OTPI - Os Instrumentos

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Os Instrumentos na Intervenção profissional do Serviço
Social na Vara da Infância, da Juventude e do Idoso
Niterói
11/2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………..............................................................3
2. DESENVOLVIMENTO………………….............................................................3
2.1 A Dimensão Técnico-operativa e os Instrumentos………………………………3
2.2 Os Instrumentos: a capacidade de compreender a realidade dos usuários….4
3. CONSIDERAÇÕES
FINAIS………………………………………………………….6
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4. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………...7
1. INTRODUÇÃO
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O presente estudo pretende promover uma reflexão sobre a relação dos
instrumentos utilizados no campo de estágio, no referido caso, na Vara da Infância,
da Juventude e Idoso, com os usuários. Intenciona-se fazer uma observação sobre
a capacidade dos instrumentos em compreender a realidade social da população
usuária.
Abordando as dimensões constitutivas do serviço social e os instrumentos
utilizados na ação profissional do assistente social da Vara da Infância, da
Juventude e do Idoso.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A Dimensão Técnico-operativa e os Instrumentos
A compreensão de que os instrumentos são elementos constitutivos da
dimensão técnico-operativa é fundamental nessa reflexão (SANTOS, 2013).
Conforme destacado por Santos, durante a formação sócio histórica da profissão,
constituíram-se três dimensões da sua intervenção profissional. São elas: a
dimensão teórico-metodológica, a dimensão técnico-operativa e a dimensão
ético-política.
Segundo Santos (2013), essas dimensões são indissociáveis da prática
profissional, ainda que o assistente social não possua conhecimento dessa
dinâmica, pois o exercício profissional configura-se pela articulação destas
dimensões.
A dimensão técnico-operativa contém a aplicação do conhecimento teórico,
assim como, a concretização de ações objetivas para determinados fins, vinculando
as dimensões mencionadas (SANTOS, BACKX e GUERRA, 2017).
“Os instrumentos, elemento constitutivo da dimensão técnico-operativa, são
necessários à atuação técnica, através dos quais os assistentes sociais podem
efetivamente objetivar suas finalidades” (GUERRA, 2008, p. 47).
O Judiciário é um campo permeado por contradições, visto que, a garantia de
direitos ocorre em um sistema que simultaneamente vai se responsabilizar ou
criminalizar alguém (BORGIANNI, 2013).
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A prática profissional na Vara da Infância, da Juventude e do Idoso exige um
conjunto de estratégias, práticas e técnicas instrumentalizadoras direcionadas pelo
projeto ético-político do serviço social.
Na vara da infância, da Juventude e do Idoso, comumente são utilizados os
seguintes instrumentos: entrevista, visita domiciliar e institucional, estudo social,
parecer técnico, entre outros. E se constitui como atribuição privativa do assistente
social, conforme a Lei nº 8.662/3, no artigo 5º, no inciso IV, realizar vistorias,
perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de
serviço social.
2.2 Os Instrumentos: a capacidade de compreender a realidade dos usuários
Os instrumentos citados, a seguir, foram os acompanhados durante o estágio
supervisionado na instituição.
A entrevista oportuniza à população uma reflexão sobre sua inserção na
sociedade. Segundo Magalhães (2011), é o momento em que as reflexões devem
ser estimuladas. Com o uso desse instrumento existe a possibilidade do assistente
social “trabalhar os aspectos sociais, políticos, ideológicos, culturais, afetivos e
religiosos postos durante o desenvolvimento do usuário” (SANTOS e NORONHA,
2013, p.51).
Segundo as autoras, Santos e Noronha (2013), esse instrumento possibilita
que o profissional compreenda as demandas do seu campo de atuação,
proporcionando-o as condições para dar respostas condizentes com a realidade da
população.
A entrevista, como uma possibilidade de promover reflexão, requer do
profissional uma postura crítica e reflexiva sobre as informações trazidas pelo
usuário, “oferecendo-se uma contribuição teórica as situações“ (SANTOS e
NORONHA, 2013, p. 53).
O segundo instrumento abordado é a visita domiciliar, que conforme as
autoras Santos e Noronha (2013) é considerado o instrumento mais polêmico,
podendo até mesmo ser abolido da prática profissional.
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Entretanto Magalhães (2011), defende que as visitas domiciliares tem objetivo
de clarificar situações, considerar o caso na particularidade do seu contexto sócio
cultural e de relações sociais.
No entanto, assim como Santos e Noronha (2013), Magalhães (2011), menciona
que devido o trabalho do assistente social estar inserido em uma sociedade de
classes antagônicas, é exigido do profissional uma atenção à conotação que está
dando à visita domiciliar, dando ênfase ao profissional que atua no campo
sóciojurídico. Segundo as autoras, a visita domiciliar possui o objetivo principal de
conhecer as condições e modo de vida da população usuária em sua realidade
cotidiana, servindo para complementar dados.
Outro instrumento utilizado é o estudo social, que constitui-se em um
instrumento que faz-se necessário para construir um conhecimento a respeito da
população usuária. É composto pelo exame detalhado da situação social e da
análise da mesma.
O estudo social é uma opinião técnica sobre a situação social, dando suporte
ao magistrado para tomada de decisão a respeito da vida dos sujeitos em
atendimento. Segundo Santos e Noronha (2013), anteriormente ao estudo, o
profissional precisa adotar uma postura indagativa sobre os motivos e os objetivos
que se pretendem alcançar por meio dele, que envolve uma boa compreensão da
dimensão teórico-metodológica.
A realização do estudo inclui a utilização de outros instrumentais, tais como
entrevista, visitas domiciliares, entre outros.
De acordo com Fávero (2003), o estudo social é a expressão da questão
social ou expressão concreta de questões de ordem psicológica. Esse estudo
possibilita conhecer a história social de cada usuário, sendo necessária a atenção
do profissional em não pautar sua prática no imediatismo, mantendo uma postura
crítica para compreender as particularidades de cada indivíduo.
O parecer social é a formalização das informações trazidas por meio do estudo
social. É a opinião profissional do assistente social tendo como base a observação
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do contexto que o usuário vivencia. Ele registra um saber especializado, um
trabalho técnico. Não havendo espaço para o senso comum.
“O grupo é um instrumento de apoio no trabalho desenvolvido em instituições”
(MAGALHÃES, 2011). É um instrumento que possibilita amentar o número de
pessoas por atendimento.
No entanto, segundo Magalhães (2011), é necessário alguns cuidados em sua
abordagem, como a observação dos detalhes. Cabendo ao profissional uma
avaliação crítico-reflexiva das posturas adotadas, que exige compromisso e
competência do assistente social.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreende-se, a partir dessa reflexão que, os instrumentos, elemento constitutivo
da dimensão teórico-operativa, possibilitam ao assistente social da Vara da Infância, da
Juventude e do Idoso a compreensão da realidade social da população usuária.
Nesse sentido, tendo em vista as contradições que permeiam a instituição, a
utilização dos instrumentos orientados pelo projeto ético político, faz-se necessária para
compreensão da realidade social da população atendida. Dando ênfase para a necessidade
de um saber profissional baseado em um arcabouço teórico crítico, com a clareza do
direcionamento político da categoria profissional. Ou seja, a vinculação e a apropriação das
dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.
O presente estudo, possibilita a compreensão e diferenciação dos instrumentos
utilizados pelos assistente sociais no Tribunal de Justiça, em especial na Vara da Infância,
da Juventude e do Idoso.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Cláudia Mônica dos. “A dimensão técnico-operativa e os instrumentose técnicas no Serviço Social”. IN: Revista Conexão Geraes. Minas Gerais p.
26-29, 2013.
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SANTOS, Cláudia Mônica dos; BACKX, SHEILA; GUERRA, Yolanda (orgs.). ed. 3.
São Paulo: Cortez, 2017.
FORTI, Valeria; GUERRA, Yolanda (orgs.). “Serviço Social: Temas e Textos e
Contextos”. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Lumes Juris, 2013.
MAGALHÃES, Selma Marques. “Avaliação e Linguagem relatórios, laudos e
pareceres”. ed. 3. São Paulo: Veras Editora — CPIHTA, 2011.
GUERRA, Yolanda. Direitos Sociais e Sociedade de Classes: o Discurso do
Direito a ter Direitos”. In: FORTI, Valeria; GUERRA, Yolanda. “Ética e Direitos:
ensaios críticos.” Rio de Janeiro: Editora Lumes Juris, 2009. p.31-54.
CFESS/SP (Org.). “O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres
Técnicos”. São Paulo: CFESS, 2011.