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Saúde Coletiva I uaps Gothardo peixoto Unidade de Atenção Primária à Saúde Gothardo Peixoto Professora: Katia Saldanha Aluna: Bárbara Albuquerque Azevedo Matrícula: 20.2.000269 Fortaleza, CE 2021 Objetivo O presente trabalho tem como objetivo expor a importância e o papel do Agente Comunitário de Saúde dentro da Estratégia Saúde da Família, apresentando como se dá o seu trabalho e quais atividades realizadas. Introdução A origem dos agentes de saúde é anterior às políticas públicas que inseriram esse trabalhador no SUS. Porém, é a partir destas políticas que o agente de saúde aparece formalmente como uma ocupação reconhecida em âmbito nacional. Em 1991 é lançado o Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde (Pnacs) que, no ano de 1992, passou a chamar-se Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). Sua implantação foi iniciada pelos estados do Nordeste, nos quais foram priorizadas as ações da área materno-infantil. Estas experiências, somadas às experiências locais anteriores, formam a base para o lançamento em 1994 do Programa de Saúde da Família (PSF). O ACS é um elemento inovador na equipe de saúde, tanto no Pacs quanto na ESF. Ele é o único componente da equipe que tem como um dos requisitos para a sua contratação a condição de ser morador da área em que atuará, o que seguramente está vinculado à ideia da aproximação e entendimento das condições de vida da população, de suas características culturais, de sua dinâmica social e familiar. Ainda que as atividades educativas estejam previstas para serem desenvolvidas por todos os integrantes da equipe de saúde da família, é o ACS o único membro da equipe cujo trabalho está ou deveria estar focado na prevenção de doenças e na promoção da saúde, e o único a não ter atribuições clínicas Na quarta tutoria da disciplina de Saúde Coletiva I, a professora Kátia entrevistou um Agente Comunitário de Saúde que trabalhava há mais de 20 anos na área, podendo assim explicar para a turma desde o seu trabalho no Pacs até atualmente na integração à Estratégia Saúde da Família. Na época do Pacs, os agentes comunitários de saúde eram atrelados à unidade básica de saúde, porém não faziam parte da Equipe de Saúde da Família e eram coordenados pelos enfermeiros. Continuando a entrevista, Alexandre, o ACS entrevistado, explicou um pouco quais atividades eram realizadas atualmente, dentre elas, o mapeamento territorial de toda a área adscrita, o cadastramento de todas as pessoas da área mapeada, incluindo moradores de rua (mínimo de 750 pessoas e 250 famílias por cadastro) e o último passo é a catalogação de todas as pessoas da área com seus respectivos agravos (gestantes, diabéticos, idosos, hipertensos e etc.). A visita às pessoas com morbidade acontece de forma mais frequente, enquanto a visita aos indivíduos que foram cadastrados sem nenhum agravo ocorre de forma mais espaçado, apenas para a atualização do cadastro, sem prioridade, devido a grande quantidade de pessoas em uma área. Antigamente, o trabalho do ACS era bem manual, hoje em dia já é bem mais tecnológico, contando com o e-SUS (sistema de informações online de cadastro e agravos dos pacientes da área), com aplicativos de celular e, até mesmo, grupos de whatsapp, que foi uma ferramenta que cresceu bastante nessa época de pandemia, Desenvolvimento já que as visitas domiciliares normais não podiam ser realizadas ou tinha que se manter um distanciamento mínimo. Essas ferramentas tecnológicas acabam tornando o trabalho mais rápido e prático, evitando o acúmulo de serviço. Além das atividades citadas, o ACS também é importante dentro da Unidade Básica de Saúde, pois pode passar informações para os pacientes, além de prestar serviços de acolhimento. As principais dificuldades encontradas no cotidiano do ACS são as condições de trabalho, segundo o entrevistado, como a falta de materiais básicos para a realização das atividades (pranchetas, tablets, protetor solar, fardamento e etc.). Foi explicado também na tutoria um pouco sobre o Agente de Combate à Endemias, que é um profissional fundamental para o controle de endemias e deve trabalhar de forma integrada às equipes de atenção básica na Estratégia Saúde da Família, participando das reuniões e trabalhando sempre em parceria com o ACS, ou seja, nas visitas realizadas eles devem passar informações para o ACS e vice-versa. Por exemplo, se o ACS notar um grande número de casos de dengue em suas visitas, ele deve comunicar ao Agente de Combate à Endemias e, se o ACE encontrar indivíduos com morbidades, deve comunicar ao ACS. Alexandre conseguiu explicar melhor a importância do seu trabalho citando alguns acontecimentos que ele já presenciou e problemas que ele já conseguiu solucionar de muitas vulnerabilidades sociais, mostrando a importância da visita domiciliar, do ato de "entrar nas casas". Desenvolvimento Na saúde bucal, os agentes comunitários de saúde podem ajudar realizando pesquisas em suas visitas domiciliares acerca da situação da cavidade oral dos indivíduos e passar informações para a Equipe de Saúde Bucal, para solicitarem uma visita dessa equipe à pessoas que necessitarem. Além disso, os ACS podem participar, com o auxílio dos cirurgiões-dentistas, de ações de prevenção e promoção de saúde bucal. Desenvolvimento O trabalho do ACS, na Atenção Básica, é de fundamental importância para a concretização da estratégia saúde da família e efetivação do conceito ampliado de saúde. O Agente realiza atividades diferenciadas junto à comunidade e por isso pode ser considerado um elemento nuclear das ações em saúde, com atividades de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio das visitas em domicílios e educação em saúde, individual e coletiva. Ademais, o ACS tanto orienta a comunidade como informa a equipe de saúde sobre a situação das famílias, principalmente aquelas em situação de risco, assumindo o papel de sujeito articulador. Contudo, as diferentes dimensões de atuação dos ACS na atenção primária à saúde exigem instrumentalização adequada para qualificar o profissional, e assim fortalecer o elo com a comunidade. É necessário também que haja investimentos não somente no treinamento específico desses profissionais, mas na manutenção da qualidade do processo de trabalho executado por eles, em atividades de supervisão e de reflexão em equipe. Nas Equipes de Saúde, o ACS é o profissional que ocupa o lugar de destaque na atuação em saúde na perspectiva da Educação Popular. Como alguém que faz parte da comunidade, o ACS conhece e vivencia as demandas trazidas pelos moradores, já como integrante da equipe de saúde, nem sempre tem seu espaço reconhecido e legitimado pelos demais profissionais da ESF em que atua23,29. A EPS, por sua vez, legitima o lugar do ACS nas equipes de saúde, e mais, reconhece seu protagonismo. Considerações Finais Costa, Simone de Melo et al. Agente Comunitário de Saúde: elemento nuclear das ações em saúde. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2013, v. 18, n. 7 [Acessado 9 Junho 2021] , pp. 2147-2156. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000700030> Maciazeki-Gomes, Rita de Cássia et al. O trabalho do agente comunitário de saúde na perspectiva da educação popular em saúde: possibilidades e desafios. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2016, v. 21, n. 5 [Acessado 9 Junho 2021] , pp. 1637-1646. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.17112015>. Referências Bibliográficas
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