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EMPATIA: COMPAIXÃO OU COMPREENSÃO? Krznaric, Roman O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo (Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges). A empatia, em definição, é a habilidade socioemocional que a maior parte das pessoas são capazes de reconhecer, entender e reproduzir emoções alheias. A ideia da empatia surge no século XVIII, onde o filósofo e economista Adam Smith, descreve sobre como a nossa sensibilidade moral vem da “troca de lugar com o sofredor na imaginação” que a nossa capacidade mental é capaz de fazer. Assim, é possível dizer que ter empatia não é sentir pelo o outro, mas sim sentir com o outro, ou seja, não ter o pensamento individual de fazer com o outro o que você gostaria que fizessem com você, mas sim se colocar no lugar da pessoa e compreender quais são suas limitações sem se basear em si próprio. No livro, Roman vai esclarecer o conceito de empatia, o diferenciando de compaixão, piedade etc que ainda são bastante confundidos quando se trata do assunto. Ao longo da leitura irão aparecer histórias reais e fictícias junto de visões da filosofia que vão ajudar a narrar a trajetória da empatia em nossa sociedade. O autor vai dividir em 6 hábitos que pessoas extremamente empáticas têm em comum e assim esses conjuntos de atitudes diárias vão ajudar a compreender como essas pessoas veem o mundo e fazer com que todos possam desenvolver esses hábitos o melhor que puder. O primeiro hábito é definido como “Acione seu cérebro empático”, ou seja, reconhecer que empatizar vem da genética do ser humano e que nunca é tarde para expandir a empatia que já está em nosso gene, isso será de extrema importância para preparar a mente para os outros hábitos. O segundo e terceiro hábitos vão buscar o ato de se colocar no lugar do outro de forma a conhecer aquilo que não é comum para si próprio, assim intitulado por Roman, “Dê o salto imaginativo” e “Busque aventuras experienciais" respectivamente. No segundo hábito é colocado um questionamento sobre “por que não praticamos mais a empatia se ela é tão boa para nós?” E é explicado por quatro barreiras que impedem de deixar cada vez mais presente a empatia na sociedade, sendo elas: Preconceito, autoridade, distância e negação e a ideia ao longo do capítulo é preparar o leitor a desafiá-las e assim aprender a sintonizar os pensamentos que se passam na cabeça das outras pessoas. Já no terceiro hábito vai introduzir sobre a imersão direta para explorar diferentes mundos e mostrar exemplo de pessoas que imergiram para assim ter uma experiência empática verdadeiramente. Os hábitos quarto e cinco vão apresentar meios de despertar a curiosidade pelo estranho, sendo elas: “Pratique a arte da conversação” que afirma que “a conversação é uma das maneiras essenciais pelas quais chegamos a compreender a vida emocional e as ideias de outras pessoas”, porém também é mostrando que o mundo está passando por uma crise que é extremamente relevante para o futuro da empatia e que o jeito é repensar a forma de conversação e assim aprofundar vínculos emocionais entre as pessoas. Pessoas empáticas são grandes exemplos disso, onde colocam a curiosidade, a preocupação e a coragem como fundamentos principais. E “Viaje em sua poltrona”, como título do quinto hábito, apresenta a arte, a literatura, o cinema e a internet como outras formas de conhecer a mente estranha, e por isso é colocado como “empatia de poltrona” pois é possível se aventurar nessas experiências sem precisar ir muito longe para isso, mesmo que tais histórias não estejam acontecendo tão perto assim. Por último, o sexto hábito, “Inspire uma revolução” que pelo próprio título já define, ampliar a empatia cada vez mais, onde a mesma gere mudanças em uma escala de massa, isso por que a empatia é vista como relações entre indivíduos, ou seja, não se espera que ela tenha capacidade para uma mudança tão grande como é uma revolução. O poder da empatia é uma obra que traz muito esclarecimento sobre todo o mundo empático, com seu texto fluido e claro. A cada capítulo é possível expandir mais a mudança da relação do indivíduo, que muitas vezes é colocado como egoísta, e com o pensar com o outro e não pelo outro. O intuito do autor foi bem sucedido, conseguindo dar argumentos de que uma revolução das relações humanas, é sim possível através da empatia, assim como promover um bem estar no ser que é empático.