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APARELHO LOCOMOTOR

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UNIFACS - SALVADOR - CURSO: ENFERMAGEM 
DISCENTE: CELSIUS PALMEIRA 
 
TEMA: APARELHO LOCOMOTOR 
 
 
 
APARELHO LOCOMOTOR 
 
O sistema locomotor é formado pelo sistema muscular e esquelético 
O sistema locomotor é formado pela combinação de dois sistemas, que atuam 
juntos para garantir uma grande quantidade de movimentos: o sistema muscular e o 
sistema esquelético. Sem esses sistemas seria impossível nos alimentar, ir para novos 
ambientes, reproduzir, entre diversas outras funções importantes. 
O sistema muscular é formado por músculos, estruturas compostas por tecidos 
musculares. A principal característica desses tecidos é a capacidade de contração, que 
pode ser voluntária ou involuntária dependendo do tipo em questão. Existem três tipos 
de tecido muscular: o estriado esquelético, o estriado cardíaco e o não estriado. 
Apesar de existirem diferentes tipos de tecidos musculares, apenas um está relacionado 
com a movimentação do corpo e nossa postura: o tecido muscular esquelético. Os 
músculos esqueléticos constituem praticamente 40% de todo o peso do nosso corpo, 
sendo, portanto, a maior parte da musculatura do nosso organismo. O tecido muscular 
esquelético permite que façamos movimentos simples, como mover os olhos, e 
complexos, como os saltos graciosos, porém difíceis, dos ginastas. 
O tecido muscular esquelético está ligado aos ossos e só se contrai após 
estímulos desencadeados por terminações nervosas ligadas a cada fibra muscular. A 
fibra muscular, também chamada de miócito, é a unidade fundamental do músculo 
esquelético e é uma estrutura alongada formada por miofibrilas. 
A contração muscular permite que os músculos tracionem os ossos ao qual estão 
conectados, permitindo assim a movimentação. Essa relação entre os músculos e os 
ossos podem ser comparados aos sistemas de alavancas e geralmente ocorre em 
decorrência da contração de um músculo e o relaxamento de outro (antagonismo 
muscular). 
A eficiência de um músculo, assim como seu tamanho, está diretamente relacionada 
com a realização de exercícios físicos. A falta completa de atividades pode levar à atrofia 
de um músculo, sendo assim, quando uma pessoa fica por um período longo de tempo 
em unidades de terapia intensiva faz-se necessária a realização de fisioterapia. 
O sistema esquelético é formado por um conjunto de ossos e estruturas 
cartilaginosas que formam o chamado esqueleto. Além de atuar na locomoção, o 
esqueleto ajuda na proteção do nossos órgãos internos, sustenta nossos músculos, 
produz células sanguíneas e atua como reserva de cálcio. 
Os ossos do esqueleto estão em íntimo contato com regiões chamadas de articulações 
ósseas. Essas articulações podem ser móveis ou não. As móveis permitem a 
movimentação de um osso em relação ao outro, diferentemente das imóveis, que não 
permitem tais movimentos. 
O esqueleto pode ser dividido em duas porções principais: o esqueleto axial e o 
apendicular. O esqueleto axial é composto pelos ossos do crânio, caixa torácica e 
coluna vertebral. Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros 
superiores e inferiores. 
Vale destacar que a atividade física não é importante apenas para o sistema muscular, 
tendo efeito positivo também sobre os ossos. Sabe-se que as atividades físicas 
aumentam a massa óssea, entretanto, o mecanismo que explica esse resultado ainda 
não foi completamente explicado. 
 
O aparelho locomotor é constituído pelos sistemas ósseo, articular e muscular. Estes 
três conjuntos de órgãos unem-se à volta do objetivo comum de proporcionar 
movimento. O aparelho locomotor não é independente nem autónomo por interagir com 
vários sistemas, como, por exemplo, o sistema nervoso, de que depende, para controlo 
do movimento motor. 
Todo o aparelho é formado por estruturas cuja função é sustentar e produzir o 
movimento do corpo, dando origem ao sistema musculoesquelético. O elemento passivo 
do sistema é formado pelos ossos, cartilagens e ligamentos articulares, enquanto os 
músculos, ao ligarem-se aos ossos e ao contraírem-se, são responsáveis pelo 
movimento e deslocação corporal, para além de manterem unidas as peças ósseas em 
posições específicas. 
O conjunto de cartilagens e ossos é denominado esqueleto humano. Este é formado por 
mais de 200 ossos no adulto, variando com o seu tamanho e forma, sendo alguns 
longos, como o úmero ou o fémur, outros planos e lisos, como o das costelas, ou ainda 
curtos e com dimensões semelhantes, como os do carpo e do tarso, havendo também 
ossos irregulares, como os das vértebras. 
As funções do sistema esquelético abrangem o suporte e proteção de órgãos internos 
vitais, como o coração, pulmões ou cérebro, para além do armazenamento de minerais 
e produção de células sanguíneas, através da medula óssea. Deste sistema faz também 
parte a coluna vertebral, composta por 33 vértebras alternadas com discos vertebrais, 
que permite dar flexibilidade ao tronco. A estrutura mais complexa do esqueleto é o 
crânio, na qual se inclui o neurocrânio, que protege o encéfalo. 
Apesar da sua solidez, os ossos são também relativamente flexíveis, encontrando-se 
em constante renovação. A infância e adolescência correspondem a períodos de 
crescimento e mineralização. Em idades mais avançadas, os ossos tornam-se mais 
frágeis e as fracturas ósseas são mais frequentes devido ao processo de 
desmineralização e destruição de tecido ósseo. Por isso se aconselha o exercício físico 
nestas duas etapas da vida, dado contribuir para um desenvolvimento equilibrado dos 
ossos no adolescente e para uma maior robustez óssea no idoso, prevenindo fracturas. 
Para impedir maior desgaste, a superfície do osso, na zona de articulação com outro, 
deve ser lisa para o reduzir e daí ser revestida com cartilagens. Trata-se de um tecido 
liso, resistente e protetor, que funciona como amortecedor de choques, reduzindo 
também o atrito. 
Do sistema locomotor fazem também parte as articulações, tecidos que permitem a 
ligação entre dois ou mais ossos e podem variar segundo o seu grau de movimento ou 
a sua estrutura. Nesta última, as articulações podem ser fibrosas (ossos unidos por 
tecido conjuntivo fibroso), cartilaginosas (unidos por cartilagem) ou sinoviais (possui um 
espaço entre os ossos). A produção de sinóvia nas articulações diminui 
progressivamente com a idade, emergindo o envelhecimento articular que pode ser 
influenciado por fatores genéticos ou devido ao desgaste natural. 
Em relação ao eixo do movimento, as articulações podem classificar-se em fortes e 
imóveis, conhecidas por sinartroses e mais flexíveis. Por isso possibilitam os 
movimentos, nomeadamente a anfiartrose e a diartrose. As articulações situadas entre 
os ossos planos do crânio correspondem ao primeiro tipo, enquanto do segundo tipo 
fazem parte as articulações pubianas e as intervertebrais com movimento limitado. 
Finalmente, no terceiro tipo pode incluir-se uma outra classificação que divide as 
articulações em três, de acordo com o eixo em que é realizado o movimento: monoaxial, 
quando a mobilidade é realizada à volta de um eixo, apenas permitindo movimentos de 
flexão e de extensão, como no caso da articulação do cotovelo; biaxiais, quando 
realizam, para além dos movimentos do subtipo anterior, outros como a adução e a 
abdução tão características dos movimentos do punho; por último, as articulações que 
permitem uma maior amplitude de movimento, como no caso dos ombros com rotação 
interna e externa ou ainda dos movimentos dos membros inferiores, que permitem a 
locomoção para trás, frente e lados, correspondendo a articulações do tipo triaxial ou 
poliaxial. 
 
 
 
O puzzle não ficaria completo sem abordar o sistema muscular que determina a 
movimentação dos membros, vísceras e órgãos internos, através da peculiar 
propriedade de contração e distensão das células. Quando um músculo se contrai o 
oposto relaxa, originando movimento ou ampliando a sua intensidade. O corpo humano 
possui mais de 600 músculos unidos na sua maiorparte aos ossos através dos tendões, 
embora muitos outros não estejam ligados à estrutura óssea e possuam funções 
específicas, como a língua, o coração ou os músculos do aparelho digestivo. 
Para além da capacidade dos músculos produzirem movimento, pode ainda destacar-
se o seu contributo como estimulantes dos vasos sanguíneos, assim como para a 
estabilidade articular e manutenção da postura através das terminações nervosas 
existentes no tecido muscular. Por outro lado, os músculos fornecem informação sobre 
o estado fisiológico do corpo e são considerados biotransformadores ao participarem na 
conversão de energia química em mecânica. 
O músculo é o órgão de maior adaptabilidade, pois consegue modificar o seu conteúdo 
e a sua forma em fracções de segundo. Quando não é utilizado pode rapidamente 
atrofiar, diminuindo o seu tamanho e força, mas o processo é reversível e, com exercício 
adequado, pode voltar à sua dimensão original. 
Distúrbios do aparelho locomotor 
Embora os vários elementos do sistema musculoesquelético possam mostrar bom 
desempenho, a sua frequente utilização provoca desgaste, lesões ou inflamações que 
podem originar dor crónica e incapacidade física. 
As lesões podem variar desde as mais superficiais, como as entorses ou contusões, até 
às simples distensões musculares que ocorrem sobretudo na região lombar e nas coxas. 
O seu grau traumático pode ser mais elevado quando atinge as articulações ou os 
ossos, como nas luxações ou fraturas. Nesta última patologia, a gravidade depende da 
fratura ser fechada (quando não há rompimento da pele), ou aberta quando fica exposta 
ao meio externo, com risco de contaminação. Embora dolorosas e até geradoras de 
futuras complicações, na sua maior parte, estas lesões curam-se por completo, ao 
contrário do que ocorre nas inflamações articulares e dos tendões, provocando as 
conhecidas artrites e tendinites. 
 
 
 
Na primeira situação, o processo inflamatório pode ser generalizado – uma 
característica típica da artrite reumatóide – tornando-se crónico e persistente. É 
considerada uma doença auto-imune, que se caracteriza pela inflamação da cápsula 
sinovial das articulações, podendo ocasionar, para além de dores intensas, rigidez e 
deformidades progressivas, responsáveis pela incapacidade funcional. 
A artrite reumatóide não deve ser confundida com o reumatismo. Esta última 
perturbação corresponde a um conjunto de doenças que, em dado momento, provocam 
dor ou incapacidade, não apenas nas articulações, mas também nos músculos, tendões 
e ossos. A inflamação pode atingir tecidos conjuntivos de outros órgãos, como os rins, 
pulmões e pele. A sua causa não é ainda bem conhecida, embora se especule sobre a 
sua relação com a imunidade ou o sistema de defesa que passa a agredir o próprio 
organismo. Com a denominação de doença reumática incluem-se ainda outras 
perturbações, como a artrose, a gota, a tendinite provocada por esforços repetitivos, 
a bursite associada a desportos como o ténis ou a natação, a dor ciática, que atinge o 
nervo mais longo do corpo e cuja dor persistente se inicia na região lombar, passando 
pelas nádegas e atingindo a parte inferior de uma ou de ambas as pernas. 
O impedimento permanente dos movimentos, assim como a degeneração prematura 
das articulações, pode originar as chamadas artroses, com uma incidência maior nas 
mulheres, sobretudo a partir dos 45 ou 50 anos. Pelo contrário, a artrite gotosa, que 
além de febre também provoca limitação de movimentos, atinge mais o grupo 
masculino. Em causa está uma reação inflamatória aos cristais de urato, que se 
depositam nas articulações devido a distúrbios do metabolismo do ácido úrico, sendo 
as regiões mais afetadas os tornozelos, joelhos, cotovelos e dedos do pé. 
Outra doença do foro reumático é a espondilite anquilosante. Consiste na inflamação 
das juntas da coluna e grandes articulações como as dos quadris e ombros. De origem 
desconhecida, a doença por enquanto não tem cura, embora se aconselhe uma terapia 
de exercícios, assim como o recurso a analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes 
musculares para alívio das dores. Lombalgias e hérnias discais também podem ser 
incluídas no grupo de doenças reumáticas, para as quais influem fatores genéticos e 
antropológicos, obesidade, fumo, atividades repetitivas, traumas, sedentarismo ou maus 
hábitos posturais. 
Um caso particular que também pode ser incluído nas doenças reumáticas, embora não 
afete as articulações, é a fibromialgia. Trata-se de uma síndrome clínica, caracterizada 
por um conjunto de sintomas, sem que seja identificada uma origem única para todos 
eles. A sua principal característica é uma dor generalizada, que ataca principalmente os 
músculos, combinada com a falta de sono repousante, estados depressivos e fadiga 
crónica. 
Há ainda outros transtornos que podem afetar diretamente os ossos e o próprio 
esqueleto humano, como a escoliose (desvio da coluna vertebral para a esquerda ou 
direita), a hiperlordose, associada a curvaturas lombares e cervicais anormais da 
coluna, ou ainda a cifose, mais conhecida por corcundez, que provoca um aumento da 
concavidade anterior da coluna. Em geral, estes distúrbios relacionam-se com más 
posturas ou a prática de determinadas atividades. 
 
 
 
Os desequilíbrios hormonais podem também afetar os ossos e articulações, como 
ocorre na osteoporose, cuja característica principal é a diminuição da massa óssea 
decorrente da desmineralização dos ossos. À medida que os ossos perdem densidade, 
tornam-se também mais frágeis e propensos a fraturas. Contudo, a doença pode ser 
diagnosticada antes de se verificar fratura, recorrendo a exames que meçam a 
densidade óssea, sendo o mais adequado a absorciometria de raios X de energia dupla, 
um processo rápido, indolor e sem riscos para a saúde. Na osteoporose, mais 
importante que o tratamento é a sua prevenção, de forma a manter ou aumentar a 
densidade óssea. Neste sentido é conveniente ingerir doses adequadas de cálcio, 
suplementos de vitamina D, assim como realizar uma correta prática de exercícios 
físicos, privilegiando os que implicam o suporte do peso corporal, designadamente 
andar ou subir escadas. 
Para tratamento desta patologia, há quem recorra à THS (terapia hormonal de 
substituição), embora a sua utilização se mantenha controversa. Recentemente 
surgiram no mercado alternativas com medicamentos baseados no raloxifeno que, 
embora menos eficazes contra a osteoporose que o estrogénio, implicam menos risco 
para a saúde. 
Os bifosfonatos, nos quais se incluem o alendronato sódico ou as calcitoninas, são 
também aconselhados, sobretudo no caso de doentes com osteoporose pós-
menopáusica. As fraturas resultantes da osteoporose também devem ser tratadas, 
sendo a mais grave a que ocorre na anca, implicando a sua substituição total ou parcial. 
Podem também surgir fraturas nos pulsos, em que a aplicação de gesso é suficiente, ou 
ainda afetar as vértebras, situação que obriga à utilização de coletes ortopédicos, para 
além do recurso a analgésicos e à fisioterapia, para alívio das dores. 
À semelhança da osteoporose, o raquitismo decorre da carência de vitamina D, o que 
impossibilita a absorção do cálcio e do fósforo, provocando, em situações mais graves, 
deformações nas pernas (formato em arco) e ossos quebradiços. A doença, mais 
frequente em países em desenvolvimento, pode ser revertida através de suplementos 
na dieta e adequada exposição solar, embora demore alguns meses ou anos até as 
deformidades desaparecerem. 
 
 
 
Outros transtornos do aparelho locomotor relacionados com causas genéticas são a 
espina bífida, caracterizada por uma deficiência no desenvolvimento da medula espinal 
e da coluna vertebral, ocasionando paralisia e anomalias sensitivas nas extremidades 
inferiores; amiotrofia espinal, que também provoca paralisia, sendo muito grave 
quando se revela nos primeiros meses de vida; paralisia cerebral, causada por uma 
lesão do cérebro antes, durante ouapós o nascimento e que interfere com o 
desenvolvimento do sistema nervoso, afetando não apenas a motricidade, como 
também o tónus muscular, o movimento e a postura; doença de Paget do osso, 
perturbação crónica do esqueleto consistindo no crescimento anormal de certas regiões 
do osso, sendo que essa hiperatividade das células ósseas também pode ser causada 
por uma infecção viral, que despoleta a doença desde que haja predisposição genética; 
distrofia muscular, doença que afeta o tecido muscular e que provoca desde a perda 
gradual da mobilidade até incapacidade severa e morte, como na distrofia muscular 
de Duchenne cuja esperança de vida não vai além dos 20 anos. 
Com sequelas também muito graves a nível dos ossos, é a osteogénese imperfeita ou 
doença de Lobstein que se caracteriza pela deficiência de colagénio ou incapacidade 
de sintetizar essa proteína, provocando ossos anormalmente quebradiços. Muitas das 
crianças que nascem já com fraturas múltiplas e crânio mole, ou não conseguem 
sobreviver ou são afetadas por lesões cerebrais posteriores. 
De referir ainda a acondroplasia, normalmente conhecida por nanismo, cuja incidência 
é de 1 para cada 15 mil recém-nascidos. A acondroplasia pode criar dificuldades de 
diagnóstico pois desde o início algumas crianças nascem com o comprimento normal, 
embora na fase adulta não venham a ultrapassar 1,40 m de altura. 
No lado oposto surge a acromegalia, uma doença hormonal causada pelo excesso de 
secreção da hormona de crescimento, podendo também derivar de tumor na glândula 
pituitária. Para esta doença, em que os indivíduos podem atingir estaturas próximas dos 
2,75 metros, há tratamento para reduzir a produção daquela hormona através de 
medicamentos, ou extirpando o tumor. 
Estas anomalias genéticas podem ser despistadas e prevenidas. A condição é que os 
progenitores procurem aconselhamento genético com o objetivo de avaliar futuras 
gestações em que este tipo de doenças não se manifeste. 
No entanto, há lesões a nível da medula espinal que tanto podem ser genéticas como 
causadas por doenças ou traumatismos, em fases posteriores ao nascimento. 
Desencadeiam situações de tetraplegia ou paraplegia, conforme afetem os quatro 
membros ou apenas os membros inferiores. 
 
 
 
Por último, cabe ainda destacar o papel que desempenham os tumores do aparelho 
locomotor. Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem pelo menos 90 tipos de 
neoplasias de partes moles e mais de 50 ósseas, embora cerca de metade corresponda 
a situações benignas. 
A terapia no caso dos tumores ósseos malignos poderá envolver cirurgia, combinada ou 
não com tratamentos de radioterapia ou quimioterapia. As opções devem ser avaliadas 
pelo médico e pelo paciente de acordo com a idade, a evolução e agressividade do 
tumor e a região afetada. A eficácia do diagnóstico e do tratamento utilizado desde o 
início influencia a possibilidade de cura. 
No pior dos casos, os tumores podem ser metastáticos ao propagarem-se ao osso a 
partir de um ponto de origem, que pode ser o pulmão, a mama, a próstata, rim ou 
qualquer outro órgão. Nesta situação está-se na presença de um tumor secundário. O 
sinal de alarme habitual é dor intensa ou ocorrência de fractura no ponto em que o tumor 
debilitou o osso e que possibilita a detecção e localização do tumor original através de 
biópsia. Os tumores podem também ser primários ou com origem no próprio osso, 
enfraquecendo-o e partindo-o, mesmo com diminuta sobrecarga ou pressão. 
O sarcoma de Ewing, o condrossarcoma, o fibrossarcoma ou o sarcoma 
osteogénico – sendo este último o cancro de osso mais frequente e agressivo –, são 
tumores que correspondem ao grupo primário. Este tipo de tumor afecta sobretudo as 
crianças enquanto o metastático é mais frequente na fase adulta. De referir ainda os 
tumores não cancerosos, nos quais se podem incluir os osteocondromas, os 
condromas benignos, os condroblastomas, os fibromas condromixóides e os 
tumores de células gigantes. 
Terapêutica passa pela prevenção 
Se bem que muitas das doenças que afetam o sistema musculoesquelético sejam de 
origem genética ou surjam associadas a processos degenerativos, há outras que podem 
ser prevenidas, sendo de efeito reversível. As lesões mais ligeiras, que afetam os 
músculos, ligamentos ou tendões, podem ser tratadas apenas com o recurso a 
compressas mornas ou frias, imobilização com talas e ligaduras, muito repouso e, em 
algumas ocasiões, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, sempre que sejam 
atingidas várias articulações. 
Contudo, há outras doenças que envolvem o aparelho locomotor, para as quais mais 
vale seguir o ditado popular de "prevenir antes que lamentar", pois as consequências 
podem ser muito graves e comprometer o desempenho físico e a qualidade de vida. 
 
 
 
Manter uma boa saúde e ossos fortes deve ser essencial, através do consumo de 
alimentos ricos em cálcio, como os lacticínios e as verduras. Exposição solar e exercício 
físico adequados, em particular nas mulheres com predisposição para fragilidade óssea, 
deve ser outra das prioridades para quem pretenda evitar as sequelas no futuro. 
Cuidados com a postura e o levantamento de pesos, assim como evitar desportos 
arriscados ou, pelo menos, praticá-los só com muito treino e prudência é conveniente, 
por forma a evitar traumatismos e lesões graves e irreversíveis. Por outro lado, deve 
criar-se, tanto no local de trabalho como em casa, no carro ou no exterior, um ambiente 
seguro de modo a reduzir a incidência de acidentes, quedas ou queimaduras. 
No local de trabalho a utilização de acessórios e equipamentos de protecção nas 
profissões de risco ou de desgaste deve ser norma obrigatória, apesar de ainda se 
verificar alguma negligência nesta área. Porém, tem havido avanços em relação aos 
Distúrbios Musculoesqueléticos Ocupacionais (DMO), seja através de abordagens mais 
holísticas e multidisciplinares nas terapêuticas, como também na sua prevenção, 
corrigindo os fatores ergonómicos e biomecânicos que estão na sua origem. Por outro 
lado, a reabilitação deve ser instituída numa fase precoce, impedindo o entorpecimento 
e atrofia musculoesquelética. Medidas de fisioterapia que abranjam a termoterapia, a 
eletroterapia, a cinesioterapia ou a hidroterapia podem trazer benefícios na 
recuperação. 
São raros os casos de DMO que obrigam a tratamento cirúrgico, embora muitos doentes 
tenham de recorrer a antidepressivos ou analgésicos para aliviar a dor crónica, muito 
frequente neste tipo de distúrbios, ou ainda em pacientes com quadros agudos 
relacionados com a postura, como os torcicolos ou as lombalgias. Os anti-inflamatórios 
não hormonais, assim como os corticosteróides sistémicos, podem também revelar-se 
úteis no tratamento de tendinites e bursites ou nas doenças localizadas nas bolsas 
sinoviais e baínhas tendíneas. 
A farmacoterapêutica está também presente no tratamento de doenças 
musculoesqueléticas não relacionadas com o local de trabalho. O paracetamol é a 
primeira escolha na patologia articular degenerativa e na lesão de tecidos moles. 
Os salicilatos foram utilizados durante muitos anos no combate da dor e inflamação na 
artrite e febre reumática, embora, mais recentemente, tenham sido substituídos pelos 
anti-inflamatórios não esteróides (AINES’s), com menor agressividade gástrica, mas de 
custos mais elevados. Para a artrite reumatóide existem outros fármacos capazes de 
retardar ou impedir a sua progressão. São exemplos, o metotrexato e os sais de ouro, 
ou ainda os imunossupressores e antipalúdicos. Para as crises agudas de gota o mais 
indicado é a colquicina, a probenecida e, como inibidor da biossíntese do ácido úrico, o 
alopurinol. 
 
 
 
Os relaxantes musculares, como o baclofeno, o diazepam e o midazolam, podem ser 
benéficos neste tipo de afecções, embora a terapêutica só tenha sucesso se for 
combinada com medidas não farmacológicas, como a perda de peso, uma dieta correta 
e exercício físico, não descartando, em alguns casos,o recurso a procedimentos 
psicoterápicos, ortopédicos e cirúrgicos com o intuito de reabilitar funções e corrigir 
deformações. 
No tratamento da osteoartrose, mais conhecida por artrite ou artrose, os avanços têm 
sido significativos, substituindo os habituais anti-inflamatórios pela glucosamina. Esta 
substância não age apenas na zona de inflamação, combatendo a dor, como também 
restaura parte da cartilagem perdida. 
As calcitoninas têm um campo de aplicação muito vasto. Vai desde as hipercalcémias, 
hiperparatiroidismo, doença de Paget até à osteoporose. Nesta última situação, o 
raloxifeno tem sido eficaz como substituto do estrogénio. 
Por outro lado, as últimas descobertas a nível da cirurgia ortopédica têm permitido a 
implantação de próteses cada vez mais avançadas, eficazes e funcionais, aumentando 
a qualidade de vida de doentes que sofrem de artrose ou outro traumatismo ósseo. 
Atualmente, a nanotecnologia oferece oportunidades de inovação muito promissoras, 
tanto na medicina como na ortopedia, possibilitando, eventualmente, a reconstrução de 
tecidos danificados, ossos, cartilagens e tendões. A grande vantagem é que os novos 
biomateriais, de preparação sintética e biocompatíveis, podem ser injetados, não se 
prevendo rejeição pelo sistema imunitário. 
No futuro, o desafio será a aplicação desta tecnologia no tratamento de doenças 
crónicas do sistema musculoesquelético, não apenas na reconstrução da cartilagem de 
articulações, como também na melhoria dos implantes. No entanto, o maior impacto, a 
curto prazo, da nanotecnologia poderá ocorrer no diagnóstico precoce e no tratamento 
específico de tumores ósseos, por meio de quimioterapia dirigida, com a utilização de 
nanopartículas ou nanoesferas. 
No início do milénio, a OMS declarou o período 2000-2010 como a Década dos Ossos 
e das Articulações, prevendo um maior investimento, tanto na pesquisa como nos 
recursos nesta área. Mas ainda há muito por fazer, sobretudo, a nível da prevenção e 
consciencialização das pessoas. 
É que apesar dos grandes avanços da ciência, muitas das doenças e distúrbios passam 
pela prevenção e melhor proteção desta valiosa "armadura de betão" que constitui o 
aparelho locomotor. É a interação complexa dos seus componentes que permite ao 
homem exercer a sua atividade funcional, desde a cabeça aos pés, contrariando a 
gravidade e evitando as quedas a cada passo que dá.

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