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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA PROFESSOR (A): EDILANE LARANJEIRA ALUNO (A): MISAEL DE AZEVEDO TEOTÔNIO CAVALCANTI CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA MATRÍCULA: 172130123 TÍTULO E N° DO EXPERIMENTO: 04 – DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DINÂMICA DE LÍQUIDOS PELO MÉTODO DE STOKES DATA DO EXPERIMENTO: 20/05/2019 RECEBIDO EM: ___/___/_____ POR: ____________________________________ AVALIAÇÃO PREPARAÇÃO: __________________________ RELATÓRIO: ____________________________ PROVA: _________________________________ NOTA GLOBAL: _________(_______________) RUBRICA DO (A) PROFESSOR (A): _______________________________________ 1 INTRODUÇÃO A viscosidade é uma medida que determina a resistência ao escoamento de um fluido, o qual resiste tanto aos objetos que se movem nele quanto ao movimento de camadas distintas dele próprio. Para o movimento de um objeto em um meio viscoso, utiliza-se a Lei de George Gabriel Stokes, que determina a atuação de uma força viscosa, 𝐹𝑎𝑡, proporcional à velocidade, 𝑣, sobre o corpo esférico em meio a um fluido. No caso de esferas com velocidades baixas, essa força viscosa é denominada força de arraste e é expressa, em módulo, pela seguinte equação: 𝐹𝑎𝑡 𝛼 𝑣 → 𝐹𝑎𝑡 = 6𝜋𝜂𝑟𝑣𝑜 Equação 1 na qual 𝜂 é o coeficiente de viscosidade dinâmica do meio (N.s/m2), 𝑟 é o raio da esfera e 𝑣𝑜 corresponde à velocidade de queda da esfera. Se uma esfera com uma densidade maior que a do líquido for solta na superfície deste, no instante inicial a velocidade é inicial, mas a força resultante acelera a esfera de forma que sua velocidade vai aumentando. Além disso, a Lei de Stokes só é válida para fluidos em regime laminar, no qual as partículas do fluido se deslocam em caminhos suaves em forma de lâmina ou linha e a 𝑣𝑜 é a velocidade da esfera em movimento retilíneo uniforme, a qual é constante, pois não há forças atuando sobre o corpo. Entretanto, essa expressão só é válida para uma extensão infinita de fluido. Quando essa condição não é satisfeita, a resistência é maior, pois as paredes do recipiente vão condicionar o movimento do corpo também, já que é no recipiente onde ocorre o movimento da esfera. Nesse sentido, considerando que esse movimento ocorra em uma proveta de raio 𝑅, é importante inserir um fator de correção, denominado de correção de Ladenburg, dentro da expressão, transformando a Equação 1 na seguinte: 𝑣𝑜 = 𝑣[1 + 2,4 ( 𝑟 𝑅 )] Equação 2 em que 𝑣 é a velocidade contínua, 𝑣𝑜 é a velocidade corrigida, 𝑟 é o raio da esfera e 𝑅 corresponde ao raio da proveta. Dentre as várias formas de determinar a viscosidade de um líquido, foi escolhido o método de Stokes, baseado na Lei de Stokes, para a realização do experimento. Nessa metodologia, calcula-se a velocidade com que uma esfera, de raio e densidade conhecidos, desce em um cilindro contendo o líquido de viscosidade desconhecida, para a determinação desta. Quando um corpo esférico, de massa específica ou densidade 𝜌𝐸 , cai dentro de um líquido, com massa específica 𝜌𝐹 e coeficiente de viscosidade absoluta ou viscosidade dinâmica 𝜂, ele sofre a ação de três forças: a força peso (𝑃), o empuxo do fluido sobre a esfera (𝐸) e a força de resistência do fluido ao movimento (𝐹𝑎𝑡), em que as duas primeiras são constantes, enquanto que a última depende da velocidade do corpo. Em um intervalo de tempo inicial, a partir do momento em que a esfera é abandonada, a 𝐹𝑎𝑡 aumenta de acordo com a velocidade, até que as três forças se anulam. A partir desse instante, o movimento do corpo esférico torna-se uniforme, pois as forças que agem sobre ela passam a se anular e, com isso, não há a atuação de nenhuma força sobre o objeto (força resultante nula: 𝐹𝑅 = 0), deixando a velocidade constante, a qual é designada como velocidade limite. Partindo desse pressuposto, pode-se inferir que: 𝐹𝑅 = 𝐹𝑎𝑡 + 𝐸 − 𝑃 = 0 (𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) (3.1) 𝐹𝑎𝑡 = 𝑃 − 𝐸 Equação 3 Como a força peso é igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade (𝑔) e a massa consiste no produto da densidade absoluta ou massa específica da esfera (𝜌𝐸) pelo volume da esfera de raio (𝑟), o qual corresponde a quatro terços de 𝜋𝑟3, é possível concluir que: 𝑃 = 𝜌𝐸 4𝜋𝑟3 3 𝑔 Equação 4 Já a força empuxo (𝐸) é apenas o peso do líquido deslocado pelo volume da esfera (princípio de Arquimedes). Sabendo do volume da esfera (quatro terços de 𝜋𝑟3), pode-se determinar que: 𝐸 = 𝜌𝐹𝑉𝑑𝑔 = 𝜌𝐹 4𝜋𝑟3 3 𝑔 Equação 5 Portanto, quando essas forças se anulam e substituindo as equações 1, 2, 4 e 5, é possível chegar à seguinte conclusão: 6𝜋𝜂𝑟𝑣𝑂 = 𝜌𝐸 4𝜋𝑟3 3 𝑔 − 𝜌𝐹 4𝜋𝑟3 3 𝑔 → 6𝜋𝜂𝑟𝑣𝑂 = ( 4𝜋𝑟3 3 𝑔) (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹 ) (6.1) 6𝜂𝑣𝑂 = ( 4𝑟2 3 𝑔) (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹) → 𝑣𝑂 = ( 4𝑟2 3 𝑔) ( 1 6𝜂 ) (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹) (6.2) 𝑣𝑂 = [ 4𝑟2𝑔 (3)(6𝜂) ] (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹) → 𝑣𝑂 = ( 2𝑟2𝑔 9𝜂 ) (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹) (6.3) 𝑣 [1 + 2,4 ( 𝑟 𝑅 )] = 2𝑟2(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 9𝜂 → 𝑣 [ 𝑅 𝑅 + ( 2,4𝑟 𝑅 )] = 2𝑟2(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹 )𝑔 9𝜂 (6.4) 𝑣 = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 9𝜂(𝑅 + 2,4𝑟) Equação 6 Essa equação 6 é usada para determinar a viscosidade dinâmica experimental do líquido, pela medição da velocidade limite, a qual corresponde, também, à velocidade medida, proveniente da seguinte equação: 𝑣 = ∆𝑆 ∆𝑡 Equação 7 na qual, ∆𝑆 equivale à distância percorrida pelas esferas, isto é, a distância entre os pontos marcados na proveta, enquanto que ∆𝑡 representa a variação de tempo de queda da esfera em meio ao fluido viscoso. Assim, ao medir o tempo de queda de uma esfera dentro de uma proveta, entre dois pontos distanciados, a viscosidade pode ser determinada, sendo que a esfera deve apresentar uma densidade maior que a do fluido. Porém, como a esfera sofre efeitos das paredes da proveta, quando lançada dentro desta, deve-se corrigir empiricamente a sua velocidade no fluido, medida pela equação 7. Para isso, foi desenvolvida a velocidade terminal, que é calculada pela seguinte equação: 𝑣𝑇 = 𝑣 (1 + 2,4𝑟 𝑅 ) Equação 8 A partir das equações 6 e 8, é possível determinar a viscosidade dinâmica, medida em P (poise), que corresponde a kg.m-1.s-1 e a g.cm-1.s-1, pela equação a seguir: 9𝜂 = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 (𝑅 + 2,4𝑟)𝑣 = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 (𝑅 + 2,4𝑟) ( 𝑣𝑇 1 + 2,4𝑟 𝑅 ) = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 (𝑅 + 2,4𝑟) ( 𝑣𝑇 𝑅 + 2,4𝑟 𝑅 ) (9.1) 9𝜂 = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹 )𝑔 (𝑅 + 2,4𝑟) ( 𝑣𝑇𝑅 𝑅 + 2,4𝑟) = 2𝑟2𝑅(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 𝑣𝑇𝑅 = 2𝑟2(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 𝑣𝑇 (9.2) 𝜂 = 2𝑟2(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹)𝑔 9𝑣𝑇 Equação 9 Já a viscosidade relativa é calculada a partir da seguinte equação: 𝜂𝑟𝑒𝑙 = 𝜂1 𝜂2 = (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹1)𝑡1 (𝜌𝐸 − 𝜌𝐹2)𝑡2 Equação 10 na qual, 𝜌𝐹1 equivale à densidade do primeiro fluido e 𝜌𝐹2 corresponde à densidade do segundo fluido. Por fim, pode-se calcular, também, a viscosidade cinemática, medida em St (Stokes), que equivale a cm2.s-1, da seguinte forma: 𝜐 = 𝜂 𝜌𝐹 Equação 11 2 OBJETIVO DO EXPERIMENTO Determinar a viscosidade e a velocidade limite de dois líquidos, os quais são, nesse caso, o detergente e a glicerina, por meio do método de Stokes, que consiste em observar a queda de esferas de vidro no meio viscoso. 3 SUBSTÂNCIAS USADAS Água destilada. Glicerina ou Glicerol – C3H5(OH)3. Detergente. 4 MATERIAL E VIDRARIA Balança analítica. Béquer de 50 mL. Cronômetro. Esferas de vidro. Proveta de 10 mL. Proveta de 2000 mL. Régua. Termômetro. Vidro de Relógio. 5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente, foram limpas cuidadosamente 20 esferas, usando algodão e álcool, e,logo após, estas foram pesadas para encontrar a massa de cada uma, nos cálculos. Posteriormente, para determinar o volume médio de cada esfera, foi utilizada uma proveta de 10 mL, preenchida com água destilada até 6 mL. Em seguida, foram adicionadas as esferas, resultando no deslocamento do líquido, o qual foi anotado e usado no cálculo do volume. Depois disso, para poder colher os dados necessários ao cálculo da viscosidade absoluta do detergente e da glicerina, mediu-se a distância entre pontos marcados na proveta bem como o diâmetro interno, medindo também a temperatura inicial do experimento. A seguir, colocou-se uma esfera de vidro na superfície do detergente e, no centro da proveta, esta foi abandonada dentro do fluido, cronometrando o tempo gasto pela esfera para percorrer o trajeto. Esse processo foi repetido 10 vezes para 10 esferas distintas e também para a glicerina, totalizando uma quantidade de 20 esferas nos dois fluidos, cada uma com seu tempo de queda, para o cálculo do tempo médio e a fim de evitar erros. Por fim, a temperatura final foi anotada, encerrando o experimento. 6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS Detergente (Líquido A): Temperatura Inicial: 28ºC Temperatura Final: 28ºC Distância entre os pontos marcados na proveta: 30,1 cm (média entre 30,0 cm e 30,2 cm) Diâmetro da Proveta: 8,05 cm (média entre 8,0 cm e 8,1 cm) Raio da Proveta: 4,025 cm (metade do diâmetro da proveta) Quadro 1: Tempo de queda da esfera no detergente Esfera Tempo (segundos) 1 7,056 s 2 8,087 s 3 8,069 s 4 9,006 s 5 7,030 s 6 6,059 s 7 6,091 s 8 8,094 s 9 7,018 s 10 8,022 s Média 7,4532 s Primeiro, calculou-se a velocidade medida ou limite, através da Equação 7 e utilizando o valor do tempo médio e da distância média entre os pontos marcados na proveta, obtendo os seguintes resultados: 𝑣 = ∆𝑆 ∆𝑡 = 30,1 𝑐𝑚 7,4532 𝑠 = 4,0385 𝑐𝑚. 𝑠−1 (1𝐴) Em seguida, calculou-se o volume deslocado pelas 20 esferas, dividindo-o por 20, para obter o valor do volume médio de cada esfera (𝑉𝑀𝐸), necessário para o cálculo do raio médio das esferas (𝑟𝑀𝐸) e, posteriormente, para a determinação da velocidade terminal. Com isso, foi possível obter os seguintes resultados: 𝑉𝑀𝐸 = 𝑉20𝐸 20 = 1𝑚𝐿 20 = 0,05 𝑚𝐿 = 0,05 𝑐𝑚3 (2𝐴) 𝑉𝑀𝐸 = 4𝜋𝑟𝑀𝐸 3 3 → 0,05 𝑐𝑚3 = 4(3,14)(𝑟𝑀𝐸 3 ) 3 → 𝑟𝑀𝐸 = √ 0,05 4,1867 𝑐𝑚3 3 (3.1𝐴) 𝑟𝑀𝐸 = 𝑟 = 0,23 𝑐𝑚 (3.2𝐴) Assim, foi possível calcular a velocidade terminal, por meio da Equação 8 e usando o valor da velocidade medida ou limite e os raios médios da esfera e da proveta. Com isso, pode-se chegar ao seguinte resultado: 𝑣𝑇 = 4,0385 𝑐𝑚. 𝑠 −1 [1 + (2,4)(0,23 𝑐𝑚) 4,025 𝑐𝑚 ] = 4,6 𝑐𝑚. 𝑠−1 (4𝐴) Depois disso, é necessário calcular a constante gravitacional de Campina Grande, para determinar a viscosidade dinâmica. Para isso, utiliza-se a seguinte equação: 𝑔 = 𝑔𝐿 − 𝑔𝐻 Equação 12 na qual, 𝑔𝐿 representa a variação da constante gravitacional em relação à latitude (𝐿) e 𝑔𝐻 corresponde à correção da constantes gravitacional em relação à altura (𝐻). São aplicados nessa equação os dados das tabelas 4.4 e 4.5 da apostila do experimento, interpolando os valores de variação e correção. Isso porque na tabela não há a latitude exata da cidade (7°) nem sua altura (550m). A partir desse pressuposto, foi possível obter os seguintes resultados: | 5° − 7° 7° − 10º | = | 978,078 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 𝑔𝐿 𝑔𝐿 − 978,195 𝑐𝑚. 𝑠−2 | (5.1𝐴) 3(978,078 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 𝑔𝐿) = 2(𝑔𝐿 − 978,195 𝑐𝑚. 𝑠 −2) (5.2𝐴) 2934,234 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 3𝑔𝐿 = 2𝑔𝐿 − 1956,39 𝑐𝑚. 𝑠 −2 (5.3𝐴) 𝑔𝐿 = 978,1248 𝑐𝑚. 𝑠 −2 (5.4𝐴) | 500 𝑚 − 550 𝑚 550 𝑚 − 600 𝑚 | = | 0,1546 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 𝑔𝐻 𝑔𝐻 − 0,1852 𝑐𝑚. 𝑠−2 | (6.1𝐴) 0,1546 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 𝑔𝐻 = 𝑔𝐻 − 0,1852 𝑐𝑚. 𝑠 −2 (6.2𝐴) 𝑔𝐻 = 0,1699 𝑐𝑚. 𝑠 −2 (6.3𝐴) 𝑔 = 978,1248 𝑐𝑚. 𝑠−2 − 0,1699 𝑐𝑚. 𝑠−2 = 977,9549 𝑐𝑚. 𝑠−2 (7𝐴) Além disso, é importante calcular, também, a massa de cada esfera empregada no experimento. Para isso, utilizou-se o valor da massa das 20 esferas (1,883 g), dividindo- os por 20, para determinar a massa média de cada esfera, obtendo o seguinte resultado: 𝑚𝐸 = 𝑚20𝐸 20 = 1,883 𝑔 20 = 0,09415 𝑔 (8𝐴) Tendo como base esse valor de massa e o volume médio de cada esfera (𝑉𝑀𝐸), foi possível determinar a densidade absoluta ou massa específica da esfera (𝜌𝐸): 𝜌𝐸 = 𝑚𝐸 𝑉𝑀𝐸 = 0,09415 𝑔 0,05 𝑐𝑚3 = 1,883 𝑔. 𝑐𝑚−3 (9𝐴) Utilizando os resultados 3.2A, 4A, 7A e 9A, bem como o valor teórico da densidade do detergente (1,013 𝑔. 𝑐𝑚−3), é possível, através da Equação 9, chegar ao seguinte valor de viscosidade dinâmica: 𝜂 = 2(0,23 𝑐𝑚)2(1,883 𝑔. 𝑐𝑚−3 − 1,013 𝑔. 𝑐𝑚−3)(977,9549 𝑐𝑚. 𝑠−2) 9(4,6 𝑐𝑚. 𝑠−1) (10.1𝐴) 𝜂 = 90,0168367254 𝑔. 𝑠−2 41,4 𝑐𝑚. 𝑠−1 = 2,17𝑔. 𝑐𝑚−1. 𝑠−1 = 2,17 𝑃 (10.2𝐴) Já a viscosidade relativa do detergente é calculada em relação à viscosidade do fluido de referência, o qual consiste na água destilada. Esse valor é determinado pela seguinte equação: 𝜂𝐻2𝑂 = 5,985 (43,25 + 𝑡)1,542 𝑃 Equação 13 na qual, 𝜂𝐻2𝑂 corresponde à viscosidade da água destilada e 𝑡 à temperatura em que foi realizado o experimento. Aplicando o valor de 28°C à Equação 13, pode-se concluir que: 𝜂𝐻2𝑂 = 5,985 (43,25 + 28)1,542 = 0,0083 𝑃 (11𝐴) Aplicando esse valor de viscosidade da água e o valor da viscosidade do detergente, encontrado no resultado 10.2A, no primeiro membro da Equação 10, é possível determinar o seguinte valor para a viscosidade relativa (𝜂𝑟𝑒𝑙): 𝜂𝑟𝑒𝑙 = 2,17 𝑃 0,0083 𝑃 = 261 Por fim, a viscosidade cinemática do detergente também pode ser calculada através do resultado 10.2A, aplicando-o na Equação 11, juntamente com o valor da densidade do detergente (𝜌𝐹), e obtendo o seguinte resultando: 𝜐 = 𝜂 𝜌𝐹 = 2,17 𝑔. 𝑐𝑚−1. 𝑠−1 1,013 𝑔. 𝑐𝑚−3 = 2,14 𝑐𝑚2. 𝑠−1 = 2,14 𝑆𝑡 (12𝐴) Glicerina (Líquido B): Temperatura Inicial: 28ºC Temperatura Final: 28ºC Distância entre os pontos marcados na proveta: 29,8 cm (média entre 29,8 cm e 29,8 cm) Diâmetro da Proveta: 8,25 cm (média entre 8,2 cm e 8,3 cm) Raio da Proveta: 4,125 cm (metade do diâmetro da proveta) Quadro 2: Tempo de queda da esfera na glicerina Esfera Tempo (segundos) 1 3,045 s 2 3,066 s 3 3,058 s 4 2,081 s 5 3,046 s 6 3,020 s 7 3,013 s 8 3,032 s 9 3,000 s 10 3,046 s Média 2,9407 s Primeiro, calculou-se a velocidade medida ou limite, através da Equação 7 e utilizando o valor do tempo médio e da distância média entre os pontos marcados na proveta, obtendo os seguintes resultados: 𝑣 = ∆𝑆 ∆𝑡 = 29,8 𝑐𝑚 2,9407 𝑠 = 10,134 𝑐𝑚. 𝑠−1 (1𝐵) Usando como base o valor do raio médio, encontrado no resultado 3.2A, o raio da proveta (4,125 cm) e a velocidade medida ou limite, foi possível calcular a velocidade terminal, por meio da Equação 8. Com isso, pode-se chegar ao seguinte resultado: 𝑣𝑇 = 10,134 𝑐𝑚. 𝑠 −1 [1 + (2,4)(0,23 𝑐𝑚) 4,125 𝑐𝑚 ] = 11,49 𝑐𝑚. 𝑠−1 (2𝐵) Além disso, tendo como base os resultados 3.2A, 7A, 9A e 2B, bem como o valor teórico da densidade da glicerina (0,9971 𝑔. 𝑐𝑚−3), é possível, através da Equação 9, obter os seguintes resultados: 𝜂 = 2(0,23 𝑐𝑚)2(1,883 𝑔. 𝑐𝑚−3 − 0,9971 𝑔. 𝑐𝑚−3)(977,9549 𝑐𝑚. 𝑠−2) 9(11,49 𝑐𝑚. 𝑠−1) (3.1𝐵) 𝜂 = 103,46762842 𝑔. 𝑠−2 103,41 𝑐𝑚. 𝑠−1 = 1,0006 𝑔. 𝑐𝑚−1. 𝑠−1 = 1,0006 𝑃 (3.2𝐵) Aplicando o valor da viscosidade da água e a viscosidade dinâmica da glicerina, encontrada no resultado 3.2B, no primeiro membro da Equação 10, é possível determinar, também, a seguinte viscosidade relativa (𝜂𝑟𝑒𝑙): 𝜂𝑟𝑒𝑙 = 𝜂1 𝜂2 = 1,0006 𝑃 0,0083 𝑃 = 120,6 Por fim, a viscosidade cinemática da glicerina pode ser calculada a partir do valorde viscosidade dinâmica da glicerina, encontrada no resultado 3.2B, e da Equação 11, chegando ao seguinte valor: 𝜐 = 𝜂 𝜌𝐹 = 1,0006 𝑔. 𝑐𝑚−1. 𝑠−1 0,9971 𝑔. 𝑐𝑚−3 = 1,004 𝑐𝑚2. 𝑠−1 = 1,004 𝑆𝑡 (4) 7 APLICAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 1) Qual a lei usada no experimento para determinar a viscosidade dos líquidos? Dizer se ambos são newtonianos ou não. Especificar e explicar. A lei usada no experimento foi a Lei de Stokes, que determina a atuação de uma força viscosa, 𝐹𝑎𝑡, proporcional à velocidade, 𝑣, sobre o corpo esférico em meio a um fluido. No caso de esferas com velocidades baixas, essa força viscosa é denominada força de arraste e é expressa, em módulo, pela Equação 1. Já em relação aos fluidos empregados no experimento, ambos, detergente e glicerina, são newtonianos, visto que têm um comportamento linear entre o valor da a velocidade de deformação e da tensão cisalhante, que é gerada por forças aplicadas em sentidos opostos, mas em direções semelhantes, e sofre resistência pelo fluido, a qual corresponde à viscosidade deste. 2) Deduzir a equação para a determinação experimental da viscosidade absoluta, através da medição da velocidade limite corrigida. A dedução se encontra nos tópicos 9.1 e 9.2 da Equação 9, na introdução. 3) Por que soltar a esfera de vidro no centro do viscosímetro? Para que a esfera sofra menos interferência das forças contrárias exercidas pelas paredes do recipiente, ela é jogada no centro do viscosímetro. Assim, ela se desloca com maior velocidade, diminuindo os erros durante os cálculos. 4) Qual é o comportamento do movimento da esfera após um certo tempo em que ele flui pelo líquido? A partir de um certo momento inicial, quando a esfera é abandonada, a 𝐹𝑎𝑡 aumenta de acordo com a velocidade, até que as três forças que agem sobre o objeto (𝐹𝑎𝑡, 𝑃 e 𝐸) se anulam. Com isso, o movimento do corpo esférico torna-se uniforme, pois não há a atuação de nenhuma força sobre o objeto (força resultante nula: 𝐹𝑅 = 0), deixando a velocidade constante, a qual é designada como velocidade limite. 5) Qual líquido apresenta maior viscosidade? Explique por que um líquido apresenta maior viscosidade do que o outro em termos de forças intermoleculares. A viscosidade é uma propriedade física que depende também das forças intermoleculares. Geralmente, quanto maior a força de atração intermolecular entre as moléculas de uma substância, maior é a sua viscosidade. Como o detergente apresentou uma viscosidade bem maior que a viscosidade da glicerina, a qual contém ligações de hidrogênio, interações intermoleculares muito fortes, deve se tratar de um detergente iônico (catiônico ou aniônico), pois as forças de interação iônica são muito mais fortes, devido à atração eletrostática entre as moléculas. 6) Calcular o raio médio das esferas. O raio médio das esferas encontra-se nos resultados experimentais 3.1A e 3.2A. 7) A constante gravitacional “g” varia com a altura e a latitude. Com o auxílio das Tabelas I e II, calcule a constante gravitacional de Campina Grande. A constante gravitacional de Campina Grande foi determinada pelos resultados experimentais de 5.1A a 7A. 8) Calcule a velocidade terminal corrigida, em cm/s, e a velocidade medida, em cm/s, dos líquidos estudados. Enquanto que as velocidades terminais corrigidas dos líquidos estudados foram calculadas nos resultados 4A e 2B, aa velocidades medidas de ambos os fluidos encontram-se nos resultados 1A e 1B. 9) Comparar os resultados das viscosidades obtidas (método de Stokes) para a glicerina e o detergente com os valores obtidos das viscosidades pelos Viscosímetros de marca VISCO BASIC PLUS L e VISCO BASIC PLUS R, fazendo comentários. Os valores das viscosidades dinâmicas de ambos os fluidos estão nos resultados 10.1A, 10.2A, 3.1B e 3.2B. Para comparar essas viscosidades experimentais do detergente e da glicerina com seus valores teóricos 𝜂𝑇, utiliza-se a seguinte equação: 𝐸 = 𝜂𝑇 − 𝜂 𝜂𝑇 . 100% Equação 14 Aplicando o valor teórico de 14,7 P, à 20°C, para a viscosidade dinâmica do detergente na Equação 13, pode-se obter o seguinte erro experimental: 𝐸𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 14,7 𝑃 − 2,17 𝑃 14,7 𝑃 . 100% = 85,2% Aplicando o valor teórico de 0,950 P, à 25°C, para a viscosidade dinâmica da glicerina na Equação 13, é possível obter o seguinte erro experimental: 𝐸𝑔𝑙𝑖𝑐𝑒𝑟𝑖𝑛𝑎 = | 0,950 𝑃 − 1,0006 𝑃 0,950 𝑃 | . 100% = 5,33% O valor extremamente elevado do erro experimental do detergente se deve não apenas à variação da composição dos detergentes (iônica, não iônica ou anfótera) mas também ao fato de a temperatura teórica estar 8°C abaixo da experimental. Enquanto isso, o pequeno erro encontrado no experimento da glicerina se deve não só à presença da mesma fórmula química em todos os compostos mas também à pequena variação entre as temperaturas teórica e experimental (25°C e 28°C, respectivamente). 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do experimento realizado, foi possível determinar a viscosidade dinâmica de dois líquidos, detergente e glicerina, através do método de Stokes, o qual se baseia na Lei de Stokes e se utiliza da velocidade de uma esfera dentro do fluido para calcular a resistência que esse líquido têm ao movimento (viscosidade). Foi estabelecida, também, uma relação entre a viscosidade do fluido e as interações entre suas moléculas, em que quanto maior a força de interação entre elas, mais viscoso é o fluido. No caso, o detergente demonstrou ter ligações iônicas entre suas moléculas, pois conseguiu ser mais viscoso que a glicerina, a qual apresenta ligações de hidrogênio, interações fortes. Além disso, o elevado erro experimental para o detergente se deu devido à composição variável deste e à considerável diferença de temperatura entre os valores teóricos e experimentais.
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