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Saúde Coletiva

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UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX
SAÚDE COLETIVA 
Objetivo de garantir a manutenção de uma mão de obra com boa saúde. 
Saúde das pessoas como um assunto de interesse societário e a obrigação da sociedade de 
Proteger e assegurar a saúde de seus membros. 
Condições sociais e econômicas tem um impacto crucial sobre a saúde e a doença. 
Medidas a serem tomadas para proteção da saude. 
Médico como reformador social 
✦ modelo biomédico: 
teoria mecanista 
o homem funciona como uma máquina 
doença não é somente unicausal 
galileu descartes e newton 
✦ modelo biopsicossocial 
saúde-doença é um processo 
engels 1977 
"Saúde não apenas como ausência de doença, mas como um processo que envolve aspectos 
epidemiológicos, socioeconômicos, ambientas, demográficos e culturais.” 
“O completo estado de bem-estar fisico, mental e social e não simplesmente a ausência de 
enfermidade” - OMS 
Reforma Sanitária (década de 70) 
saude como direitos humanos 
determinação social do processo saúde doença 
saúde como direito universal 
proteção a saúde de forma integral (curativa e preventiva) 
fundo publico único de saude 
VIII Conferência Nacional de Saúde - 1986 
Bases para constituição de 1988 
Implantação do SUDS (SISTEMA UNIFICADO DESCENTRALIZADO DE SAÚDE - impulsionou a 
criação do SUS) 
Conceito ampliado de saúde 
Sérgio Arouca 

Democracia e saúde 
APS - Atenção Primaria à Saúde 
Saúde Suplementar: Convenio 
SISTEMAS DE SAÚDE 
1. Modelo Flexneriano: 
Organização tipicamente fragmentada

Descentralizada 
Escassa regularização publica 
ex: Estados Unidos 
- Relatório Flexner

Abraham Flexner - 1910

Mais importante reforma das escolas medicas de todos os tempos nos Estados Unidos da 
América. 
Dividiu em ciclo básico e clinico 
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2. Modelo Bismarckiano 
1883 
Seguro obrigatório 
Ter um plano de saúde é obrigatório para os cidadãos que dispõem de renda ate um determinado 
teto estipulado pelo governo 
Existem seguradoras publicas capazes de se auto gerir e que disputam as parcelas do mercado 
Todos são obrigados a respeitar o catálogo de “coberturas obrigatórias” determinado pelo governo

ex: Alemanha 
3. Modelo Beveridgiano

Modelo Universalista 
Predominantemente financiado pelo setor publico 
Podem existir outras fontes de financiamento além dos impostos: pagamentos diretos de usuários 
e outros insumos

ex: SUS 
Leitura recomendada: Tratado de saúde coletiva, Saúde coletiva: uma história 
recente de um passado remoto CAP 1, Materiais de apoio. 
saúde pública no Brasil 
aula 2 - 17.03 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - PROCESSO HISTÓRICO 
História do SUS: até o inicio do século 20 não tínhamos nenhum tipo de prestação de serviço 
em saúde pelo estado, o estado não interferia na assistência, quem podia pagar pelo sistema era 
atendido e quem não podia era atendido pelas Santa Casas e Hospitais de Caridade. 
Déc. 20 - CAPS 
Na década de 20 surge o CAPS (Caixas de Aposentadoria e Pensões). Elas surgem com a 
lógica bismarquiana (Modelo Bismark: taxas associadas ao salário, previdência social), as 
empresas querem oferecer cuidados em saúde para seus empregados. São serviços geridos 
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pelas empresas e funcionários, isso é chamado de BIPARTITE, pois a gestão ocorre por esses 
dois setores (patrão e funcionário dividem os mesmos problemas no trabalho). 
Déc. 30 - IAPS 
As CAPS na década de 30 vão evoluir para os Institutos de Aposentadorias e Pensões. Eles 
vão ser mais amplos porque vai ser por categorias, então na década de 20 tinham empresas e 
funcionários criando um sistema de organização provedor de saúde, na década de 30 isso 
acontece com categorias. Nisso entra alguma gestão do Estado, passando da gestão bipartiste 
para gestão TRIPARTITE. 
Ministério da Saúde em 1953 
O Ministério da Saúde surge de um desmembramento do Ministério da Educação e Saúde que 
se desmembrou em Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura. Surge por perto da 
criação da Organização Mundial de Saúde e de alguns sistemas de saúde no mundo (muito longe 
de chegar os sistemas de saúde no Brasil) e no pais já vem ocorrendo mudanças politicas, sociais 
e econômicas que irão impactar a saude. 
Déc. 60 - INPS 
IAPS são unificados então tínhamos um instituto para cada categoria e ai são unificados no 
INPS, Instituto Nacional de Previdência Social. Também continua com gestão TRIPARTITE que 
envolve o governo também. 
Tem uma questão bem da ditadura militar que é “a saúde é um direito dos trabalhadores 
formais”, ou seja, carteira assinada para ter o direito da oferta do sistema de saude que envolvia 
também as gestões das empresas, funcionários e governos. 
Déc. 70 - INAMPS 
Em 1974 esse INPS sofre um desmembramento, esse instituto mistura saude com seguridade 
social com previdência e na déc de 70 se é desmembrar surgindo o INSS, Instituto nacional de 
seguridade social e o INAMPS, instituto nacional de assistência medica da previdência social, que 
ai sim, vai ser um órgão responsável pelos cuidados em saude especificamente 
O INAMPS tinha alguns estabelecimentos próprios mas em sua maioria era iniciativa privada e 
prestava o serviço por meio de convênios e era remunerada por produção, então a lógica era 
cuidar da doença e a remuneração era por procedimento. 
Essa remuneração gerava uma serie de problemas. primeiramente, a assistência a saude 
voltava para a questão curativa, a lógica era cuidar da doença, puramente (modelo biomédico - 
diagnostico e tratamento) e também essa remuneração por procedimento levava a uma serie de 
fraude, então como era por produção, tratar uma pneumonia grave na UTI era muito mais caro do 
que tratar uma pneumonia leve na enfermaria, gerando uma serie de fraude no sistema de saude. 
Déc. 80 - Reforma Sanitária 
Até então o sistema funciona com uma lógica curativa mas, no final da década de 70 acontece 
a reforma sanitária, uma grande discussão a fim de reverter essa lógica de sistema curativo. A 
reforma começa nos meios acadêmicos com discussões políticas e do sistema como um todo. A 
reforma tem quatro princípios: 
‣ Saúde como direitos humanos 
‣ Determinação social do processo saúde doença 
‣ Saúde como direito universal 
‣ Proteção a saúde de forma integral (curativa e preventiva) 
‣ Fundo publico único de saude 
1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde 
‣ abertura por José Sarney 
‣ primeira CNS aberta a sociedade (democrática) 
‣ bases para constituição 1988 
‣ implantação do SUDS (Sistema Unificado Descentralizado de Saúde) 
‣ conceito ampliado de saúde 
‣ Sérgio Arouca - marco da redemocratização do Brasil 
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Déc 90 - INAMPS + Ministério da Saúde 
Em 1990 o Ministério da Saúde vai incorporar o INAMPS, também vai ser criada a Lei Orgânica 
de Saúde. O que vai contribuir para implantação do SUSS que aconteceu de Maneira gradual 
Outros: Criações que fizeram parte do processo de descentralização do poder estadual. 
1982 - CONASP (Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária) - criado para 
contas e gastos do INAMPS 
1983 - AIS (Ações Integradas de Saúde) - abriram a possibilidade de participação de estados e 
municípios na politica nacional de saúde 
1988 - CONSTITUIÇÃO 
Com o fim do período militar, três grandes referências do sistema de saúde brasileiro: 
‣ Conceito ampliado de saúde 
‣ "A saúde é direito de todos e um dever do estado" ART 196 
‣ Instituição do SUS 
 SUDS → INAMPS - MS → LEI ORGÂNICA DA SAÚDE → SUS 
SUS - Moldura Jurídica 
Constituição Federal de 1988: cria/institui o SUS 
Lei 8.080/1990: regulamentação do SUS 
- lei orgânica de saúde: regulamentação do SUS (dispõe sobre objetivos, atribuições, princípios e 
diretrizes) 
Lei 8.142/1990: participação social no SUS 
- lei do controle social 
- normais operacionais básicas - NOB 91, NOB 93, NOB 96, NOAS 2001 
- pacto pela saude de 2006 e pacto pela vida 2008 
- emenda constitucional no. 29/2000: mais praticidadee mais aplicado 
SUS - Sistema Único de Saúde I 
É considerado a maior conquista social da história do Brasil. Ela envolveu todos aqueles 
movimentos e discussões sobre sua criação, impactos nas questões sociais, politicas e de saúde, 
a inclusão da sociedade civil no final do período da repressão, é um grande marco. 
Lei Orgânica da Saúde 

‣Lei 8.080 
. Regulamentação do SUS 
. Integração dos serviços municipais, estaduais e federal 
. Composição do SUS: 
objetivos 
competências 
princípios e diretrizes legais do SUS 
organização 
financiamento 
sai totalmente da lógica de sistema curativo e dispõe sobre condições: promoção, proteção, 
recuperação e organização/funcionamento dos serviços. 
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Art 1º 
Regula em todo território nacional um conjunto de acoes de serviços de saúde 
. isoladas ou conjuntas 
. permanentes ou eventuais 
. pessoas naturais ou jurídicas 
Art 2º 
Decreta que a saúde é um direito fundamental do ser humano e é dever do estado 
prover condições para seu pleno exercício. Saúde não é só a ausência de doença mas 
sim um conceito ampliado de saúde. 
Art 3º 

Estabelece fatores determinantes 
sociais e de saúde, que expressam a 
organização econômica e social de um 
país, ou seja os níveis de saúde que 
essa população atingir vão expressar a 
organização social e econômica do 
país, exatamente porque leva em 
considerações vários e fatores e 
variáveis. 
Art 4º 
CONSTITUI O SUS 
Conjunto de ações e serviços em todas as esferas do poder. Cada esfera do poder vai ter uma 
atribuição. A iniciativa privada pode participar em caráter complementar (em caso de 
necessidade), mas também pode oferecer serviços, com preferência para entidades filantrópicas e 
entidades sem fins lucrativos. 
Art 5º 
OBJETIVOS 
. Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes de saúde por meio de 
formulação de politicas de saúde e realização integrada das ações assistenciais e das 
atividades preventivas. 
Art 6º 
CAMPO DE ATUAÇÃO DO SUS ocorre por meio: 
. Vigilância sanitária 
. Vigilância epidemiológica 
. Saúde do trabalhador 
. Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica 
. Vigilância nutricional e orientação alimentar 
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Art 7º 
PRINCÍPIOS DO SUS 
Princípios Doutrinários 
. UNIVERSALIDADE 

Garantia de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de atenção, serviços estes públicos 
ou privados conveniados (privada pode atuar pelo sus desde que de maneira complementar) e 
para todos os cidadãos. 
 . EQUIDADE 
A equidade é diferente de igualdade, pois temos grandes disparidades no pais, a 
equidade é uma discriminação positiva que busca reduzir disparidades e corrigir 
desequilíbrios e que vai considerar o perfil epidemiológico da população. 
Existem regiões com condições piores de saúde, que requerem mais investimentos 
do que aquelas mais estruturadas. Por exemplo, quando começamos o movimento de 
fortalecimento da Atenção Primaria no Brasil, que se deu pela criação do programa da saúde da 
família em 1994, as Unidades de Saúde da Família começaram a ser construídas nas periferias 
da cidade porque aquela população mais pobre tinha mais determinantes que interferem no 
processo saúde-doença e requerem um cuidado melhor e mais estruturado que estava 
começando a ser oferecido por esse tipo de organização de unidade de saúde. 
Então as pessoas mais carentes merecem ser tratadas com prioridades no SUS. 
Usuários de saúde com situações clinicas mais graves devem ser atendidos mais 
rapidamente do que com situações clinicas mais leves. 
. INTEGRALIDADE 
Outro princípio é a integralidade, ela é um pouco mais ampla, falando exatamente a 
favor do fim da assistência curativa, o fim da separação entre o individual e o coletivo. 
Prevenção, Atendimento Curativo e Reabilitação, ou seja, toda a assistência que é oferecida. 
Promoção de saúde no cotidiano das pessoas, o médico como um indivíduo é um agente 
transformador na comunidade e para o indivíduo. Tudo isso em todos os níveis de atenção, 
não só na atenção primária, mesmo sendo o nível de atenção pelo qual se organiza o sistema, 
obviamente que em cada nível terá um alcance e um impacto diferente. 
 
. SOLUBILIDADE 
Fala sobre a resolubilidade da atenção primária, que é muito alta, quando se tem os 
recursos necessários, e recursos humanos bem treinados para atuar dentro da atenção primária. 
Funcionando por redes de atenção, exercendo um poder de organização. Então, é a exigência 
de que o problema de saúde seja resolvido dentro do nível de competência correspondente. 
Principios Organizacionais 
. DESCENTRALIZAÇÃO 
Os serviços de saúde antes da criação eram centralizados no governo federal, e com a 
descentralização há a redistribuição das responsabilidades entre as esferas do poder, sendo 
que os municípios e estados passam a gerir o SUS. Assim, as decisões ficam mais próximas da 
população e com mais chances de acerto, pois perto da população, é possível ouvir as diferentes 
necessidades e particularidades que elas possuem. 
Há o reforço do poder municipal, ou seja, municipalização da saúde e os recursos são 
repassados de forma regular automática, normativa para que o recurso seja passado para estado, 
município para que tudo seja gerido e gerado nessas esferas. 
. REGIONALIZAÇÃO 
Há uma base territorial definida juntamente com a definição da população que lá é 
inserida, ou seja, descrição da clientela, conhecer essa população, se responsabilizando por essa 
população por meio do Distrito Sanitário. Esse Distrito é um lugar responsável por vários 
Unidades de Saúde que estão nessa região, por exemplo a Unidade de Saúde monitoriza 
territórios de foco de dengue no território definido da mesma, já o Distrito monitoriza todas as 
Unidades de Saúde que fazem esse controle da dengue do seu território. 
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. HIERARQUIZAÇÃO 
Os serviços que são oferecidos em níveis de complexidade tecnológica acrescente, 
tendo uma tecnologia adequada para cada nível, por exemplo, não há tomografia e raio-x na 
Unidade de Saúde pois o ambiente de atenção primeira não é um lugar que se precise ter, em 
contrapartida há aparelhos de raio-x na UPA e somente tomografias em hospitais. O fluxo 
(acesso, prioridade, emergências) é controlado. O perfil epidemiológico da população orienta as 
ações desses fluxos. Há a potencialização da utilidade, pois uma atenção primária bem 
organizada tem um índice de realidade muito alto, usando melhor os recursos. 
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. RESULUBILIDADE 
É a exigência de que o problema de saude seja resolvido dentro do nível de 
competência correspondente 
FEDERAL = DEFINE 
ESTADUAL = COORDENA 
MUNICÍPIOS = EXECUTA 
Controle Social - Lei 8.142/1990 (lei complementar) 
É uma marca do fim do Regime Militar e inicio do período de Redemocratização, que 
nada mais é do que a sociedade civil organizada, formulando, fiscalizando e deliberando a 
respeito dos serviços de saúde, das necessidades de saúde da população. 
Ela é garantida em todos os níveis de governo: municipal, estadual e federal. E trata da 
alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde e de repasse regular e automático, então 
alem de discutir as questões de saúde tem um foco muito grande de fiscalização do dinheiro e o 
que tem sido feito. Para fazer com que isso se cumpra há as Conferências de Saúde e 
Conselhos de Saúde. 
Conferências de Saúde 
Representação mais macro com elaborações de propostas e demandas que 
melhorem as condições de saúde. Elas têm caráter construtivo e acontecem no máximo a cada 
4 anos tendo uma discussão sobre elaboração, execução e fiscalização das políticas públicas de 
saúde no âmbito do poder executivo. Essas conferências têm como participantes profissionais da 
saúde, prestadores de serviço, representantes do governo (todos esses participam em 50%) e 
usuários (participam em 50%), sendo que o número de usuários (50%)é o mesmo número dos 
demais representantes das esferas, ou seja paritária. Também propõe diretrizes e avalia a 
situação da saúde e elabora novas propostas para o SUS. 
Conselhos de Saúde 
Representações mais micro e está mais próxima da população. Ele é permanente e 
deliberativo contendo parte das administrações diretas e atuam independente do governo. 
Em todas as esferas há conselho local de saúde, cada unidade de saúde tem seu conselho, se 
reúnem à medida que é necessário. Também participam profissionais da saúde, prestadores de 
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serviço, representantes do governo e usuários. E principalmente fiscalizar a movimentação 
financeira. 
O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do SUS em 
cada esfera de governo. Temos Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de 
Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 
O Poder Executivo deverá acolher as demandas da população aprovadas nas 
Conferências de Saúde. A composição dos representantes e usuários é sempre paritária. As três 
esferas de governos garantirão autonomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho 
de Saúde, é independente. 
Art 20º 
Consiste nos Serviços Privados de Assistência à Saúde que tem o princípio de 
Complementaridade do setor privado. Essa complementaridade acontece quando há 
insuficiência do setor público e o setor privado pode fornecer assistência sem fins lucrativos. 
Art 23º 
É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital 
estrangeiro na assistência à saúde, desde que, somente, se deu por: doações de organismos 
internacionais vinculados à ONU, entidades de cooperação técnica e financiamento e 
empréstimos, vedando a participação. 
SUS II 
31.03.21
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NOBS 
É a descentralização do sistema. Instrumento jurídico institucional editado periodicamente por 
portarias do ministério da saúde, após amplo processo de discussão com gestores em saúde e 
segmentos. O processo de implantação do SUS foi orientado pelas Normas Operacionais 
(NOAS). 
Normativas para que tudo seja organizado e operacionalizado que tem o objetivo de reorganizar 
o modelo de gestão do sus. Elas aprofundam e reorientam a implementação do SUS definindo 
novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos tático-operacionais. Ela regula 
as relações entre seus gestores. 
NOB 01/91 
Ela inicia o processo, dando tempo para o município se organizar, entanto capacitá-lo para eficaz 
execução. Era centralizado no nível federal e com essa NOB há o inicio do processo de 
municipalização e as transferências de dinheiro começam a ser negociadas deixando de ser 
automática.

Criação da Comissão Intergestores Tripartite 
NOB 01/93 
O fortalecimento dos órgãos colegiados, constitui essa comissão intergestores bipartite e 
tripartite. A bipartite tem representantes estado e município e a tripartite tem governo federal 
(MS), governo estadual e municipal todos envolvido nessa gestão do sistema (aspectos 
operacionais). 
“A municipalização é o caminho” 
Habilita os municípios como gestores 
Valor especificado que vai ser transferido do governo federal para cada município para garantir 
gestão parcial e semiplena (gerir toda a saúde menor órgãos que já são geridos pelo Estado - 
exemplo Atenção Básica de Curitiba é gerida pelo município e o Hospital de Clinicas é gerido pelo 
Estado) 
NOB 01/96 
Estabelecendo essa gestão nas três esferas, bipartite e tripartite, vindo com a gestão plena e 
municipal. 

PAB (Piso de Atenção Básica) - começa a gerir as ações em atenções básicas com fundos 
municipais. 
PPI (Programa de Pactuação Integrada) - município pode integrar assistência ambulatorial, 
hospitalar, vigilância e epidemiologia, estimulados por incentivos financeiros. 
• Ampliação do PACS e PSF com a criação de incentivo financeiro (PAB variável). 
NOAS 
Norma Operacional de Assistência a Saúde tem o objetivo de ampliar as responsabilidades dos 
municípios ou seja é a Regionalização. 
2001 
Garantir acesso, o mais próximo possível, a um conjunto de ações e serviços 
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2002 
Vem para fortalecer a gestão de estados e acompanhar recursos referentes a população não 
residente. 
Ferramentas de planejamento e programação em saúde: 
Plano Diretor de Regionalização - PDR 
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada - ampliação das ações básicas 
Plano Diretor de Investimentos (PDI) 
Programação Pactuada e Integrada (PPI) 
Pacto pela Saúde 2006 
Fortalecimento da promoção da saúde 
PELA VIDA: compromisso entre os gestores em torno de prioridades nacionais, estaduais, 
regionais ou municipais, com definição de metas e ações. Ações prioritárias no campo da saúde. 
Ações de prioridades nacionais: fortalecimento da atenção básica: Saúde do Idoso; Controle do 
câncer do colo do útero e da mama; Redução da mortalidade infantil e materna; Fortalecimento da 
capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, 
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da saúde, com ênfase na atividade física 
regular e alimentação saudável; 
EM DEFESA DO SUS: defesa dos princípios do SUS, qualificação do SUS como politica de 
Estado. Envolve principalmente a mobilização social. 
DE GESTÃO: processo continuado de pactuação intergestores, responsabilidades sanitárias e 
diretrizes de gestão. Quem deve fazer o que e fortalecimento da descentralização. 
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Financiamento do SUS 
O estado tem que arrancar recursos para garantir direitos para os pacientes. O financiamento do 
sistema começa “solto” e vai se organizando ao decorrer dos anos, ele sofre uma série de 
modificações especialmente de 2014 a 2019, com aspectos bons e ruins dependendo do ponto de 
vista. Tem um histórico de construção. 
O SUS é criado, regulamentado pela lei orgânica, e tem o princípio de prover o direito de todos a 
saúde e o Estado tem o dever de garantir e para isso é necessário mover recursos. 
O SUS atende 208 milhões de brasileiros (2018), mais ou menos 80% da população e a maioria 
usa exclusivamente este sistema. Para dar conta financeiramente é muito complexo e difícil, por 
isso temos algumas falhas. 
A cobertura do sistema tem falhas, mas atende uma população muito grande. Antes só o 
trabalhador formal tinha o direito à saúde, as pessoas que não tinham carteira não tinham direito 
ao seguro saúde e ao seguro trabalhista. 
Ao mesmo tempo que atende 80% da população, tem apenas 45% de contribuição do total de 
gasto com saúde vindo do sistema público. Já a saúde suplementar (privado) que atende 20% 
da população, tem 55% de contribuição do total de gastos com saúde. Então temos muita gente e 
pouco gasto com saúde pública, pois não temos o financiamento adequado, era para gastar mais 
em saúde. 
Em comparação com outros países de gastos totais em saúde: 
O maior gasto em saúde do país não vem desse sistema que dá conta dessa população. As 
populações atendidas não se equiparam, a população pública é muito maior do que a 
suplementar. 
Os Estados Unidos gastam um pouco mais que o Brasil com a saúde pública mesmo não tendo 
um sistema único de saúde pública. Já os outros países gastam mais com o público. 
Constituição Federal Art. 198 
O SUS será financiado com recursos do orçamento da seguridade social da união, dos 
Estados, do DF e dos municípios. Essas contribuições serão exclusivas para a saúde e engloba o 
aporte extra de outros impostos, estados e municípios devem participar. 
Teoricamente 30% dos recursos do orçamento da seguridade social deveriam ser aplicados na 
saúde. Mas isso não acontecia antigamente pois não tínhamos uma regulamentação clara diante 
disso. Então temos várias modificações nesta lei para deixar o financiamento do SUS claro. 
A lei 8080 não definiu os valores, no detalhe desse financiamento. Já a lei 8142 vai falarsobre a 
participação popular (conferências e conselhos da saúde - formular estratégias, executar e avaliar 
os aspectos financeiros) para que o ministério repassa os recursos e garanta os resultados. 
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Na NOB 96 vai falar sobre o financiamento da atenção básica, o PAB fixo (regulamentado em 
2013) que são recursos destinados aos procedimentos da atenção básica. Começa a falar sobre a 
gestão plena. 
Isso é incrementado na NOAS onde são surgidas outras estratégias para melhorar a qualidade, 
resulutividade da atenção básica. Então temos o fixo e o ampliado. 
Emenda 29 / 2000 
Depois de muitas discussões e variações (NOB, NOAS, entre outros) surge nos anos 2000 a 
emenda 29. Vem para deixar o artigo 198 da constituição mais clara. Foi elaborada em 2000 e 
regulamentada 12 anos depois. 
Ela vem para definir a forma de financiamento da união, do estado e do município, 
regulamentando o que é despesa com a saúde ou não. 
A emenda estabeleceu que a união iria investir ano a ano o orçamento que foi gasto no ano 
anterior mais a variação do PIB. Os estados vão investir 12% e os municípios 15%. Esse ajuste 
progressivo poderia ser feito de 2000 a 2004. 
Os recursos da união vem do desconto compulsório das folhas de salários das empresas. O 
COFINS é a contribuição ao financiamento da seguridade social e o CSLL é a contribuição 
provisória sobre movimentação financeira. Surgiu a CPMF em 1997 a 2007, uma 
porcentagem destinada exclusivamente à saúde mas acabou em 2007, toda vez que fazíamos um 
cheque, pagamento no banco. O dinheiro de 12% e 15% do estado e município que precisam 
investir em saúde vêm do orçamento fiscal: 
Estados 
- ICMS - imposto sobre circulação de mercadorias e prestações de serviços 
- IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores 
- ITCMD - imposto sobre transmissão causa mortis e doação 

Municípios 
- ISS - imposto sobre serviço 
- IPTU - imposto predial e territorial urbano 
- ITBI - imposto sobre a transmissão de bens imóveis 

A seguridade deixa de ser a referência e as transferências são 
constitucionais. 
Despesas 
A emenda definiu o que não é considerado como despesa com ações e serviços públicos de 
saúde: 
• Pagamento aposentadoria e pensões 
• Merenda escolar 
• Limpeza urbana 
• Assistência à saúde que não seja de acesso universal 
• Assistência social 
• Preservação e correção do meio ambiente 
• Obras de infraestrutura 
• Saneamento basico 
• Limpeza urbana e remoção de resíduos.

Para investir nesses determinantes temos recursos de outros lugares para realizar. 
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Regulamentação da Emenda 29 
Essa emenda demorou 12 anos para ser regulamentada, então temos medidas que vão tentar 
fazer com que ela seja regulamentada. 
Resolução 322 / 2003 do CNS. 
Vem para consolidar princípios que depois vão ser a base para a regulamentação, que são: 
Lembrando que a lei 8142 não determinou grandes questões sobre o financiamento, mas falou 
sobre questões de conferência e conselhos que vão ajudar muito. 
Pacto pela Saúde 2006 
Nesse processo surgiu o pacto pela saúde em 2006. Através dele que se estabeleceu 
compromissos sanitários de forma mais customizada. As prioridades municipais, temos um 
financiamento pensando nessas gestões diferentes, cada área tem sua particularidade e o 
pacto vem para reconhecer isso. 
No pacto da saúde surge uma portaria 204 em 2007 
Essa portaria regulamenta o fichamento e a transferência dos recursos federais para as 
ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo 
monitoramento e controle. 
Então os recursos deveriam ser aplicados (blocos): 
• Atenção basica 
• Atenção de média e alta complexidade 
• Vigilância em saúde (epidemia/ambiental) 
• Assistência farmaceutica (básico/estratégico/excepcional) 
• Gestão do SUS 
• Investimento em saúde 

Cada ação que o município e estado fizeram pode entrar dentro de um bloco e receber 
financiamento. O fundo nacional de saúde vem da regulamentação da emenda constitucional de 
29 que veio pela lei 141/2012. 
Fundos de saúde 
• Transferencia regular e automatica 
• Contas bancarias controladas 
• Aprovação pelo poder legislativo local 
• Prestação de contas não sujeito a sigilo 
• Os entes têm que ter seus fundos e conselhos de saúde em pleno funcionamento e apresentar o 
plano de saúde. 

SIOPS 
Com a regulamentação da emenda 29 do fundo de saúde veio o sistema de informações sobre 
orçamentos públicos em saúde que é um instrumento para o acompanhamento do 
cumprimento do dispositivo constitucional para garantir a paliçada=cao mínima de 
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recursos em ações e serviços públicos de saúde e além disso, monitorar, avaliar e 
sancionar. 
Por esse sistema gera o cálculo automático de quanto cada ente da federação tem que aplicar, 
obrigatoriamente e identifica eventuais descumprimentos. 
A Emenda 86 de 2015 fala sobre o orçamento impositivo. Na emenda 29 você aplica o 
orçamento do ano anterior corrigido pelo PIB nominal do ano anterior. Essa nova emenda mexe 
no financiamento da união e coloca que o recurso mínimo da união é 15% da receita corrente 
líquida (RCL) e que será cumprido progressivamente. 
Isso significa que , se tivéssemos recessão econômica, não teríamos uma variação positiva do 
PIB para o próximo ano (atualmente estamos com PIB negativo). Se estivermos em recessão a 
receita corrente líquida também vai ter alguns impactos. 
A RCL tem uma limitação maior. 
Então surge a PEC 241 que virou a emenda constitucional 95 / 2017 que vem com mais uma 
alteração no financiamento. O fundamento para ambos setores deixa de estar vinculado ao 
crescimento da receita (não é PIB nem RCL). 
Assim ele passa a ser reajustado, no mínimo, pela inflação. 
Tem o congelamento por 20 anos, não pode ser revisto durante esse período. 
UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX

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