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Redes de Empresas José Alcides Gobbo, Jr. gobbo@feb.unesp.br Aula 2 – Março de 2012 1. Redes de Empresas Porque surgiram as Redes de Empresas? A competição mundial tem-se acirrado significativamente. Essa aceleração foi produzida por um conjunto de eventos, dentre os quais os mais importantes são a globalização, a desregulamentação dos mercados e a evolução tecnológica. Uma das características da Globalização é a conectividade que aumentou muito. Hoje, o modelo burocrático está esgotado: sua rigidez, seu excesso de normas tornaram o modelo anacrônico em muitas situações. Por isso, está surgindo um grande número de outros modelos, mais flexíveis. Porque surgiram as Redes de Empresas? Redes de Empresas O fenômeno de alianças inter-firmas representa uma mudança importante nas práticas organizacionais das companhias Segundo Ribaut et al (1995), a rede de empresas, consiste em um tipo de agrupamento de empresas cujo objetivo principal é o de fortalecer as atividades de cada um dos participantes da rede, sem que, necessariamente, tenham laços financeiros entre si. Redes de Empresas Stock et al. (1998) destacam a crescente importância da logística em assegurar que essas organizações em rede possam competir em uma ou mais dimensões competitivas (custo, qualidade, flexibilidade e confiabilidade), alcançando o nível desejado de desempenho necessário. Redes de Empresas As formas de flexibilidade organizacional citadas por Castells (1999) e Amato Neto (2000) e caracterizadas por conexões entre empresas são: Redes Inter-firmas O modelo de redes multidirecionais; Modelo de Licenciamento e Sub-contratação; Alianças Estratégicas O modelo de alianças estratégicas entre empresas de grande porte. Aglomeração de empresas Distritos Industriais; Clusters; Arranjos Produtivos Locais (APLs); Redes de PME Redes de Empresas O modelo de redes multidirecionais é geralmente composto de pequenas empresas independentes, organizadas em um local ou região como base e pertencendo a um mesmo setor industrial. No modelo de licenciamento e sub-contratação da produção, as pequenas e médias empresas ficam sob o controle de sistemas de sub-contratação, sob o domínio tecnológico e/ou financeiro de empresas de grande porte. Redes de Empresas A aliança estratégica é uma associação em que as partes atuam para seu beneficio mútuo. As alianças servem para uma variedade de propósitos como a distribuição dos custos fixos (em produção, distribuição e P&D), evitar barreiras à entrada, acelerar a velocidade de entrada no mercado, a aquisição de fontes de materiais, etc. Redes de Empresas Pode-se entender cluster, como a concentração setorial e geográfica de empresas. Existe um amplo escopo para a divisão de tarefas entre empresas, bem como para a especialização e para a inovação. Há um espaço significativo para a ação em conjunto das empresas pertencentes a um cluster, o que não ocorre em sistemas dispersos. 2. Redes Estratégicas Redes de Estratégicas As redes estratégicas são compostas dos relacionamentos horizontais e verticais da firma com outras organizações – que podem ser fornecedores, consumidores, competidores, ou outras entidades – sendo esses laços duradouros, de significância estratégica para as firmas que entram neles (Gulati et al, 2000). As redes estratégicas podem prover para empresa, acesso a informação, recursos, mercados e tecnologia; com vantagens de economias no aprendizado, escala e escopo; e permitir a empresa atingir objetivos estratégicos como o compartilhamento de riscos e a terceirização de estágios da cadeia de valor da empresa. Redes de Estratégicas Empresa Processos de negócios Atividades de valor Organização e cultura Pessoas Governo e Agências Universidades Centros de Pesquisa Empresas Concorrentes (Alianças) Fornecedores de 2ª. Camada Fornecedores de 1ª. Camada Parceiros Parceiros Distribuidores Consumidores Complexidade Tecnológica e Mudança Mercados e Interfaces Eletrônicas Globalização e Competição Interdependência e Conectividade Fonte: MÖLLER e HALINEN, 1999. Redes de Estratégicas Os diferentes atores que compõem uma rede estão conectados, seja na forma de relacionamentos verticais ou como horizontais As relações verticais da rede consideram duas direções: o lado dos suprimentos e o lado da demanda. Os relacionamentos horizontais ocorrem entre a empresa focal e atores não comerciais da rede, como agências governamentais, universidades e instituições públicas e de pesquisa. Rede Estratégica - Dimensões Pil, F. K., Holweg, M – MIT Sloan Management Review, Summer 2006 Economia dos Custos de Transação (Coase, 1937). “Uma firma crescerá até o ponto em que o custo de adicionar outra função interna seja igual ao custo de transação para coordenar essa função no mercado”. COASE, R. The nature of the firm (1937) “A economia ou Teoria do custo de transação estuda como os parceiros em uma transação protegem-se dos riscos associados ás relações de troca.” Klein & Shelanski (1994) Custos de Transação Custos que uma organização incorre quando recorre ao mercado Custo de se informar, negociar, contratar, fiscalizar a execução contratual, defender direitos, etc. Esses custos ocorrem por não existir simetria de informação entre os agentes envolvidos nas transações. Fonte: Barbieri, J.C. (2009) Teoria dos Custos de Transação (Willianson, 1985). A assimetria resulta dos seguintes pressupostos: Racionalidade limitada Oportunismo dos agentes Teoria dos Custos de Transação (Willianson, 1985). Willianson (1985) foi o primeiro a pesquisar em detalhes os custos de transação, e deu as razões chaves para que os custos de transação se elevem: Nossa inabilidade de analisar tudo antecipadamente (o que ele chama de “racionalidade marginal do homem”); O fato de que nos negócios o futuro é sempre incerto; A presença de poucos compradores ou fornecedores para o produto em questão; A possibilidade que alguns dos jogadores sejam “oportunistas”, ou tentem tirar vantagem dos outros. Ser capaz de gerar confiança é, então, a chave para a redução dos custos de transação. Teoria dos Custos de Transação (Willianson, 1985). RACIONALIDADE LIMITADA Os indivíduos agem racionalmente porém de modo limitado. Na impossibilidade de uma solução ótima, os indivíduos se contentam com soluções satisfatórias. H. Simon Diante da racionalidade ilimitada, os contratos são necessariamente incompletos, podendo gerar de negociações contratuais ex-post. Williamson (1985) Teoria dos Custos de Transação (Willianson, 1985). OPORTUNISMO DOS AGENTES manipulação de assimetria transmissão de informação de modo seletivo oportunismo ex-antes e ex-post Fonte: Barbieri, J.C. (2009) Custos de Transação Fonte: Barbieri, J.C. (2009) Economia dos Custos de Transação (Coase, 1937). Quais poderiam ser os fatores motivadores para que as empresas entrassem em redes estratégicas? Abordagem Primária: A atividade será internalizada se o custo interno (CI) de fazer ser menor do que o preço cobrado pelo fornecedor externo (PE). O verdadeiro custo é CE = PE + CT (CE = Custo Externo; CT= Custo de Transação). A razão do porque encontramos empresas produzindo dentro de casa, mesmo em casos em que o fornecedor externo é mais eficiente, é porque a empresa tem que adicionar o custo de transação ao preço externo do fornecedor. Devido ao risco, mesmo se CI > PE a presença de CT força a integração. DIMENSÕES DAS TRANSAÇÕES Especificidade dos Ativos Freqüência das transações Incerteza Estrutura de Governança DIMENSÕES DAS TRANSAÇÕES ESPECIFICIDADE DOS ATIVOS: Tipos Especificidade locacional Especificidade de ativos físicos Especificidade de ativos dedicados Especificidade de ativos humanos Especificidade de marca Especificidade temporal Williamson (1985) FREQÜÊNCIA DAS TRANSAÇÕES A freqüência permite diluir os custos da adoção de mecanismos complexos de controle por parte dos agentes envolvidos. A repetição permite: (1) que os agentes adquiram conhecimento uma das outras e (2) que construam uma reputação mútua, que pode se transformar numa restrição ao oportunismo dos agentes. Quanto maior a freqüência de uma transação, maior o valor presente dos ganhos futuros e, portanto, maior o custo associado às atitudes oportunistas. Numa única transações complexas não compensa criar mecanismos caros e sofisticados de controle, o que torna preferível o mercado spot. Willianson (1985) ESTRUTURA DE GOVERNANÇA Risco: variância de uma dada distribuição de probabilidade. Incerteza: impossibilidade de definição de uma dada probabilidade. Desconhecimento dos possíveis eventos futuros ou dos desdobramentos futuros dos eventos atuais Willianson (1985) Tipos de Governança O conjunto de instituições e tipos de agentes envolvidos numa transação e na garantia de sua execução. Governança pelo Mercado: formas de transações não específicas nas quais apenas comparecem as partes de uma transação. Contrato de relação: governança bilateral, na qual as partes preservam a sua autonomia e estabelecem as condições gerais de execução contratual, especificando critérios para lidar com imprevistos, bem como mecanismos de resolução de conflitos. Governança trilateral: para que ocorra a transação é necessário que ocorra uma terceira parte para avaliar a transação, fiscalizar a sua execução ou resolver litígios entre as partes envolvidas na transação. Estrutura unificada e hierarquizada: quando os custos de transação se tornam inviáveis, a integração vertical passa a ser uma opção válida. Willianson (1985) Estrutura de Governança e Freqüência das Transações Willianson (1985) Estrutura de Governança e Freqüência das Transações Willianson (1985) Estrutura Básica de Redes Jarillo propõe um modelo de interação entre as duas variáveis, tipo de relacionamento e propriedade, com o objetivo de ilustrar a expansão destes limites para toda a rede de suprimentos. Figura - Estruturas básicas de redes (adaptada de Jarillo, 1993). Dilema do Prisioneiro Jarillo (1993) utiliza a teoria dos jogos para introduzir um modelo de comportamento numa rede de empresas. Através do “dilema do prisioneiro” (figura), são sugeridas algumas possibilidades, numa determinada situação. Figura – Diferentes conseqüências para os jogadores pegos no dilema do prisioneiro (Jarillo, 1993). Referências Bibliográficas Ballou, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4ª. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. Gattorna, J. & Walters, D. W. Managing the supply chain – A Strategic Perspective. London: Macmillan Press Limited, 1996. Nohria, N., Eccles, R. (1992), Networks and organizations. Boston, Harvard Business Press. Amato Neto (2000), J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais. São Paulo: Atlas. Castells, M. (1999), A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra. Jarillo, J. C. Strategic networks: creating the borderless organization. Oxford: Butterworth & Heinemann, 1993. Coase, R. H. The Nature of the Firm. Economica, Volume 4, 1937. Willianson, O. The economic Institutions of Capitalism: Firms, Markets, relational Contracting. New York: The Free Press, 1985. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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