RELATORIO ANALITICO 13 04 20

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MEMORIAL DESCRITIVO E ANALÍTICO DO INSTRUMENTAL TÉCNICO OPERATIVO UTILIZADO NO CAMPO DE ESTÁGIO
CRAS – TRANSFORMANDO REALIDADES
Autor – Rosana Borba Solka
Prof. Orientador – Maria Judite Ludwig
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso/Habilitação (SES0443) – Estágio III 
13/04/2020
1 INTRODUÇÃO
Este relatório visa compreendermos as ações desenvolvidas pelo profissional social na instituição do CRAS (Centro de Referências de Assistência Social) Transformando Realidades, ações norteadas a partir do instrumental, objetivando na busca de soluções para as questões sociais existentes.
Nesse sentido, podemos conferir a dimensão do valor instrumental no trabalho diário do profissional, para que assim o utilize com seguridade nas ações desenvolvidas na proteção aos direitos dos usuários.
Sendo assim, o período do estágio oportunizou revelar a importância da fundamentação teórica agregada aos métodos técnico-operativos e éticos políticos. Por esse motivo foi esclarecedor que os instrumentos são indispensáveis para a práxis do trabalho do assistente social. Portanto, durante as fases dos estágios os instrumentais utilizados pela assistente social no desenvolvimento de suas intervenções foram acolhimento, observação, visita domiciliar, acompanhamento social, dinâmica de grupo, reunião, estudo e relatório social entre outros que nos foi propiciado.
2 RELATO E ANÁLISE DOS INSTRUMENTAIS TÉCNICOS OPERATIVOS UTILIZADOS NO CAMPO DE ESTÁGIO
 O principal instrumento do trabalho para o profissional social é o conhecimento. Contudo, para uma efetivação das ações do assistente social os instrumentos teórico-metodológicos, técnico-operativo e ético-político são fundamentais para nortear intervenções sociais a serem trabalhadas com uma melhor eficácia na garantia dos direitos dos usuários embasado nos valores da ética na sua prática, fornecendo respaldo para uma maior seguridade nas suas articulações.
Basear-se nesse conjunto de instrumentos, faz as ações do assistente social romper com “assistencialismo” e reproduzir com técnicas o enfrentamento das questões sociais como uma política pública, definindo a postura do profissional. É de suma importância enfatizar que o profissional não foca suas ações voltadas para ajudar o usuário, e sim, na garantia dos seus direitos.
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo. (IAMAMOTO,1998.P.20).
 Nesse sentido LESSA (1999) refere “o trabalhador deixa de lado suas necessidades enquanto pessoa humana e se converte em instrumentos para a execução das necessidades de outrem”. 
Sendo assim, os instrumentos oportunizam uma interação do profissional e usuário para uma melhor efetivação dos encaminhamentos pertinentes das expressões sociais circundadas. Portanto, no período de estágio os instrumentos nos deram base e direcionamento durante as realizações das intervenções.
Para uma maior compreensão vamos elucidar os instrumentos utilizados nas fases dos estágios.
2.1 ACOLHIMENTO
 A acolhida pelo profissional é primordial, pois por meio de uma escuta qualificada se inicia um vínculo, possibilitando identificação ou constatação de uma determinada questão social. Segundo Silva Junior e Mascarenhas o acolhimento
instrumentaliza a geração de procedimentos e ações organizadas. Tais ações facilitam o atendimento na escuta, na análise, na discriminação de risco e na oferta acordada de soluções ou alternativas nos problemas demandados.(SILVA JUNIOR, MASCARENHAS, 2005, p. 245).
 O profissional deve ter muita habilidade na condução desta conversa, uma escuta um tanto sensível com o olhar investigativo de tudo que foi observado para a formulação de orientações e providencias de tudo que foi percebido.
 2.2 VISITA DOMICILIAR
 A visita domiciliar foi um instrumento muito utilizado no período do estágio. Consiste na ida da assistente social na casa do usuário com um objetivo traçado, que geralmente é conhecer melhor as condições do indivíduo, potencializando o conhecimento da realidade do sujeito na sua totalidade tanto no seu núcleo familiar quanto com a comunidade. Segundo Mioto (2001, p.148) a visita domiciliar
tem como objetivo conhecer as condições (residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das relações, aspectos esse que geralmente escapam à entrevista de gabinete.
 Para um efetivo desempenho em uma visita na residência, é necessária uma habilidade do profissional tendo que estar atento à ética profissional, preservando o sigilo pelo fato de que muitas vezes o usuário não está sozinho e sim com demais familiares. 
 2.3 ACOMPANHAMENTO SOCIAL
 O acompanhamento social é um procedimento técnico onde o profissional detecta durante a entrevista questões sociais o qual precisam ações de caráter continuado. Lopes (2010, p. 24) nos diz que acompanhamento familiar é:
Procedimento técnico de caráter continuado e por período de tempo determinado, no qual é necessário que haja vínculo entre o usuário e o profissional.Finalidade: O acompanhamento sócio familiar é feito quando detectada na entrevista a necessidade de se fazer encaminhamentos diversificados.
 Após o profissional intervir nas questões pertinentes, realizando orientações ou encaminhamentos, se faz necessário acompanhar esse individuo ou a família, a fim de, averiguar se esta tendo efetivação nas ações propostas.
 2.4 TRABALHO DE GRUPO
 O trabalho em grupo exige do profissional planejamento para que na atividade proposta possamos executar com êxito as ações planejadas. Segundo Afonso (2000,p.34)
um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número de encontros,sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a elaborar,dentro ou fora de um contexto institucional.A elaboração que se busca na Oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, suas formas de pensar, sentir e agir.
 
 Sendo assim, o trabalho de grupo torna-se uma maneira de atender um número de usuários que passam pelas questões sociais semelhantes, motivando a reflexão do grupo.
 2.5 DINÂMICA DE GRUPO
 A dinâmica de grupo é um método que utiliza jogos, brincadeiras ou simulações de modo a provocar uma reflexão acerca de uma determinada temática que tenha relação com o objeto de intervenção. 
É uma técnica que utiliza jogos, brincadeiras ou simulações de modo a provocar uma reflexão acerca de uma determinada temática que tenha relação com o objeto de intervenção, e que no caso do Serviço Social, tem o assistente social como facilitador, o que requer do profissional habilidades teóricas e uma postura política democrática de controle no processo da dinâmica. (MEDEIROS,2019)
. Quando se inicia com uma dinâmica quebra gelo no grupo, os assuntos abordados muitas vezes delicados tornam a participação dos integrantes mais reconfortantes e uma reprodução com maior efetividade.
 2.6 REUNIÃO
 
 Esse instrumento é muito utilizado pelo profissional social, nesses momentos sejam eles com usuário das políticas públicas ou com a equipe o promovendo a refletir, discutir, esclarecer ações desenvolvidas nas intervenções a serem realizadas.
Assim como a dinâmica de grupo, as reuniões são espaços coletivos. São encontros grupais, que têm como objetivo estabelecer alguma espécie de reflexão sobre determinado tema. Mas, sobretudo,uma reunião tem como objetivo a tomada de uma decisão sobre algum assunto.(SOUSA, 2008, p.127).
 Enfim, como no trabalho de grupo, esses encontros precisam ser estabelecidos por tópicos, objetivando realizar coletivamente uma ação a ser tomada.
 2.7 ESTUDO SOCIALÉ uma ferramenta no qual somente profissional social poderá aplicar, este utiliza vários instrumentos ( acolhimento, observação, visita domiciliar) para a construção de um estudo social, o técnico necessita se apropriar de todos os conhecimentos fundamentados na teoria e ética. De acordo com Eunice Fávero (2014,p.53)
O estudo social, tem como finalidade conhecer e interpretar a realidade social na qual está inserido o objeto da ação profissional, ou seja, a expressão da questão social ou o acontecimento ou situação que dá motivo a intervenção .
 Contudo, é de extrema responsabilidade gerar esse documento, pois, servirá de base para a construção de um parecer, relatório ou laudo social, podendo circular por diversos âmbitos definindo ações na garantia dos direitos do indivíduo.
 2.8 PARECER SOCIAL
 O parecer social realizado pela assistente social se dá através do estudo social. Contém posição do profissional da realidade social estudada, referenciando todo instrumental utilizado nas dimensões investigativas e interventivas. Sendo assim, o assistente social deverá incluir ao documento sugestões de ações a serem intervindas para a questão social levantada.
 2.9 RELÁTORIO
 O relatório social apresenta os dados coletados nas intervenções realizadas e de informações adquiridas. Nesse documento é fundamental conter todas as informações colhidas transcrevendo com clareza e detalhamento do que foi observado nas intervenções realizadas. 
É um documento de registro de informações, observações, pesquisas, investigações, fatos, e que varia de acordo com o assunto e as finalidades. Os relatórios são bastante utilizados na prática profissional do assistente social porque serve como registro importante capaz de subsidiar decisões.(LOPES,2020).
 É de suma importância que o relatório seja fidedigno da mais pura realidade, a fim de, que qualquer profissional possa se basear por tal documento para esclarecer ações a serem tomadas.
3 CONCLUSÃO
 
 Em virtude do que foi mencionado, o período de estágio foi fundamental para percebemos sobre a efetivação das ações do assistente social baseando-se nos instrumentos técnico-operativos compreendendo que guiar-se pelas técnicas trarão ao dia- a -dia do profissional toda compreensão na execução das intervenções com qualidade ao usuário.
 Contudo, para práxis do profissional social necessitamos salientar que as diferentes formas de metodologias utilizadas precisam estar atentas na grandeza do instrumental ético-político, a fim de, executar ações ao individuo com total acolhimento na proteção de sua privacidade.
 Sendo assim, um trabalho com propriedade certamente trará um serviço com qualidade aos cidadãos na garantia de seus direitos. Dessa maneira, o procedimento do assistente social fundamentado na teoria, executado com os instrumentais e na observância da ética possibilitará trabalhar com a realidade do usuário com seguridade no dinamismo do agir do profissional social.
REFERÊNCIAS
Afonso, M. L. M. (2000). Oficinas em dinâmicas de grupo: Um método de intervenção psicossocial. Casa do Psicólogo. 
FÁVERO, Eunice Teresinha. O Estudo Social – fundamentos e particularidades de sua construção na Área Judiciária. In. CFESS (org.). O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: Debates atuais no Judiciário, no Penitenciário e na Previdência Social. 11ª ed. (revista/atualizada), 2ª R. São Paulo: Cortez Editora, 2016.
IAMAMOTO. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo:Cortez, 1998. 326p.
LESSA, Sergio. “O processo de produção/reprodução social: trabalho e sociabilidade”. Programa de capacitação continuada para assistentes sociais, Módulo II: Reprodução Social, Trabalho e Serviço Social. Brasília: CFESS/ABEPSS-UNB/CEAD, 1999.
LOPES, Joilda. Os instrumentos técnicos operativos na prática profissional do serviçossocial.Disponívelem:<http://cadujoilda.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html>. Acesso em: 30 mar. 2020.
MEDEIROS,Juliana.A instrumentalidade na prática do Assistente social.Disponivel<https://www.blog.gesuas.com.br>. Acesso em 20 mar. 2020.
MIOTO, Regina Célia Tamaso.Perícia social: proposta de percurso operativo. São Paulo: Cortez, 2001.
SILVA JÚNIOR, A.G.; MASCARENHAS, M. T.M. Avaliação da Atenção Básica em Saúde sob a ótica da Integralidade: aspectos conceituais e metodológicos. In:
SOUSA, Charles Teniolo. A prática do Assistente Social: conhecimento, instrumentalidade intervenção profissional, 2008.