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DOR ABDOMINAL: diagnóstico e terapêutica

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Dor Abdominal
Diagnóstico e Terapêutica
Alan Paz
Passo Fundo 
2021
Revisão Anatômica
Anatomia
Em primeiro plano, a parede abdominal deve
ser inspecionada para delimitar os quadrantes
e as regiões a serem analisados de maneira
mais acessível. Os músculos retos do abdome
são mais facilmente identificados quando o
paciente, em decúbito dorsal, eleva a cabeça
e os ombros.
Fonte: Planeta Biologia. Disponível em: 
<https://planetabiologia.com/abdome-humano-
anatomia-do-abdomen/amp/>
https://planetabiologia.com/abdome-humano-anatomia-do-abdomen/amp/
Anatomia
Para fins delimitativos, o abdome geralmente 
pode ser dividido em dois modos: em nove 
regiões (Hipocondríaca direita, Epigástrica, 
Hipocondríaca esquerda, Lateral direita, 
Umbilical, Lateral esquerda, Inguinal direita, 
Hipogástrica e Inguinal esquerda.) ou em 
quatro quadrantes que se cruzam no umbigo 
(superior direito, superior esquerdo, inferior 
direito e inferior esquerdo).
Fonte: Ciências Morfológicas. Disponível em: 
<https://cienciasmorfologicas.webnode.pt/introdução%20a%2
0anatomia/quadrantes-abdominopelvica/>
https://cienciasmorfologicas.webnode.pt/introdu%C3%A7%C3%A3o%20a%20anatomia/quadrantes-abdominopelvica/
Anatomia
● Quadrante Superior Direito (QSD): 
- Borda inferior do fígado é frequentemente palpável 
na altura do rebordo costal direito;
- O polo inferior do rim direito pode ser percebido,
especialmente em indivíduos magros com a
musculatura abdominal relaxada.
- A aorta abdominal geralmente apresenta pulsações
visíveis, sendo habitualmente palpável na parte
superior do abdome
Fonte: Aula de anatomia. Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/gener
alidades/quadrantes-abdominais/>
https://www.auladeanatomia.com/novosite/generalidades/quadrantes-abdominais/
Anatomia
● Quadrante Superior Esquerdo (QSE):
- A extremidade do baço pode ser palpável, em uma 
pequena porcentagem dos adultos, abaixo do 
rebordo costal esquerdo (as costelas 9ª, 10ª e 11ª 
protegem a maior parte do baço.)
- O pâncreas é impalpável em indivíduos hígidos.
- O estômago não pode ser alcançado por estar 
protegido entre o gradil costal e a cúpula do 
diafragma, ficando inacessível a palpação.
-
Fonte: Aula de anatomia. Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/gener
alidades/quadrantes-abdominais/>
https://www.auladeanatomia.com/novosite/generalidades/quadrantes-abdominais/
Anatomia
● Quadrante Inferior Esquerdo (QIE): 
- Colo sigmóide;
- Na parte inferior da linha média: bexiga,
promontório da base do sacro, borda
óssea anterior da primeira vértebra sacral
(SI) e, nas mulheres, o útero e os ovários.
Fonte: Aula de anatomia. Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/gener
alidades/quadrantes-abdominais/>
https://www.auladeanatomia.com/novosite/generalidades/quadrantes-abdominais/
Anatomia
● Quadrante Inferior Direito (QID):
- Localizam-se as alças intestinais e o
apêndice (esses órgãos não são
palpáveis nos indivíduos hígidos).
Fonte: Aula de anatomia. Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/generali
dades/quadrantes-abdominais/>
https://www.auladeanatomia.com/novosite/generalidades/quadrantes-abdominais/
Anatomia
● É possível palpar a bexiga distendida acima
da sínfise pubiana.
● Os rins são órgãos de localização posterior.
● O ângulo costovertebral – constituído pela
borda inferior da 12ª costela e pelos
processos transversos das vértebras
lombares superiores – define a região onde
é realizada a manobra de Giordano.
Bates, Propedêutica Médica; 11ª ed.; 2015
Inervação das vísceras abdominais
● Inervação autônoma: nervos esplâncnicos (simpática) e vago (parassimpática) 
por fibras pré-ganglionares para o plexo abdominal aórtico e seus gânglios 
simpáticos;
● Inervação simpática: nervos esplâncnicos abdominopélvicos, gânglios 
simpáticos pré-vertebrais, plexo aórtico abdominal (T5 – L3);
● Inervação sensitiva: fibras aferentes viscerais que conduzem a dor. 
○ A partir do ponto médio do colo sigmóide as fibras da dor visceral 
começam a acompanhar as fibras parassimpáticas até S2 a S4;
● Inervação parassimpática: troncos vagais anteriores e posteriores,
nervos esplâncnicos pélvicos, plexo autônomo abdominal, gânglios
parassimpáticos intrínsecos;
● Sistema nervoso entérico: composto por dois plexos:
○ o plexo externo, disposto entre as camadas musculares longitudinal e
circular, denominado plexo mioentérico ou de Auerbach – controla
os movimentos gastrointestinais;
○ e o plexo interno, localizado na submucosa, denominado plexo
submucoso ou de Meissner – controla a secreção
gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local;
Padrões e mecanismos da dor abdominal
● Dor visceral: pode ser de difícil localização, pois os estímulos são conduzidos 
por fibras simpáticas, gerando dor difusa, mas ocorre tipicamente próximo a 
linha média.
○ As características da dor visceral variam, podendo ser sentida como 
uma corrosão, queimação, cólica ou ser vaga e imprecisa. Quando é 
intensa pode associar-se a sudorese, palidez, náuseas, vômitos e 
inquietação;
○ Ex.: dor periumbilical de apendicite;
Bates, Propedêutica Médica; 11ª ed.; 2015
● Dor parietal: origina-se da inflamação no peritônio parietal. A sensação álgica
é constante e vaga, geralmente mais intensa que a dor visceral e com uma
correspondência de localização mais precisa sobre a estrutura envolvida;
○ Esse tipo de dor é agravada por movimentos ou tosse;
○ Essa dor é conduzida pelos mesmos músculos que fazem a contração
abdominal (nn. Intercostais) e por isso a irritação do peritônio
parietal causa contratura muscular (abdome em tábua);
● Dor referida: é percebida em locais mais distantes, aparece quando a dor
inicial torna-se mais intensa, parecendo irradiar-se a partir do seu ponto de
origem. Pode ser sentida superficial ou profundamente, mas em geral é
bem localizada;
Mecanismo da dor
referida: fibras -
sinapse - neurônios de
segunda ordem
Anamnese
Anamnese
● Anamnese + Exame Físico = Diagnóstico
● Relato espontâneo Direcionamento
● Manifestações iniciais da doença
● Características
● Irradiações
● Relações ( outros sintomas, refeições, emocional)
● Desencadeantes e Atenuantes
● Tempo/Duração
● Impacto na qualidade de vida
Anamnese
Distúrbios gastrintestinais
● Dor abdominal, aguda e crônica
● Dispepsia, náuseas, vômitos (hematêmese), perda de apetite, saciedade 
precoce
● Disfagia e/ou odinofagia
● Alteração do ritmo intestinal
● Diarreia, constipação intestinal
● Icterícia
Anamnese
Distúrbios urinários e renais
● Dor suprapúbica
● Disúria, polaciúria ou urgência
● Redução do jato urinário nos homens
● Poliúria ou nictúria
● Incontinência urinária
● Hematúria
● Dor renal ou no flanco
● Cólica ureteral
● Queixas Ginecológicas 
Anamnese
● As queixas gastrintestinais são uma causa importante de consulta médica no 
consultório ou nos serviços de emergência. A dor abdominal foi a causa 
isolada de mais de 13 milhões de consultas médicas nos consultórios e de 4 
milhões de consultas nos serviços de emergência em 2007. 
● Com frequência é necessário reunir os dados de anamnese coletados com os 
resultados do exame físico, na tentativa de explicar os sintomas do paciente. 
Anamnese
● A prevalência de desconforto ou dor recorrente na região abdominal superior 
é de aproximadamente 25% nos EUA e em outros países ocidentais. 
Os estudos sugerem que neuropeptídios, como 5-hidroxitriptofano e 
substância P, medeiam os sintomas interligados de dor, disfunção intestinal e 
estresse.
Anamnese
Dor ou desconforto do abdome:
● As causas da dor abdominal apresentada pelo paciente variam de benignas a 
potencialmente fatais, de modo que é importante fazer uma anamnese 
cuidadosa.
Determine primeiro o momento de ocorrência da dor (cronologia):
- Ela é aguda ou crônica? A dor abdominal aguda tem muitos padrões. A dor 
teve início de forma gradual ou súbita? Quando começou?Há quanto tempo 
persiste? Qual é o seu padrão em um período de 24 h? Em semanas ou 
meses? Trata-se de uma doença aguda ou crônica e recorrente?
Anamnese
Solicite, então, ao paciente que indique o local exato da dor. Os pacientes nem 
sempre são claros ao tentarem descrever em palavras onde a dor é mais intensa. 
O quadrante em que a dor se localiza pode ser útil. Os órgãos subjacentes aí 
localizados estão, com frequência, envolvidos. 
- Se as roupas estiverem atrapalhando, repita a pergunta durante o exame físico
Anamnese
Peça ao paciente para avaliar a intensidade da dor em uma escala de 0 a 10.
- Como 0 sendo sem dor e 10 como sendo a pior dor que já sentiu.
Fonte: MultiSaúde Educacional.
Anamnese
Pergunte ao paciente sobre a qualidade da dor/como é a dor.
- Em queimação, em compressão, em cólica, pulsátil, em facadas...
Anamnese
Ao sondar os fatores que exacerbam ou aliviam a dor, preste atenção especial a 
toda e qualquer associação a refeições, consumo de bebidas alcoólicas, 
medicamentos (incluindo ácido acetilsalicílico e fármacos similares, além de 
fármacos de venda livre), estresse, posição do corpo e uso de antiácidos. 
- Pergunte, por exemplo se a indigestão ou o desconforto estão relacionados 
com o esforço físico e se são aliviados pelo repouso.
Anamnese
Sinais e sintomas gastrointestinais associados a dor abdominal:
Os pacientes apresentam, com frequência, dor abdominal associada a outros sinais
e sintomas.
- Uma boa pergunta inicial seria “Como está seu apetite?”, que pode conduzi-lo
a outros problemas, tais como indigestão, disfagia, odinofagia, náuseas,
vômitos e anorexia. Indigestão é um termo geral que descreve o desconforto
associado à alimentação, o que pode ter vários significados. Insista com o
paciente para ser mais específico.
Anamnese
Dor suprapúbica:
Os distúrbios do sistema urinário podem gerar dor no abdome ou no dorso. Os
distúrbios da bexiga causam dor suprapúbica. A dor na região abdominal inferior é
tipicamente surda e em caráter de compressão nos casos de infecção vesical. Por
outro lado, a dor é, com frequência, excruciante quando ocorre distensão
excessiva e súbita da bexiga; a distensão vesical crônica, entretanto, costuma ser
indolor.
Anamnese
Dor no rim ou no flanco; cólica ureteral:
Fonte: Bates, Propedêutica Médica; 11ª ed.; 
2015.
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Doença por refluxo 
gastroesofágico 
(DRGE)
Exposição 
prolongada do 
esôfago ao ácido 
gástrico por causa do 
comprometimento da 
motilidade esofágica 
ou da ação do 
esfíncter esofágico 
inferior. Pode haver 
Helicobacter pylori.
Torácica ou epigástrica Em queimação 
(pirose);
Também regurgitação.
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Úlcera péptica e 
dispepsia
Úlcera localizada, em 
geral, no duodeno ou 
estômago. A 
dispepsia causa 
sintomas 
semelhantes, porém, 
não há ulceração. A 
infecção por 
Helicobacter pylori é 
frequente.
Epigástrica, podendo irradiar-se 
para o dorso.
Variável: em corrosão, 
queimação, surda, 
penetrante, vaga e 
imprecisa, compressiva 
ou semelhante à 
sensação de fome.
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Câncer de 
estômago
Predominantemente 
adenocarcinoma (90 
a 95%)
Cada vez mais na cárdia e na 
junção GE; também no 
estômago distal
Variável
Apendicite aguda Inflamação aguda do 
apêndice, com 
distensão ou 
obstrução
Dor periumbilical mal localizada, 
geralmente seguida de dor no 
quadrante inferior direito
Leve, mas aumentando 
de intensidade, às 
vezes adquirindo 
característica de cólica
Constante e mais 
intensa
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Colecistite aguda Inflamação da 
vesícula biliar, em 
geral deflagrada por 
obstrução do ducto 
cístico por cálculo 
biliar
Quadrante superior direito ou 
região superior do abdome; 
pode irradiar-se para a região 
escapular direita
Constante, vaga e 
imprecisa
Cólica biliar Obstrução súbita do 
ducto cístico ou do 
colédoco por cálculo 
biliar
Epigástrica ou no quadrante 
superior direito do abdome; 
pode irradiar-se para a escápula 
e ombro direito
Constante, vaga e 
imprecisa; sem 
características de 
cólica
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Pancreatite 
aguda 
Inflamação aguda do 
pâncreas 
Epigástrica; pode irradiar-se 
para o dorso ou outras partes do 
abdome; pode ser mal 
localizada
Geralmente 
constante
Pancreatite 
crônica 
Fibrose pancreática 
secundária a 
inflamação recorrente
Epigástrica, com irradiação para 
o dorso 
Constante, 
profunda
Câncer de 
pâncreas 
Predominantemente 
adenocarcinoma 
(95%) 
Epigástrica e nos quadrantes 
superiores do abdome, com 
irradiação frequente para o 
dorso
Constante, 
profunda
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Diverticulite 
aguda
Inflamação aguda de um divertículo 
colônico, uma evaginação sacular 
da mucosa através da musculatura 
do cólon intestinal
Quadrante inferior 
esquerdo do 
abdome
Pode ser 
inicialmente em 
cólica, mas 
passa a ser 
constante
Obstrução 
intestinal 
mecânica 
aguda
Obstrução do lúmen intestinal, 
causada mais comumente por (1) 
aderências ou hérnias (intestino 
delgado) ou (2) câncer ou 
diverticulite (colo)
Intestino delgado: 
periumbilical ou 
região superior do 
abdome 
Colo: abdominal 
baixa ou 
generalizada
Em cólica 
Em cólica
Anamnese
Dor Abdominal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Localização Características
Isquemia 
mesentérica
Irrigação sanguínea 
do intestino e 
mesentério 
bloqueada por 
trombose ou embolia 
(oclusão arterial 
aguda) ou reduzida 
por hipoperfusão
De início, pode ser periumbilical, 
mas depois se torna difusa
Inicialmente 
sentida como 
cólica; depois, 
contínua
Anamnese
Constipação intestinal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Mecanismo Sinais e sintomas associados e 
contexto 
Atividades e hábitos da
vida diária
● Horário ou contexto
inadequado para o
reflexo da defecação;
● Falsas expectativas
quanto ao ritmo
intestinal;
● Dieta pobre em fibras.
● Ignorar a sensação de
plenitude retal inibe o reflexo
da defecação;
● Expectativas de
“regularidade” ou defecação
mais frequente do que o
normal para o indivíduo;
● Redução do bolo fecal.
● Esquemas irregulares; ambiente
pouco familiar; repouso no leito;
● Crenças, tratamentos e
propagandas promovendo o uso
de laxantes;
● Outros fatores contribuem, tais
como quadros debilitantes e
agentes constipantes.
Anamnese
Constipação intestinal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Mecanismo Sinais e sintomas associados e 
contexto 
Síndrome do intestino
irritável
Modificação na frequência de
defecação ou do formato das fezes,
sem anormalidade estrutural ou
química
Três padrões: diarreia - predominante;
constipação intestinal - predominante;
ou misto. Sinais e sintomas existentes
≥ 6 meses e dor abdominal ≥ 3 meses +
pelo menos 2 de 3 manifestações
(melhora do quadro com a defecação; o
quadro inicial com alteração da
defecação; quadro inicial com alteração
do aspecto e do formato das fezes)
Anamnese
Constipação intestinal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Mecanismo Sinais e sintomas associados e contexto 
Obstrução mecânica
● Câncer do reto ou
colo sigmoide;
● Impactação fecal;
● Outras lesões
obstrutivas (como
diverticulite,
vólvulo,
intussuscepção ou
hérnia).
● Estreitamento
progressivo do
lúmen intestinal;
● Massa fecal grande,
de consistência
firme e imóvel, mais
comumenteno reto
(fecaloma);
● Estreitamento ou
obstrução completa
do intestino.
● Modificação do ritmo intestinal; frequentemente
diarreia, dor abdominal, sangramento e sangue
oculto nas fezes. No CA retal, tenesmo e fezes
no formato de lápis. Perda ponderal;
● Plenitude retal, dor abdominal e diarreia em
torno da impactação; comum em pacientes
idosos, debilitados e acamados
● Dor abdominal, como cólica, distensão
abdominal e, na intussuscepção, com
frequência, fezes semelhante a “geleia de
groselha” (sangue vermelho vivo e muco)
Anamnese
Constipação intestinal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Mecanismo Sinais e sintomas associados e 
contexto 
Lesões anais dolorosas A dor pode causar espasmo do 
esfíncter externo e inibição voluntária 
do reflexo de defecação.
Fissuras anais, hemorroidas dolorosas, 
abscessos perirretais
Medicamentos Diversos mecanismos Opiáceos, anticolinérgicos, antiácidos 
contendo cálcio ou alumínio e muitos 
outros
Depressão Transtorno do humor Fadiga, anedonia, transtornos do sono, 
perda ponderal
Anamnese
Constipação intestinal: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Mecanismo Sinais e sintomas associados e 
contexto 
Transtornos 
neurológicos
Interferência da inervação autônoma do 
intestino
Lesões raquimedulares, esclerose 
múltipla, doença de Hirschsprung e 
outras condições
Condições metabólicas Interferência com a motilidade intestinal Gravidez, hipotireoidismo,hipercalcemia
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia aguda19 
(≤ 14 dias) 
Infecção 
secretora
Infecção 
inflamatória
Infecção por vírus, toxinas bacterianas pré-
formadas (como Staphylococcus aureus, 
Clostridium perfringens, Escherichia coli 
toxigênica, Vibrio cholerae), Cryptosporidium, 
Giardia lamblia, rotavírus
Colonização ou invasão da mucosa intestinal 
(Salmonella não tifoide, Shigella, Yersinia, 
Campylobacter, E. coli enteropática, 
Entamoeba histolytica, C. difficile)
Líquidas, sem 
sangue, muco ou pus
Líquido-pastosas a 
líquidas, 
frequentemente com 
sangue, muco ou pus
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia 
farmacoinduzida 
Ação de vários medicamentos, como 
antiácidos contendo magnésio, 
antibióticos, agentes antineoplásicos 
e laxantes
Líquido-pastosas a líquidas
Diarreia crônica (≤ 
30 dias)
Síndrome do 
intestino irritável
Alteração da frequência de defecação 
e do formato das fezes, sem 
alterações químicas ou estruturais
Pastosas; cerca de 50% com muco, volume 
pequeno a moderado 
Fezes endurecidas e de pequeno volume, 
acompanhando a constipação intestinal. O 
padrão pode ser misto.
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia crônica 
(≤ 30 dias)
Câncer do colo 
sigmoide 
Obstrução parcial por neoplasia maligna Pode haver raias sangue
Doença 
inflamatória 
intestinal 
(crônica)
Colite ulcerativa Inflamação da mucosa e da submucosa do reto e do 
colo, com ulceração; estende-se tipicamente no sentido 
proximal a partir do reto
Pastosas a líquidas, muitas 
vezes contendo sangue
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia crônica 
(≤ 30 dias)
Doença de Crohn 
do intestino 
delgado (enterite 
regional) ou do 
colo (colite 
granulomatosa)
Inflamação crônica transmural da parede intestinal, em 
um padrão segmentar ou salteado, que tipicamente 
compromete o íleo terminal e/ou o colo proximal
Pastosas, líquido-pastosas 
ou líquidas, de pequeno 
volume. Geralmente sem 
sangue evidente (enterite) 
ou com menos 
sangramento que na colite 
ulcerativa (colite)
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia 
volumosa 
Síndrome 
disabsortiva
Transporte defeituoso de membrana ou absorção 
defeituosa do epitélio intestinal (doença de Crohn, 
doença celíaca, ressecção cirúrgica); comprometimento 
da digestão luminal (insuficiência pancreática); defeitos 
epiteliais na borda em escova (intolerância à lactose)
Tipicamente fezes 
volumosas, pastosas, de 
coloração amarelo-clara a 
cinza, gordurosas ou 
oleosas e, às vezes, 
espumosas; odor fétido 
característico; costumam 
flutuar na água do vaso 
sanitário
Anamnese
Diarreia: causas, sinais e sintomas mais comuns
Condição Mecanismo Características
Diarreia osmótica 
Intolerância à 
lactose
Uso abusivo de 
laxantes 
osmóticos
Deficiência de lactase intestinal
Hábito de usar laxantes, muitas vezes de forma sub-
reptícia
Diarreia aquosa e 
volumosa
Diarreia aquosa e 
volumosa
Diarreia 
secretora 
secundária
Variável: infecção bacteriana, adenoma viloso secretor, 
má absorção de lipídios ou sais biliares, condições 
mediadas por hormônios (gastrina na síndrome de 
Zollinger-Ellison, peptídio intestinal vasoativo)
Diarreia aquosa volumosa
Anamnese
Fezes pretas e sanguinolentas: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Causas 
selecionadas 
Contexto e sintomas associados
Melena: consiste na eliminação de 
fezes pastosas e pretas semelhantes 
a piche (pegajosas e brilhantes). A 
pesquisa de sangue oculto é positiva. 
Implica cerca de 60ml de sangue pelo 
sistema digestório (menos em lactente 
e crianças), geralmente originada no 
esôfago, no estômago ou no duodeno. 
Mais raramente, quando o trânsito 
intestinal ta lento, o sangue se origina 
do jejuno, íleo o do colo ascendente.
Esofagite de refluxo 
com laceração de 
Mallory-Weiss;
Gastrite ou úlceras 
de estresse;
Varizes esofágicas 
ou gástricas;
Gastrite, DRGE, 
úlcera péptica 
(gástrica ou 
duodenal);
Geralmente desconforto epigástrico por pirose, 
dismotilidade; se houver úlcera péptica, dor pós-
prandial (tardia, 2 a 3 horas no caso de úlcera 
duodenal). Pode não haver dor;
Ingestão recente de etanol, AAS e outros 
AINEs; traumatismo corporal recente, 
queimaduras graves, cirurgia ou aumento da 
pressão intracraniana;
Cirrose hepática ou outras causas de 
hipertensão portal;
Ânsia de vômito, vômitos e, com frequência, 
ingestão frequente de bebidas alcoolicas
Anamnese
Fezes pretas e sanguinolentas: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Causas selecionadas Contexto e sintomas 
associados
Fezes pretas mas não 
pegajosas: fezes pretas 
podem ter outras causas, 
e, nestes casos, a 
pesquisa de sangue 
oculto é negativa. Essas 
fezes não têm importância 
patológica.
Ingestão de ferro, sais de bismuto, 
alcaçuz ou até mesmo biscoitos de 
chocolate industrializados;
Câncer de colo intestinal;
Hiperplasia ou pólipos adenomatosos.
Pacientes assintomáticos;
Com frequência há alteração do 
ritmo intestinal.
Anamnese
Fezes pretas e sanguinolentas: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Causas selecionadas Contexto e sintomas associados
Sangue vivo nas fezes 
(hematoquezia):origina-se, 
habitualmente, no colo intestinal, 
no reto ou no ânus; origina-se 
muito mais raramente no jejuno ou 
no íleo. Entretanto, hemorragia 
digestiva alta também pode tornar 
as fezes vermelhas. Nestes casos, 
a perda de sangue costuma ser 
grande (mais de 1 litro). O trânsito 
intestinal está acelerado, e não há 
tempo suficiente para o sangue 
ficar preto em consequência de 
oxidação de ferro em hemoglobina.
Divertículos do colo 
intestinal;
Condições inflamatórios do 
colo e do reto: colite 
ulcerativa, doença de 
Crohn, diarréias 
infecciosas, proctite 
(causas diversas, inclusive 
relações sexuais anais 
frequentes);
Colite isquêmica;
Hemorróidas;
Fissura anal
Com frequência não há outros sinais e 
sintomas;
Amiúde assintomáticos, a menos que a 
inflamação cause diverticulite;
Urgência retal, tenesmo;
Dor abdominal baixa e, às vezes, febre ou 
choque em idosos;
Abdome tipicamente flácido à palpação;
Sangue no papel higiênico, na superfíciedas fezes ou gotejamento no vaso sanitário;
Sangue no papel higiênico, na superfície 
das fezes; dor anal;
Anamnese
Fezes pretas e sanguinolentas: causas, sinais e sintomas mais comuns
Problema Causas selecionadas Contexto e sintomas 
associados
Fezes avermelhadas, 
porém, sem sangue
Ingestão de beterraba Urina rosada, que geralmente 
precede as fezes avermelhadas; 
consequente ao metabolismo 
insatisfatório da betacianina
Exame Físico
Exame Físico
Inspeção
Ausculta (Evita modificação da frequência)
Percussão
Palpação
Bates, Propedêutica Médica; 11ª ed.; 2015
Exame Físico
Dicas Para Realização Do Exame Abdominal:
- Manter-se à direita do paciente;
- Paciente relaxado (Músculos abdominais);
- Bexiga vazia;
- Decúbito dorsal;
- MMSS ao lado do corpo ou cruzado sobre o tórax;
- Aquecer as mãos e o estetoscópio;
- Examinador: Manter unhas das mãos curtas!!!;
- Pedir para o paciente indicar a região dolorosa e palpar por último;
- Observar a face do paciente durante a palpação;
- Se necessário, distraia o paciente.
Exame Físico
● Inspeção:
Pele: Cicatrizes, Estrias, Veias dilatadas, Erupções e lesões;
Umbigo;
Contorno do abdome: Formato, Volume, Simetria, Massas visíveis;
Peristalse;
Pulsações.
Exame Físico
● Ausculta:
Motilidade intestinal: 
- Frequência (5 a 34 por minuto);
- Característica (Intensidade).
Patologia arterial:
- Estenose;
- Obstrução;
- Aneurisma. Bates, Propedêutica Médica; 11ª ed.; 2015
Exame Físico
● Percussão:
- Som Maciço: Vísceras Maciças - Fígado e Baço;
- Som Timpânico: Vísceras Ocas.
Intensidade e distribuição dos gases;
Possíveis massas sólidas ou líquidos;
Estimar dimensão do fígado e do baço (se aumentado);
Situs Inversus.
Exame Físico
● Palpação:
Superficial
- Hipersensibilidade abdominal;
- Resistência muscular (defesa abdominal);
- Massas superficiais.
Profunda
- Massas: Fisiológica, Neoplásica, Obstrutiva, Vascular ou Inflamatória;
- Órgãos: Fígado, Baço e Rim.
Exame Físico
● O Fígado:
Percussão
- Determinar dimensões (hepatimetria);
- Localização do órgão;
- Sinal de Jobert: Timpanismo - Pneumoperitônio.
Palpação
- Normal: borda macia, bem delimitada, regular e com superfície lisa;
- Manobra de Lemos Torres: Mãos espalmadas;
- Técnica de Mathieu: Mão em garra - Preferível nos obesos.
Exame Físico
Ponto de McBurney
Ponto Cístico
Ponto Epigástrico
Exame Físico
Pesquisa de Colecistite
Sinal de Murphy
- Dor à palpação com parada brusca da inspiração
Regra de Courvoisier-Terrier
- Icterícia + Vesícula biliar palpável
- neoplasia de cabeça de pâncreas
Tríade de Charcot (Colangite)
- Febre + Icterícia + Dor abdominal
Exame Físico
Pesquisa de Apendicite:
Sinal de Blumberg
- Dor à descompressão súbita (McBurney)
- Peritonite (Abdome agudo inflamatório)
Sinal de Rovsing
- Dor no QID durante compressão no QIE
Exame Físico
Pesquisa de Apendicite:
- Irritação do músculo pela apendicite
Sinal do Psoas
Sinal do Obturador
Exame Físico
● O Baço:
Percussão
- Espaço de Traube: Livre = Timpânico
Palpação
- Posição de Schuster: Pesquisa de Esplenomegalia
Exame Físico
Sinal de Giordano
- Inflamação retroperitoneal
Sinal de Cullen
- Equimose periumbilical
- Hemorragia retroperitoneal
Sinal de Grey-Turner
- Equimose em Flancos
Exame Físico
Pesquisa de Ascite:
Sinal de Piparote
Macicez Móvel
Tratamento Farmacológico
Secreção Gástrica 
Farmacologia
Doença do Refluxo Gastroesofágico
Hérnia Hiatal e Relaxamento Esfincteriano
Medidas Medicamentosa 
Antiácidos 
Antagonista H2 
IBP 
Farmacologia
Úlcera Péptica 
Desequilíbrio entre componentes ácidos e básicos 
Anti-inflamatórios não esteroidais 
Helicobacter pylori 
IBP + Amoxicilina + Claritromicina 
Inibidor de Bomba de Prótons 
Antagonistas H2
Farmacologia
Controle do Vômito
Farmacologia
Êmese
Anticolinérgicos (Escopolamina) 
Antagonista H1 (Dimenidrinato - Dramin) 
Antidopaminérgico (Clorpromazina, Metoclopramida - Plasil)
Antisserotoninérgico (Ondansetrona - Vonau)
Farmacologia
Constipação
Medidas Não farmacológicas 
Medidas farmacológicas 
Amolecedores do bolo fecal, Osmóticos e Salinos, Estimulantes
Diarreia
Hidratação, Repositor de flora 
Farmacologia
Referências
BICKLEY, Lynn S.; SZILAGYI, Peter G.. Bates, propedêutica médica. 11. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2014. 
WHALEN, Karen; FINKEL,Richard ; . PAVANELIL, Thomas A. Farmacologia 
Ilustrada. 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016. 
KUMAR, Vinay et al. Robbins e Cotran, bases patológicas das doenças. 8. ed. Rio 
de Janeiro : Elsevier, 2010. 
	Dor Abdominal Diagnóstico e Terapêutica
	Revisão Anatômica
	Anatomia
	Anatomia
	Anatomia
	Anatomia
	Anatomia
	Anatomia
	Anatomia
	Inervação das vísceras abdominais
	Slide 11 
	Padrões e mecanismos da dor abdominal 
	Slide 13 
	Slide 14 
	Slide 15 
	Anamnese
	Anamnese 
	Anamnese 
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	Exame Físico 
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	Tratamento Farmacológico 
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