de citosinas inflamatórias, 
aumentando a permeabilidade endotelial, que faz com que se 
tenha um extravasamento de líquido e das proteínas 
plasmáticas para o espaço pleural. Se tiver uma bactéria, 
podem tmb estarem presentes células de resposta 
inflamatória e pus. Quando há líquido e ptns vazando, há uma 
resposta inflamatória ou infecciosa acontecendo na pleura 
indicando uma síndrome de derrame pleural. 
 
4 Ana Carolina De Alvarez MED103 
Dentro da síndrome de derrame pleural, há diversas doenças 
que podem estar causando isso. São agrupadas de acordo 
com as características do líquido, em doenças que produzem 
transudato e doenças que produzem exsudato. Dessa forma, 
chega-se mais próximo da etiologia da doença, do 
diagnóstico e tratamento. 
Transudato: o efeito vai ser dado por doenças 
crônicas/sistêmicas. As 3 causas mais comuns são a 
insuficiência cardíaca congestiva (aumenta a pressão capilar 
pulmonar, a pressão hidrostática), a cirrose hepática 
(hipoproteinemia e hipoalbuminemia), e síndrome nefrótica. 
Nesses casos aumentou a pressão hidrostática, ou diminuiu a 
pressão coloidosmótica, tendo um aumento do 
extravasamento perivascular, para o espaço pleural, gerando 
o derrame pleural. Quando esse líquido é pulsionado para 
análise, não há o acúmulo de proteínas, não há resposta 
inflamatória infecciosa associada, levando a um determinado 
grupo de possíveis doenças. Quando o líquido tem 
características de exsudato, pensa-se em outro grupo de 
doenças completamente diferente. 
Exsudato: dado por infecção ou inflamação, doenças que 
acometem a pleura, ou seja, infecções pulmonares 
(pneumonias), neoplasias metastáticas que invadem o espaço 
pleural (a de mama é muito frequente), embolia pulmonar, 
lúpus. Há uma resposta infamatória intensa, que está 
acometendo a pleura e tem-se a formação de um exsudato. 
 
Critérios De Light 
são os critérios para definir se é um transudato ou um 
exsudato. Todas essas dosagens definem o líquido como um 
exsudato. 
- Ptn pleural / ptn plasma > 0,5 
- Ptn pleural > 3,0 g/dL 
- LDH pleural / LDHplasma > 0,6 
- LDH pleural > 200 UI/L 
- Albumina sérica / albumina derrame < 1,2 g/dL 
 
OBS: Em casos em que se tem transudato, os dois lados são 
acometidos por igual, porque o problema está na gênese, 
que é bilateral. 
Quando se tem um exsudato, também pode ser bilateral, 
mas mais frequentemente tem-se ele unilateral. Somente na 
cirrose que se poderia ter um transudato unilateral, porque o 
mecanismo é diferente. Há líquido ascitico, que consegue 
subir pelo hiato diafragmático e fazer um derrame pleural à 
direita. 
Clínica: A Síndrome de Derrame Pleural 
• Histórico de dispneia de intensidades variáveis, 
proporcional a quantidade de derrame e a gravidade da 
doença. 
• Dor pleurítica, acompanhada na ausculta de um atrito 
pleural, que caracteriza um pensamento para exsudato. 
tem-se que ter doença pleural para ter o atrito pleural e 
para dar a dor pleurítica. 
• Pode ser acompanhada de tosse, com expectoração ou 
não. Se houver ambos, pensa-se em doenças do 
parênquima pulmonar (pneumonia, neoplasias). 
• Expansibilidade torácica e motilidade diminuídas no lado 
acometido. Como há líquido no espaço, há uma redução 
do parênquima pulmonar por compressão. 
• Abaulamento do hemitórax acometido devido ao volume 
(“peso”) do líquido no espaço pleural. 
• Percussão com som maciço, porque se percute na área 
em que há o derrame. A macicez vai ser proporcional a 
quantidade de derrame. 
Frêmito toracovocal abolido, juntamente com o 
murmúrio vesicular também diminuído ou abolido 
(principalmente na região de derrame pleural mais 
volumoso), porque há líquido. Então, não só se afasta o 
pulmão do gradil costal, como também se interpõe um 
meio líquido, que “abafa” o frêmito, da mesma forma 
que na ausculta (ausente). 
• Ausculta abolida. 
OBS: Se há uma pleurite, tem-se dor torácica. É uma dor do 
tipo pleurítica (ventilatório-dependente, localizada), que pode 
ser acompanhada por outros sinais inflamatórios, sendo a 
febre bastante frequente. Na ausculta, no caso de exsudato, 
há atrito pleural, porque a pleura está inflamada e a qualidade 
do líquido pleural foi alterada. 
 O que se vê na atelectasia é que há uma redução do 
hemitórax acometido, expansibilidade reduzida e no derrame 
pleural, também há uma expansibilidade reduzida, mas há a 
tendência de ter a caixa torácica com abaulamento, e não 
retração, pois tem-se o líquido e uma alteração da pressão 
pleural por uma pressão positiva. Também tem dispneia, 
expansibilidade reduzida, frêmito toracovocal reduzido 
(aumentado na atelectasia se for do lobo superior direito) ou 
abolido. Na atelectasia, a traqueia está desviada para o lado 
doente, porque a pressão pleural está negativa (puxando), 
enquanto no derrame pleural, a traqueia está desviada para o 
lado sadio, porque a pressão pleural está positiva 
(empurrando). 
 A atelectasia tem um frêmito toracovocal aumentado no 
lobo superior direito e isso ocorre pq ele reduz de tamanho 
se tornando mais maciço e transmitindo maior frêmito. Não 
se afasta muito da caixa torácica fazendo com que seja 
perceptível o frêmito aumentado. 
Pneumotórax 
É o espaço que contêm ar entre o pulmão e caixa torácica. 
É clinicamente semelhante ao derrame pleural, se 
diferenciando pela percussão (que possui um som hiper-
ressonante/ hiper-timpânico/ timpanismo) 
história clínica do derrame pleural: 
 No derrame pleural, o acúmulo de líquido normalmente 
vem acompanhado de uma história clínica crônica, 
onde há a inflamação na pleura em um histórico de 
semanas, em que vai se acumulando líquido até fazer um 
derrame pleural. 
 
5 Ana Carolina De Alvarez MED103 
 No pneumotórax, o caso é agudo. Normalmente, depende 
da intensidade de formação e tem-se de minutos a horas e 
no máximo um dia. Isso porque o ar, com o extravasamento 
a partir do parênquima, vai tendo um extravasamento 
cumulativo e progressivo, e a dispneia se instala de forma 
muito rápida. 
Tomografia em corte transversal, de visão a partir dos pés. 
 
 O pulmão esquerdo se encontra colabado, porque há um 
pneumotórax determinando o desvio do mediastino. O ictus 
cardíaco, que estaria no espaço hemiclavicular habitualmente, 
está desviado em direção ao lado saudável. 
Tem uma deformidade no tórax, que está acontecendo no 
tecido subcutâneo. A caixa torácica se encontra quase 
simétrica, mas quando se olha o tórax, tem uma leve 
assimetria. 
A região escurecida que está em volta do paciente no 
subcutâneo na parte muscular é ar (enfisema subcutâneo). 
Esse pneumotórax gerou tanta pressão que conseguiu achar 
um caminho para essa região dos músculos e está infiltrando 
todos esses tecidos. Quando esse tórax é drenado, ele 
murcha, voltando a ficar simétrico. 
 
Na parte preta temos um pneumotórax com pulmão restrito 
apenas naquela área. É um pneumotórax de grande volume, 
porém não há enfisema subcutâneo. Cavidade pleural está 
hermética, e com todo o conteúdo dentro da câmara direita. 
 É importante realizar sempre o exame físico checando 
expansibilidade e percussão, diferenciando as síndromes e 
chegando ao diagnostico e tratamento adequado. 
Origens do pneumotórax 
Traumática 
Visualizada em pacientes que sofreram traumas, tabagistas 
que tem casos espontâneos ou pacientes que sofreram 
ferimentos por arma branca, como facas. Essas condições 
levam ao rompimento do parênquima fazendo com que o ar 
inspirado extravase por onde há uma ruptura, acumulando 
no espaço pleural, determinando um colabamento daquele 
pulmão. 
 A história clínica desse caso é aguda, em que o paciente 
tem uma dor pleural súbita sempre com dispneia 
acompanhando, e se diferenciando do derrame pleural 
apenas pela percussão. 
 Origem traumática, alguma coisa furou o pulmão, lacerou 
por colisão ou agressão física, punção para um acesso 
venoso equivocado em que se perfura a pleura etc. 
Espontânea 
 Geralmente acomete pacientes do sexo masculino, jovens, 
magros e longilíneos. 
 História clínica aguda e de curta duração. 
 Num pneumotórax agudo o paciente apresenta bolhas na 
superfície do pulmão, que se comunicam com os alvéolos, e 
algumas dessas bolhas se rompem. Quando se rompem, o ar 
que é inspirado passa pelos alvéolos e vaza para o espaço 
pleural. Essas bolhas podem se romper a qualquer momento 
com ou sem esforço, porém acontece normalmente após 
aumento da pressão torácica. 
 O tabagismo é um fator de risco pois pode causar DPOC, 
que é uma causa das bolhas subpleurais. 
 O pneumotórax pode ser primário, tem as bolhas por uma 
má formação no parênquima, e pode ser secundário, por 
doenças obstrutivas (DPOC e asma) onde há obstrução das 
vias aéreas inferiores distais gerando a hiperinsuflação do 
pulmão e predispondo o aparecimento das bolhas. 
 Quanto mais bolhas subpleurais, maior é a chance de 
desenvolver um pneumotórax espontâneo. 
Pneumotórax Hipertensivo 
 Um pneumotórax que pode ser espontâneo, traumático, 
secundário a uma doença, (como uma pneumonia 
Necrotizante, e tumores. Ele tem um comportamento 
diferente da maioria. Tem uma cavidade pleural hemetica e 
extravasa ar pelo pulmão gerando um mecanismo de válvula 
que pode surgir por ex, uma bolha subpleural. 
 Quando há uma bolha no pulmão ela pode se romper. 
Quando isso acontece, ao inspirar o ar passa pelo espaço 
pleural, porém na expiração não fica aberto. 
 Em um pneumotórax traumático, quando se inspira, o ar 
entra pelas vias aéreas, passa pela lesão e ocupa o espaço 
pleural. Quando se expira, parte do ar volta pela via 
respiratória, porque há uma comunicação natural. No 
pneumotórax hipertensivo, o ar inspirado passa pela lesão, 
vai para o espaço pleural e, na expiração, a própria bolha 
fecha a lesão, não permitindo a saída do ar, aumentando a 
pressão no espaço pleural e de forma muito grande. 
 É necessário reconhecer esse pneumotórax agudamente, 
porque se tem apenas minutos para revertê-lo. Quando se 
diagnostica esse caso, faz-se uma drenagem que é uma 
punção por agulha de grosso calibre no 5o espaço 
intercostalna linha axilar anterior, e o padrão respiratório do 
paciente muda em segundos. 
Clinicamente, observamos: 
• Paciente com uma história aguda, envolvendo trauma ou 
não. 
• Dispneia intensa, de início súbito. 
• Taquicardia. 
• Sudorese. 
• Cianose 
 
6 Ana Carolina De Alvarez MED103 
• Traqueia e demais estruturas mediastinais desviadas para 
o lado saudável. 
• Hemitórax abaulado. 
• Frêmito toracovocal abolido. É difícil fazer o frêmito, pois 
a dispneia do paciente é muito forte e o paciente se 
torna pouco colaborativo. 
• Percussão com som hiper-ressonante/timpanismo. 
• Ausculta abolida. 
 
É uma urgência médica onde a vida do paciente vai ser salva 
pela introdução da agulha de grosso calibre no 5o espaço 
intercostal. 
 O pneumotórax hipertensivo é sempre associado a uma 
emergência. Houve um trauma, ou o paciente foi intubado e 
estava acoplado a um ventilador mecânico e essa ventilação 
sobre pressão positiva estourou uma bolha subpleural, 
manobras de reanimação cardiopulmonar. 
 
O diferencial entre as síndromes ocorre principalmente na 
percussão e no desvio da traqueia, já que são síndromes de 
ausculta negativa. 
Atelectasia: percussão maciça na região da atelectasia. Desvio 
da traqueia para o lado doente. 
Derrame pleural: percussão maciça na região em que há 
líquido. Desvio da traqueia para o lado saudável. 
Pneumotórax: percussão hiper-ressonante na região em que 
há ar na pleura. Desvio da traqueia para o lado saudável.

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