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Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) Curso de Extensão em Aparelho Locomotor Tutoria de Anatomia da Unirio Prof. Dr. Marco Aurélio Montes 2) Cabeça Didaticamente, o crânio é dividido em duas partes: - Crânio neural: 8 ossos, sendo 4 ímpares e 4 pares. - Crânio visceral: 14 ossos, sendo 2 ímpares e 12 pares. ❖ Crânio neural: O osso frontal correlaciona-se com a fossa craniana anterior. O osso etmoide forma a porção anterossuperior do septo nasal e encontra-se posterior à parte cartilagínea do septo nasal. O osso esfenoide tem formato de borboleta e é um dos principais integrantes da fossa craniana média (juntamente do osso temporal). O osso occipital integra a fossa craniana posterior. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) ❖ Crânio visceral O osso vômer forma a parte ínfero-posterior do septo nasal. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) Os ossos palatinos formam a parte posterior do palato duro (ósseo) – a parte anterior o palato duro é composto por uma projeção das maxilas. Na parte interna das cavidades nasais, a parte óssea inferior representa os ossos das conchas nasais inferiores. ❖ Osso frontal: Forma o esqueleto da fronte, articulando-se na porção inferior com os ossos nasal (medialmente) e zigomático (lateralmente). A interseção dos ossos frontal e nasal é o násio, que é um dos pontos craniométricos usados na imagenologia. Além disso, o osso frontal também se articula com os ossos lacrimal, etmoide e esfenoide. O osso frontal forma o teto da órbita – possui dois seios → característica de osso pneumático – e parte do assoalho da parte anterior da cavidade do crânio. Contudo, quanto à forma, seu comprimento e largura são parecidos e bem maiores que sua espessura, logo, o osso frontal é considerado um osso plano. Em alguns crânios a margem supraorbital do osso frontal apresenta um forame (ou incisura) supraorbital, que dá passagem ao feixe vascunervoso supraorbital. • Obs: feixe vasculho nervoso → num mesmo espaço passam veias, artérias e nervos. Na criança existem dois ossos frontais, os quais são unidos entre se por uma sutura frontal – existe também uma sutura coronal que separa o osso frontal anteriormente dos ossos parietais localizados posteriormente a ele, esses ossos parietais possuem uma sutura sagital que os separa em direito e esquerdo. Além disso, na região superior do osso frontal nas crianças há uma região chamada fontanela anterior (“moleira”) de formato losangular, isso porque a fontanela anterior está localizada na interseção entre os dois ossos frontais e os dois parietais, além das suturas: frontal (anterior), sagital (posterior) e coronal (laterais). Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) ❖ Ossos zigomáticos: Formam as proeminências das bochechas e situam-se nas paredes inferior e lateral das órbitas, apoiados sobre as maxilas. Os zigomáticos articulam-se com os ossos frontal, esfenoide, temporal e maxila. Os ossos zigomáticos são perfurados na sua porção lateral por um pequeno forame zigomaticofacial. ❖ Ossos maxilares: Formam o esqueleto da arcada dentária superior. As maxilas direita e esquerda encontram-se unidas entre si pela sutura intermaxilar no plano mediano. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) Obs: A articulação entre os dentes e os alvéolos dentares, tanto na arcada superior quanto na arcada inferior, é uma juntura fibrosa específica → gonfose. As maxilas circundam a maior parte da abertura piriforme (abertura anterior da cavidade nasal) e formam as margens infraorbitais inferiores. Conectam-se com os ossos zigomáticos e apresentam um forame infraorbital que dá passagem ao feixe vasculonervoso infraorbital. ❖ Mandíbula: Formam o esqueleto da arcada dentária inferior. Apresenta uma forma de “U”, é composta por uma parte horizontal (corpo) e uma parte vertical (ramo) – no encontro dessas duas porções tem-se o ângulo da mandíbula. Inferiormente aos segundos dentes pré-molares, localizam-se os forames mentuais para nervos e vasos mentuais. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) A mudança de posição entre o corpo da mandíbula e o corpo da mandíbula é chamada de ângulo da mandíbula. A protuberância mentual é uma elevação situada inferiormente à sínfise da madídula – ponto de união entre as duas metades (direita e esquerda) da mandíbula no lactente, formada por tecido cartilagíneo fibroso. ❖ Osso temporal: Subdivide-se em porções: - Porção escamosa: lâmina óssea fina disposta verticalmente no lado do crânio; possui o processo zigomático, que junto com o processo temporal do osso zigomático forma o arco zigomático; apresenta também um tubérculo articular e uma fossa articular. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Parte timpânica: consiste em uma lâmina timpânica curva fundida posteriormente com as porções mastoide e petrosa. - Parte estiloide: consiste no processo estiloide; entre o processo estilode e o processo mastoide há um orifício chamado forame estilo mastoide, do qual dele emerge o nervo facial do osso temporal. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Parte mastoide: situa-se posteriormente às partes escamosa e timpânica, fundindo-se medialmente com a parte petrosa, a partir da qual se desenvolve; apresenta processo mastoide com uma incisula mastoidea, onde muitas vezes é possível observar um sulco para a artéria occipital. - Parte petrosa: apresenta forma de pirâmide (três lados); é onde fica situada a orelha interna e contribui para os limites da orelha média; apresenta nessa parte petrosa a fossa jugular, que contribui na formaçõ dos limites do forame jugular. ❖ Suturas: Junturas fibrosas que se caracterizam por possuir uma quantidade pequena de tecido conjuntivo fibroso que se interpõe às partes articulares (se fosse em grande quantidade de tecido fibroso → sindesmose). A nominação das suturas é com referência aos ossos do crânio que as interpõem, são elas: Importante: As duas partes anteriores do osso temporal são porção escamosa (a mais volumosa superior), e porção timpânica (porção curva inferior); posterior a essas duas porções tem-se a parte mastóide e, mais posteior a essas está a parte petrosa. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) ❖ Articulação temporomandibular: A articulação temporomandibular (ATM) permite os movimentos da mandíbula em relação às demais estruturas do crânio (por exemplo a mastigação e a fonação). Atua como uma dipla artigulação cilíndrica (trocoide ou gínglimo) na qual a cabeça da mandíbula do processo condilar se articula com a face articular da fossa mandibular do osso temporal. - O disco articular se sudivide em: o Câmara discotemporal superior o Câmara discotemporal inferior (ou discomandibular) - Estrutura: o Cabeça o Cavidade articular o Disco Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Cápsula e ligamentos: a cápsula é fusionada ao disco, envolve a cabeça da mandíbula acima da óvea pterigoidea; encontra-se relacionada a quatro ligmentos: o Lateral o Estilo mandibular o Esfenomandibular o Rafe pserigomandibular Importante: Todas as articulações sinoviais possuem: cápsula articular, membrana sinovial, líquido sinovial e cartilagem articulares e praticamente todas possuem articulações. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) A câmara disco temporal pode ser analisada isoladamente como uma articulação de isolamento como articulação de deslizamento, ou em associação com a câmara discomandibula representando uma articulaçãoem gínglimo. A articulação temparomandibular permite os seguintes movimentos: o Rotação: abertura e fechamento da boca por meio da depressão (abdução - abertura) e elevação (adução – fechamento) da mandíbula. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) o Translação ou deslisamento: ocorrem apenas na câmara discotemporal com o deslocamento anterior (protusão) ou posterior (retrusão) do disco. o Trituração: resultam do deslocamento da cabeça da mandíbula para os lados. - Inervação: é inervada por ramos dos nervos auriculotemporal, massetérico e temporal profundo do nervo mandibular, todos são ramos do nervo mandibular (que compõe um dos três ramos dos nervos trigêmeos). Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Irrigação: é irrigada pela artéria temporal superficial e artéria maxilar, ambas rmaos da artéria carótida externa. ❖ Articulações da cabeça: 1. Articulação superior da cabeça (atlantooccipital): os dois côndilos occipitais formam esta articulação junto às faces articulares do atlas; é uma articulação elipsoide (biaxial) que permite os movimentos de flexão e extenção (30º) e de flexão lateral (15º). Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) 2. Articulação inferior da cabeça (atlantoaxial): a 1ª e 2ª vértebras cervicais (atlas e áxis, respectivamente) são conectadas por um total de 4 articulações individuais; destas duas formam as inferiores da cabeça onde o atlas roda junto com o crânio ao redor do dente do áxis. • Atlantoaxial medial • Atlantoaxial lateral Obs: o atlas não tem corpo, o dente embriologicamente seria o corpo que migra do atlas e se insere no corpo do áxis. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Ligamentos: a ausência de discos intervertebrais permite grandes amplitudes de movimento nas articulações da cabeça, mas causando uma diminuição da estabilidade; assim, para menter a integridade do canal vertebral, são reforçadas por ligamentos – que reforçam tanto a artuculação atlasntooccipital quanto a atlantoaxial. o Ligamento do ápice do dente o Ligamento alares o Ligamento transverso do atlas o Ligamento fascículos longitudinais – constitui o ligamento cruciforme do atlas junto do ligamento transverso do atlas o Ligamento membrana tectória – continuação alargada do ligamento longitudinal anterior o Ligamento membrana atlanto occipital anterior – corresponde ao ligamento longitudinal anterior o Ligamento membrana atlanto occipital posterior – extensão cranial do ligamento amarelo - Enfoque clínico: o Lesões nas articulações da cabeça podem provocar a morte da pessoa → quer pela pompressão da medula cervical nessa altura (região cervical alta) quer pela lesão do centro respiratório localizado no bulbo. o A lesão ligamentar acarretando instabilidade desse local representa critério importante para a reaização de cirurgia para estabilização da região. o Principais tipos de lesão: Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Fraturas por explosão do atlas (mergulho em águas rasas). • Fraturas do dente do áxis (hiperflexão da coluna vertebral). Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) (fraturas do atlas e do áxis, respectivamente) ❖ Vistas do crânio: - Lateral: contituída por componentes dos crânios neural e visceral. o Do crânio neural, os principais contituintes são: Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Fossa temporal • Poro acústico externo do meato acústico externo • Processo mastoide do osso temporal o Do crânio visceral, os principais constituintes são: • Fossa infra temporal • Arco zigomático → processo temporal do osso zigomático + processo zigomático do osso temporal → unido pela sutura pronto zigomática • Faces laterais de maxila e mandíbula o Ptério: ponto localizado no encontro das suturas que unem os ossos frontal, parietal, esfenoide (asa maior) e temporal; normalmente no formato da letra “H”. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Occipital: é formada pelo osso occipital, por partes dos ossos parietais e porções mastoideas temporais. o Principais acidentes: • Protuberância occipital externa • Ínio → extremidade da protuberância occipital externa • Linhas nucais (superior e inferior) Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Lambda → encontro das suturas lambdoide e sagital ▪ A sutura que se interpõe entre o osso occipital e os ossos parietais é a sutura lambidoide. - Superior: costuma alargar-se nas eminências parietais. o Observam-se os seguintes acidentes: • Sutura coronal • Sutura sagital • Sutura lambidoide • Bregma → insersão das suturas coronal e sagital • Vértice → ponto mais alto da vista superior Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Inferior da base: conceitua-se como base do crânio as porções inferiores dos crânios neural e visceral (sem a mandíbula). É constituída pelo arco alveolar da maxila, pelos processos palatinos das maxilas, pelos ossos palatinos (atrás dos processos palatinos das maxilas), esfenoide, vômer temporal e occipital. o Principais acidentes: • Fossa/forame incisivo • Forames palatinos (maior e menor) • Espinha nasal posterior • Cóanos → abertura posterior das cavidades nasais • Asas maiores do esfenoide • Processos pterigoides • Fossa mandibular • Processo estiloide • Canal carótico • Forame jugular • Forame magno • Forame oval Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Forame lácero • Forame espuinhoso • Canal do hipoglosso • Côndilo occipital Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) - Superior da base: apresenta três grandes depressões situadas em níveis diferentes, essas fossas cranianas em conjunto formam o assoalho côncavo da cavidade craniana. o Fossa anterior • Crista frontal Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Crista etmoidal • Lâmina cribiforme → local de passagem de filamentos no nervo olfatório, que se relacionam com o teto da cavidade nasal o Fossa média • Fissura orbital superior → ponto importante de passagem de nervos cranianos (emersão de nervos oculares) • Sela túrcica • Fossa hipofisária → na face posterior da sela túrcica • Forame redondo → lateral à sela túrcica e posterior à fissura orbital superior • Forame oval → posterior ao forame redondo • Forame espinhoso → posterior e mais lateral ao forame oval • Forame lácero → medial aos forames espinhoso e oval o Fossa posterior • Meato acústico interno • Forame jugular • Canal do hipoglosso → por baixo do côndilo occipital • Forame magno • Sulco do seio transverso • Sulco do seio sagital superior Formações venosas dentro do crânio → seios Os seios, de uma forma geral, confluem para formar o seio sigmoideo, o qual ao cruzar o forame jugular passa a se chamar veia jugular interna. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) o Principais acidentes: • Forame magno: localizado a meia distância dos processos mastoides e através deles, no mesmo nível, a fossa craniana posterior comunica-se com o canal vertebral, marcando assim a separação de encéfalo (parte do SNC dentro do crânio) e medula espinhal parte do SNC dentro do canal vertebral). ▪ Suas bordas anterior e posterior dão inserção às membranas atlanto- occipitais correspondentes ▪ O ponto médio da borda anterior do forame magno é um outro acidente do crânio denominado básion (seta) • Forame jugular: relaciona-se com o canal carótido anteriormente, com o processo transverso do atlas posteriormente, com o processo estiloidelateralmente e com o canal do hipoglosso (que passa por baicxo do côndilo occipital) medialmente; dá passagem para as seguintes estruturas: Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) ▪ Veia jugular interna (continuação do seio sigmoideo) ▪ Nervos glossofaríngeo, vago e acessórios (IX, X e XI pares de nervos cranianos) • Canal carótico: consiste em um túnel situado na parte petrosa do temporal que dá passagem a artéria interna para dentro da cavidade craniana e para seu plexo simpático. ▪ A artéria carótida interna tem como ramos terminais as artérias cerebrais anterior e média, estas junto às atrérias cerebrais posteriores (que são originárias da artéria basilar → resultado da fusão das artérias vertebrais) formam as principais artérias de irrigação do encéfalo. • Forame lacero: abertura denteada entre a parte petrosa e o ossos temporal, o corpor e a asa maior do esfenoide; encontra-se fechado no indivíduo vivo e se relaciona inferiormente com a porção cartilagínea da tuba auditiva. • Forame oval: abertura na asa maior do esfenoide que dá passagem para o nervo mandibular (ramo do nervo trigêmeo – V par craniano) Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) • Forame espinhoso: abertura menor na asa maior do esfenoide, porteriormente ao forame oval, e dá passagem a um ramo do meníngico do nervo mandibular e aos vasos meníngicos médios. • Canal do hipoglosso: curta passagem (muitas vezes bipartida) que encontra- se oculta acima da parte anterior de cada côndilo, dá passagem ao nervo hipoglosso (XII par craniano) e pequenos vasos. Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição) Maria Raquel Laurindo - Tutoria de Anatomia Uniro (transcrição)
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