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Curso sobre Empatia

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Prévia do material em texto

I
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Todo o conteúdo deste ebook foi desenvolvido pela 
Descola em parceria com os professores do curso.
OLÁ ALUNO
Você já viu ou provavelmente está vendo o curso "Empatia: Como se colocar 
no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos". 
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo e que tenha descoberto todo 
o potencial da empatia para mudar sua vida pessoal e profissional. 
Você aprendeu que se colocar no lugar do outro tem o poder de transformar 
seus relacionamentos e que a empatia pode ser utilizada para se conectar com 
seus clientes e, também, com o seu propósito de vida. Já começou a usar sua 
Roda da Empatia e começou a despertar suas habilidades empáticas. 
Neste ebook, falamos mais dos conceitos apresentados e relacionamos filmes 
e livros complementares, para que você siga aprofundando os conceitos 
abordados nas videoaulas e aprenda mais.
Abraços 
Equipe Descola 
Uma escola de inovação online
ÍNDICE
1
QUEM MINISTRA O CURSO?
7
Por um mundo em que não seja mais 
preciso ensinar a olhar para o outro
É da necessidade de se entender o mundo, entender 
as pessoas que compartilham ele conosco e entender 
a nós mesmos como parte disso tudo que surge a 
oportunidade de estudarmos as nossas relações através 
de um olhar mais humano e profundo. 
Esse é o papel da empatia: expandir e aprofundar 
nosso olhar, nossa escuta, nosso entendimento e 
nossa percepção. E não podemos negar que estas 
são habilidades urgentes para o aperfeiçoamento da 
qualidade de vida de todas as pessoas, tanto na vida 
pessoal quanto na profissional. 
Por isso, trouxemos aqui uma das vozes mais relevantes 
quando o assunto é empatia, a Tati Fukamati. Formada 
em Biologia e pós-graduada em neurociência e 
psicologia aplicada, ela sempre esteve envolvida com 
estudos e pesquisas que buscavam compreender o 
processamento e os mecanismos por trás das relações 
humanas. Foi durante sua pós-graduação que ela 
descobriu seu verdadeiro propósito: proliferar o 
conhecimento, a consciência e a prática da empatia para 
revolucionar o mundo. 
Tati trabalhou por mais de 5 anos como consultora 
de sustentabilidade pelo Amana Key, uma importante 
empresa de educação executiva que visa treinar novos 
líderes a partir de competências fundamentais para 
liderança. 
Em 2016, Tati criou o projeto Revolução da Empatia, 
uma empresa que cria e facilita palestras, workshops e 
experiências de empatia, despertando um novo olhar 
sobre nossas relações e sobre o nosso papel no mundo.
E é essa abordagem que trouxemos neste curso de 
Empatia na Descola. Uma jornada incrível para que você 
também descubra o poder da empatia e revolucione sua 
própria vida. 
2
A RAIZ DOS 
PROBLEMAS NO MUNDO
9
Às vezes parece que o mundo é feito de problemas, e a 
gente nem sabe direito por onde começar. Outras vezes, 
parece que nós é que somos feitos de problemas.
De qualquer forma, estarmos cercados de problemas nos 
apavora. Sentimos o pulso da luta interna que as pessoas 
vivem dia após dia, alguns tentando construir um mundo 
que tenha, pelo menos, menos problemas, enquanto 
outros querem virar a coisa toda de cabeça para baixo e 
mudar o mundo de vez. 
Se você pudesse mudar tudo, o que você mudaria 
primeiro? Qual é o problema do mundo que te 
incomoda mais? 
Desrespeito, preconceito, intolerância, violência, guerras, 
pobreza, desigualdade, crises migratórias, manipulação 
da indústria, consumismo, exploração, destruição 
ambiental, mudanças climáticas, falta de coletividade, 
ausência de propósito, baixa autoestima, desesperança, 
hipocrisia, egoísmo, corrupção, bullying e educação 
limitadora. 
Infelizmente, fora desta página, a lista não tem fim.
Como mudar o mundo mexendo 
apenas em uma coisa?
10
descola.org | empatia
Vemos a nós mesmos. 
Enxergamos nossas limitações de visão, comunicação 
e conexão. Identificamos forças limitantes que nos 
distanciam uns dos outros, nos distanciam de nós 
mesmos e do mundo que é, no fundo, aquele que 
realmente queremos reconstruir. 
E, ao chegar mais perto, cavar mais fundo e investigar a 
raiz desses problemas, nos damos conta de que todos 
eles começam do mesmo lugar.
A raiz do desequilíbrio do mundo 
está na desconexão entre as 
pessoas. Ou melhor, na falta 
de empatia entre elas.
 
Mas, quando olhamos de verdade para todos os 
problemas do mundo, o que vemos por trás deles é 
muito claro. 
11
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
A empatia é o que a professora 
Tati Fukamati chama de "o ponto 
de acupuntura" de todos os 
problemas do mundo. Segundo 
ela, o desenvolvimento das nossas 
habilidades empáticas pode nos 
ajudar a resolver todos os problemas 
da lista sem fim que você viu aqui e 
que vê todos os dias pelas ruas. 
A empatia é o caminho mais 
difícil, mas, também, o mais 
recompensador em direção ao que 
já estamos construindo. É a nossa 
reconexão com o mundo. 
Tudo isso que a gente 
está contando para você é 
inspirado na palestra da Tati no 
TEDxPedradoPenedo. 
Acesse o link para assistir! 
https://dsco.la/ted-tati
12
descola.org | empatia
FALA 
TATI!
A forma como a gente se 
relaciona com nós mesmos 
e com os outros tem tudo 
a ver com alguns dos 
padrões que observamos 
na nossa sociedade e com 
muitos dos problemas que 
estamos enfrentando. 
A forma como a gente 
enxerga o outro, como 
a gente escuta o outro e 
como a gente se conecta 
com ele, precisa mudar 
se quisermos construir 
um mundo mais pacífico, 
mais sustentável e mais 
colaborativo para todo 
mundo.
Mas a luta - aquela, de todos os dias, pulsando no peito de todo mundo 
- é muito mais interna e pessoal do que parece. 
Embora o princípio do desequilíbrio da nossa sociedade esteja na crise 
das relações e na falta de coletividade, a luta continua sendo de um a 
um, na busca da cura do mundo pela cura de si mesmo.
13
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Podemos não ter o poder de mudar o mundo inteiro, 
mas podemos começar por nós mesmos. Partindo de 
uma única pessoa, podemos gerar impacto positivo em 
todo o coletivo.
O caminho que você trilhou para chegar neste curso, 
e ainda há de trilhar até o fim dele, deixará rastros 
invisíveis para aqueles que virão após você. E são estes 
rastros que vão guiá-los pelo mesmo caminho. 
Você começa aqui. E o mundo, de certa forma, 
começa com você.
3
O QUE É EMPATIA?
15
Se fossemos definir o que é empatia em uma única frase 
simples e concisa, seria: a habilidade socioemocional 
de se colocar no lugar do outro, adotando sua 
perspectiva e compartilhando das mesmas emoções. 
Mas, na prática, a empatia tem o potencial de ser mais 
complexa do que isso. 
A grande maioria das pessoas, quando escuta sobre 
empatia, atribui ela àquela ideia fofa e delicada de olhar 
para o outro com compaixão e entendimento. Mas a 
empatia vai muito além disso.
A revolução silenciosa da 
qual todos somos parte
A empatia nos permite identificar, 
entender e responder ao que o outro 
sente, conduzindo nossas ações de 
forma mais consciente e responsável. 
16
descola.org | empatia
É certo que a empatia está relacionada à qualidade da 
conexão que estabelecemos com o outro, mas essa 
conexão tem um impacto muito maior do que a simples 
caridade humana.
A empatia é como o sol. De longe, pode parecer uma 
simples luz bonita e sutil, mas, quando vista de perto, é 
uma força poderosa que rege os planetas e mantém o 
equilíbrio do universo.
Empatia é uma força poderosa 
e revolucionária. 
Empatia é a ciência da natureza 
de quem nós somos e de como 
podemos ser juntos. 
Estamos acostumados à famosa regra de ouro de que 
devemos fazer aos outros o que gostaríamos de que 
fizessem com a gente. Mas, com isso, alimentamos em 
nós a tendência de agir com o outro da maneira que 
faz mais sentido para nós mesmos. E, dessa forma, 
ignoramos o fatode que as pessoas são diferentes e, por 
isso, respondem às situações de diferentes formas. 
A maneira como uma pessoa gostaria de ser tratada em 
determinada situação não é, necessariamente, igual a 
como o outro gostaria de ser tratado. A empatia exige 
que sejamos capazes de, antes de mais nada, enxergar 
quem é o outro e como podemos nos relacionar e 
responder de uma forma que faça sentido não para nós 
mesmos, mas para ele. 
17
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Empatia é o elo que nos une 
como sociedade. 
Podemos compartilhar as 
alegrias do outro da mesma 
forma que compartilhamos 
suas lágrimas. 
A empatia busca, por meio de uma brincadeira constante 
de perspectivas e de novos olhares, acessar a verdade 
do outro e de nós mesmos, nos conduzindo a uma 
jornada de autoconhecimento em grande escala. 
Essa mudança de chavinha do cérebro que nos faz ver 
o mundo através dos olhos, da pele, do coração e das 
motivações de outro ser humano, nos ensina mais sobre 
o mundo e sobre quem somos como parte dele.
É natural que, de primeira, a gente entenda a empatia 
como uma ferramenta para lidar apenas com os 
problemas do outro, associando ela a emoções 
negativas, como dor ou sofrimento. E é aí que nos 
enganamos. 
Empatia tem a ver com compartilhar dos sentimentos 
do outro em toda e qualquer situação, e não apenas em 
cenários negativos. 
Quantas vezes você já não ficou feliz ao ver seu amigo 
feliz, sentiu um alívio quando um parente seu parecia 
aliviado ou se emocionou com a realização do sonho de 
um desconhecido?
18
descola.org | empatia
A empatia é sobre compartilhamento, seja ele de 
sentimentos e sensações boas ou ruins. É uma conexão 
que abrange as camadas mais profundas do ser, e que 
não faz distinção entre valores positivos ou negativos. 
Ser empático é olhar, escutar e sentir o que o outro vê, 
escuta e sente - e sem que ele precise pedir. 
Empatia é a mais pura conexão 
entre um ser humano e outro.
Não é sobre ver. É sobre 
enxergar através.
É aquele passo que damos para trás, a fim de entender 
quem é aquela pessoa e como podemos nos conectar 
com ela de forma que faça sentido para as necessidades 
que ela está expressando no momento. 
É avaliar o que existe por trás das atitudes e reações das 
pessoas, compreendendo as razões que motivam seus 
comportamentos. 
18
19
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Empatizar é se desarmar
Quando abrimos mão da necessidade de ser qualquer 
coisa para apenas estarmos verdadeiramente ao lado de 
uma pessoa - a escutando e entendendo, demonstrando 
compassividade sem o desejo de receber nada em troca 
-, nos conectamos com a nossa natureza empática. 
Porque a empatia está no entendimento, e não na 
tentativa incansável de transformar ou solucionar uma 
situação. A empatia não procura uma resolução, não 
corre atrás do futuro, mas sim te coloca no presente.
Empatizar é abrir mão de ser um super-herói e 
simplesmente reconhecer as fraquezas e forças dentro 
de si mesmo e do outro. É parar de ver as pessoas como 
vítimas ou ameaças. 
Ser empático é a escolha de tirar de si todas as armas 
internas que te afastam das pessoas. É a cura da 
agressividade da não-escuta e do não-entendimento e 
o primeiro passo para a construção de relacionamentos 
mais próximos e verdadeiros.
19
20
descola.org | empatia
4
A CIÊNCIA DA EMPATIA
21
Imagina aí: as pontas das unhas da sua professora 
arranhando a lousa de giz. Uma criança andando na 
borda do terraço de um prédio. Seu amigo cortando o 
dedo na lateral do papel sulfite. 
Você provavelmente não entendeu nada. Mas sabe essa 
sensação aflitiva que você teve imaginando essas cenas? 
Ela é um sintoma da empatia. 
Nosso cérebro tem a capacidade de espelhar coisas. Ele 
interpreta e reproduz dentro dele mesmo tudo o que 
vemos no outro - ou que vemos acontecer com o outro. 
E nem precisa ser algo que desperta aflição ou qualquer 
tipo de emoção muito intensa. 
Aquele seu amigo que imita o Silvio Santos na mesa do 
bar, o passo de dança que te ensinaram na época da 
escola e todas as vezes que alguém teve que aprender 
qualquer coisa ao redor do mundo, havia um cérebro 
espelhando alguma coisa.
O ser humano nasce empático?
22
descola.org | empatia
Nossa habilidade de repetir gestos simples e complexos, 
imitar pessoas e aprender coisas novas é o que nos 
torna capazes de empatizar. Como diria a Tati Fukamati: 
“porque podemos imitar, podemos empatizar”. 
Segundo as descobertas do neurofisiologista italiano 
Giacomo Rizzolatt e outros estudos que sucederam suas 
pesquisas, o cérebro humano possui um mecanismo 
que chamamos de “sistema de neurônios espelho”. 
Este mecanismo serve para auxiliar a reprodução de 
movimentos, ações e até sentimentos.
É como se o que 
observássemos no outro 
acontecesse dentro da gente. 
Todas as vezes que você se emocionou com um 
casamento ou sentiu palpitações de ansiedade com 
um filme de suspense, era o seu sistema de neurônios 
espelho trabalhando.
Quando falamos em neurociência da empatia, estes 
neurônios tomam um dos papéis mais importantes de 
seu mecanismo. Eles são grandes responsáveis pelo 
desenvolvimento da nossa habilidade de praticar a 
empatia. 
Nascemos com essas estruturas, mecanismos e 
processos cerebrais justamente para facilitar nossas 
conexões com outras pessoas e permitir que possamos 
expressar e compartilhar empatia.
23
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Estamos acostumados a presumir e acreditar que o ser 
humano não é empático por natureza. Mas, acredite se 
quiser, a neurociência já conseguiu comprovar que sim. 
Aliás, tudo isso que te contamos até agora é parte deste 
estudo. 
Somos, de fato, seres sociais, feitos para viver em 
sociedade. Nossa natureza - ou todo o funcionamento 
da nossa espécie em nível biológico - gira em torno da 
necessidade de conexão, pertencimento e socialização, 
independente do contexto.
Pesquisas experimentais da área da neurociência já 
observaram o funcionamento do sistema de neurônios 
espelho por trás da empatia. 
Muitos pesquisadores - incluindo o neurocirurgião 
franco-alemão Christian Keysers, que estuda há anos a 
neurociência no processo empático - descobriram que as 
Mas, então, o ser humano nasce 
empático?
mesmas áreas do cérebro estimuladas por experiências 
físicas eram ativadas quando a mesma pessoa vivenciava 
episódios empáticos. 
Isso quer dizer que quando vemos um vídeo de alguém 
sentindo dor e quando nós mesmos sentimos aquela dor, 
exatamente as mesmas partes do nosso cérebro que são 
afetadas naquela pessoa, “acendem” no nosso cérebro 
também.
Mas isso não acontece com todo mundo. Embora a 
empatia seja parte da composição do nosso cérebro, 
nem todas as pessoas sentem empatia da mesma forma 
ou na mesma intensidade.
24
descola.org | empatia
Todos possuem empatia, porém, alguns sentem mais 
e outros menos. O que diferencia estes dois perfis, 
segundo Keysers, é o tamanho do canal que leva a 
informação recebida da parte visual do seu cérebro à 
parte emocional. 
Algumas pessoas são capazes de identificar os 
sentimentos do outro, mas não de senti-los dentro delas 
mesmas. No meio do caminho, a informação se perde. E 
o meio do caminho é exatamente este canal.
24
25
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Apesar da empatia ser inata, ela também pode ser 
treinada. E isso tudo porque...
É isso mesmo que você leu. Não, nosso cérebro não 
é feito de plástico. Mas sua dinâmica e flexibilidade é 
muito parecida com um. 
Espera aí, a gente vai te explicar. 
A neurociência entende o nosso cérebro como um órgão 
que funciona de forma muito parecida com os nossos 
músculos: ele se molda e se adapta a todo e qualquer 
estímulo que a gente recebe. 
E é este o princípio da nossa aprendizagem. Quando 
aprendemos algo novo, nosso cérebro começa a 
desenvolvernovas estruturas específicas, que chamamos 
de rotas neurais (circuitos feitos por neurônios 
interligados). 
Nossos neurônios se comunicam entre si por meio de 
conexões que chamamos de sinapses, criando sinais 
elétricos que viajam pelo nosso cérebro.
Nosso cérebro é plástico. 
25
26
descola.org | empatia
A neuroplasticidade é nada mais do que a habilidade 
do nosso cérebro de se reestruturar e se recuperar. E ela 
tem um papel essencial nos processos de aprendizagem 
que temos ao longo da vida, afinal, é o que permite a 
nossa evolução nas diversas atividades da vida.
Veja bem: toda vez que aprendemos algo novo, uma 
nova rota neural é criada, e essa mesma rota é repetida 
ao exercitarmos aquele aprendizado novamente. Quanto 
mais treinamos uma atividade, mais essa rota é trilhada 
pelo cérebro, e mais eficiente se tornam os seus sinais 
elétricos. 
A plasticidade do cérebro é responsável pela nossa 
capacidade de nos tornarmos proficientes em uma 
habilidade, seja qual ela for. Graças a esse sistema 
cerebral, conseguimos aprender um instrumento musical, 
um idioma, um esporte ou qualquer outra habilidade, 
mesmo depois de adultos.
E uma dessas habilidades é a empatia. Ao exercitar o 
olhar cuidadoso e a compassividade, as rotas que se 
constroem a partir dos seus neurônios espelho se tornam 
cada vez mais naturais.
27
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
A ciência também diz que o ato de empatizar acontece a partir da intersecção de dois componentes que são 
essenciais para o processo empático: a empatia cognitiva e a empatia afetiva. Quando exercitamos a empatia, 
são estes dois componentes que trabalham: 
Nossa capacidade de racionalmente compreender 
ou imaginar o que o outro pensa e sente.
Nossa capacidade de se conectar e 
compartilhar o sentimento do outro.
empatia cognitiva
(o pensar) (o sentir)
empatia afetiva
Precisamos, ao mesmo tempo, ser capazes de compreender racionalmente a situação do outro e imaginar 
como se sente e, também, se deixar tocar emocionalmente pelos seus sentimentos. 
Sem qualquer um desses dois elementos, a empatia se torna um processo incompleto e não atinge o seu 
objetivo final, que é a CONEXÃO.
28
descola.org | empatia
Um exemplo clássico do extremo da ausência de 
empatia afetiva no ser humano são os psicopatas. 
Eles conseguem compreender muito claramente o 
que acontece no universo do outro e como funciona 
seu raciocínio, mas, normalmente, têm pouco ou 
nenhum compartilhamento afetivo.
Neurologicamente, os psicopatas possuem mau 
desenvolvimento do lado afetivo do cérebro, 
apresentando dificuldade em se conectar com o 
emocional tanto deles mesmos quanto de outras 
pessoas. 
Por outro lado, apesar de sua total falta de empatia 
afetiva, o psicopata possui um grau altíssimo 
de empatia cognitiva, podendo se conectar 
profundamente com as pessoas a nível mental -, 
muitas vezes utilizando isso para o mal na hora de 
antecipar os passos de alguém para manipular ou 
matar.
Um exemplo interessante para o extremo da 
ausência de empatia cognitiva são alguns tipos 
de autismo. Em alguns dos casos, o autista não 
consegue se conectar a nível mental com alguém ou 
com uma situação, reagindo somente a estímulos 
afetivos, por ser extremamente sensível a eles.
Por exemplo, este tipo de autista, em contato com 
uma briga, não será capaz de processar de maneira 
racional o cenário, podendo ser uma grande crise 
nervosa causada por seu alto grau de empatia 
afetiva.
Ausência da empatia afetiva Ausência da empatia cognitiva
O que acontece quando os dois extremos entram em desequilíbrio?
29
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Entendeu porque essas duas dimensões da empatia são 
tão importantes? 
Compreender este e outros mecanismos que nosso 
cérebro utiliza por trás da prática da empatia nos ajuda 
não só a aprofundar o nosso entendimento do que é a 
empatia, mas, também, a provocar o nosso entendimento 
acerca de nós mesmos como seres humanos. 
Quando percebemos que é tudo uma questão de 
adaptação, desenvolvimento e processo, nos sentimos 
mais capazes de aprender a praticar e aplicar a empatia 
em nossas vidas. 
Você nasceu empático. Mas o que você escolhe ser 
agora?
29
5
AUTO-OBSERVAÇÃO
31
O primeiro passo para o desenvolvimento da empatia 
é um obstáculo gigantesco. Mas, para a sua sorte, você 
já deu esse passo só de estar aqui. Agora, é a hora de 
deixar todo aquele medo e insegurança para trás e se 
entregar à jornada. 
Como vimos no capítulo anterior, a empatia funciona 
exatamente como um músculo do nosso corpo que 
precisa ser exercitado para ganhar força, flexibilidade, 
firmeza e tornar seu movimento cada vez mais natural. 
Empatia é um processo. E apesar de ser um processo 
humano e complexo, ele pode ser dividido em alguns 
passos que prometem iluminar o caminho e facilitar o 
progresso individual. 
Se a empatia é um músculo, então precisamos começar 
alongando e praticando esse músculo. E nosso 
alongamento é a auto-observação. 
Para conseguirmos observar o outro, precisamos ser 
capazes de observar a nós mesmos. E não estamos 
falando de manter seus olhos atentos a todo mínimo 
detalhe do que o outro faz ou expressa. É mais delicado 
do que isso.
Como observar a si mesmo pode te 
ensinar a perceber o outro
32
descola.org | empatia
Lembra daquela vez em que um colega de trabalho foi 
direto demais, a ponto de ser levemente grosso com 
você, assim, do nada, por nenhuma razão? 
Você ficou frustrado com o comportamento dele. Achou 
que tinha dito alguma coisa de errado ou feito algo que 
o incomodou, ou que ele estivesse evitando todo mundo 
por pura chatice e arrogância. 
Existia uma razão. Sempre existe. Mas você não 
conseguiu ver. 
Naquele dia, horas antes de conversar com você, ele 
pode ter brigado com o melhor amigo, recebido uma 
dura crítica do chefe ou passado a madrugada no 
hospital com a mãe. 
Mas, mais uma vez: você não conseguiu ver. E 
provavelmente não se preocupou em perguntar ou 
imaginar que havia uma razão justificável para que ele 
estivesse agindo daquela maneira. 
Pode ficar tranquilo, porque você não é o único que 
já fez isso. Não é a primeira vez que alguém fica 
irritado com um atendente grosso em pleno feriado 
(que provavelmente gostaria de estar passando mais 
tempo com a família), ou decepcionado com a falta de 
empolgação do amigo durante um passeio (porque 
talvez estivesse tendo um dia difícil em casa).
33
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Por trás de todo comportamento, há um 
sentimento. Sentimentos e ações estão tão 
conectados que podemos dizer que é como se 
crescessem enraizados uns nos outros. Por isso, para 
enxergarmos as razões por trás do que as pessoas 
fazem, devemos começar olhando para o que elas 
sentem. 
O que você faz diz muito sobre 
o que você sente.
Empatia é sobre os sentimentos do outro, mas não 
conseguimos compreender com profundidade e 
propriedade os sentimentos de outro ser humano 
sem antes compreender os nossos próprios 
sentimentos.
Há uma conexão direta entre nossos sentimentos e 
nossas ações, que nem sempre observamos. Ainda não 
temos tanta consciência a respeito do quanto nossas 
emoções influenciam nossas atitudes.
Muitas vezes, os sentimentos das pessoas 
são a principal explicação do porque elas 
estão agindo de determinada maneira, 
e compreendê-los bem é essencial para 
que a empatia se manifeste. Assim, 
podemos parar de julgar apenas as ações 
e nos conectar mais profundamente com 
o que está por trás.
Conseguindo observar com mais clareza a dinâmica 
por trás do desencadear de nossos sentimentos e 
entendendo as motivações por trás de nossas ações, 
chegamos mais perto de entender os mecanismos de 
outras pessoas. 
Quando adquirimos mais consciência de nossos estados 
emocionais, somos capazes de enxergar as pessoas da 
mesma forma que nos enxergamos.
FALA 
TATI!34
descola.org | empatia
De onde vêm os seus 
sentimentos? De que forma 
eles afetam sua vida ou seu 
comportamento? Qual a 
necessidade que existe por 
trás deles? Qual a melhor 
forma de responder a eles? 
Como você espera que os 
outros ajam? 
35
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Aí vai um primeiro desafio para você:
EXERCÍCIO DE AUTO-OBSERVAÇÃO
Escolha um momento do dia para exercitar a auto-
observação das suas emoções e reações. Sabe aqueles 
minutos antes de ir para cama? Pode ser a hora perfeita 
de parar e fazer um exercício importantíssimo para a sua 
auto-observação.
Reflita a respeito do quanto os sentimentos que você 
teve ao longo do dia e suas ações estão conectados. 
Faça anotações sobre estes momentos do seu dia, 
registrando os fatos, sentimentos e reações envolvidos.
No material complementar disponível para download, 
separamos um template especial para você utilizar neste 
exercício. 
35
36
descola.org | empatia
Neste template, você vai encontrar os seguintes campos para preencher:
Pode ser um horário do dia em 
que você percebeu alguma 
oscilação diferente nas suas 
emoções ou um registro de 
todos os seus sentimentos 
ao longo do mesmo dia. No 
material, deixamos três espaços 
para você preencher. Mas 
você pode escolher quantos 
momentos quiser para registrar.
O que aconteceu que provocou 
aquele pico emocional 
específico.
HORÁRIOS
FATOS
sentimentos
reações
insights
Como você está se sentindo no 
momento. Você pode estar triste, 
animado, cansado, irritado, fraco, 
cheio de energia etc. São muitas 
variações. Escolha aquela que 
estiver falando mais alto dentro 
de você.
Aqui, vale qualquer grau de 
reação. Talvez você tenha sido 
grosso com alguém, tido uma 
explosão de alegria, cometido 
um erro precipitado, se colocado 
no limite da sua energia, ficado 
sem comer ou apenas dormido 
mal. 
A experiência de observar seus 
sentimentos e reações vai te 
trazer várias conclusões e insights 
valiosos. Use este espaço para 
escrever o que parece certo para 
você, mas seja honesto consigo 
mesmo ao avaliar seus padrões de 
comportamento. 
Você pode perceber que suas 
emoções têm grande impacto nas 
suas relações com desconhecidos, 
ou mesmo na sua produtividade 
no trabalho. Quem sabe até 
prejudique a sua relação 
consigo mesmo. Diferentes 
comportamentos e padrões 
podem nos dar diferentes insights. 
Fique atento aos sinais que estão 
diante de você. 
37
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Para te ajudar no processo 
de preenchimento do 
template, vamos dar 
um exemplo. Nosso 
personagem principal aqui 
é o Caio, colaborador de 
uma startup da área de 
saúde. 
Neste exemplo, vemos 
as anotações de Caio 
referentes aos dois 
primeiros dias de sua 
semana:
Fato
Sentimento
Reação
Fato
Fato
Sentimento
Sentimento 20:00
15:00 13:00
09:00 11:00
Reação
Reação
INSIGHTS
19:00
SEGUNDA QUARTAH H
Breve discussão com a esposa
Percebeu que tinha muita coisa pra 
fazer no trabalho
Fez as pazes com a esposa
Ansioso
Ansioso
Ansioso
Se irritou no trânsito
Ficou sem comer
Ficou sem comer
Quando alterado, projeta seus senti-
mentos nas outras pessoas. Começa o 
dia com um conflito, deixa o restante 
mais difícil.
Sua alimentação é prejudicada pelas 
oscilações emocionais. Só consegue 
relaxar quando suas relações estão em 
equilíbrio e harmonia.
Teve uma reunião de última hora
Almoçou com os colegas
Chegou mais cedo em casa
Frustrado
Relaxado
Realizado
Não tomou café da manhã
Trabalhou mais calmo
Dormiu tranquilamente
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descola.org | empatia
Observamos apenas dois dias da semana de Caio, mas 
que já são suficientes para entender como o exercício 
pode ser completo de forma simples e eficaz. 
Ao final de cada dia, Caio tirou insights diferentes 
que, aos poucos, foram se acumulando até o último 
dia de sua semana. Ele pôde perceber, por exemplo, 
que quando seu emocional estava alterado, ele tinha a 
reação inconsciente de projetar seus sentimentos em 
outras pessoas. 
Lá na frente, no final desta mesma semana ou de um mês 
de exercício, quando Caio se sentir frustrado ou ansioso 
mais uma vez, ele saberá exatamente o que fazer para 
evitar a repetição desse comportamento, aumentando 
não só sua auto-empatia, mas seu relacionamento com 
outras pessoas. 
Você também pode utilizar o template que sugerimos 
por quanto tempo julgar necessário e interessante 
para o desenvolvimento das suas habilidades de auto-
observação. 
Até o fim de uma semana, é possível coletar insights 
surpreendentes para a sua jornada de busca pela 
empatia. Mas, a longo prazo, esse exercício pode ser 
ainda mais revelador. Observe se o desenvolvimento da 
sua percepção individual te ajuda a enxergar as ações 
das outras pessoas de forma diferente.
39
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
No final deste ebook, 
criamos uma lista de 
desafios com 15 dias de 
empatia. Nela, você também 
vai encontrar alguns desafios 
de auto-observação. Corre lá!
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descola.org | empatia
6
CURIOSIDADE PELO OUTRO
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Depois de olharmos para nós mesmos, estamos prontos 
para olhar para as outras pessoas. Por causa disso, o 
segundo passo da prática da empatia é a curiosidade 
pelo outro. 
Parece que não, mas a curiosidade pelo outro é uma das 
chaves mais importantes para o estabelecimento de uma 
relação empática. 
Você já foi atendido por alguém que sequer olhava nos 
seus olhos? Já discutiu com uma pessoa que, enquanto 
você falava, fazia alguma outra coisa em total distração? 
E você? Já passou por um entregador de panfletos na 
rua e recusou o papel sem olhar no rosto da pessoa? 
Já entrou em um ônibus sem reparar em quem era o 
motorista que estava dirigindo? 
Pois é. Vivemos tomados por uma correria tão maluca 
no dia a dia que, às vezes sem perceber, passamos 
pelas pessoas ou convivemos com elas como se fossem 
invisíveis. Cruzamos com uma quantidade absurda de 
vidas na mais sutil indiferença.
“Como vai você? Eu preciso 
saber da sua vida...” Como vai você - Roberto Carlos
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descola.org | empatia
Esquecemos de olhar o outro nos olhos, de perguntar 
genuinamente como ele está, de escutar o que ele tem 
para dizer ou simplesmente dar atenção a sua presença 
no momento em que ele está diante de nós. 
É tanta pressa para tanta coisa que, sempre que 
paramos para focar no outro, achamos que estamos 
desperdiçando tempo. E vamos, cada vez mais, 
perdendo o interesse pelas pessoas, por suas 
experiências, seus pensamentos e, principalmente, seus 
sentimentos. 
Não existe empatia sem o 
outro. E não existe empatia 
sem interesse genuíno por 
quem o outro é.
Quando somos empáticos, não queremos controlar o 
outro ou manipular seus sentimentos como se fossem 
fantoches. Estamos ali para incentivar o movimento que 
é natural para ele e assistir sua verdade se manifestando. 
43
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Ativar e cultivar a curiosidade 
e o interesse pelo outro é uma 
das principais formas de ativar 
a empatia no nosso cérebro, 
pois abre uma primeira brecha 
para que possamos conhecer 
o universo do outro.
A empatia é um exercício da expressão do 
nosso interesse pelo outro. Mas esse interesse ou 
curiosidade precisa ser verdadeiro. Precisa ser sincero, 
aberto, humano. 
Ter interesse pelo outro é querer entender o que se 
passa além do que está acontecendo na superfície. É 
ultrapassar camadas para acessar o que ele sente lá no 
fundo e gerar uma conexão. 
O despertar dessa curiosidade colabora para o 
desenvolvimento das nossas qualidades empáticas. 
É como o pavimento que prepara a estrada. Mas 
o caminho é longo, e existem muitas formas de 
demonstrar esse interesse. Algumas delas são: a 
escuta, a vulnerabilidade e a colaboração. 
Está pronto para conhecercada uma delas?
No final deste ebook, criamos uma lista 
de desafios com 15 dias de empatia. 
Nela, você também vai encontrar alguns 
desafios sobre curiosidade pelo outro. 
Dá uma olhada!
FALA TATI!
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descola.org | empatia
7
ESCUTA
45
Desde o momento em que nascemos, todo mundo já 
começa a tentar fazer a gente falar. É mamãe para cá, 
papai para lá, e algumas titias na esperança de que 
conseguiremos pronunciar seus nomes. 
A primeira palavra de um ser humano é sempre 
comemorada como a grande conquista dos pais. 
Aprendemos a falar cercados de suspiros e aplausos. 
Mas, no meio dessa euforia toda, não aprendemos a 
escutar. 
Muitos de nós conseguem soletrar mais de duzentas 
palavras, escrever cem páginas de pesquisa e cantar em 
outros idiomas, mas não sabem escutar com atenção e 
qualidade.
Os 4 níveis da escuta com 
qualidade
45
46
descola.org | empatia
Aprender a ouvir o outro também faz parte da 
comunicação e é um do exercícios mais valiosos dentro 
da prática da empatia. Escutando, nós aprendemos 
também a nos expressar melhor e sermos pessoas 
melhores. 
Você já conversou com alguém por horas e a pessoa te 
respondeu como se não tivesse escutado nenhuma pala-
vra do que você disse? Já se viu interrompendo alguém 
no meio de um raciocínio para falar de si mesmo, ou 
escutou o que a pessoa dizia pensando no que respond-
eria em seguida? 
Estes são só alguns dos cenários que refletem a nossa 
falta de dedicação para ouvir o outro de verdade e, 
dessa forma, demonstrar interesse por seus pensamentos 
e sentimentos. 
Mas, se isso que a gente faz não é ouvir o outro, o 
que estamos fazendo?
47
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Otto Scharmer, professor da escola de negócios do MIT 
(Massachusetts Institute of Technology), desenvolveu 
uma metodologia para lidar com problemas complexos, 
chamada Teoria U. Dentro desta teoria, o diálogo humano 
é dividido em 4 níveis de escuta:
48
descola.org | empatia
Lembra quando sua mãe dizia que as coisas 
"entram por um ouvido e saem pelo outro"? 
Lembra daquela discussão na qual você 
não escutou nada do que o outro disse, 
porque estava ocupado pensando no que 
iria responder?
NÍVEL 1 NÍVEL 2
NÍVEL 1
PILOTO AUTOMÁTICO ESCUTA OBJETIVA
Esta frase clássica resume a escuta de piloto automático. 
É aquele nível de escuta em que estamos ouvindo 
a pessoa falar, mas não absorvemos a informação 
compartilhada, simplesmente porque não estamos 
escutamos com interesse. 
É uma escuta sem profundidade. Aqueles papos em que 
tudo o que você consegue pensar é que não queria estar 
ali, e decide responder exatamente o que a pessoa quer 
ouvir apenas para satisfazê-la temporariamente. 
A escuta objetiva acontece naquelas conversas em que 
você não está realmente interessado no que o outro 
tem a dizer, mas sim no que você concorda e discorda 
daquilo que ele diz. 
Discussões e debates são o cenário mais propício para 
que esse nível de escuta e diálogo ganhe força. É como 
se fosse um filtro que nos impede de enxergar a verdade 
como um todo por trás do que o outro está dizendo. 
49
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Lembra daquela vez em que você se abriu e 
foi escutado de forma tão profunda que se 
sentiu totalmente conectado com o outro?
Lembra daquela ideia incrível que você 
teve enquanto conversava com um de 
seus colegas?
NÍVEL 3 NÍVEL 4
ESCUTA EMPÁTICA ESCUTA GENERATIVA
Neste nível de escuta, a empatia entra em cena. Estamos 
falando daquelas conversas em que estabelecemos 
uma conexão emocional com o outro, escutando seus 
pensamentos, sentimentos e necessidades de maneira 
atenta. 
Pessoas que têm a capacidade de dialogar por meio da 
escuta empática não sentem a urgência de concordar ou 
debater com o que o outro diz, porque estão dedicadas 
a se colocar no lugar do outro independente de sua 
opinião pessoal sobre o assunto em questão. 
Como diz seu nome, o quarto nível de escuta da 
Teoria U, está ligado a diálogos em que algo novo 
é gerado. É aquele tipo de conversa em que todo 
mundo entra no ritmo, a discussão ganha flow e os 
insights começam a surgir naturalmente. 
Para chegarmos a esse ponto, a escuta e a conexão 
entre os indivíduos precisa alcançar um grau de 
profundidade considerável, porque é só assim 
que conseguimos gerar novas ideias e criar em 
colaboração.
50
descola.org | empatia
E, afinal, o que significa escutar o outro com 
qualidade? 
A escuta de qualidade diz respeito ao que chamamos 
de escuta atenta. Ao praticar a escuta atenta, você se 
compromete a:
Estar presente no momento
Suspender seus julgamentos
Manifestar interesse pelo o que o 
outro tem a dizer
Estar aberto a novas opiniões e 
pontos de vista
•
•
• 
•
Quando dedicamos atenção plena ao que o outro tem 
a dizer, sem julgamento e entendendo seus sentimentos 
sem tentar oferecer soluções premeditadas, estamos 
praticando a escuta atenta. 
É importante saber que não existe uma fórmula 
matemática pronta e infalível para a escuta. Você é 
responsável por interpretar o contexto e definir qual o 
nível de escuta que faz mais sentido, tanto para você 
quanto para o outro, dentro de cada cenário. 
A habilidade de escutar com interesse e ser grato pelo 
que é compartilhado representa um grande avanço na 
comunicação interpessoal e na capacidade de praticar 
e expressar a empatia. E é de diálogos como esses que 
entendemos o que realmente faz sentido para as pessoas 
e como podemos ajudá-las. 
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
No final deste ebook, criamos 
uma lista de desafios com 
15 dias de empatia. Nela, 
você também vai encontrar 
alguns desafios de escuta. 
Olha lá!
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VULNERABILIDADE
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Nós queremos parecer fortes. Até você, que está aqui 
para aprender a ser mais empático, tem uma parte aí 
dentro que está fazendo isso só para se sentir mais forte. 
Encontramos nestas novas habilidades comportamentais 
um meio de acessar as emoções do outro e nos 
sentirmos mais seguros em relação a nossa comunicação. 
Porque queremos parecer fortes o tempo todo, 
acabamos trancando nossas emoções em algum 
cantinho escuro dentro da gente e evitando contato com 
elas. 
Criamos uma fortaleza interna que nos distancia das 
pessoas, deixando à mostra apenas nossa versão mais 
forte, confiante, competente e plena, mesmo sabendo 
que ela não é a única versão verdadeira.
Nas organizações, isso se repete com ainda mais 
intensidade. Não estamos acostumados a compartilhar 
nossas dores e desafios pessoais no trabalho. Fomos 
educados e treinados a guardar nossos sentimentos no 
ambiente profissional, na crença de que não há espaço 
para ser humano no trabalho.
Temos medo de parecer fracos.
“É preciso coragem para ser imperfeito”
brené brown
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descola.org | empatia
De pouco em pouco, essa crença vai tomando 
conta da nossa vida inteira, nos transformando em 
pequenos desertos. E, onde não há espaço para 
demonstrarmos nossos sentimentos, não há espaço 
para sermos nós mesmos. 
Mas a empatia não é uma técnica de como se 
conectar com o outro lá de trás da sua fortaleza. É um 
estilo de vida que elimina toda e qualquer barreira 
invisível entre você e o outro. Por isso, a verdadeira 
comunicação empática depende por completo da 
vulnerabilidade. 
Diferente do que muitos acreditam, a vulnerabilidade 
não é uma ferida exposta ou uma fraqueza 
inconsequente. Requer de você ainda mais força e 
confiança para ser vulnerável do que para erguer as 
suas fortalezas.
Vulnerabilidade é sinônimo 
de força.
55
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Para criar conexões empáticas profundas, é fundamental 
que haja vulnerabilidade. É preciso que você se permita 
ser o mais humano e verdadeiro possível, deixando-se 
abrir para aquela pessoa, 
e não a fim de controlá-la, 
mas de criar entre vocês 
uma relação de confiança,compreensão e 
segurança emocional. 
É isso que te fará 
realmente forte e, 
é claro, mais empático.
A pesquisadora, professora e autora Brené Brown, que 
passou duas décadas de sua vida estudando temas 
como empatia, coragem e vulnerabilidade, defende 
que a coragem de ser imperfeito e se colocar no mundo 
abertamente é essencial para se conectar com você 
mesmo e com outras pessoas. 
“A vulnerabilidade é de onde 
nasce o amor, o pertencimento, 
a alegria, a coragem, a empatia e 
a criatividade.”
A verdade é que, quanto mais nos fechamos, menos 
verdadeiros somos com o outro, o que faz com que 
qualquer pessoa naturalmente se feche ainda mais 
na hora de compartilhar com nós seus sentimentos. 
É simples, humano: as pessoas espelham o que 
oferecemos a elas. 
Assista a um dos TEDs 
da Brené Brown!
https://dsco.la/tedx-brene
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descola.org | empatia
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COLABORAÇÃO
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
A essa altura, você já acumulou várias dicas de 
crescimento pessoal, entendeu o que é empatia e como 
você pode começar a praticá-la. 
Quando a empatia começa a se tornar uma competência, 
é possível desenvolver uma série de outras habilidades 
complementares a ela que são essenciais para a sua vida 
pessoal e profissional. 
Uma delas é a colaboração.
Essa palavra tem ganhado mais espaço no nosso 
vocabulário há algum tempo. Entramos no que 
podemos chamar de “a era da colaboração”, em que 
vemos práticas colaborativas dentro da sala de aula, no 
ambiente corporativo, e até na própria economia e nos 
hábitos de consumo da sociedade.
A empatia como motor da colaboração
Para saber mais sobre estes movimentos da colaboração, 
conheça o CURSO GRATUITO de Economia Colaborativa 
da Descola. Ele pode ser essencial para a sua jornada de 
aprendizado! 
https://descola.org/curso/economia-colaborativa
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descola.org | empatia
Para que a colaboração aconteça, é necessário conhecer 
essas forças, esses propósitos, e mergulhar nas diferentes 
personalidades e vidas que cercam um objetivo. E, como 
você já deve imaginar, é isso que faz a empatia ser tão 
essencial para a colaboração. 
A colaboração só acontece quando quebramos barreiras 
entre pessoas, áreas, opiniões e transcendemos para 
o poder do coletivo. E é aí que entra a empatia, 
aproximando e conectando as pessoas. 
Um dos casos mais famosos e emblemáticos é o do 
empresário Bill McDermott, CEO da companhia 
multinacional de tecnologia SAP. Quando atuava 
como executivo da Xerox, Dermott criou uma filosofia 
dentro do trabalho de suas equipes que serve como 
um exemplo perfeito da combinação entre empatia e 
colaboração.
"Nenhum de nós é mais 
inteligente do que todos nós 
juntos."
Dermott incentivou os colaboradores a sempre 
dedicarem 50% de seu tempo focados em performance 
individual e 50% ajudando os colegas que não 
conseguiram alcançar uma performance ideal na primeira 
metade do tempo. 
A ideia era escutar a necessidade do outro olhando para 
a organização como um grande sistema interconectado 
e interdependente de suas partes, reconhecendo que a 
dificuldade do outro é, na verdade, de todos.
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Esse exemplo nos ajuda a ver a colaboração não como 
um agrupamento de pessoas iguais, mas como uma 
comunhão de diferenças. 
Colaboração é muito mais do que trabalho em equipe. 
Colaboração é uma união de propósitos pessoais que 
se unem através de um grupo para fazer coisas que não 
seriam possíveis se dependessem da força de apenas 
uma pessoa. 
Quando percebemos a empatia como uma aliada e 
como um meio de incitar a colaboração na prática, 
começamos a enxergar seu real potencial como 
ferramenta de transformação.
59
10
INOVAÇÃO EMPÁTICA
61
A prática da empatia nos encoraja a enxergar as pessoas 
como seres humanos integrais, deixando para trás aquela 
velha visão de que nossas emoções estão dissociadas de 
nossos pensamentos e ações. 
Começamos a enxergar não apenas nossos 
colaboradores, mas também os clientes dos nossos 
negócios menos como números e mais como seres 
humanos únicos com necessidades diversas. E, como 
Se conectando com os sentimentos 
e as necessidades de seus clientes
61
quaisquer outros seres humanos, nossos consumidores 
têm a necessidade de acreditar que seus sentimentos e 
necessidades importam. 
Não é à toa que as empresas estão investindo tanto na 
descoberta dos interesses, pensamentos, sentimentos 
e necessidades de seus diferentes públicos, a fim de 
compreendê-los e atendê-los da melhor maneira possível.
62
descola.org | empatia
Caminhamos para novos níveis de conexão, além de um 
relacionamento mais pessoal e verdadeiro com nossos 
clientes. E cada vez mais os consumidores têm buscado 
por marcas que reflitam profundamente seus valores, 
estilo de vida e propósito. 
No fundo, tudo o que eles querem é ser ouvidos e 
compreendidos. 
Mas, para que as empresa consigam, de fato, fazer 
isso, elas precisam conhecer seus clientes com maior 
profundidade. Conhecer um público não se resume a 
dados, gráficos, números e métricas, mas é conhecer na 
pele mesmo, explorando seu universo. 
Leia o caso da designer de 
produtos Patrícia Moore no 
capítulo de "Cases" do ebook!
62
63
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
A American Society of Quality Control (ASQ) 
desenvolveu uma pesquisa de qualidade de produtos e 
de serviços que mostrou que cerca de mais de 60% das 
pessoas deixam de ser clientes de uma marca quando 
sentem que ela não se importa com elas. 
Este cenário tem despertado a consciência de empresas 
pelo mundo todo, que passaram a repensar não só seus 
produtos e seu relacionamento com os consumidores, 
mas também as relações internas que impactam 
indiretamente seus produtos. 
Agora, está evidente o quão essencial a empatia é 
como competência para a inovação. Mas seu papel não 
é meramente decorativo. É preciso colocar a mão na 
massa, investigar o outro e conhecer seu mundo para 
conseguir criar soluções que conversem com quem ele é. 
É a hora certa para começar a aplicar as habilidades que 
você aprendeu durante o curso. Aí vai um exercício início 
para você colocar isso tudo em prática! 
63
64
Imagine que você está criando um novo negócio e, para isso, 
vai fazer uma investigação empática. Escolha uma pessoa para 
"investigar" empaticamente e combine com ela uma longa 
conversa. 
Quanto maior a empatia, maiores chances de criar algo 
realmente novo e de atingir sucesso. Portanto, procure explorar 
alternativas mais fora da caixa para entender o outro e vivenciar 
seus sentimentos, dores e necessidades. 
Não limite a sua pesquisa a uma entrevista simples e quadrada. 
Para efeitos desse exercício vamos supor que você decidiu criar 
um bar. Você pode começar perguntando coisas como:
Quando você pensa em ir a algum lugar se divertir com 
amigos, quais lugares passam pela sua mente?
Qual o seu sentimento quando vai a algum bar?
Com que frequência você vai a bares?
Tem alguma situação que te faz pensar: “Hoje preciso ir 
pro bar?” Qual é?
Você gosta de bares mais “arrumados” ou estilo 
“boteco”? Por que?
O que te deixa mais feliz quando você está em um bar?
E o que mais te incomoda quando está em um bar?
Você vai sempre aos mesmos bares ou gosta de 
experimentar algo novo?
• 
•
•
• 
• 
•
•
•
•
• 
 
• 
• 
•
Qual foi a primeira vez que você foi a um bar?
Que momentos especiais você já compartilhou com 
pessoas importantes da sua vida dentro de diferentes 
bares?
O que é um bom encontro com amigos ao redor de uma 
mesa para você?
Que tipo de música você gosta? E que tipo de música te 
deixa mais confortável?
E fora do bar? Que outros ambientes você gosta?
A gente não vai dar muitas dicas de perguntas aqui, porque a 
intenção desse exercício é que você não se apegue a nenhum 
roteiro e, de fato, procure se conectar de forma humana ao 
momentoe à pessoa que você estará investigando.
Use os elementos que você já aprendeu!
Se coloque no lugar dela e busque compartilhar seus 
sentimentos e necessidades, escute e observe com muita 
atenção e interesse, esteja curioso para reparar coisas que vão 
além do óbvio e crie um campo de conexão. 
EXERCÍCIO
64
Vá mais fundo. Busque entender, também, quem essa 
pessoa é e qual a sua história, como é o seu dia a dia 
e seus hábitos. Faça perguntas mais profundas, conte 
sobre você e realmente se conecte com essa pessoa. 
Aí vão alguns exemplos: 
65
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Caso você já tenha uma ideia para um novo negócio 
seu ou esteja trabalhando na idealização de um novo 
produto ou serviço dentro da sua empresa, fique à 
vontade para utilizar este mesmo exercício como 
ferramenta de investigação e de conexão com o seu 
cliente. Você está no caminho certo para construir uma 
inovação mais empática.
65
No próximo capítulo, você vai aprender um pouquinho 
mais sobre investigação empática e enriquecer sua 
coleção de ferramentas para se aprofundar no universo 
do outro.
11
MAPA DA EMPATIA
67
Uma hora ou outra, você vai sentir a necessidade de sair 
por aí para conhecer mais e mais pessoas, escutar mais e 
mais histórias e expandir a sua visão sobre o ser humano 
ou sobre um perfil específico de pessoas. Mais ou menos 
algo como o que a gente fez no exercício do capítulo 
anterior, lembra?
Nós chamamos esse “sair por aí” de investigação 
empática, e a utilizamos para diferentes tipos de 
pesquisa, especialmente quando precisamos conhecer 
a fundo um público específico. Dentre estas pesquisas, 
está uma das ferramentas mais conhecidas quando o 
assunto é empatia: o Mapa da Empatia.
O Mapa da Empatia é muito usado na pesquisa de 
perfil de consumidores para a construção de personas 
(representação fictícia do cliente ou usuário ideal de 
um negócio). E é uma ótima ferramenta para organizar 
insights adquiridos após a sua investigação empática. 
Depois de escutar as pessoas entrevistadas com 
interesse e atenção, fica fácil de traduzir todas as 
informações e organizá-las no papel. Mas, antes, é 
preciso aprender a preencher o mapa adequadamente.
A ferramenta principal da sua 
investigação empática
Para isso, vamos te explicar tudo o que você precisa 
saber sobre os elementos que compõem o Mapa da 
Empatia:
67
68
descola.org | empatia
Independente do tema da sua pesquisa, o primeiro foco 
dela sempre será a pessoa com quem estamos falando. 
No primeiro quadrante, vão as informações essenciais a 
respeito do entrevistado. 
Algumas perguntas que você pode fazer:
- Qual o nome dela?
- Qual é sua idade? 
- Qual é sua profissão?
- De onde ela vem?
Com quem estamos 
sendo empáticos?
No segundo quadrante, definimos o objetivo da 
pesquisa. Aqui, escrevemos o propósito da entrevista, 
que pode ser, por exemplo, “compreender quem é o 
entrevistado”. A resposta é com você: afinal, o que você 
está buscando nesta entrevista? Qual é a conexão que 
importa para você?
O que eles 
precisam fazer?
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
O “fala” e “faz” são os quadrantes quatro e cinco. Eles 
abrangem os comportamentos e atitudes da persona 
dentro de um contexto. Aqui, vão as atitudes em 
público, a aparência e o comportamento da pessoa em 
relação aos outros. 
Algumas perguntas que você pode fazer:
Este é o quadrante três, que abrange o campo da 
visão e o cenário que cerca a experiência de vida do 
entrevistado. Aqui, vão todas as informações sobre o 
contexto da pessoa: o que ela observa, o que exerce 
influência sobre ela etc.
Algumas perguntas que você pode fazer:
Fala e FazVê
- Em que ambiente ela vive?
- Quem são seus amigos? Como são seus amigos?
- Ela está inserida em que mercado?
- Qual é a realidade mais próxima da dela?
- Quais sãos os hábitos dela?
- O que faz parte de seu cotidiano?
- Como ela se expressa?
- Quais são suas opiniões mais aparentes?
70
descola.org | empatia
Este é o quadrante seis, que abrange tudo o que a 
pessoa escuta. Aqui, vai tudo o que é dito em torno da 
pessoa por seus amigos, seu chefe, e até seus maiores 
influenciadores em grande escala, como celebridades, 
referências etc.
Algumas perguntas que você pode fazer:
- Como ela se informa?
- Quais são suas fontes de conhecimento?
- Quem são suas maiores influências?
- Qual o senso comum que prevalece ao redor dela?
Escuta
O “pensa e “sente” são referentes ao quadrante sete. 
Eles abrangem os campos cognitivo e afetivo. Aqui, 
vão as opiniões, sentimentos, coisas que estão dentro 
da pessoa e que talvez ela não diga em voz alta, mas 
que fazem parte de seus conceitos. 
Ele é dividido entre dores e desejos:
Pensa e Sente
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Pensa e Sente
DesejosDores
• O que realmente importa para ela?
• Quais são suas maiores frustrações?
• De onde vieram seus aprendizados mais importantes?
• O que ela gostaria de mudar no mundo?
• O que guia o mundo dessa pessoa?
• O que direciona sua vida?
• O que ela precisa que seja transformado para que ela 
 seja mais feliz e viva uma vida melhor?
• Quais são as suas aspirações?
Os sentimentos mais profundos e enraizados da pessoa, 
seus medos, frustrações e obstáculos mais pessoais.
Os desejos e necessidades por trás dos pensamentos, 
sentimentos, das atitudes e das dores da pessoa. 
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descola.org | empatia
A melhor forma de coletar todas essas informações é 
acompanhando de perto o consumidor ou usuário em 
questão. E quando a gente diz perto, é com intenção. 
Tem a ver com interesse, escuta, abertura e verdade - 
tudo o que vimos até aqui. 
Ao observar o dia a dia de um consumidor, você 
consegue ver o que ele vê e investigar o que ele faz, 
quais são seus hábitos e atitudes.
Praticando a escuta atenta, você será capaz de se 
conectar profundamente com aquilo que o consumidor 
diz e pensa sobre as coisas. E se você se conectar 
de verdade com ele, será capaz de compartilhar dos 
mesmos sentimentos que ele. 
Nos materiais complementares do curso, 
você vai encontrar o Mapa da Empatia 
para download! Mas, se quiser chegar 
mais rápido, você encontra o link aqui:
http://dsco.la/mapa-da-empatia
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Dos sentimentos do consumidor a suas dores e 
necessidades, é um passo. Exercitando corretamente 
as suas competências empáticas, você dará espaço 
para as informações certas virem de encontro a você, 
contribuindo para os insights que você busca a respeito 
do seu negócio. 
Conhecendo as verdadeiras necessidades do seu 
consumidor, você pode criar soluções que vão além 
da inovação como já conhecemos, alcançando o fator 
humano e tocando na essência de outras pessoas. 
É dessa forma que empresas estão trazendo seu foco 
para os consumidores: vendo eles como muito mais 
do que números em uma planilha, mas pessoas com 
sentimentos e necessidades que devem ser escutadas. 
12
LIDERANÇA
75
Para gerar uma inovação feita com base na empatia, 
é preciso que ela seja reflexo de uma liderança 
verdadeiramente empática. 
Os novos modelos de relacionamento que estão sendo 
praticados dentro das empresas com seus colaboradores 
e clientes só são possíveis graças às escolhas e 
prioridades dos líderes por trás deles. 
O novo contexto da empatia na vida e no trabalho 
criou, também, um novo parâmetro de liderança. 
Da mesma maneira que a inovação empática gira em 
torno do relacionamento como essência de tudo, a 
nova liderança também está começando a seguir este 
pensamento. 
A SUTILEZA ENTRE LIDERANÇA 
E RELACIONAMENTO
75
76
descola.org | empatia
A forma de se relacionar 
de um líder influencia 
na forma como suas 
equipes interagem, no 
bem estar das pessoas 
e nos resultados que 
são alcançados.
Hoje, vemos a liderança como um motor que mantémtimes em movimento, colaborando para que todos sejam 
a melhor versão de si mesmos. 
Por meio do olhar empático, muitos líderes têm tornado 
o relacionamento dentro das empresas significativamente 
mais sustentável. Ao voltar seu foco para as pessoas e 
suas necessidades, a performance de seus colaboradores 
passou a seguir naturalmente o espírito da empatia e da 
compassividade. 
FALA TATI!
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Mas ainda tem muito líder por aí que 
não entendeu como utilizar a empatia a 
favor de todos, então vamos te ajudar a 
visualizar e a diferenciar uma liderança 
verdadeiramente empática.
Marcella é líder da equipe financeira 
de uma grande empresa de comércio 
exterior. Seu perfil é um ótimo exemplo 
de como as qualidades empáticas têm 
influência sobre seu modelo de liderança.
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descola.org | empatia
Possui um autoconhecimento em constante evolução, sempre 
observando e avaliando seus próprios comportamentos, hábitos e 
padrões a fim de se tornar a melhor versão de si mesma.
Demonstra verdadeiro interesse pelas outras pessoas, dando a 
cada uma delas a atenção que merecem, olhando em seus olhos 
quando falam e tratando todas de igual para igual. 
Pratica a escuta atenta com todos os membros da equipe e 
as pessoas de fora dela, sempre interessada em entender a 
necessidade por trás do sentimento do outro.
Se coloca em posições de vulnerabilidade e transparência para 
abrir espaço para relações mais profundas entre ela e sua equipe. 
Mantém sua gestão voltada para a colaboração e utiliza a força da 
coletividade para impulsionar transformações.
Tem seu trabalho todo pautado em uma inovação empática que 
procura se aproximar cada vez mais de seus clientes como seres 
humanos. 
É guiada por um propósito muito forte, motivada pela alta 
performance, mas essencialmente preocupada com o impacto 
que seu trabalho tem sobre as pessoas. 
MARCELLA
79
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Antes de ser capaz de utilizar a empatia como 
competência prática dentro da empresa em que 
você atua ou do seu próprio negócio, é preciso que 
você exercite as diferentes habilidades e dimensões 
responsáveis pelo desenvolvimento da empatia em seu 
dia a dia. 
Quando a empatia já estiver enraizada no seu 
comportamento como pessoa, vai ficar fácil aplicar ela na 
sua vida profissional. E, aos poucos, você vai descobrir 
qual é o seu jeito de incorporar a empatia no seu modelo 
de liderança.
79
13
PROPÓSITO
81
Quando começamos a ampliar a esfera da empatia para 
além de nossos relacionamentos pessoais e profissionais, 
começamos a pensar nela como uma conexão quase que 
transcendental com as pessoas que fazem parte de uma 
mesma sociedade e habitam o mundo que estamos nos 
dedicando todos os dias a transformar. E a coisa toda 
ganha uma nova perspectiva. 
Lembra daquele papo que a gente começou lá no início 
deste ebook sobre como a empatia funcionava como um 
ponto de acupuntura dos problemas que enfrentamos 
em sociedade?
No momento em que nos tornamos empáticos também 
com o mundo, a dimensão do nosso propósito de vida e 
profissional acaba se expandindo em uma escala ainda 
maior. É quando começamos a questionar qual é o 
nosso papel neste mundo e o que estamos fazendo para 
melhorá-lo.
Será o objetivo da vida aprender a 
viver ou aprender a viver com o outro?
81
Como você contribui como cidadão?
Qual o propósito do seu trabalho?
Como você pratica empatia por meio dele?
Ele melhora a vida de outras pessoas?
De que outras formas você tem melhorado a 
vida das pessoas?
Seus relacionamentos podem servir de exemplo 
para a sociedade?
•
•
•
•
• 
•
82
descola.org | empatia
A empatia nos conecta ao mundo em um nível que às 
vezes ultrapassa o nosso entendimento, mas que pode 
nos trazer cada vez mais perto de quem realmente 
somos como indivíduos.
A colaboração, a vulnerabilidade, a compassividade, 
a sororidade e a união são apenas manifestações da 
essência coletiva que guia nosso propósito e nos faz 
maiores do que nós mesmos quando utilizamos nossas 
forças para somar e multiplicar. 
O verdadeiro poder da empatia está aí, nessa conexão 
muito maior do que a gente, e na nossa capacidade de 
criar um mundo que represente a verdade do que é ser 
humano.
82
83
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Assista ao vídeo da Monja Cohen contando uma 
história inspiradora que tem tudo a ver com o 
que falamos neste capítulo. Antes de clicar, se 
pergunte por um momento: qual é o primeiro 
instinto do ser humano em uma situação de 
completa escassez?
http://dsco.la/monja-cohen
14
RODA DE EMPATIA
85
Chegou a hora da prática! 
As pessoas se perguntam como podem treinar mais a 
empatia como se houvesse uma receita pronta para isso. 
A verdade é que não há, mas existem meios possíveis. 
É preciso, antes de mais nada, que você mantenha um 
método de autoavaliação de como anda a empatia nas 
várias esferas da sua vida e em que aspecto você quer 
ou precisa exercitá-la. 
Afinal, que aspecto é esse?
É na sua relação com a sua mãe? É no trabalho? É na 
forma como você lida consigo mesmo? Ou você precisa 
ser mais empático com o cara que te dá uma fechada na 
rua?
Foi pensando nisso que a Tati Fukamati criou um 
exercício chamado Roda da Empatia, que a gente vai te 
explicar melhor neste capítulo. 
Uma ferramenta essencial para 
observar a empatia na sua vida
86
descola.org | empatia
A Roda da Empatia 
é uma ferramenta 
intuitiva que serve de 
autoavaliação do seu 
nível de empatia em 
diferentes dimensões. 
Ela aborda exatamente 
4 dimensões:
Roda de Empatia Mundo Interno
Trabalho
Relações Pessoais
So
ci
ed
ad
e
87
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Empatia é sobre conexão e a primeira conexão 
fundamental que você precisa exercitar é consigo mesmo. 
Quando nos tornamos capazes de praticar a autoempatia, 
fica mais fácil fazer o mesmo com nossas relações. Para 
isso, é importante estar consciente sobre os próprios 
sentimentos, aceitar as próprias fragilidades e conseguir se 
perdoar. E é essa dimensão que vai te ajudar a enxergar em 
que pé você está consigo mesmo.
Quantas pessoas você conhece que estão sempre se 
queixando das relações de trabalho? Muitas, não é 
mesmo? Talvez você seja uma delas. A forma como as 
empresas se organizam hoje em dia abre muito espaço 
para a competição e até a intriga entre colegas. Sem contar 
que a alta carga de trabalho e os prazos sempre curtos 
fazem com que as pessoas estejam tão preocupadas com 
as entregas que esqueçam de olhar para as pessoas. Nesta 
dimensão, você vai avaliar como anda seu ambiente de 
trabalho, se você é capaz de exercer a empatia em todas 
as direções (com seus pares, com o seu chefe e com os 
seus liderados de igual maneira) e se existe empatia no 
propósito do seu trabalho.
Parece a dimensão mais fácil e óbvia, mas nem sempre 
funciona assim. É enorme a quantidade de pessoas que 
relatam relações muito complicadas com familiares ou 
relações amorosas não empáticas, por exemplo. Às vezes, 
pode ser um grande desafio exercitar a empatia com as 
pessoas que mais amamos e com que mais convivemos. 
Esta dimensão vai te ajudar a avaliar como a abundância ou 
a escassez de empatia nas suas relações mais próximas tem 
afetado o seu relacionamento com você mesmo e com o 
mundo. 
Quando pensamos em empatia, normalmente restringimos 
nosso olhar para as pessoas que fazem parte da nossa vida. 
Mas e todas as outras? E as pessoas com quem você cruza 
na rua, no trânsito e na fila do supermercado? A pergunta 
que rege essa dimensão da sua Roda da Empatia é: você, 
como cidadão do mundo, anda exercitando bem a sua 
empatia e ajudando a construir um mundo melhor para 
TODOS?
Trabalho
Relações Pessoais
Sociedade
Mundo Interno
88
descola.org | empatia
Como preencher a Roda da EmpatiaEm primeiro lugar, imprima a 
Roda da Empatia nos materiais 
complementares que estão 
disponíveis para download na 
nossa plataforma e pegue um lápis 
de cor. Se você tem habilidades 
digitais, também pode fazer isso 
no computador, mas brincar com 
um lápis de cor de vez em quando 
é sempre bom para exercitar nosso 
lado criativo.
Por exemplo, o aspecto “exerce 
empatia com amigos”: se você sente 
que é super empático com seus 
amigos, você pode pintar nove ou 
dez espaços. Mas, se você sente que 
não tem sido um amigo empático e 
que pode melhorar nesse aspecto, 
você pode pintar três ou quatro 
espaços. Agora, se você sente que 
tem sido um péssimo amigo, você 
pinta um espaço só. Isso vai apontar 
que é urgente que você melhore 
neste aspecto.
Você vai ver que o exercício contém 
um diagrama com quatro grandes 
dimensões e três aspectos em 
cada dimensão. A Roda também 
apresenta círculos concêntricos 
(que possuem o mesmo centro), 
que funcionam como uma “régua” 
de autoavaliação para cada um dos 
aspectos apresentados nela.
Você vai repetir a mesma coisa para 
cada um dos aspectos e, no final, 
terá na sua frente um mapa de como 
anda a empatia na sua vida. Esse 
mapa vai facilitar a observação e o 
acompanhamento da evolução da 
sua empatia nos diferentes aspectos 
da sua vida.
A ideia é que, para cada um dos 
12 aspectos, você avalie se está 
indo bem ou não nas suas práticas 
e pinte, com um lápis de cor, a 
quantidade de espaços referentes à 
sua avaliação (sendo que um espaço 
pintado é a pior avaliação que 
você poderia se dar e dez espaços 
pintados é a melhor).
Alguns aspectos terão muitos 
espaços pintados, outros nem 
tanto. Isso é normal e vai te ajudar a 
enxergar em quais dimensões você 
já está fazendo um bom trabalho 
e quais representam pontos de 
atenção, nos quais você precisa 
exercitar mais a empatia.
1.
4.
2.
5.
3.
6.
89
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Nos materiais complementares do curso, você vai 
encontrar um template da Roda da Empatia para 
você utilizar no seu exercício! Se quiser cortar 
caminho, deixamos um link aqui para você:
http://dsco.la/roda-da-empatia
Por meio deste exercício, você vai descobrir uma série 
de coisas sobre você mesmo que ainda não haviam sido 
trazidas à superfície antes. 
Essa consciência vai te ajudar a buscar por alternativas e 
possibilidades de mudança e aprimoramento da empatia 
como competência não só em sua vida, mas, também, 
na vida de outras pessoas próximas a você.
15
15 DIAS DE EMPATIA
91
Criamos uma lista de desafios específicos com formas 
bem legais de você começar a praticar todas as dicas 
que demos ao longo do ebook. São 15 dias de empatia. 
15 desafios diferentes com base nas habilidades que 
você viu durante o curso: auto-observação, autoempatia, 
curiosidade pelo outro, escuta, vulnerabilidade e 
propósito. 
Utilize essa lista como um checklist e se desafie a 
completar pelo menos um dos exercícios por dia. Você 
pode fazer esta mesma lista quantas vezes quiser ou fizer 
sentido para você. O mais importante de tudo é que, 
nesta primeira vez, você mantenha o hábito durante os 
primeiros 15 dias seguidos para dar consistência ao seu 
desenvolvimento. 
Defina uma estratégia que funciona melhor para você e 
vai nessa! 
15 desafios diferentes para 
começar a praticar empatia
91
92
descola.org | empatia
Lembra do exercício que fizemos 
no capítulo de auto-observação? 
Agora é a hora de tornar isso um 
hábito, mas de uma forma mais 
simples. Sempre que uma emoção 
se destacar durante o seu dia, 
pare, observe a si mesmo e tome 
consciência do que você sentiu e do 
que fez você reagir de certa forma 
dentro daquela mesma situação. Aos 
poucos, você nem vai precisar mais 
de anotações, de tão natural que o 
exercício se tornará. 
Sabe aqueles dias mais difíceis em 
que você não consegue ser o seu 
melhor, ser mais produtivo e ágil? 
Bate aquela angústia no peito, 
você se sente desconfortável e não 
consegue fazer o que gostaria - seja 
essa coisa uma tarefa do trabalho, 
aquele esporte que você escolheu 
praticar ou algum compromisso 
pessoal. Pois é, você já parou para 
observar quais são exatamente 
os gatilhos que despertam em 
você esses sentimentos? Em que 
momento você se sente assim e por 
que? Quais são os pensamentos 
que passam pela sua cabeça nessas 
horas? Identifique seus limites, 
dificuldades e bloqueios.
Este é um desafio para toda a vida. 
Geralmente, encaramos aqueles 
dias difíceis com pouca paciência e 
colocamos uma cobrança desumana 
sobre nós mesmos. E se você 
tentasse fazer por você mesmo o 
que faria pelo outro? Pense em 
alternativas de métodos que você 
pode utilizar para lidar com suas 
limitações, picos de emoção e 
momentos de fragilidade. Escute as 
necessidades que estão ali pedindo 
para serem atendidas e faça você 
mesmo aquilo que tanto espera que 
outra pessoa faça por você.
Observe suas emoções ao 
longo do dia 
Identifique seus limites 
pessoais
Crie métodos de 
autoempatia1 2 3
#AUT0-OBSERVAÇÃO
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Tenha, pelo menos, duas conversas 
“novas” nos próximos dias. Converse 
com uma pessoa desconhecida ou 
com um conhecido de quem você 
não sabe quase nada (o porteiro do 
seu prédio ou o segurança do seu 
trabalho, por exemplo). Abra espaço 
para uma conversa e tente conhecer 
mais sobre a pessoa, suas histórias 
e as coisas em comum que vocês 
compartilham. 
Converse com alguém próximo 
com quem você já tem um 
relacionamento legal, mas 
explorando sentimentos e tópicos 
sobre os quais vocês não conversam 
normalmente. Por exemplo: em 
vez de perguntar “como está o 
trabalho?”, pergunte “você está feliz 
com a sua carreira?”, ou, em vez 
de perguntar “como foi seu dia?”, 
pergunte “qual a coisa mais incrível 
que aconteceu com você hoje?”.
Converse com um 
estranho na rua
Tenha uma 
Conversa Profunda4 5
#CURIOSIDADEPELOOUTRO
Vai lá no seu serviço de streaming 
preferido e se desafie a sair um 
pouco da zona de conforto. 
Escolha um filme de outro país 
com uma cultura bem diferente da 
sua e mergulhe no universo dos 
personagens. Olhe com curiosidade 
e empatia para a realidade do outro. 
Assista o filme de um país 
de uma cultura diferente6
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descola.org | empatia
Na próxima vez que alguém te 
atacar com raiva, pare, observe e 
tente enxergar essa pessoa por meio 
da lente da empatia. Perceba o que 
ela está sentindo, procure entender 
de onde vem aquela revolta, porque 
a pessoa se sentiu ameaçada e o 
que a levou a reagir daquela maneira 
com você. Escute o que as palavras 
dela verdadeiramente querem 
dizer, sem julgamento e sem reagir 
mais ainda, piorando a situação. 
Pode ser que seja uma discussão 
entre amigos ou no trânsito, não 
importa o tamanho dela. Aproveite 
a oportunidade para praticar sua 
escuta empática.
Você já deve ter presenciado 
uma conversa aleatória dentro de 
uma roda de amigos sobre algum 
assunto que as pessoas discordavam 
completamente umas das outras. 
Mas talvez você nunca tenha 
escutado com atenção e percebido 
o que estava por trás da fala 
daquelas pessoas, seus sentimentos, 
necessidades, visão de mundo 
etc. Que tal aproveitar a próxima 
oportunidade para fazer exatamente 
isso? Se permita ficar em silêncio e 
praticar sua escuta atenta de forma 
imparcial, levando sua percepção 
para além das palavras que são 
ditas.
Escute os sentimentos de 
alguém numa discussão
Escute a conversa 
de duas pessoas com 
opiniões distintas8 9
Pratique a escuta atenta escutando 
a história de um idoso. Pode 
ser o seu avô, uma pessoa mais 
experiente no seu ambiente de 
trabalho ou até um desconhecido 
durante uma visita a um asilo. 
Escutando alguém com tantas 
histórias para contar e tanta 
experiência para ser compartilhada, 
você tornará o seu exercício de 
compreensão e compassividade 
muito mais intenso, abrindo os 
olhos para perspectivas e visões de 
mundo ainda maisdiferentes das 
suas. 
Escute a história 
de vida de um idoso 7
#ESCUTA
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Nem todo mundo tem o hábito 
de expressar seus sentimentos 
mais profundos, ainda que 
seja para pessoas próximas. E, 
por causa disso, muitas vezes 
perdemos a oportunidade de 
levar nossas relações para um 
nível completamente diferente 
de aproximação e troca. Se isso 
não for algo natural para você, 
tente praticar pelo menos uma 
vez com alguém de confiança. 
Abra seus sentimentos, expresse 
suas necessidades mais ocultas 
e permita-se se sentir vulnerável. 
Após a conversa, perceba como 
essa experiência mudou o 
relacionamento entre vocês.
Geralmente, alimentamos a ideia de 
que não devemos nos permitir ser 
vulneráveis no ambiente de trabalho, 
porque é um sinal de fraqueza e 
falta de profissionalismo. Mas isso 
é uma grande mentira, afinal, é na 
integração e no entendimento das 
nossas emoções que conseguimos 
encontrar equilíbrio para os nossos 
resultados. E aí, quais são os seus 
pontos fracos no trabalho? Onde 
você precisa melhorar? Compartilhe 
seus sentimentos e necessidades 
com um colega de trabalho, gerente 
ou gestor de sua confiança, com 
quem você se sinta mais confortável 
para se abrir. 
Se você já se abriu com outra 
pessoa, você sabe exatamente o 
que você espera de uma conversa 
realmente empática. Então, esqueça 
tudo. É isso mesmo. Esqueça 
o que você julga necessário e 
confortável para você, porque 
agora é o momento de escutar as 
necessidades do outro. Construa 
um ambiente no qual o outro 
possa ter a abertura de falar sobre 
seus sentimentos e ser vulnerável 
também, sem se sentir coagido pela 
sua urgência de acolhê-lo. Apenas 
se faça aberto. Quanto mais você se 
abre para o outro, mais ele se abre 
para você. Na próxima conversa 
profunda que você tiver, pratique 
abrir mão um pouco de tudo o que 
você sabe para descobrir do que o 
outro precisa.
Abra seus sentimentos 
para um amigo
Seja vulnerável no seu 
ambiente de trabalho
Construa um ambiente 
seguro para a abertura 
do outro10 11 12
#VULNERABILIDADE
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descola.org | empatia
Você é alto? Baixinho? Tem mãos grandes ou pequenas? 
Consegue dar passos largos ou mais estreitos? Tem 
alguma limitação física? Se coloque no lugar de outra 
pessoa que possui alguma diferença física em relação 
a você e saia por aí explorando vivenciar atividades 
como se fosse essa pessoa. Por exemplo, se você não 
usa óculos, você pode tentar usar por um dia para 
experimentar as mesmas sensações que essa pessoa tem 
(se for no cinema 3D, que você precisa usar dois óculos 
de uma vez, melhor ainda!). Sinta o que muda na sua 
experiência, que tipo de adaptações você precisa fazer e 
tire insights sobre como isso pode mudar a perspectiva 
de vida de outras pessoas.
É bem natural a gente dividir as tarefas em casa 
quando vivemos com nossos pais, irmãos ou nossos 
companheiros. O pai cuida da limpeza enquanto a mãe 
cuida das crianças; um filho lava a louça, enquanto 
outro lava a roupa; um pai faz as tarefas mais pesadas, 
enquanto o filho fica com as tarefas mais simples... E 
se você trocasse de lugar com o seu irmão? E se você 
tentasse fazer as tarefas do seu pai por uma semana? E 
se você trocasse de papel com a sua esposa? Chegou o 
dia de tentar! Tenha um gostinho da experiência de uma 
pessoa bem próxima de você para exercitar sua empatia 
pelos sentimentos e necessidades dela.
Se coloque no lugar de outra pessoa 
com diferenças físicas
Troque de papel com 
alguém da sua família13 14
#EXPERIMENTAÇÃO
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Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
Se você vai de carro, bicicleta ou a pé para o trabalho 
todos os dias: já imaginou como deve ser para as outras 
pessoas que dependem do transporte público para 
chegar ao trabalho? Já imaginou pegar um metrô lotado, 
em pé durante todo o percurso, em um dia de chuva ou 
de calor intenso? Experimente por um dia. Vamos lá, não 
vai doer. E se doer ainda que um pouquinho, você com 
certeza vai aprender muito com a experiência. 
Agora, se você já anda de transporte público com 
frequência: já reparou nas pessoas com quem você 
divide o ônibus todos os dias? Já notou a expressão em 
seus rostos, o cansaço e o estresse? Já teve empatia 
pelo outro na hora de ceder um assento ou dar ajuda 
para alguém com uma mochila pesada? Às vezes, nem 
mesmo aqueles que passam por essa experiência estão 
olhando para ela de verdade. Então, pratique esse olhar 
da próxima vez.
Um dia de transporte público15
#EXPERIMENTAÇÃO
97
16
EMPATIA EM ESCALA GLOBAL
99
A DIVERSIDADE E A PARTICULARIDADE 
DA EXPERIÊNCIA HUMANA
Se já é um grande desafio olhar para o outro com 
empatia e compassividade quando “o outro” representa 
nossa família, amigos e pessoas que vivem dentro 
do mesmo universo que conhecemos, imagine só ter 
empatia por alguém que experienciou a vida de uma 
forma completamente diferente da sua - em outro país, 
outro território, outro clima, outra política, outra cultura.
Quando falamos sobre transformar o mundo através 
da empatia, estamos falando de pessoas. E não são 
apenas as pessoas que possuem a mesma origem que 
você, que está lendo este ebook. Não estamos falando 
apenas dos seus colegas de trabalho, ou mesmo das 
muitas realidades já distantes da sua dentro de uma 
mesma cidade.
O homem que acha doce sua terra natal ainda é um 
iniciante fraco. Aquele que considera todo o mundo sua 
terra natal já é forte. Mas é perfeito aquele para quem 
o mundo inteiro é uma terra estrangeira. (...) Somente 
adotando essa atitude o ser humano consegue entender 
a diversidade e a particularidade da experiência humana.
Edward Said
99
100
descola.org | empatia
Estamos falando de todos os 
seres humanos do planeta! O cara 
que está colhendo alimento de 
sua fazenda natural na Irlanda, a 
mulher que perdeu sua vida para 
um casamento forçado na Índia e 
a criança abandonada que passa 
fome nas ruas de Marrocos. Todos.
100
101
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
E por que isso é tão importante se não estamos na 
Irlanda, na Índia ou em Marrocos?
Ter interesse genuíno e empatia por essas pessoas 
expande nossa perspectiva sobre a vida, sobre como 
algumas coisas que consideramos fundamentais ou 
completamente dispensáveis podem significar coisas 
totalmente distintas para pessoas que conheceram a vida 
por outros caminhos. 
Cada vez mais, o mundo se torna um só. As nações 
se misturam e se unificam, criando uma crescente 
diversidade e multiculturalidade. As culturas estão 
se mesclando e o ser humano tem ganhado mais 
consciência da dimensão dos vários mundos que o 
cercam. 
Mas nem tudo são flores. Ainda temos uma dificuldade 
absurda de entender nosso papel no meio de tudo isso. 
Esta é uma das discussões mais importantes que rodeiam 
o mundo hoje. 
Com o aumento massivo de imigrações em condições de 
refúgio, uma das questões humanas e socioeconômicas 
mais abordadas entre os grandes líderes mundiais e os 
cidadãos de todos os países é a política imigratória.
101
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descola.org | empatia
Está em discussão o nosso 
dever como cidadãos e como 
sociedade. Como devemos 
acolher os refugiados e de 
que forma podemos oferecer 
melhores condições de 
vida para estas pessoas que 
migraram de seus países em 
condição de guerra? E quais 
são os direitos daqueles que 
migraram por escolha? Qual a 
diferença entre eles? E o que 
eles têm em comum com a 
gente?
A partir daí, somos 
imediatamente tomados pelo 
questionamento da nossa 
capacidade de enxergar o 
outro como igual. Afinal, a 
única forma de compreender 
a fundo a questão imigratória 
é se colocando no lugar 
dessas pessoas. É sermos 
capazes de enxergar o mundo 
pelo olhar de um estrangeiro.
103
Como se colocar no lugar do outro, ampliar perspectivas e melhorar relacionamentos
E isso vai muito mais longe do que a política imigratória 
dos países.

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