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Estude Direito PRISÃO EM FLAGRANTE Prisão provisória (cautelar) Prisão pena Ocorre no curso da persecução penal (inquérito + processo). Não viola princípio da presunção de inocência – resguardar o bom andamento da persecução penal. Necessita cumprir requisitos. (1) Em flagrante; (2) Temporária; (3) Preventiva. Pressupõe o trânsito em julgado da sentença penal condenatória • PRISÃO EM FLAGRANTE: REGRA: CF/88, Art 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. CF/88, Art 5º,XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Controle judicial (mandado de prisão): analisa a legalidade Prisão temporária e preventiva – anterior a prisão. Prisão em flagrante – posterior a prisão. Conceito de flagrante: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; Flagrante próprio/real Flagrante impróprio Estude Direito *Prazo: 2h a 6h após o crime. *Existe prazo para iniciar a perseguição, mas sendo a perseguição ininterrupta, não há prazo limite para efetuar a prisão em flagrante delito. Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. § 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. *Prazo: 6h a 10h após o crime. *Não há perseguição ininterrupta, mas o encontra ocasionalmente, com instrumentos/situação, que torna o agente presumidamente autor do crime. Flagrante facultativo (povo) x flagrante obrigatório (autoridade policial, numa situação ordinária, quando estiver em serviço) Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Autoridade policial/ qualquer pessoa efetua a captura em flagrante do agente Agente é encaminhado para a delegacia e delegado homologa a prisão e lavra o Auto de Prisão em Flagrante (APF), caso identifique a existência de flagrante delito Flagrante presumido Estude Direito Classificação de crimes x situação flagrancial: Classificação dos crimes Situação flagrancial Crime formal: se consuma quando o agente pratica a conduta, mesmo que o resultado não se consume. NÃO (se for feita captura, não é feito o APF) Crime material: se consuma quando o resultado acontece. SIM Crime permanente: aquele cuja consumação se prolonga no tempo. Ex: extorsão mediante sequestro. SE O CRIME ESTIVER EM CURSO, SIM. Crime mera conduta: não tem resultado. Se consuma na conduta Ex: art. 150 CP. Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. *Crime continuado é regra de aplicação de pena e não uma das formas de classificação. Poderá ser aplicado a qualquer crime. • Lavratura do título prisional: Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, 1.ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à 2.oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao 3.interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se Ouvir condutor: qualquer pessoa Ouvir testemunhas e, em seguida, as vítimas (se houver) Ouvir investiado: direito ao silêncio. Presença advogado não é obrigatória Delegado decide pela lavratura do ADF (juízo de legalidade da captura) Nota de culpa: entregue ao preso documento com o motivo da prisão. prazo de 24h, sob pena de nulidade Estude Direito solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. *Se não houver pelo menos uma testemunha da infração, serão nomeadas 2 testemunhas de apresentação/fedatárias (não prestam declaração, mas dão fé ao ato lavrado). § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. *Testemunha de leitura/fedatárias § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. Comunicação da prisão: Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 24h para encaminhar ao juiz competente o ADF e o preso Juiz tem 24h para realizar audiência de custória (não analisa o mérito, mas faz o juízo de legalidade da prisão e da documenação relativa) Estude Direito § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: *os policiais da captura não precisam participar da audiência de custódia, pois não se analisa o mérito, mas a necessidade de se manter o investigado preso. I - relaxar a prisão ilegal; ou *problemas de legalidade (captura ou documentação). II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão(art. 319 e 320); ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. PROCESSO CAUTELAR E SENTENÇA PENAL Analisa a necessidade de manter o investigado preso. Estude Direito Procedimento Comum • DA INSTRUÇÃO CRIMINAL – REGRAS GERAIS Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: *identificação pela quantidade da pena *as causas de aumento interferem na adoção do rito. I - ORDINÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; MP recebe os autos do inquérito policial e poderá promover o arquivamento ou oferecer denúncia (prazo 5 dias com o réu preso e 15 dias se o réu estiver solto, regra geral). Se todas as condições estiverem presentes, o MP deverá oferecer a denúncia Juiz poderá rejeitar (cabe recurso em sentido estrito. Não faz coisa julgada material - pode ser oferecida nova denúncia contra mesmo fato e mesmo autor) ou receber (cabe HC, mas não cabe recurso. Juiz não precisa fundamentar o recebimento da denúncia). Após isso há a citação do acusado. Procedimentos Comum: caráter residual (o que não é especial) Ordinário = ou > 4 anos Sumário < 4 anos e > 2 anos Sumaríssimo Até 2 anosEspecial Estude Direito II - SUMÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - SUMARÍSSIMO, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei (até 2 anos). § 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial. § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: *denúncia oferecida pelo MP ou queixa oferecida pela vítima e poderá ser recebida ou rejeitada pelo juiz. I - for manifestamente inepta; *Denúncia genérica/criptoimputação - falta da imputação clara (quem, como, quando, onde e por quê?) *Possibilidade de mitigação – a jurisprudência dá uma relativizada no rigor da análise da imputação de alguns crimes, em razão de sua natureza. Ex: crimes societários, ambientais, tributário. *Fere o contraditório e a ampla defesa – dificulta a plena defesa, se não sabe quais fatos rebater. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias (imputação), a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. *A imputação é obrigatória, mas a qualificação do acusado não é, desde que seja possível a identificação física do sujeito (art. 259). Estude Direito II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou *falta de uma das condições da ação. Ex: representação. III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. *Lastro mínimo provatório – de autoria e materialidade do crime. É extraído da investigação (Inquérito, Comissão Parlamentar de Inquérito ou Processo Administrativo Disciplinar) – art. 30 da lei de Abuso de Autoridade. • DAS REGRAS DOS RITOS ORDINÁRIO E SUMÁRIO Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. *Decisão de recebimento da denúncia – não precisa ser fundamentada. *Citação válida do acusado – completa a formação do processo, trazendo o réu para a relação jurídico-processual Triangulação da citação jurídico processual: MP, AUTOR E RÉU. Ela é a exteriorização do princípio constitucional da ampla defesa, pois através dela o acusado toma conhecimento Sua ausência, gera nulidade no processo. Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. § 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital (citação ficta). Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Estude Direito Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. *A preferência será sempre pela citação pessoal do acusado por mandado. *Pressuposto da citação por edital (exceção) – estar em local incerto e não sabido (esgotou todas as tentativas de citação pessoal). Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. *A produção antecipada de provas (ex: depoimento das testemunhas de acusação) pode ser necessária para não prejudicar o andamento do processo, quando o acusado voltar. Isso deverá ser requerido e comprovada necessidade pelo MP (fundamento concreto). Súmula 455 STJ A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. *Presunção da citação por edital – réu não sabe da existência do processo *Prazo da suspensão: Processo penal: até encontrado o acusado. Curso prazo prescricional: 1ª orientação (clássica / julgados antigos) – até encontrar o acusado – qualquer crime pode se tornar imprescritível. 2ª orientação (prova / STJ) – tempo determinado, do art. 109 do CP, e depois volta a correr. súmula 415 STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. CP Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312. Estude Direito máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando- se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximoda pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. RÉU PRESO Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. Súmula 351 STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. *leitura contrário senso da súmula: Se o réu estiver preso em unidade de federação distinta da que o juiz exerce sua jurisdição, poderá ser feita citação por edital. MILITAR: citação pessoal. Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. SERVIDOR PÚBLICO: citação pessoal. Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. *Resposta tem conteúdo amplo – antes da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ), o juiz já tem conhecimento das informações trazidas pelo MP e pela defesa. Absolvição Sumária - Pode ser que o conteúdo da resposta oferecida pelo réu seja tão evidente pela absolvição que o juiz já o inocenta, desde a resposta da acusação. Estude Direito § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê- la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. *Resposta à acusação é obrigatória! Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: *julgamento antecipado da lide penal (antes da AIJ). I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. *Recurso da acusação: Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. *Raro ocorrer a absolvição sumária – por esse motivo, na prática, traz na resposta apenas o rol de testemunhas. Não informar a linha defensiva para acusação se preparar, com mais tempo. *se não apresentar o rol de testemunhas, preclui o direito. Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. § 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso (pai, mãe) e as referidas (testemunha x cita a testemunha y, que será ouvida, mesmo não estando no rol). § 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. *Obrigações da testemunha: comparecer + dizer a verdade - falso testemunho é crime. RITO DIAS ORDINÁRIO 8 SUMÁRIO 5 Estude Direito *Revelia: acusado deixará de ser comunicado dos atos, mas seu patrono sim. Na prática, não tem qualquer consequência. Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. *Citação por hora certa: ao perceber que o acusado está se ocultado para não ser citado, o oficial de justiça avisa a alguém da data e hora da citação. Caso o réu não apresente defesa ou constitua advogado, o processo prossegue (presunção de que o réu sabe do processo). Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. *Existem doutrinas que sugerem ser a citação por hora certa inconstitucional, pois existe a possibilidade do réu ser citado sem nem tomar ciência do processo e, por isso, violaria o princípio do contraditório e ampla defesa. Por outro lado, o STF manteve o entendimento de ser constitucional. (não sendo caso de absolvição sumária) Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. *Equívoco do legislador: A denúncia ou queixa foi recebida no art 396 e não há contraditório prévio. Recebimento da denúncia >> Citação do acusado >> Resposta à acusação >> Juiz designa audiência Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de 1. declarações do ofendido, à 2. inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos 3.esclarecimentos dos peritos, às 4. acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o 5.acusado. * No caso concreto, poderá ser ouvida as testemunhas de defesa primeiro, desde que não haja prejuízo à defesa (será aceito pelo seu RITO DIAS ORDINÁRIO 60 SUMÁRIO 30 Estude Direito patrono). A violação prejudicial ao réu dessa ordem poderá causar a nulidade absoluta. *As testemunhas são ouvidas pelo sistema de inquirição direta – as partes perguntam diretamente (atuação do juiz é complementar). Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. * Perito criminal (isento, trabalha no inquérito policial) – polícia judiciária civil ou federal – poderão as partes indicar assistente técnico (qualquer perito – parcial – trabalha no processo, em cima do laudo pericial, na tentativa de desacreditar as informações alegadas, trazendo uma outra versão dos fatos alegados – pluralizar o contraditório). Art. 159. § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. Art 159 § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar. *O interrogatório do acusado é o ato que encerra a AIJ. Ele já tem conhecimento de tudo que aconteceu, o que facilita a sua defesa. Art. 399 § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. *Princípio da Identidade Física do Juiz: O juiz que presidiu a sessão será o mesmo que irá prolatar a sentença. A regra é que a audiência seja una. Esse princípio não é absoluto, pois existem exceções excepcionais elencadas no CPC/15 (morte, promoção, etc) que o mitigam. • DO TRIBUNAL DO JURI CF/88 Art XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; Estude Direito b) o sigilo das votações; c) a soberaniados veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Natureza jurídica: DIREITO E GARANTIA FUNDAMENTAIS – direito de, caso cometa um crime doloso contra à vida, ser processado e julgado pelos membros da sociedade ao qual ele convive. Princípios constitucionais do tribunal do júri: 1. Plenitude da defesa: a doutrina majoritária sustenta que esse princípio é mais abrangente que o princípio da ampla defesa, pois disponibiliza maiores recursos e meios defensivos para seu exercício. Reflexos da plenitude da defesa: a- Liberdade de argumentação – no tribunal do júri, a defesa possui uma liberdade de argumentação muito mais contundente. Dessa forma, é possível que ela pouco discuta aspectos relacionados a doutrina, a jurisprudência ou mesmo em relação as provas contidas no processo. É possível que ela explore a situação pessoal do réu, de sua família, do sistema carcerário brasileiro. A ideia é convencer/comover os jurados com fatos diversos ao processo. OBS: essa liberdade de argumentação, apesar de ampla, não é absoluta, estando limitado no art. 478, do CPP. b- Art. 497, do CPP – estabelece que o juiz, presidente do júri, deverá dissolver o conselho de sentença (jurados) quando identificar que a defesa técnica do advogado do acusado está comprometendo sua defesa. Tal medida, declara o réu indefeso e anula o julgamento para evitar que termine. 2. Sigilo das votações: esse princípio pretende dar aos jurados liberdade de consciência para que tenham a liberdade de votar em que realmente acreditam. Reflexos do sigilo das votações: a- Jurado julga pelo sistema da intima convicção: o jurado não precisa motivar, diferente das decisões judiciais, regra geral, que se orientam pelo princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado. b- Jurados não podem conversar sobre o julgamento entre si e deverão manifestar o voto sozinhos, sob pena de invalidação do conselho. Estude Direito Art. 466. § 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste Código. § 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça c- Sala especial: local em que os jurados se dirigem para realizar a votação. Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. *O réu não estará na sala, apenas seu patrono. Entretanto, se o réu estiver se autodefendendo, o juiz nomeia defensor ad hoc (para este ato). 3. Soberania dos vereditos: reflete a impossibilidade de os juízos togados se substituírem aos julgados na decisão da causa. *da decisão do júri, cabe apelação, o qual não ofenderá o princípio da soberania dos vereditos (art. 593, III, d). Caso o tribunal dê provimento ao recurso, não há a reforma da decisão, mas sim determinar que um novo júri seja realizado. 4. Competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida: Homicídio (tentado ou consumado); induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio, aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento *Latrocínio não é julgado pelo tribunal do júri – bem jurídico protegido é o patrimônio. *É possível que lei infraconstitucional ampliar a competência do júri, o que não pode é abolir. JÚRI = DOLOSOS CONTRA A VIDA + CONEXOS, exceto se tiver foro por prerrogativa de função. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri. Ex: Juiz contrata pistoleiro para matar alguém. O juiz responde pela competência do foro e o pistoleiro responde pelo júri, pois é um direito fundamental. Estude Direito Procedimentos do tribunal do júri: o júri possui um procedimento bifásico (escalonado) e que deve ser observado nos crimes dolosos contra a vida e, se for o caso, nos crimes conexos. A primeira fase desse procedimento destina-se ao juízo de admissibilidade da acusação. Tem seu início com o oferecimento da denúncia e termina, em regra, com a prolação da decisão de pronúncia. *Ministério Público: ao oferecer denúncia o MP não pede a condenação do acusado, mas arrola até 8 testemunhas e requerer a pronunciação do acusado. *Juiz: Oferecida a denúncia, caberá ao juiz recebê-la ou rejeitá-la (art. 406, CPP). A rejeição da denúncia se dá com os mesmos fundamentos do art. 395, do CPP, sendo que não faz coisa julgada material (poderá ser oferecida nova denúncia após a rejeição). Da rejeição caberá recurso em sentido estrito (art. 501, I, CPP). *Da citação: Caso aceite a denúncia, citará o acusado para apresentar resposta em 10 dias (art. 406, CPP). Se ele for citado pessoalmente ou por hora certa e não apresentar defesa, o juiz nomeia defensor dativo para representá-lo (art. 408, CPP) – a resposta à acusação é obrigatória. Todavia, se for feita citação por edital e o acusado não apresentar defesa, aplica-se o art. 366, CPP (suspenso o curso do prazo prescricional). Se a resposta trazida pelo réu juntar documentos, ou suscitar preliminares, sob eles deverá se manifestar o Ministério Público (art. 409, CPP). Diferentemente do que ocorre nos procedimentos ordinário e sumário, em que a lei não prevê a oitiva do MP para se manifestar nos autos (abre vista). Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. *Absolvição sumária: As hipóteses de absolvição sumária (art. 397, CPP) aplicam-se nesta fase do júri, ou seja, o juiz após recebimento da resposta à acusação poderá absolver sumariamente o réu. Primeira fase Juízo de admissibilidade Do oferecimento da denúncia até prolação da pronúncia Segunda fase Julgamento de mérito Da preclusão da pronúncia até sentença condenatória Estude Direito Depois de encerrada a fase de instrução e debate, na audiência prevista no art. 411, CPP, ingressasse na fase de pronúncia. Nesta fase, o juiz togado poderá proferir uma das seguintes decisões: 1- Pronunciar o réu (art. 413, CPP); 2- Impronunciar o réu (art. 414, CPP); 3- Absolvê-lo sumariamente (art. 415, CPP); ≠ Absolvição sumária (art. 397, CPP) – prolatada logo após o juiz receber a resposta de acusação (julgamento antecipado da lide penal) 4- Desclassificar o crime para outro delito de competência do juiz singular. Nesse momento processual (fase da pronúncia), vigora o princípio do in dubio pro societate, ou seja, quando houver dúvida da pronúncia, ele será pronunciado. *Prazo da 1ª fase: a contar da prisão em flagrante ou preventiva. A extrapolação do prazo gera constrangimento ilegal, sanado por HC. Se ele estiver solto, não há problemas, caso haja extrapolação. Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. 1.Pronúncia: tecnicamente não se trata de uma sentença porque não há o julgamento do mérito. De acordo com a doutrina, ela possui natureza jurídica de decisão interlocutória mista não terminativa. Ela declara admissível a acusação, submetendo o réu a julgamento do Oferecimento da denúncia pelo MP: 8 testemunhas + pedido de prolação do acusado Juiz rejeita ou aceita. Aceitando, cita o acusado para apresentar resposta: dependendo do conteúdo poderá ser dado vista ao MP *absolvição sumária art. 397 Audiência de Instrução e Debate: ouve ofendido, testemunhas da denúncia, testemunhasde defesa,peritos prestam esclarecimentos, reconhecimento de pessoas e coisas, interrogar o acusado. Juiz profere uma das cinco decisões possíveis. Estude Direito Tribunal do Júri. Da pronúncia cabe recurso em sentido estrito (art. 581, IV). A pronúncia admite e delimita a acusação: MP não pode acusar além da pronúncia. Pressupostos da pronúncia: para o juiz, ao final da primeira fase, declarar admissível a acusação. 1- Prova sobre a existência do crime - efetiva comprovação da materialidade do fato criminoso. Feito através exame de corpo de delito (conjunto de vestígios sensíveis deixados pela infração penal, perpetuando a materialidade do fato criminoso). Se os vestígios desapareceram, qualquer prova lícita poderá suprir-lhe a falta (art. 167, CPP); 2- Indícios suficientes de autoria ou de participação do agente no fato criminoso Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. Caso um desses requisitos não se façam presente, o réu deverá ser impronunciado. Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. Ex: Não há dúvidas sobre a existência do crime (materialidade), mas há dúvidas quanto a autoria do réu, se foi doloso ou culposo – pronúncia. A decisão de pronúncia deve ser fundamentada, sob pena de nulidade absoluta da decisão, em razão do art. 93, IX, da CF/88 (princípio da fundamentação das decisões judiciais). Art 413 § 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. Não será permitido ao juiz da pronúncia fazer referência ao elencar circunstâncias agravantes e atenuantes, nem fazer alusão a concurso material/formal ou a continuidade delitiva. Esses são temas próprios de aplicação de pena, a serem vistos na segunda fase, pelo juiz presidente, após julgamento pelo júri. Estude Direito Pela lei, também não é permitido ao juiz se pronunciar sobre causa especial de diminuição de pena. Lei de Introdução as Normas de Processo Penal Art. 7º O juiz da pronúncia, ao classificar o crime, consumado ou tentado, não poderá reconhecer a existência de causa especial de diminuição da pena. O excesso de fundamentação também pode sofrer nulidade absoluta. A ideia é garantir a imparcialidade do juiz perante os jurados, responsáveis pelo julgamento do réu. Art. 472 Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado. (fase de julgamento pelo júri). Efeitos da decisão de pronúncia: 1- Submeter o réu a julgamento perante o júri; 2- Interromper a prescrição (art. 117, CP); 3- Decretar, manter ou revogar a prisão preventiva, sempre observando os requisitos do art. 312, CPP; Art. 413, § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. * Despronuncia: impronúncia em grau de recurso. 2.Impronúncia (art. 414, CPP): juiz declara inadmissível a acusação, extinguindo o processo sem análise do mérito. O réu será impronunciado quando: 1- Não houver provas sobre a existência material do fato criminoso; 2- Inexistirem nos autos indícios suficientes de autoria (art. 414, CPP). A natureza jurídica da impronúncia é de sentença terminativa. Ela produz apenas os efeitos da coisa julgada formal. Poderá ser promovida Estude Direito novo processo penal condenatório contra aquele mesmo sujeito, sob o mesmo fato, se surgir novas provas. Ela não decide sobre o mérito, apenas sobre a inadmissibilidade da acusação. Art 414 Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova (materialmente nova). Existem duas espécies de provas novas: formalmente novas (não alteram o quadro probatório anterior, que ensejou a decisão de impronúncia. Não é possível novo processo) ou materialmente novas (prova que altera o quadro probatório anterior, que ensejou a decisão de impronúncia). A natureza jurídica da exigência de novas provas para instauração de novo processo penal é de condição de procedibilidade da ação penal. Nos autos da nova ação penal deverá juntar o processo anterior porque é necessário demonstrar ao juiz a existência de prova nova. Enquanto não houver a prescrição do crime, o réu fica suscetível a novo processo. Contra a decisão de impronúncia cabe apelação. Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. 3.Absolvição sumária: sentença de mérito dada ao final da primeira fase. Essa decisão produz os efeitos da coisa julgada material. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; (crime não aconteceu) II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (negativa de autoria) III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Inexistência do fato – absolvição sumária Não há comprovação da materialidade ou há dúvida – impronúncia Comprovada materialidade – pronúncia ------------------------------------------ Acusado não é o autor do fato – absolvição sumária Acusado é autor do fato ou se existe dúvida - pronúncia Estude Direito Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. (absolvição sumária imprópria – terá medida de segurança imprópria) Alegando mais de uma tese defensiva, haverá a pronúncia, o que permite ao cliente uma chance de obter a absolvição própria. Antes do ano de 2008, se ao final da primeira fase do júri o juiz constatasse de forma cabal a inexistência do fato ou a negativa de autoria, ele não poderia absolver sumariamente o réu. Estas hipóteses ensejavam a possibilidade de impronúncia. Absolvição sumária e crime conexo: a absolvição sumária só é cabível em relação ao crime de competência própria do tribunal do júri. Ela não alcança o crime conexo. O crime conexo, após o trânsito em julgado da decisão de absolvição sumária, será remetido ao juiz singular competente. Recurso cabível contra decisão de absolvição sumária: apelação (art. 416). Preclusa a decisão de pronúncia (não cabe mais recurso), inicia-se a segunda fase desse procedimento. Nesta fase, ocorre o julgamento do mérito da acusação. Ela se inicia na preclusão da pronúncia até a prolação da sentença condenatória. 4.Desclassificação (art. 419): quando o juiz, ao final da primeira fase, entende que o réu praticou um crime diverso de um crime doloso contra a vida → remete o processo ao juiz competente.O recurso cabido contra essa decisão é o recurso em sentido estrito (art. 581, II). A segunda fase desse procedimento é iniciada com a pronúncia do acusado (decisão interlocutória mista não terminativa). *Intimação da pronúncia: poderá ser feita de forma pessoal e, se o réu não for encontrado, por edital (art. 420, PU). Dessa forma, poderá o réu ser julgado a revelia, pois houve intimação regular (o processo não será sobrestado). Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; Estude Direito II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código. Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. Inclusive, a revelia pode ser utilizada como uma estratégia de defesa. *Apresentar rol de testemunhas (até 5 testemunhas): Preclusa a decisão de pronúncia (não cabe mais recurso), as partes serão intimadas para apresentarem o rol de testemunhas, no prazo de 5 dias, que pretendem ouvir em plenário do júri (art. 422). *Desaforamento: Depois de ocorrer a preclusão da decisão de pronúncia, será possível se cogitar eventual desaforamento (art. 427). A sua natureza jurídica é causa de modificação de competência territorial do júri para julgamento. Dessa forma, o Tribunal de Justiça poderá determinar que o julgamento seja realizado por outro tribunal do júri. Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. O juiz presidente do júri poderá representar (pedir) ao TJ a respeito do desaforamento e deverá ser ouvido previamente sobre o pedido de desaforamento feito pelas partes ao Tribunal de Justiça. Nas hipóteses em que o desaforamento tiver sido requerido pelo MP ou eventualmente pelo querelante, o TJ, antes de decidir, terá que ouvir o acusado, sob pena de nulidade do desaforamento – respeita o contraditório (súmula 712, STF). Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Hipóteses de desaforamento: 1- Interesse de ordem pública: risco de algum tipo de tumulto por causa do julgamento; Estude Direito 2- Dúvida fundada sobre a imparcialidade do júri; 3- Risco à segurança pessoal do réu; Em regra não é possível o reaforamento – retorno do julgamento ao foro de origem do processo - exceto na hipótese de surgir no local de novo julgamento algumas das hipóteses de desaforamento e que no local do foro primitivo as causas que autorizaram o desaforamento tenham desaparecido. *Alistamento dos jurados: Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. § 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado. *Sorteio e composição dos jurados: Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão reunião periódica. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. (art. 437 elenca pessoas isentas). § 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução. § 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado. Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. Estude Direito Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária. Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei. *Partes podem recusas até 3 jurados sorteados Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa. *Exortação: formado o conselho de sentença, os jurados deverão fazer o juramento do art. 472.
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