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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍA DEPARTAMENTO DE QUIMICA CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM QUIMICA DISCIPLINA – FISICO QUIMICA EXPERIMENTAL LUÍS HENRIQUE BARBOSA SOUZA RELATÓRIO – DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DINÂMICA DE LIQUIDOS PELO MÉTODO DE STOKES CAMPINA GRANDE-PB 1. INTRODUÇÃO George Gabriel Stokes (1819-1903) foi um físico e matemático britânico que ficou conhecido pelo seus estudos sobre o comportamento de fuidos viscosos, em particular pela sua lei de viscosidade, que descreve o movimento de uma esfera sólida num fluido, e pelo teorema de Stokes, um teorema basilar na análise vetorial. Stokes nasceu numa família religiosa de origem anglo-irlandesa. O seu pai, Gabriel Stokes, era o pároco da paróquia de Skreen, no Condado de Siglo na Irlanda, e sua mãe, Elizabeth Haughton,, era filha de outro pároco. Stokes era o mais novo dos seis filhos do casal e, inicialmente, estudou com seu pai e com o secretário paroquial de Skreen. Stokes publicou trabalhos sobre movimento dos fluidos, movimento estacionário de fluidos incompressíveis, fricção de fluidos em movimento e equilíbrio e movimento de sólidos elásticos. Ele investigou também fenômenos de fluorescência e usou-os no estudo da radiação ultravioleta, demonstrando que o quatzo, ao contrario de um vidro comum é transparente a radiação ultravioleta e entre diversos outros trabalhos e publicações. Em sua homenagem, atribuiu-se o seu nome à unidade de viscosidade dinâmica do sistema CGS(centímetro-grama-segundo), em 1928, A viscosidade dinâmica ou simplesmente viscosidade é o coeficiente de atrito entre as camadas do fluído em movimento relativo. O movimento de um corpo em um meio viscoso e influenciado pela ação de uma força viscosa (Fv), proporcional à velocidade (v) e definida pela relação Fv = b.v, conhecida como lei de Stokes. No caso de esferas em velocidades baixas, Fv = 6πηrv, sendo (r) o raio da esfera e η o coeficiente de viscosidade do meio. Se uma esfera de densidade maior que a de um líquido for solta na superfície do mesmo, no instante inicial a velocidade zero, mas a força resultante acelera a esfera de forma que sua velocidade vai aumentando, mas de forma não uniforme. Pode-se verificar que a velocidade aumenta não-uniformemente com o tempo, mas atinge um valor limite, que ocorre quando a força resultante for nula. A partir desse instante a esfera descreve um movimento retilíneo a velocidade constante. As três forças que atuam sobre a esfera estão representadas na fig.01 e são além da força viscosa, o peso da esfera P, e o empuxo, E. Então: Onde (v) é a velocidade limite. ρE: densidade da esfera e ρF: densidade do fluido. Como as dimensões transversais do tubo que contém o fluido não são infinitas, a esfera ao deslocar-se pelo fluido causa um movimento que afeta a força viscosa. Para levar em conta este efeito, é necessário introduzir a chamada correção de Ladenburg na expressão anterior. Sendo assim a velocidade limite corrigida (vcorr ) e expressa pela equação: Onde R: raio do tubo, e v = L / t, sendo L: a distância entre dois pontos no tubo e t o tempo de queda da esfera entre esses pontos, isto é: A unidade de viscosidade no sistema C.G.S. é o Poise (1 P = 1 g s-1 cm-1. Os submúltiplos são: centipoise (1cP = 10-2 P) e micopoise (1mP = 10-6 P). A relação como sistema internacional é 10 P = 1 Kg. S-1 m-1 (ou 10 P = 1 Pa. s). Na indústria utiliza-se com frequência a viscosidade cinemática, que é a razão entre a viscosidade dinâmica e a densidade absoluta. A unidade de viscosidade cinemática no sistema C.G.S. e o Stokes, sendo 1 Stokes (St) = 1 cm2/s. Fig. 3 Fig. 2 O principio operacional o viscosímetro de Stokes baseia-se na determinação da velocidade de queda livre de uma esfera através do fluido do qual se deseja obter a viscosidade. Quando a esfera é lançada o fluido estacionário está sujeita a um conjunto de forças definidas pela equação denominada BBO (Bassin, Bousinesq & Ossen): Analisando a fórmula, D trata-se do diâmetro da esfera, dV/dt a aceleração da esfera e do fluido respectivamente. Uma solução geral desta equação integral-diferencial pode ser encontrada em Yih (1977). No viscosímetro de Stokes, há uma distancia equivalente a 50 diâmetros do ponto de lançamento da esfera onde ela atinge a velocidade terminal, isto é dV/dt é nulo. Sendo assim a equação acima se reduz a um balanço entre força de arrasto e diferença peso-empuxo como mostra a figura abaixo: PESO EMPUXO ARRASTO Fig. 4 Na figura acima temos um balanço de forças e visualização das linhas de corrente em uma esfera em queda livre. A força de arrasto pode ser definida em termos de coeficiente de arrasto. Onde , ficando o balanço de forças para o escoamento dado pela equação abaixo: , Esta solução foi obtida analiticamente pela primeira vez em 1851, por Stokes. Ela é considerada um dos grandes sucessos na área da mecânica dos fluidos pois consegue prever, com precisão, o arrasto de uma esfera a partir de fundamentos teóricos. Evidentemente a validade da solução é restrita a escoamentos com ausência de inércia, isto é, para regimes com Renolds inferiores à unidade. Fig. 5 Na figura ao lado temos o coeficiente de arrasto para a esfera. A presença de paredes do viscosímetro causam um aumento no coeficiente de arrasto e deve ser corrigido como proposto por Landenberg: Onde Dt é o diâmetro do tubo do viscosímetro. A relação aplica-se somente para esferas lançadas na linha do centro do tubo. Para determinar a viscosidade do fluido será necessário medir: o diâmetro e a densidade das esferas, a densidade do fluido, a velocidade terminal das esferas, o diâmetro do tubo e a temperatura. Para o relatório utilizamos três métodos diferentes para determinar a viscosidade dos líquidos: glicerina e detergente. Entre os métodos utilizamos uma proveta onde jogamos cerca de 10 esferas calculando a velocidade das mesmas, utilizamos o viscosímetro de Stokes e o viscosímetro digital. 2. OBJETIVOS No presente experimento temos como objetivo calcular a viscosidade da glicerina e do detergente, consistindo em observar a velocidade de queda de esferas em um meio. 3. MATERIAIS E SUBSTÂNCIAS UTILIZADOS 3.1 Materiais: · Esferas de vidro · Régua · Becker de 50 mL · Termômetro · Cronômetro · Balança analítica · Proveta de 2000 mL · Balão volumétrico de 100 mL 3.2 Substâncias utilizadas: · Glicerina · Detergente 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE COM O USO DA PROVETA Como primeiro passo para iniciarmos o nosso experimento precisamos colher dados das respectivas substâncias através do picnômetro sendo assim atingimos os seguintes resultados:OBS.: nosso experimento teve início com as seguintes temperaturas: Inicial – 28°C e uma temperatura final de 25°C. Sendo assim utilizamos o valor médio aproximado de 26°C. DADOS EXPERIMENTAIS PICNÔMETRO Vazio Com Água Com Solução Massa de Água(g) Volume (mL) Massa da Solução (g) Densidade Absoluta (g/cm3) DETERGENTE 29,1001 80,6488 81,195 51,5487 51,715 52,0949 1,0073 GLICERINA 31,1661 82,0225 92,1166 50,8564 51,0205 60,9505 1,1946 Para realizarmos os cálculos com o picnômetro para determinação da densidade absoluta, encontramos a massa da água e massa da solução da seguinte maneira: · Pesamos o picnômetro vazio e com água, onde para determinar a massa de água é só realizar a subtração do picnômetro com água do picnômetro vazio. · Para a massa da solução realizamos o cálculo da mesma maneira, só que será realizado com o peso do picnômetro com a solução menos o picnômetro vazio. · O volume determinamos através da água, onde encontramos através da diferença da massa de água pela sua densidade na determinada temperatura, no caso do experimento utilizamos o valor tabelado para 26°C. · Por fim para determinar a densidade absoluta é só aplicar a fórmula de que já conhecemos, massa/volume.MASSA ESPECÍFICA DA ÁGUA EM DIVERSAS TEMPERATURAS Agora dando sequência ao nosso experimentopegamos 20 esferas, precisamos limpar as mesmas com álcool com a finalidade de retirar todo o excesso de gordura e outros meios contaminante que possam estar presentes como forma de prevenir alguma alteração no resultado final do nosso experimento. Dados para o detergente:Com esses dados conseguimos calcular a densidade de uma esfera de cada esfera. = = = 1,3700 g/cm3 DADOS DA ESFERA QUANTIDADE 10 1 MASSA (g) 2,0551 0,20551 VOLUME (mL) 1,5 0,15 Dados para a glicerina: = = = 1,2848 g/cm3 DADOS DA ESFERA QUANTIDADE 10 1 MASSA (g) 1,2848 0,12848 VOLUME (mL) 1 0,1 Depois de calculada as nossas densidades para cada esfera, para a próxima etapa precisamos medir o valor a distância entre os pontos definidos na proveta e o respectivo diâmetro da mesma e para finalizar jogamos as 10 esfera uma a uma no centro da proveta, cronometrando o tempo que a esfera passa pelo ponto 1 até o ponto 2, com isso conseguiremos calcular o alor da viscosidade dos nossos líquidos. Ao medir as distâncias dos pontos na prova e os respectivos tempos das esferas obtivemos os seguintes dados: QUEDA DA ESFERA NA GLICERINA QUEDA DA ESFERA NO DETERGENTE Esfera Tempo 1 3,23 2 2,48 3 2,78 4 3,41 5 3,52 6 3,57 7 2,36 8 2,58 9 2,66 10 3,49 Media 3,008 Esfera Tempo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Media DADOS DA PROVETA Diâmetro (cm) Distância (cm) 8,1 30,1 7,9 30,2 30,1 30,1 MÉDIA 8 30,125 DADOS DA PROVETA Diâmetro (cm) Distância (cm) 8,6 29,6 29,2 29,8 31,0 MÉDIA 8,6 29,9 Apesar de calcularmos o diâmetro e a distância da proveta que continha o detergente, não realizamos o experimento com ele, pois o mesmo não apresentava uma resistência suficiente para que pudéssemos calcular a sua viscosidade. 5. APLICAÇÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 1) Qual a lei usada no experimento para determinar a viscosidade dos líquidos. Dizer se ambos são newtonianos ou não. Especificar e explicar. R = Lei de Stokes, a qual determina o movimento de uma pequena esfera através de fluidos de diferentes viscosidades e densidades. Os líquidos usados no experimento são newtonianos, pois apresentam linearidade entre o valor da tensão de corte aplicada e a velocidade de deformação resultante (μ constante). 2) Deduzir a equação para determinação experimental da viscosidade absoluta, através da medição da velocidade limite corrigida. R = Uma esfera de raio r caindo através de um líquido move-se sob a ação de três forças: a força peso, a força de empuxo e uma força de resistência que é proporcional à velocidade da esfera, como mostra a equação a seguir: FR + E + P = m.a Quando a velocidade limite da esfera é alcançada, significa que a resultante das forças atuantes é nula, portanto: FR = P - E eq.(1) A força de resistência exercida pelo fluido (FR) depende do coeficiente de viscosidade do fluido, do raio r da esfera e do módulo v de sua velocidade. Sua expressão é denominada Lei de Stokes: F = 6rV0 Porém essa expressão vale apenas quando a quantidade de líquido é infinita, necessitando assim corrigir-la utilizando a constante de Landemburg. V0 = V (1 + 2,4 r/R). Sendo: FR = 6rV(1+2,4 r/R) O peso é o produto da massa pela aceleração da gravidade g. A massa, por sua vez, é o produto da densidade absoluta do material (ρe) pelo volume da esfera de raio r, assim: P= mg = ρe 4/3r3 g O empuxo é igual ao produto da densidade absoluta do fluído (ρf), pelo volume do corpo submerso, e pela aceleração da gravidade: E= ρf 4/3r3 g Substituindo (2), (3) e (4) em (1), pode-se dizer que a equação final da velocidade limite é: Onde: r é o raio da esfera; R é o raio da proveta; ρe é a massa específica da esfera; ρf é a massa específica do fluido; ƞ é a viscosidade dinâmica. 3) Porque soltar a esfera de vidro no centro do viscosímetro. R = Porque os fluidos apresentam um escoamento laminar, e a velocidade máxima está no centro do tubo, e assim acontecem menos interferentes na esfera de vidro. Para que a esfera sofra menos interferência possível das forças contrárias exercidas pelas paredes da proveta, sendo o centro a região em que a esfera se desloca com maior velocidade. 4) Qual é o comportamento do movimento da esfera após certo tempo em que ele flui pelo liquido. R = Ele inicia na velocidade máxima, depois se subentende que a velocidade da esfera permanecerá constante durante todo o percurso até chegar ao final da proveta. Ou seja, a esfera tende a atingir uma velocidade constante. 5) Explique por que um líquido apresenta maior viscosidade do que o outro em termos de forças intermoleculares. R = A viscosidade é uma propriedade inerente do líquido devido à sua relação profunda com as forças intermoleculares. Quanto maiores estas forças, mais as moléculas permanecem unidas, não as permitindo fluir com facilidade. Com base neste raciocínio, podemos explicar e comparar, de forma qualitativa, a viscosidade de determinados líquidos. Por exemplo, a água tem maior viscosidade que o benzeno. As forças intermoleculares que atuam na água são basicamente as ligações de hidrogênio, que é a forma mais forte entre as forças intermoleculares. Desta forma, para que as moléculas de água possam fluir, elas precisam vencer estas fortes interações, quebrando-as. Por outro lado, o benzeno possui interações do tipo de forças de London, mais fracas que as ligações de hidrogênio, podendo, desta forma, fluir mais facilmente. 6) Para identificar três liquido – de densidades 0,8, 1,0 e 1,2 – o analista dispõe de uma pequena bola de densidade 1,0. Conforme as posições das bolas apresentadas no desenho a seguir, indique quais dos líquidos são mais densos e menos densos nas provetas de 1 a 3. R = De acordo com as descrições da questão e em relação à densidade da esfera o liquido mais denso será a proveta três com densidade 1,2; e seguindo o mesmo raciocínio o liquido menos denso será a proveta um com densidade 0,8. 7) Calcular o raio médio das esferas. R = Para o detergente V=r3→ r3= → r = → r = 0,2285 cm3 Para a glicerina V=r3→ r3= → r = → r = 0,1995 cm3 8) Calcular a velocidade terminal corrigida em (cm/s) e a velocidade medida (cm/s) dos líquidos estudados R = Detergente 29,9 cm; Diâmetro = 8,3 cm; R=4,15 cm;3,00 s Velocidade média (Vm) = = = 2,766 cm/s Velocidade terminal corrigida = (Vt) = Vm (1+2,4 r/R) (Vt) = 2,766 cm/s (1+2,4 0,2428 cm3/ 4,15 cm) (Vt) = 3,0843 cm/s Glicerina 29,9 cm; Diâmetro = 8,3 cm; R=4,15 cm;3,48 s Velocidade média (Vm) = = = 2,385 cm/s Velocidade terminal corrigida = (Vt) = Vm (1+2,4 r/R) (Vt) = 2,385 cm/s (1+2,4 0,2428 cm3/ 4,15 cm) (Vt) = 2,7198 cm/s 9) A constante gravitacional “g” varia com a altura e a latitude. Com auxilio da tabela I e a II. Calcular a constante gravitacional de Campina Grande. 10) Calcular a viscosidade (absoluta e cinemática) dos líquidos estudados pelo método de Stokes. R = Detergente Viscosidade dinâmica Determinando a massa específica da esfera: ρ == = 1,3700 g/ mL V= 2r2 g = 2r2 g = 2x (0,2285)2 x 977,95 x (1,3700 -1,013)/ 9x(2,1758) = 1,8771 poise Glicerina Viscosidade dinâmica Determinando a massa específica da esfera: ρ == = 1,2848 g/ mL V= 2r2 g = 2r2 g = 2x (0,1995)2 x 977,95 x (1,2848 -1,2134)/ 9x(3,5253) = 5,0625 poise Determinação da viscosidade usando o viscosímetro de Hoppler · Esfera 1 cm3 40% · Esfera 2 O açúcar utilizado foi um escuro não o P.A E%= E% =⟶ E% =25,4% · Álcool= 934cP E%= E% =⟶ E% =6,8% · Ácool P.A cm3 40% E%= E% =⟶ E% =13% O erro foi grande devido a pureza que não conhecemos devido ao viscosímetro ser a 20ºC e fizemos a 25ºC 11) Medir a viscosidade absoluta dos líquidos estudados utilizando os Viscosímetros de marca VISCO BASIC PLUS L (Tabela 7) e VISCO BASIC PLUC R (Tabela 8). R = Dados coletados para a viscosidade da glicerina pelos viscosímetros Visco Basic Plus L e Visco Basic Plus R. Spindles RPM % deformação (cP) L2 100 0 0 L2 50 0 0 R2 100 24,9 100,2 R2 50 96,9 769,9 Fonte:Adaptado do Manual da pratica (2019). Dados coletados para a viscosidade da detergente pelos viscosímetros Visco Basic Plus L e Visco Basic Plus R. Spindles RPM % deformação (cP) L2 100 86 290 L2 50 45 294 R2 100 77,8 311,3 R2 50 37 297,6 6. CONCLUSÃO O experimento foi concluído com sucesso, mas alguns fatores podem ter influenciado nas medidas aferidas e nos resultados obtidos como a inexatidão das medidas dos raios das esferas, imprecisão na cronometragem dos tempos, eventuais erros na pesagem das massas das esferas, as condições de armazenamento e qualidade das substâncias (detergente e glicerina). REFERÊNCIAS Manual de prática de Físico-Química experimental (UEPB) m × × r = V D Re D ( ) g 6 D 4 D V 2 1 C f s 3 2 2 f D r - r p = ÷ ÷ ø ö ç ç è æ p × r × ÷ ÷ ø ö ç ç è æ + = t D D D D 0144 . 2 1 Re 24 C
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