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UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX SAÚDE COLETIVA Objetivo de garantir a manutenção de uma mão de obra com boa saúde. Saúde das pessoas como um assunto de interesse societário e a obrigação da sociedade de Proteger e assegurar a saúde de seus membros. Condições sociais e econômicas tem um impacto crucial sobre a saúde e a doença. Medidas a serem tomadas para proteção da saude. Médico como reformador social ✦ modelo biomédico: teoria mecanista o homem funciona como uma máquina doença não é somente unicausal galileu descartes e newton ✦ modelo biopsicossocial saúde-doença é um processo engels 1977 "Saúde não apenas como ausência de doença, mas como um processo que envolve aspectos epidemiológicos, socioeconômicos, ambientas, demográficos e culturais.” “O completo estado de bem-estar fisico, mental e social e não simplesmente a ausência de enfermidade” - OMS Reforma Sanitária (década de 70) saude como direitos humanos determinação social do processo saúde doença saúde como direito universal proteção a saúde de forma integral (curativa e preventiva) fundo publico único de saude VIII Conferência Nacional de Saúde - 1986 Bases para constituição de 1988 Implantação do SUDS (SISTEMA UNIFICADO DESCENTRALIZADO DE SAÚDE - impulsionou a criação do SUS) Conceito ampliado de saúde Sérgio Arouca Democracia e saúde APS - Atenção Primaria à Saúde Saúde Suplementar: Convenio SISTEMAS DE SAÚDE 1. Modelo Flexneriano: Organização tipicamente fragmentada Descentralizada Escassa regularização publica ex: Estados Unidos - Relatório Flexner Abraham Flexner - 1910 Mais importante reforma das escolas medicas de todos os tempos nos Estados Unidos da América. Dividiu em ciclo básico e clinico UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX 2. Modelo Bismarckiano 1883 Seguro obrigatório Ter um plano de saúde é obrigatório para os cidadãos que dispõem de renda ate um determinado teto estipulado pelo governo Existem seguradoras publicas capazes de se auto gerir e que disputam as parcelas do mercado Todos são obrigados a respeitar o catálogo de “coberturas obrigatórias” determinado pelo governo ex: Alemanha 3. Modelo Beveridgiano Modelo Universalista Predominantemente financiado pelo setor publico Podem existir outras fontes de financiamento além dos impostos: pagamentos diretos de usuários e outros insumos ex: SUS Leitura recomendada: Tratado de saúde coletiva, Saúde coletiva: uma história recente de um passado remoto CAP 1, Materiais de apoio. saúde pública no Brasil aula 2 - 17.03 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - PROCESSO HISTÓRICO História do SUS: até o inicio do século 20 não tínhamos nenhum tipo de prestação de serviço em saúde pelo estado, o estado não interferia na assistência, quem podia pagar pelo sistema era atendido e quem não podia era atendido pelas Santa Casas e Hospitais de Caridade. Déc. 20 - CAPS Na década de 20 surge o CAPS (Caixas de Aposentadoria e Pensões). Elas surgem com a lógica bismarquiana (Modelo Bismark: taxas associadas ao salário, previdência social), as empresas querem oferecer cuidados em saúde para seus empregados. São serviços geridos UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX pelas empresas e funcionários, isso é chamado de BIPARTITE, pois a gestão ocorre por esses dois setores (patrão e funcionário dividem os mesmos problemas no trabalho). Déc. 30 - IAPS As CAPS na década de 30 vão evoluir para os Institutos de Aposentadorias e Pensões. Eles vão ser mais amplos porque vai ser por categorias, então na década de 20 tinham empresas e funcionários criando um sistema de organização provedor de saúde, na década de 30 isso acontece com categorias. Nisso entra alguma gestão do Estado, passando da gestão bipartiste para gestão TRIPARTITE. Ministério da Saúde em 1953 O Ministério da Saúde surge de um desmembramento do Ministério da Educação e Saúde que se desmembrou em Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura. Surge por perto da criação da Organização Mundial de Saúde e de alguns sistemas de saúde no mundo (muito longe de chegar os sistemas de saúde no Brasil) e no pais já vem ocorrendo mudanças politicas, sociais e econômicas que irão impactar a saude. Déc. 60 - INPS IAPS são unificados então tínhamos um instituto para cada categoria e ai são unificados no INPS, Instituto Nacional de Previdência Social. Também continua com gestão TRIPARTITE que envolve o governo também. Tem uma questão bem da ditadura militar que é “a saúde é um direito dos trabalhadores formais”, ou seja, carteira assinada para ter o direito da oferta do sistema de saude que envolvia também as gestões das empresas, funcionários e governos. Déc. 70 - INAMPS Em 1974 esse INPS sofre um desmembramento, esse instituto mistura saude com seguridade social com previdência e na déc de 70 se é desmembrar surgindo o INSS, Instituto nacional de seguridade social e o INAMPS, instituto nacional de assistência medica da previdência social, que ai sim, vai ser um órgão responsável pelos cuidados em saude especificamente O INAMPS tinha alguns estabelecimentos próprios mas em sua maioria era iniciativa privada e prestava o serviço por meio de convênios e era remunerada por produção, então a lógica era cuidar da doença e a remuneração era por procedimento. Essa remuneração gerava uma serie de problemas. primeiramente, a assistência a saude voltava para a questão curativa, a lógica era cuidar da doença, puramente (modelo biomédico - diagnostico e tratamento) e também essa remuneração por procedimento levava a uma serie de fraude, então como era por produção, tratar uma pneumonia grave na UTI era muito mais caro do que tratar uma pneumonia leve na enfermaria, gerando uma serie de fraude no sistema de saude. Déc. 80 - Reforma Sanitária Até então o sistema funciona com uma lógica curativa mas, no final da década de 70 acontece a reforma sanitária, uma grande discussão a fim de reverter essa lógica de sistema curativo. A reforma começa nos meios acadêmicos com discussões políticas e do sistema como um todo. A reforma tem quatro princípios: ‣ Saúde como direitos humanos ‣ Determinação social do processo saúde doença ‣ Saúde como direito universal ‣ Proteção a saúde de forma integral (curativa e preventiva) ‣ Fundo publico único de saude 1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde ‣ abertura por José Sarney ‣ primeira CNS aberta a sociedade (democrática) ‣ bases para constituição 1988 ‣ implantação do SUDS (Sistema Unificado Descentralizado de Saúde) ‣ conceito ampliado de saúde ‣ Sérgio Arouca - marco da redemocratização do Brasil UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Déc 90 - INAMPS + Ministério da Saúde Em 1990 o Ministério da Saúde vai incorporar o INAMPS, também vai ser criada a Lei Orgânica de Saúde. O que vai contribuir para implantação do SUSS que aconteceu de Maneira gradual Outros: Criações que fizeram parte do processo de descentralização do poder estadual. 1982 - CONASP (Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária) - criado para contas e gastos do INAMPS 1983 - AIS (Ações Integradas de Saúde) - abriram a possibilidade de participação de estados e municípios na politica nacional de saúde 1988 - CONSTITUIÇÃO Com o fim do período militar, três grandes referências do sistema de saúde brasileiro: ‣ Conceito ampliado de saúde ‣ "A saúde é direito de todos e um dever do estado" ART 196 ‣ Instituição do SUS SUDS → INAMPS - MS → LEI ORGÂNICA DA SAÚDE → SUS SUS - Moldura Jurídica Constituição Federal de 1988: cria/institui o SUS Lei 8.080/1990: regulamentação do SUS - lei orgânica de saúde: regulamentação do SUS (dispõe sobre objetivos, atribuições, princípios e diretrizes) Lei 8.142/1990: participação social no SUS - lei do controle social - normais operacionais básicas - NOB 91, NOB 93, NOB 96, NOAS 2001 - pacto pela saude de 2006 e pacto pela vida 2008 - emenda constitucional no. 29/2000: mais praticidadee mais aplicado SUS - Sistema Único de Saúde I É considerado a maior conquista social da história do Brasil. Ela envolveu todos aqueles movimentos e discussões sobre sua criação, impactos nas questões sociais, politicas e de saúde, a inclusão da sociedade civil no final do período da repressão, é um grande marco. Lei Orgânica da Saúde ‣Lei 8.080 . Regulamentação do SUS . Integração dos serviços municipais, estaduais e federal . Composição do SUS: objetivos competências princípios e diretrizes legais do SUS organização financiamento sai totalmente da lógica de sistema curativo e dispõe sobre condições: promoção, proteção, recuperação e organização/funcionamento dos serviços. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Art 1º Regula em todo território nacional um conjunto de acoes de serviços de saúde . isoladas ou conjuntas . permanentes ou eventuais . pessoas naturais ou jurídicas Art 2º Decreta que a saúde é um direito fundamental do ser humano e é dever do estado prover condições para seu pleno exercício. Saúde não é só a ausência de doença mas sim um conceito ampliado de saúde. Art 3º Estabelece fatores determinantes sociais e de saúde, que expressam a organização econômica e social de um país, ou seja os níveis de saúde que essa população atingir vão expressar a organização social e econômica do país, exatamente porque leva em considerações vários e fatores e variáveis. Art 4º CONSTITUI O SUS Conjunto de ações e serviços em todas as esferas do poder. Cada esfera do poder vai ter uma atribuição. A iniciativa privada pode participar em caráter complementar (em caso de necessidade), mas também pode oferecer serviços, com preferência para entidades filantrópicas e entidades sem fins lucrativos. Art 5º OBJETIVOS . Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes de saúde por meio de formulação de politicas de saúde e realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Art 6º CAMPO DE ATUAÇÃO DO SUS ocorre por meio: . Vigilância sanitária . Vigilância epidemiológica . Saúde do trabalhador . Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica . Vigilância nutricional e orientação alimentar UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Art 7º PRINCÍPIOS DO SUS Princípios Doutrinários . UNIVERSALIDADE Garantia de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de atenção, serviços estes públicos ou privados conveniados (privada pode atuar pelo sus desde que de maneira complementar) e para todos os cidadãos. . EQUIDADE A equidade é diferente de igualdade, pois temos grandes disparidades no pais, a equidade é uma discriminação positiva que busca reduzir disparidades e corrigir desequilíbrios e que vai considerar o perfil epidemiológico da população. Existem regiões com condições piores de saúde, que requerem mais investimentos do que aquelas mais estruturadas. Por exemplo, quando começamos o movimento de fortalecimento da Atenção Primaria no Brasil, que se deu pela criação do programa da saúde da família em 1994, as Unidades de Saúde da Família começaram a ser construídas nas periferias da cidade porque aquela população mais pobre tinha mais determinantes que interferem no processo saúde-doença e requerem um cuidado melhor e mais estruturado que estava começando a ser oferecido por esse tipo de organização de unidade de saúde. Então as pessoas mais carentes merecem ser tratadas com prioridades no SUS. Usuários de saúde com situações clinicas mais graves devem ser atendidos mais rapidamente do que com situações clinicas mais leves. . INTEGRALIDADE Outro princípio é a integralidade, ela é um pouco mais ampla, falando exatamente a favor do fim da assistência curativa, o fim da separação entre o individual e o coletivo. Prevenção, Atendimento Curativo e Reabilitação, ou seja, toda a assistência que é oferecida. Promoção de saúde no cotidiano das pessoas, o médico como um indivíduo é um agente transformador na comunidade e para o indivíduo. Tudo isso em todos os níveis de atenção, não só na atenção primária, mesmo sendo o nível de atenção pelo qual se organiza o sistema, obviamente que em cada nível terá um alcance e um impacto diferente. . SOLUBILIDADE Fala sobre a resolubilidade da atenção primária, que é muito alta, quando se tem os recursos necessários, e recursos humanos bem treinados para atuar dentro da atenção primária. Funcionando por redes de atenção, exercendo um poder de organização. Então, é a exigência de que o problema de saúde seja resolvido dentro do nível de competência correspondente. Principios Organizacionais . DESCENTRALIZAÇÃO Os serviços de saúde antes da criação eram centralizados no governo federal, e com a descentralização há a redistribuição das responsabilidades entre as esferas do poder, sendo que os municípios e estados passam a gerir o SUS. Assim, as decisões ficam mais próximas da população e com mais chances de acerto, pois perto da população, é possível ouvir as diferentes necessidades e particularidades que elas possuem. Há o reforço do poder municipal, ou seja, municipalização da saúde e os recursos são repassados de forma regular automática, normativa para que o recurso seja passado para estado, município para que tudo seja gerido e gerado nessas esferas. . REGIONALIZAÇÃO Há uma base territorial definida juntamente com a definição da população que lá é inserida, ou seja, descrição da clientela, conhecer essa população, se responsabilizando por essa população por meio do Distrito Sanitário. Esse Distrito é um lugar responsável por vários Unidades de Saúde que estão nessa região, por exemplo a Unidade de Saúde monitoriza territórios de foco de dengue no território definido da mesma, já o Distrito monitoriza todas as Unidades de Saúde que fazem esse controle da dengue do seu território. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX . HIERARQUIZAÇÃO Os serviços que são oferecidos em níveis de complexidade tecnológica acrescente, tendo uma tecnologia adequada para cada nível, por exemplo, não há tomografia e raio-x na Unidade de Saúde pois o ambiente de atenção primeira não é um lugar que se precise ter, em contrapartida há aparelhos de raio-x na UPA e somente tomografias em hospitais. O fluxo (acesso, prioridade, emergências) é controlado. O perfil epidemiológico da população orienta as ações desses fluxos. Há a potencialização da utilidade, pois uma atenção primária bem organizada tem um índice de realidade muito alto, usando melhor os recursos. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX . RESULUBILIDADE É a exigência de que o problema de saude seja resolvido dentro do nível de competência correspondente FEDERAL = DEFINE ESTADUAL = COORDENA MUNICÍPIOS = EXECUTA Controle Social - Lei 8.142/1990 (lei complementar) É uma marca do fim do Regime Militar e inicio do período de Redemocratização, que nada mais é do que a sociedade civil organizada, formulando, fiscalizando e deliberando a respeito dos serviços de saúde, das necessidades de saúde da população. Ela é garantida em todos os níveis de governo: municipal, estadual e federal. E trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde e de repasse regular e automático, então alem de discutir as questões de saúde tem um foco muito grande de fiscalização do dinheiro e o que tem sido feito. Para fazer com que isso se cumpra há as Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. Conferências de Saúde Representação mais macro com elaborações de propostas e demandas que melhorem as condições de saúde. Elas têm caráter construtivo e acontecem no máximo a cada 4 anos tendo uma discussão sobre elaboração, execução e fiscalização das políticas públicas de saúde no âmbito do poder executivo. Essas conferências têm como participantes profissionais da saúde, prestadores de serviço, representantes do governo (todos esses participam em 50%) e usuários (participam em 50%), sendo que o número de usuários (50%)é o mesmo número dos demais representantes das esferas, ou seja paritária. Também propõe diretrizes e avalia a situação da saúde e elabora novas propostas para o SUS. Conselhos de Saúde Representações mais micro e está mais próxima da população. Ele é permanente e deliberativo contendo parte das administrações diretas e atuam independente do governo. Em todas as esferas há conselho local de saúde, cada unidade de saúde tem seu conselho, se reúnem à medida que é necessário. Também participam profissionais da saúde, prestadores de UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX serviço, representantes do governo e usuários. E principalmente fiscalizar a movimentação financeira. O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do SUS em cada esfera de governo. Temos Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. O Poder Executivo deverá acolher as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde. A composição dos representantes e usuários é sempre paritária. As três esferas de governos garantirão autonomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, é independente. Art 20º Consiste nos Serviços Privados de Assistência à Saúde que tem o princípio de Complementaridade do setor privado. Essa complementaridade acontece quando há insuficiência do setor público e o setor privado pode fornecer assistência sem fins lucrativos. Art 23º É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde, desde que, somente, se deu por: doações de organismos internacionais vinculados à ONU, entidades de cooperação técnica e financiamento e empréstimos, vedando a participação. SUS II 31.03.21 UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX NOBS É a descentralização do sistema. Instrumento jurídico institucional editado periodicamente por portarias do ministério da saúde, após amplo processo de discussão com gestores em saúde e segmentos. O processo de implantação do SUS foi orientado pelas Normas Operacionais (NOAS). Normativas para que tudo seja organizado e operacionalizado que tem o objetivo de reorganizar o modelo de gestão do sus. Elas aprofundam e reorientam a implementação do SUS definindo novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos tático-operacionais. Ela regula as relações entre seus gestores. NOB 01/91 Ela inicia o processo, dando tempo para o município se organizar, entanto capacitá-lo para eficaz execução. Era centralizado no nível federal e com essa NOB há o inicio do processo de municipalização e as transferências de dinheiro começam a ser negociadas deixando de ser automática. Criação da Comissão Intergestores Tripartite NOB 01/93 O fortalecimento dos órgãos colegiados, constitui essa comissão intergestores bipartite e tripartite. A bipartite tem representantes estado e município e a tripartite tem governo federal (MS), governo estadual e municipal todos envolvido nessa gestão do sistema (aspectos operacionais). “A municipalização é o caminho” Habilita os municípios como gestores Valor especificado que vai ser transferido do governo federal para cada município para garantir gestão parcial e semiplena (gerir toda a saúde menor órgãos que já são geridos pelo Estado - exemplo Atenção Básica de Curitiba é gerida pelo município e o Hospital de Clinicas é gerido pelo Estado) NOB 01/96 Estabelecendo essa gestão nas três esferas, bipartite e tripartite, vindo com a gestão plena e municipal. PAB (Piso de Atenção Básica) - começa a gerir as ações em atenções básicas com fundos municipais. PPI (Programa de Pactuação Integrada) - município pode integrar assistência ambulatorial, hospitalar, vigilância e epidemiologia, estimulados por incentivos financeiros. • Ampliação do PACS e PSF com a criação de incentivo financeiro (PAB variável). NOAS Norma Operacional de Assistência a Saúde tem o objetivo de ampliar as responsabilidades dos municípios ou seja é a Regionalização. 2001 Garantir acesso, o mais próximo possível, a um conjunto de ações e serviços UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX 2002 Vem para fortalecer a gestão de estados e acompanhar recursos referentes a população não residente. Ferramentas de planejamento e programação em saúde: Plano Diretor de Regionalização - PDR Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada - ampliação das ações básicas Plano Diretor de Investimentos (PDI) Programação Pactuada e Integrada (PPI) Pacto pela Saúde 2006 Fortalecimento da promoção da saúde PELA VIDA: compromisso entre os gestores em torno de prioridades nacionais, estaduais, regionais ou municipais, com definição de metas e ações. Ações prioritárias no campo da saúde. Ações de prioridades nacionais: fortalecimento da atenção básica: Saúde do Idoso; Controle do câncer do colo do útero e da mama; Redução da mortalidade infantil e materna; Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da saúde, com ênfase na atividade física regular e alimentação saudável; EM DEFESA DO SUS: defesa dos princípios do SUS, qualificação do SUS como politica de Estado. Envolve principalmente a mobilização social. DE GESTÃO: processo continuado de pactuação intergestores, responsabilidades sanitárias e diretrizes de gestão. Quem deve fazer o que e fortalecimento da descentralização. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Financiamento do SUS O estado tem que arrancar recursos para garantir direitos para os pacientes. O financiamento do sistema começa “solto” e vai se organizando ao decorrer dos anos, ele sofre uma série de modificações especialmente de 2014 a 2019, com aspectos bons e ruins dependendo do ponto de vista. Tem um histórico de construção. O SUS é criado, regulamentado pela lei orgânica, e tem o princípio de prover o direito de todos a saúde e o Estado tem o dever de garantir e para isso é necessário mover recursos. O SUS atende 208 milhões de brasileiros (2018), mais ou menos 80% da população e a maioria usa exclusivamente este sistema. Para dar conta financeiramente é muito complexo e difícil, por isso temos algumas falhas. A cobertura do sistema tem falhas, mas atende uma população muito grande. Antes só o trabalhador formal tinha o direito à saúde, as pessoas que não tinham carteira não tinham direito ao seguro saúde e ao seguro trabalhista. Ao mesmo tempo que atende 80% da população, tem apenas 45% de contribuição do total de gasto com saúde vindo do sistema público. Já a saúde suplementar (privado) que atende 20% da população, tem 55% de contribuição do total de gastos com saúde. Então temos muita gente e pouco gasto com saúde pública, pois não temos o financiamento adequado, era para gastar mais em saúde. Em comparação com outros países de gastos totais em saúde: O maior gasto em saúde do país não vem desse sistema que dá conta dessa população. As populações atendidas não se equiparam, a população pública é muito maior do que a suplementar. Os Estados Unidos gastam um pouco mais que o Brasil com a saúde pública mesmo não tendo um sistema único de saúde pública. Já os outros países gastam mais com o público. Constituição Federal Art. 198 O SUS será financiado com recursos do orçamento da seguridade social da união, dos Estados, do DF e dos municípios. Essas contribuições serão exclusivas para a saúde e engloba o aporte extra de outros impostos, estados e municípios devem participar. Teoricamente 30% dos recursos do orçamento da seguridade social deveriam ser aplicados na saúde. Mas isso não acontecia antigamente pois não tínhamos uma regulamentação clara diante disso. Então temos várias modificações nesta lei para deixar o financiamento do SUS claro. A lei 8080 não definiu os valores, no detalhe desse financiamento. Já a lei 8142 vai falarsobre a participação popular (conferências e conselhos da saúde - formular estratégias, executar e avaliar os aspectos financeiros) para que o ministério repassa os recursos e garanta os resultados. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Na NOB 96 vai falar sobre o financiamento da atenção básica, o PAB fixo (regulamentado em 2013) que são recursos destinados aos procedimentos da atenção básica. Começa a falar sobre a gestão plena. Isso é incrementado na NOAS onde são surgidas outras estratégias para melhorar a qualidade, resulutividade da atenção básica. Então temos o fixo e o ampliado. Emenda 29 / 2000 Depois de muitas discussões e variações (NOB, NOAS, entre outros) surge nos anos 2000 a emenda 29. Vem para deixar o artigo 198 da constituição mais clara. Foi elaborada em 2000 e regulamentada 12 anos depois. Ela vem para definir a forma de financiamento da união, do estado e do município, regulamentando o que é despesa com a saúde ou não. A emenda estabeleceu que a união iria investir ano a ano o orçamento que foi gasto no ano anterior mais a variação do PIB. Os estados vão investir 12% e os municípios 15%. Esse ajuste progressivo poderia ser feito de 2000 a 2004. Os recursos da união vem do desconto compulsório das folhas de salários das empresas. O COFINS é a contribuição ao financiamento da seguridade social e o CSLL é a contribuição provisória sobre movimentação financeira. Surgiu a CPMF em 1997 a 2007, uma porcentagem destinada exclusivamente à saúde mas acabou em 2007, toda vez que fazíamos um cheque, pagamento no banco. O dinheiro de 12% e 15% do estado e município que precisam investir em saúde vêm do orçamento fiscal: Estados - ICMS - imposto sobre circulação de mercadorias e prestações de serviços - IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores - ITCMD - imposto sobre transmissão causa mortis e doação Municípios - ISS - imposto sobre serviço - IPTU - imposto predial e territorial urbano - ITBI - imposto sobre a transmissão de bens imóveis A seguridade deixa de ser a referência e as transferências são constitucionais. Despesas A emenda definiu o que não é considerado como despesa com ações e serviços públicos de saúde: • Pagamento aposentadoria e pensões • Merenda escolar • Limpeza urbana • Assistência à saúde que não seja de acesso universal • Assistência social • Preservação e correção do meio ambiente • Obras de infraestrutura • Saneamento basico • Limpeza urbana e remoção de resíduos. Para investir nesses determinantes temos recursos de outros lugares para realizar. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX Regulamentação da Emenda 29 Essa emenda demorou 12 anos para ser regulamentada, então temos medidas que vão tentar fazer com que ela seja regulamentada. Resolução 322 / 2003 do CNS. Vem para consolidar princípios que depois vão ser a base para a regulamentação, que são: Lembrando que a lei 8142 não determinou grandes questões sobre o financiamento, mas falou sobre questões de conferência e conselhos que vão ajudar muito. Pacto pela Saúde 2006 Nesse processo surgiu o pacto pela saúde em 2006. Através dele que se estabeleceu compromissos sanitários de forma mais customizada. As prioridades municipais, temos um financiamento pensando nessas gestões diferentes, cada área tem sua particularidade e o pacto vem para reconhecer isso. No pacto da saúde surge uma portaria 204 em 2007 Essa portaria regulamenta o fichamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Então os recursos deveriam ser aplicados (blocos): • Atenção basica • Atenção de média e alta complexidade • Vigilância em saúde (epidemia/ambiental) • Assistência farmaceutica (básico/estratégico/excepcional) • Gestão do SUS • Investimento em saúde Cada ação que o município e estado fizeram pode entrar dentro de um bloco e receber financiamento. O fundo nacional de saúde vem da regulamentação da emenda constitucional de 29 que veio pela lei 141/2012. Fundos de saúde • Transferencia regular e automatica • Contas bancarias controladas • Aprovação pelo poder legislativo local • Prestação de contas não sujeito a sigilo • Os entes têm que ter seus fundos e conselhos de saúde em pleno funcionamento e apresentar o plano de saúde. SIOPS Com a regulamentação da emenda 29 do fundo de saúde veio o sistema de informações sobre orçamentos públicos em saúde que é um instrumento para o acompanhamento do cumprimento do dispositivo constitucional para garantir a paliçada=cao mínima de UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX recursos em ações e serviços públicos de saúde e além disso, monitorar, avaliar e sancionar. Por esse sistema gera o cálculo automático de quanto cada ente da federação tem que aplicar, obrigatoriamente e identifica eventuais descumprimentos. A Emenda 86 de 2015 fala sobre o orçamento impositivo. Na emenda 29 você aplica o orçamento do ano anterior corrigido pelo PIB nominal do ano anterior. Essa nova emenda mexe no financiamento da união e coloca que o recurso mínimo da união é 15% da receita corrente líquida (RCL) e que será cumprido progressivamente. Isso significa que , se tivéssemos recessão econômica, não teríamos uma variação positiva do PIB para o próximo ano (atualmente estamos com PIB negativo). Se estivermos em recessão a receita corrente líquida também vai ter alguns impactos. A RCL tem uma limitação maior. Então surge a PEC 241 que virou a emenda constitucional 95 / 2017 que vem com mais uma alteração no financiamento. O fundamento para ambos setores deixa de estar vinculado ao crescimento da receita (não é PIB nem RCL). Assim ele passa a ser reajustado, no mínimo, pela inflação. Tem o congelamento por 20 anos, não pode ser revisto durante esse período. UNIVERSIDADE POSITIVO - MEDICINA XIX
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