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Sistema Endócrino Estrutura e Função É um sistema composto por glândulas que são coleções de células que produzem, armazenam e liberam secreções com efeitos fisiológicos em células-alvo. As glândulas são: hipotálamo-hipófise, tireoide, paratireoide, adrenal e pâncreas. Respostas à Agressão As respostas das glândulas podem ocorrer por hiperfuncionamento ou hipofuncionamento podendo possuir origem primaria ou secundária. ◇ Hiperfuncionamento + origem primária: associado a neoplasias, ou seja, existe uma neoplasia benigna ou maligna que atua não só destruindo local como produzindo maiores quantidades de hormônios. ◇ Hipofuncionamento + origem primária: pode se ter duas suspeitas como a destruição imunomediada ou hipodesenvolvimento ocorre quando o animal já nasce com a glândula hipoplásica. ◇ Hiperfuncionamento + origem secundária: o problema pode ser por aumento da atividade da hipófise (neoplasia, hiperplasia) ou falha no feed back negativo da adrenal por senilidade. ◇ Hipofuncionamento + origem secundária: inatividade da hipófise e deficiências nutricionais (falta de iodo). Hipófise É o centro de estimulação de praticamente todas as outras glândulas do organismo, a hipófise fica armazenada em uma cavidade na região da base do crânio denominada de sela que se origina de um tecido embrionário chamado de bolsa de Rathke, sendo considerada uma cavidade extremamente pequena e caso tenha um aumento de volume na região e o que ocorre é a destruição dessa cavidade e ou se projeta para parte superior comprimindo o tecido nervoso. A hipófise libera grandes quantidades de hormônios para organismo, a hipófise se encontra ligada ao hipotálamo pelo pedículo e nessa estrutura ocorre a passagem dos hormônios liberadores produzidos no hipotálamo que chegam na hipófise e estimulam a liberação dos hormônios estimuladores (prolactina, FSH, LH, TSH, ACTH, GH, ocitocina, antidiurético). Dependendo da região afetada dessa hipófise vai ocorrer um prejuízo de um tipo de hormônio. ◇ Adeno-hipófise: ◇ Hipopituarismo secundário a neoplasias: não libera os hormônios estimuladores devido a presença de um adenoma ou um carcinoma que está comprimindo o tecido nervoso e destruindo, secundariamente observa uma menor estimulação das glândulas do corpo. Para diagnóstico deve se avaliar a base do crânio na região quiasma óptico/gânglio de gasser que no seu centro localiza a hipófise e deve ser avaliado na necropsia se possui aumento de volume ou não, quando se tem a presença do aumento de volume ele atinge o tecido encefálico ao redor. @vettstudy.g Adenoma – Cão ◇ Hiperpituarismo secundário a neoplasias: ocorre um aumento do funcionamento da glândula caso seja uma neoplasia endocrinologicamente ativa, esse tipo de situação ocorre bastante em cães que desenvolvem na região da hipófise o adenoma que irá crescer na região da pars intermédia que é uma região que divide a adenohipófise da neurohipófise e nessa região é produzido o hormônio adrenocorticotrófico que é responsável por estimular o córtex da adrenal que é uma região produtora de hormônios glicocorticoides e o excesso desses hormônios deixa o animal em uma situação de estresse a todo momento. Macroscopicamente observa um aumento de volume na base do crânio e é perceptível nas adrenais que seu córtex está espesso de forma difusa. ◇ Hirsutismo em equinos: existe uma neoplasia na pars intermédia que gera a compressão do hipotálamo induzindo uma síndrome clínica relacionada a poliuria, polidipsia, polifagia (pró- opimelanocortina), fraqueza muscular, febre e hiper-hidrose, hirsutismo (não temo ciclo do pelo corretamente, não possui renovação de pelo) essas alterações ocorrerem devido que no hipotálamo é encontrado o centro da saciedade e com a compressão o animal possui prejuízo nesse centro gerando o aumento de alimento e água devido ao aumento discreto de cortisol e ACTH. Os equinos podem desenvolver laminite mais facilmente e ulceras/abcessos na sola do casco devido ao aumento cortisol e da imunossupressão. Os peptídeos (pró-opimelanocortina) possuem relação com a liberação de β- endorfina deixando os equinos mais dóceis e com maior resistência a dor. No equino com hirsutismo observa o aumento da quantidade dos pelos que se tornam mais longos e com aspecto ondulado porque não existe a renovação do ciclo e o folículo piloso continua sendo estimulado, devido a toda estimulação realizada no folículo gera um problema na termorregulação do animal gerando um aumento da produção de suor. ◇ Cistos hipofisários e nanismo hipofisário: é uma alteração congênita e hereditária (pastor alemão) que induz formação de cisto na região da adenohipófise. Os sinais clínicos observados são: crescimento lento, retenção de pelagem de filhote, alopecia bilateral simétrica e hiperpigmentação da pele. @vettstudy.g ◇ Neuro-hipófise: ◇ Diabetes insípido: a doença ocorre pela produção inadequada de ADH - hormônio antidiurético (forma hipofisária) ou por falha da recepção do hormônio nas células alvo no rim (forma nefrogênica). Nessa situação deve-se pensa na região comprimida que realiza a produção do ADH, os sinais clínicos encontrados é a poliuria e a polidipsia. A diferença entre a diabetes mellitus é que a poliuria ocorre pelo excesso de glicose que está passando no sistema tubular e por osmose a glicose atrai o conteúdo plasmático dos capilares e na diabetes insípido não possui a existência do estímulo antidiurético para que esse sistema tubular retenha sódio e esse sódio atraia a água para o capilar através de osmose. O objetivo do ADH é o controle do volume sanguíneo e automaticamente controla a pressão arterial, então a ativação para liberação do ADH é a percepção de uma hipovolemia. Adrenal É dividida em região de córtex que pode apresentar problemas como hiperadrenocorticismo ou hipoadrenocorticismo e ainda desenvolver neoplasias epiteliais benignas ou malignas (endocrinologicamente ativas ou não) e região medular pode apresentar hiperplasia dessa região ou envolvimento de uma neoplasia chamada de feocromocitomas. ◇ Córtex: ◇ Hipoadrenocorticismo – doença de Addison: pode apresentar origem primária quando existe uma destruição imunomediada do córtex da adrenal possuindo prejuízo na produção de todos os hormônios produzidos na região do córtex da adrenal (aldosterona, cortisol, esteroides) e pode apresentar também como origem secundária cujo o problema está na hipófise que apresenta alguma neoplasia que faz com que não ocorra a liberação do córtex da adrenal tendo como resultado uma baixa produção e liberação de cortisol, as manifestações clínicas possuem alterações quanto a origem do hipoadrenocorticismo. É notório nos pacientes após a baixa quantidade de corticosteroides o aumento de potássio e a diminuição de sódio plasmático devido que a aldosterona entra no processo de renina-angiotensina- aldosterona que também atua no sistema renal para reter mais sódio e realizar a vasoconstrição e assim aumentar a volemia, então se existe a baixa liberação da aldosterona ocorre o inverso, ou seja, ocorre a perca de sódio pois o sistema não é ativado e o potássio aumenta, tendo como problema a toxicidade do potássio para o coração (cardiotóxico) e isso gera bradicardia e somado a baixa concentração de cortisol o animal não lida bem com momentos de estresse, somado a isso o animal terá hipoglicemia já que o cortisol auxilia no processo de gliconeogênese não ocorre a produção de glicose a partir com glicogênio e pode-se observar uma hiperpigmentação da pele. ◇ Hiperadrenocorticismo – síndrome de Cushing:pode ocorrer secundariamente a um tumor da hipófise que está liberando hormônio adrenocorticotrófico ou por uma neoplasia no córtex da adrenal que produz cortisol ou por conta de um excesso de corticoide exógeno as diferenças entre essas causas pode ser: - Tumor da hipófise: percebe que o córtex adrenal aumenta de volume de maneira uniforme. - Neoplasia: observa um nódulo na adrenal. - Excesso de corticosteroides: diminuição do córtex da adrenal, pois com o fornecimento de corticoide a adrenal entende que não necessita realizar a produção do mesmo, ou seja, ocorre a atrofia desse córtex. Independentemente da etiologia o excesso @vettstudy.g de cortisol estimula gliconeogênese (induz resistência da insulina que não consegue levar a glicose para células alvo fazendo com que o animal apresente hiperglicemia), lipólise, catabolismo de proteínas e efeito anti-inflamatório. Os sinais clínicos são: aumento do apetite, aumento do volume abdominal (enfraquecimento dos músculos e hepatomegalia), lordose, perda de tecido muscular, tremores musculares, alopecia e adelgaçamento da pele, comedões e calcificação distrófica (placas a nódulos firmes, alopécios e ulcerados). ◇ Neoplasia - adenomas: benigno, atinge cães idosos através de nódulo único e unilateral e por vezes com atividade hormonal. ◇ Neoplasia - carcinomas: malignos, atinge bovinos e cães idosos sendo maiores e bilaterais, obliteram a adrenal e invadem estruturas adjacentes como a veia cava caudal. ◇ Medula: ◇ Neoplasia - feocromocitoma: alteração neoplásica das células cromafins que são produtoras de catecolaminas (noradrenalina ou adrenalina), fazendo com que o animal tenha taquicardia devido a produção normal da glândula + produção do tumor essa taquicardia pode ser tão severa a ponto de chegar no óbito, além disso esse tumor tem potencial metastático comumente observado na veia cava caudal podendo ocasionar a obstrução da veia ou pode romper a parede desse vaso causando um hemoperitônio bastante severo podendo levar o óbito do animal por choque hipovolêmico. Tireoide ◇ Hipotireoidismo: bastante comum em cães possuindo três etiologias distintas e elas são: - Hipotireoidismo primário: que é quando ocorre a destruição do tecido de maneira imunomediada ou pela deficiência de iodo. - Hipotireoidismo secundário: quando se tem uma disfunção da hipófise com a liberação do hormônio tireoestimulante. - Hipotireoidismo terciário: disfunção hipotalâmica. Se existe uma diminuição na liberação de T3 e T4 vai deixar o animal sem o estimulo para o funcionamento do metabolismo basal, ou seja, o animal terá letargia, prejuízo reprodutivo pois ele não tem libido, não realiza maturação adequada do espermatozoide, não ovula pois não realiza maturação dos ovócitos, animal engorda, tem excesso de colesterol na corrente sanguínea, quando ocorre em neonatos não criam a capacidade de realizar a sucção no teto da mãe e nos adultos observa principalmente o aumento do peso e do colesterol que pode formar placas nos vasos e o animal vim a óbito @vettstudy.g devido a acidentes vasculares. Pode apresentar alterações de pele como alopecia de cauda e bilateral do tronco, hiperpigmentação da cauda com aparência de cauda de rato, espessamento da pele que pode apresentar escamas (caspas). ◇ Bócio: associado a deficiência de iodo, as vacas gestantes não conseguem transmitir a quantidade adequada para o feto fazendo com que sofra aborto no terço final da gestação ou que o feto nasça e vem a óbito no primeiro dia ou no dia seguinte do nascimento pois ele não consegue respirar direto e mamar. A identificação do problema de maneira rápida consegue realizar a melhora do quadro fazendo com que o produtor não perca esses bezerros. ◇ Hipertireoidismo: comum nos felinos, ocorre devido o aumento acelerado do metabolismo basal e seus sinais clínicos são: intolerância ao calor, irritabilidade, taquicardia, perda de peso e hipertrofia do miocárdio. A etiologia pode ser dada pela presença de um nódulo neoplásico que é endocrinologicamente ativo, ou seja, ele produz os hormônios da tireoide juntamente com a tireoide, ou por hiperplasia nodular que é quando o tecido da tireoide aumenta a quantidade de células, mas não tem definição do porque está ocorrendo o excesso de estimulação da tireoide (excesso/alteração frequente dos níveis de iodo, tratamento antipulga, herbicidas/pesticidas). Paratireoide ◇ Hiperparatireoidismo: desencadeia o excesso de paratormônio na corrente sanguínea fazendo a retirada de cálcio dos ossos para corrente sanguínea. Pode ocorrer por etiologia primária (neoplasia de células principais que produzem PTH sem um estimulo induzindo uma fragilidade óssea) ou secundária (renal ou nutricional). ◇ Osteodistrofia fibrosa – cara inchada: é o hipertireoidismo de origem secundária com causa nutricional causando uma alteração no tecido ósseo (perda da matriz mineral) que é substituído por tecido fibroso fazendo com que esse “osso” aumente de volume, porém não possui firmeza. Ocorre quando é fornecido uma dieta rica em fósforo (farelos) e o excesso de fósforo acaba com a proporção de cálcio e fósforo ou quando os equinos estão em pastagens ricas em oxalatos (aruana). @vettstudy.g ◇ Doença renal crônica – mandíbula de borracha: o animal com insuficiência renal permite um excesso de fósforo na corrente sanguínea e a ocorrência da hiperfosfatemia ocorre o desbalanço da proporção de cálcio e fósforo, porém a paratireoide não realiza a percepção do excesso de P e só realiza a percepção do desbalanço (P – Ca) fazendo com que ocorra a retirada de Ca dos ossos deixando a matriz óssea desbalanceada e frágil. Pâncreas ◇ Diabetes mellitus: a destruição das ilhotas pancreáticas fazem com que não ocorra a produção e liberação de insulina fazendo com que toda glicose produzida no metabolismo dos carboidratos (energia) não consegue ser carreada por falta de insulina, ou seja, a glicose não chega nas células alvo. Em felinos existe uma alteração chamada amiloidose ocorre a deposição de proteína amiloide na ilhota gerando a destruição da mesma. O excesso de glicose necessita ser depositado então ele pode ir para o fígado e ser armazenado em forma de glicogênio como também por uma deficiência energética gera quebra de gordura (hepatócitos produzem energia através da gordura) para a formação de energia, ambas situações gera o aumento de tamanho do fígado. O excesso de glicose pode atingir o globo ocular e se transformar em Sorbitol que é um tipo de açúcar que é depositado na região do cristalino gerando uma opacidade do globo ocular denominada de catarata. A grande quantidade de glicose traz problemas para o sistema renal pois todo o excesso que passa no glomérulo fica retido na membrana basal induzindo lesão e causando um espessamento da membrana. Pacientes com diabetes mellitus podem ainda desenvolver uma hiperplasia do córtex da adrenal porque o paciente possui uma resistência a insulina e o cortisol induz essa resistência e por isso é difícil identificar se o paciente possui apenas diabetes ou Cushing também. As alterações causadas pela diabetes induzem uma diminuição de quimiotaxia de células inflamatórias e alterações da parede do vaso (microangiopatia) normalmente é o espessamento da lâmina basal da parede do vaso que irá diminuindo o lúmen, ou seja, o paciente possui má circulação sanguínea nas periferias, as duas causas citadas gera um retardo na cicatrização de feridas por que existe alteração vascular e possui diversas infecções secundárias pois ascélulas inflamatórias não estão trabalhando adequadamente. Os sinais clínicos principais são a poliuria e polidipsia que ocorre pois o animal não consegue concentrar a urina quando ele chega na fase da doença renal crônica ou esse animal urina bastante com altas quantidades de glicose e devido a falta de energia nas células o animal desenvolve polifagia. @vettstudy.g
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