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NERVOS CRANIANOS Lara Camila | 4º Semestre Os nervos cranianos são nervos periféricos que se conectam com o SNC através do encéfalo. A maioria desses nervos se conectam ao SNC pelo tronco encefálico, no entanto, os nervos olfatórios se conectam através do telencéfalo e os ópticos através do diencéfalo. Os nervos cranianos são compostos por: (1) fibras aferentes e (2) fibras eferentes. As fibras nervosas aferentes, nos nervos espinais, eram classificadas apenas como somáticas ou viscerais/autônoma, no entanto, as fibras aferentes dos nervos cranianos podem ser: somática geral, visceral geral, somático especial, visceral especial. • Somáticas Geral Inerva pele, músculos esquelético, tendões e articulação; Função: dor, temperatura, propriocepção e tato; CN V, VII, IX, X • Somático Especial (sentido especial) Receptores celulares altamente especializados, originados na retina e no ouvido interno; Visão, audição, equilíbrio (vestibular); CN II, VIII • Visceral Geral Receptores em mucosas e músculos em vísceras do corpo; Barorrecepção, quimiorrecepção, dor; CN IX, X • Visceral Especial (sentido especial) Receptores em terminações nervosas livres (quimiocepção); Olfação, gustação; são considerados viscerais pois estão em sistemas viscerais – digestório e respiratório CN I, VII, IX, X As fibras nervosas eferentes são divididas em somáticas geral e visceral, sendo que as fibras nervosas eferentes sensoriais são subdivididas em gerais e especiais. *** MEQ Miotômicos -> músculos estriados esqueléticos derivados dos somitos; *** MEQ Branquiméricos -> músculos estriados esqueléticos derivados dos arcos faríngeos; • Somáticos Geral Motricidade de músculos esqueléticos derivados dos somitos, ou seja, os músculos estriados miotômicos; ➢ Os somáticos irão inervar o músculo estriado esquelético no caso dos nervos espinais, já os nervos cranianos irão inervar o músculo estriado esquelético derivados dos somitos. CN III, IV, VI, XII • Visceral Geral Motricidade de músculo liso, cardíaco e glândulas; CN III, VII, IX, V • Visceral especial Motricidade de músculos esqueléticos derivados dos arcos faríngeos (que dão origem às estruturas da cabeça); CN V, VII, IX, X, XI FIBRAS NERVOSAS AFERENTES SOMÁTICAS GERAIS ESPECIAIS VISCERAIS GERAIS ESPECIAIS FIBRAS NERVOSAS EFERENTES SOMÁTICAS MEQ MIOTÔMICOS VISCERAIS GERAIS M. LISO, CARDÍACO,GLÂNDULAS ESPECIAIS MEQ BRANQUIOMÉRICOS CN I – NERVO OLFATÓRIO O nervo olfatório, por ser o primeiro par craniano, é o par mais rostral e, assim, ele vai do mais rostral ao mais caudal. O nervo olfatório faz parte de um sistema antigo na natureza e, nos seres humanos, não é tão desenvolvido. No entanto, é muito importante e funciona como uma estrutura de proteção que nos protege contra elementos tóxicos, alimentos nocivos etc. Os seres humanos mais primitivos tinham esse sistema mais desenvolvido, com papel de farejamento. As fibras que formam o nervo olfatório saem do epitélio olfatório atravessando a lâmina (também conhecida como lâmina crivosa) e se dirigem para fazer sinapse no bulbo olfatório – localizado no telencéfalo. No epitélio olfatório, observamos células de suporte com vilosidades que produzem um muco que irá apreender as partículas/moléculas odoríferas, que são moléculas que se espalham pelo ar e quando entram em contato com os receptores das terminações olfatórias, elas são capazes de ativar e sensibilizar o sistema olfatório. Esses receptores são células bipolares (neurônios) que estendem um dendrito fino que, em sua terminação, possui vários cílios que se espalham pelo muco. Assim, a molécula odorífera apreendida pelo muco será captada por essas terminações e, assim, será capaz de ser transduzida – transformada em potenciais de ação por meio de segundos mensageiros. Uma vez que as moléculas odoríferas foram transduzidas, a informação seguirá pelos neurônios bipolares (que estão localizados no teto do epitélio olfatório/cavidade nasal), e seus axônios perfuram a lâmina cribiforme do osso etmoide, e irão fazer sinapse no bulbo olfatório (1ª sinapse), considerado uma parte do telencéfalo. No bulbo, encontraremos os segundos neurônios sensitivos da via olfatória, que podem ser de dois tipos: (1) células mitrais e (2) células tufais. Esses neurônios emitem seus axônios em direção posterior, formando o trato olfatório. O trato olfatório se bifurca ao chegar na substância perfurada anterior, formando a estria olfatória medial, e a estria olfatória lateral. Essa região é chamada de trígono olfatório. ➢ Estria olfatória medial: as estrias olfatórias mediais se juntam na região inter-hemisférica (na comissura anterior – que fica na parede anterior do diencéfalo), e suas fibras cruzam para o bulbo oposto da sua origem; ➢ Estria olfatória lateral: via responsável por conduzir informações olfatórias para o córtex cerebral, especificamente para o córtex olfatório primário, que se localiza no giro para-hipocampal (que fica na porção anterior do lobo temporal). Essa via olfatória está relacionada com os reflexos, comportamentos primitivos, com o significado emocional (sistema límbico) e aprendizagem. OBS: a via olfatória lateral não passa pelo tálamo, ou seja, elas têm um processamento cortical no bulbo e as informações vão diretamente para o sistema límbico. O epitélio olfatório também é composto por células basais que são capazes de renovar as células nervosas do epitélio. Essa é uma das poucas regiões do sistema nervoso capaz de realizar a renovação das células nervosas. O giro para-hipocampal bifurca-se em duas cabeças: (1) unco (úncus) e (2)hipocampo. O córtex olfatório primário fica em uma parte do unco chamada de área piriforme + área periamigdaloide. A partir dessa região, que é córtex olfatório primário, a informação irá para o córtex olfatório secundário, que está na região anterior do gira para- hipocampal conhecida como área entorrinal. Do bulbo olfatório até a área entorrinal, chamamos essa região de rinencéfalo, que por muito tempo acreditou-se ser a área responsável por tudo relacionado ao olfato. No entanto, a área piriforme, periamigdaloide e entorrinal são um tipo de córtex chamado de paelocórtex, que é um tipo de córtex mais antigo, que possui menos camadas de neurônios que o neocortex – um tipo de córtex mais recente. ➢ Rinencéfalo = via sensitiva olfatória extratalâmica. O tálamo traduz as informações para o córtex, simplificando as informações que chegam no córtex. No rinencéfalo, temos o paleocórtex, que são informações que não passaram pelo córtex, e por isso, não foram sintetizadas pelo tálamo. Por isso, essa área não justifica a capacidade que temos de especificar um odor, como diferenciar o cheiro do café x da gasolina. A capacidade de especificar um odor é uma característica do neocortex, ou seja, das vias sensitivas que passam pelo tálamo. No neocortex, temos o córtex orbitofrontal, que se localiza na base do telencéfalo, adjacente ao bulbo olfatório e próximo à orbita dos olhos. Uma lesão nessa região faz com que a pessoa deixe de conseguir identificar cheiros, embora continue respondendo a eles (como salivando, lembrando de momentos), pois seu rinencéfalo não foi lado. Ou seja, a pessoa sabe dizer se gosta ou não de determinado cheiro, mas não sabe dizer que cheiro é aquele. Essa área do neocortex também se comunica com o núcleo talâmico, chamado de núcleo medial dorsal do tálamo. No entanto, ainda não se sabe como as informações olfativas chegam no eixo do tálamo para o córtex orbitofrontal. OBS: é o único nervo craniano processado pelo córtex sem passar previamente pelo tálamo. >> Desordens clínicas do CN I O epitélio olfatório é sujeito a lesões,como: trauma craniano com lesão das fibras nervosas na placa etmoide; lesões na mucosa nasal; meningioma de sulco olfativo. CN II – NERVO ÓPTICO OBS: origem aparente no crânio é o local onde ele sai do interior do crânio e aparece. No caso do nervo óptico, ele sai do interior do crânio pelo forame óptico; origem aparente no encéfalo é o local onde ele se conecta ao encéfalo. No caso do nervo óptico, ele se conecta através do diencéfalo (quiasma óptico). Após o quiasma óptico, não temos mais nervos ópticos e sim o trato óptico. Assim como após o telencéfalo, tínhamos o trato olfatório. Isso porque, saímos do SNP e entramos no SNC, e por isso, a nomenclatura muda. >> Motricidade ocular e o sistema óptico Quando a luz entra pela córnea irá sofrer uma refração, passará pela pupila e irá atravessar o cristalino. O cristalino está suspenso por cílios que estão relacionados ao músculo ciliar, isso é importante porque quando esses músculos contraem, a lente do cristalino fica arredondada e, quando relaxam, eles alongam a lente. Assim, se arredondarmos mais, a refração da luz será mais inclinada, e se alongarmos mais, a refração da luz será menos inclinada. Assim, por meio do nível de arredondamento da lente do cristalino, conseguimos gerar foco na imagem ao aproximar/afastar objetos. Essa regulação do nível de arredondamento do cristalino é o reflexo de acomodação – que ocorre por meio dos músculos ciliares, inervados pelo nervo oculomotor. Enquanto o cristalino regula o local onde a luz irá incidir na retina – o ponto focal -, a pupila regula a intensidade luminosa e, por isso, temos músculos diferentes atuando. A dilatação da pupila é uma resposta simpática (m. radial da pupila), que não é mediada por nervos cranianos – lembrar que a emergência dos nervos simpáticos é toracolombar. O nervo oculomotor, que inerva o esfíncter da pupila ou músculo circular, é responsável pela contração da pupila e, por isso, participa do reflexo fotomotor (quando incide a luz, a pupila contrai). O nervo óptico entra na caixa craniana por meio do canal óptico, e é o responsável pela visão. As terminações nervosas do nervo óptico localizam-se na retina. O músculo radial ou dilatador da pupila é um nervo que possui um componente visceral parassimpático, que irá liberar acetilcolina no músculo radial. Na imagem, vemos a hemi-retina nasal e a hemi-retina lateral ou temporal. Na hemi-retina temporal, percebemos que campo de visão dela é medial/nasal, e o campo visual da hemi-retina nasal é temporal. Isso ocorre porque os raios luminosos incidem na retina formando um X. Na retina, temos os receptores cones e bastonetes, sendo que os bastonetes são para cores escuras e os cones para cores claras. Haverá, então, um processamento complexo da informação e ao chegar nas células neurais bipolares, deixa o canal óptico. As fibras da retina temporal seguem ipsilateralmente, já as fibras da retina hemi-retina nasal cruzam no quiasma óptico. Por isso, o que segue de um lado pelo trato óptico são as fibras ipsilaterais da hemi-retina temporal e as fibras contralaterais da hemi-retina nasal. ➢ As fibras do nervo óptico não passam pelo quiasma óptico, elas FORMAM o quiasma óptico. O quiasma óptico é uma estrutura visível macroscopicamente formada pelo cruzamento das fibras de hemi-retina nasal. CN III – NERVO OCULOMOTOR No sulco medial do pedúnculo cerebral/fossa interpeduncular, emergem as fibras do oculomotor – que participa do reflexo fotomotor (inerva o m. constrictor da pupila), reflexo de acomodação (inerva o m. ciliar) e do reflexo consensual. Reflexo consensual: se apresentar a luz na pupila do olho direito, a pupila do olho direito irá contrair; se a luz for jogada do lado direito, o que acontecerá com a pupila do olho esquerdo? Também irá contrair. Essa contração da pupila é chamada de reflexo consensual, o que significa que a informação que está entrando por um olho está chegando no núcleo oculomotor tanto do lado ipsilateral, quanto do lado contralateral. Ou seja, a partir do estímulo luminoso de um olho, ativamos os dois núcleos oculomotores. Os reflexos de acomodação e fotomotor estão relacionados à função visceral do nervo oculomotor. No entanto, esse nervo também tem função somatomotora, visto que inervam a musculatura extrínseca do bulbo ocular, exceto o músculo reto lateral e oblíquo superior. ➢ O reto lateral é inervado pelo nervo abducente; e o oblíquo superior é inervado pelo troclear. Além disso, o nervo oculomotor é responsável pela inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos ao bulbo ocular: músculo ciliar e músculo esfíncter da pupila. Músculos extrínsecos do bulbo ocular: são os músculos esqueléticos responsáveis pela movimentação do olho propriamente dito; Músculos intrínsecos do bulbo ocular: são os músculos lisos que regulam o estado de abertura da pupila (m. esfíncter da pupila) e a contração do cristalino (músculo ciliar). OBS: pela fissura orbital superior não passa apenas o oculomotor, mas também o troclear, abducente, oftálmico do trigêmeo. Na verdade, todos os nervos relacionados com o olho, exceto o óptico, passam pela fissura orbital superior. Importante!!!! O oculomotor inerva o m. elevador da pálpebra superior. Assim, um problema nesse nervo irá causar ptose palpebral. ➢ O nervo facial inerva o m. orbicular do olho, que é o responsável pelo fechamento do olho. Assim, um problema nesse nervo irá fazer com que a pessoa não consiga fechar o olho. CN IV – NERVO TROCLEAR É o único que tem a emergência no encéfalo na parte posterior/dorsal/teto do encéfalo; O m. oblíquo superior da órbita ocular é o responsável pela entorção, ou seja, faz com que a pupila se movimente em direção medial e inferior. Assim, uma lesão nesse nervo não gerará um tônus para esses movimentos e, assim, o paciente apresentará os movimentos contrários. CN VI – NERVO ABDUCENTE No sulco bulbo pontinho não sai apenas o nervo abducente, sai também o facial e o vestibulococlear. Assim, o abducente sai medial, o facial sai intermediário e o vestibulococlear sai lateral. REVISANDO... O nervo óptico sai pelo canal óptico; suas células neurais bipolares estão localizadas na retinq. Os nervos oculomotor, troclear, abducente e ramo oftálmico do trigêmeo entram pela fissura orbitária superior. O núcleo dos nervos oculomotor (CN III), troclear (CN IV) e Edinger – Westphal (CN III) estão localizados no mesencéfalo, na porção do pedúnculo cerebral. Já o núcleo do nervo abducente (CN VI) está localizado na ponte. OBS: lembre-se que o troclear é o único que emerge dorsalmente. >> Distúrbios oculomotores (CN III, IV, VI) Lesões no CN III (Nervo oculomotor) Estrabismo; Ptose; Diplopia; Lesões no CV IV (Nervo troclear) Estrabismo; Diplopia; Lesões no VI (Nervo abducente) Estrabismo medial; como o nervo abducente inerva o reto lateral, e há uma lesão dele, haverá uma predominância do medial. Assim, o paciente terá um estrabismo medial. Diplopia; ➢ Todos apresentam diplopia devido à tentativa de correção, o que acaba não fixando o objeto na retina. CN V – NERVO TRIGÊMEO O nervo trigêmeo possui três pares: (1) nervo oftálmico, (2) nervo maxilar e (3) nervo mandibular. A conexão com o encéfalo ocorre a nível da ponte; a ponto está medialmente ao trigêmeo, o pedúnculo cerebelar médio está lateralmente. O nervo trigêmeo é misto, ou seja, tem inervação sensitiva e motora; ele é responsável pela sensação somática da face (dor, temperatura, propriocepção etc.) e inerva os 2/3 anteriores da língua (OBS: não é paladar!!!). ➢ O responsável pela gustação nos 2/3 anteriores da língua é o nervo facial. Já no 1/3 posterior, o responsávelpela gustação é o nervo glossofaríngeo. Já a inervação motora é responsável pelos músculos mastigatórios (pterigoideo lateral e medial, masseter e temporal). Função sensitiva da face: • Pele da face e orelha; • Conjuntiva ocular, córnea; • Mucosa nasal; • Meninge; • Mucosa da cavidade oral, palato duro e mole, dentes; • 2/3 anteriores da língua (sensorial somático); • Articulação temporo-mandibular; Função motora: m. mastigatórios • Temporal; • Masseter; • Pterigoideo lateral; • Pterigoideo medial; • Milo-hioideo; • Ventre anterior do músculo digástrico. Reflexo mandibular Ao fazer a percussão no mento, estimula as fibras do masseter e, assim, a informação chega no núcleo motor do trigêmeo. A partir disso, haverá contração. Esse é um reflexo miotático que, ao invés de ser organizado na medula espinal, é organizado à nível de tronco encefálico. Neuralgia do trigêmeo Dor paroxística de frequência variada ao longo do dia; Áreas dos ramos V2 (nervo maxilar) e V3 (nervo mandibular) são as mais afetadas; Raramente durante o sono; Gatilhos: mastigar, falar, sorrir, ingerir fluidos frios ou quentes, tocar a face, barbear, escovar o cabelo, assoar o nariz. VII – NERVO FACIAL O nervo facial possui inervação mista, e por isso, tem dois componentes: (1) facial propriamente dito ou raiz motora e (2) raiz sensitiva ou nervo intermédio de Wrisberg. A parte intermédia tem uma característica: é sensitiva e visceral. Ou seja, faz parte do sistema nervoso autônomo. Já a motora vai inervar a musculatura da face, especificamente, os músculos da expressão facial. Além disso, tem inervação parassimpática, que inerva as glândulas lacrimais, salivatórias, nasais e palatinas. ➢ O facial passa por dentro da glândula salivar parótida, mas não inerva essa glândula. Ele inerva apenas as glândulas submandibulares e sublinguais. O nervo que inerva a glândula parótida é o glossofaríngeo. ➢ Por ele ser responsável pela inervação das glândulas lacrimais, uma lesão desse nervo ocasiona ressecamento de córnea. ATENÇÃO: os 2/3 anteriores da língua inervados pelo trigêmeo é inervação somática (dor, temperatura, tato), já o gosto vem do nervo facial – que inerva os botões gustativos dos 2/3 anteriores da língua. Inervação Motora e Sensorial • Aferente visceral geral (AVG) Porção superior da mucosa nasal; Face superior do palato mole; • Aferete visceral especial (AVE) Língua (2/3 anteriores) = gustação • Aferente somático geral (ASG) Sensibilidade cutânea da região posterior à orelha e parte do meato acústico externo; Sistema sensorial trigeminal (n. trigeminal espinal); • Eferente visceral geral (EVG) Secreção glandular (SNA parassimpático); OBS: é a contração do orbicular que causa o fechamento dos olhos; portanto, para fechar os olhos precisamos do nervo facial. >> Paralisia de Bell • Perda de tônus muscular facial; • Expressão vazia; • Ângulo da boca “caído”, sem movimentação; • Prejuízo na articulação das palavras e no assobiar; • Prejuízo em fechar o olho; • Acuidade auditiva exacerbada (hiperacusia). VIII – NERVO VESTIBULOCOCLEAR É um nervo sensitivo; não possui origem aparente no crânio porque ele não sai do crânio, ele vai para o meato acústico do osso temporal. Além disso, como ele é sensitivo, ele entra no encéfalo, e entra através do sulco bulbopontino. No entanto, ele está localizado lateralmente ao nervo facial. ➢ Sempre que falarmos de sulco bulbopontino, precisamos lembrar de três pares: VI, VII e VIII; sendo que o VI é o mais medial, o VII é o intermediário e o VIII está mais próximo ao cerebelo, no ângulo pontocerebelar – lugar susceptível de xilanomas (tumor benigno que a depender do tamanho acomete não só o nervo vestibulococlear, mas também o facial); Inervação sensitiva Aferente Somático Especial (ASE): a inervação irá sair da cóclea ou do vestíbulo; nas duas estruturas encontramos as células ciliadas que possuem cílios e estão mergulhadas em um líquido que permite que vibrações desse líquido causem disparos desses neurônios. No entanto, a depender da região os neurônio da cóclea irão responder diferente em relação aos do vestíbulo. O que ativa os neurônios da cóclea é a movimentação tonotópica – movimentação das células ciliadas conforme a frequência do som. Já no caso do vestíbulo, o que provoca a movimentação do líquido é a movimentação da cabeça. Uma vez que essas fibras saem do vestíbulo e da cóclea (e entram no sulco bulbopontino) elas se juntam e, então, não é mais possível definir o que é vestíbulo e o que é coclear. >> Nistagmo O acometimento do sistema vestibular ocasiona o nistagmo, que são os movimentos rápido do olho horizontais, verticais ou circulares. Já o acometimento do sistema coclear ocasionará surdez. IX – NERVO GLOSSOFARÍNGEO O nervo glossofaríngeo é um dos nervos que terá uma emergência aparente no crânio através do forame jugular; ➢ Quando falamos da língua, precisamos lembrar do V3 do trigêmeo, facial, hipoglosso e glossofaríngeo; entre esses nervos o único motor é o hipoglosso; o único sensitivo que pega o 1/3 posterior da língua é o glossofaríngeo; já os 2/3 anteriores da língua, a parte somática é inervada pelo trigêmeo e a parte gustatória será o facial. O nervo glossofaríngeo, na bifurcação carotídea, contribui para a quimiocepção e barorrecepção; o nervo vago está mais relacionado à curva da aorta, e o glossofaríngeo à bifurcação carotídea. Inervação Função motora: Visceral especial: m. estilofaríngeo; Visceral geral: glândula parótida; Função sensorial Visceral geral: quimiorreceptores dos corpos carotídeos; Visceral especial: quimiorreceptores dos corpos carotídeos; botões gustativos do 1/3 posterior da língua; Somático geral: somatossensorial; pele da orelha externa, orelha interna, tuba auditiva, nasofaringe, tonsila, 1/3 posterior da língua. X – NERVO VAGO Também emerge do sulco lateral posterior do bulbo, mas é caudal/inferior ao glossofaríngeo. ➢ No bulbo, temos 4 pares cranianos -> IX, X, XI e XII, sendo que o XII é o único que emerge pelo sulco lateral anterior e é o único que não emerge pelo forame jugular interno. Ele terá um canal próprio com o seu nome: canal hipoglosso. Inervação e função Função sensorial Aferente Visceral Geral (AVG) • Informações sensoriais viscerais; • Via sensorial dos reflexos viscerais • Sensibilidade química dos nutrientes; • Estiramento da parede do órgão; • Barocepção no arco da aorta; Aferente Visceral Especial (AVE) Aorta • Informação sobre O2, CO2 e H+ no sangue; Botões gustativos • Gustação na epiglote e faringe posterior; Aferente Somático Geral • Trás da orelha + canal auditivo externo; dor, temperatura, pressão, tato; Função motora Eferente Visceral Especial (EVE) • Núcleo ambíguo; • Inerva músculos somáticos oriundos do 4º e 5º arcos faríngeos; n. faríngeo (faringe e palato mole), n. laríngeo superior, n. laríngeo recorrente. Eferente Visceral Geral (EVG) • Inervação de músculos das vísceras torácias e abdominais; • Inervação dos plexos do SNE. O nervo vago é parassimpático, assim, lesões nesse nervo causam dificuldades para desenvolver o reflexo barorreceptor; assim, o indivíduo pode ser síncope quando muda de posição, distúrbios de funções digestórias etc. XI – NERVO ACESSÓRIO A raiz craniana irá se juntar ao nervo vago para inervar os músculos laringofaríngeos; e a raiz espinal irá formar uma ramificação externa e irá inervado o esternocleidomastoideo e o trapézio. >> Paresia do músculo do trapézio Quando o indivíduo tem um acometimento do nervo acessório, ele terá uma “queda” do ombro. ➢ Atrofia muscular do trapézio; ➢ Ombrocaído; ➢ Instabilidade da cintura escapular; XII– NERVO HIPOGLOSSO É o único nervo do bulbo que não sai pelo forame jugular, e sim pelo canal do hipoglosso. Inervação Há uma inervação corticonuclear que permite que o hipoglosso controle a língua. Músculos extrínsecos da língua -> estiloglosso, hioglosso, genioglosso; Músculos intrínsecos da língua -> longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical; >> Paresia língual • Redução da movimentação; • Atrofia; • Desvio para o lado lesionado; ----------------------------------------------------------------------- Nervos relacionados ao movimento do bulbo ocular -> oculomotor, abducente e troclear. Qual a inervação do troclear? Mesencéfalo pela parte posterior; Qual a referência anatômica do nervo abducente? Sulco bulbo pontinho, assim como o facial e o vestibulococlear. Tumor no ângulo-cerebelar: principais nervos acometidos = facial e vestibulococlear. Tumor no forame jugular: glossofaríngeo, vago e acessório; Síndrome da ardência bucal que acomete os 2/3 anteriores da língua: nervo trigêmeo acometido.
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