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Farmacologia II - Antiepiléticos

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Epilepsia é uma doença que se caracteriza pela 
ocorrência de crises epilépticas, que se repetem 
a intervalos variáveis, essas crises são as 
manifestações clínicas de uma descarga anormal 
de neurônios. O estado de mal epiléptico (EME) é 
uma condição resultante da falha dos mecanismos 
responsáveis pelo término das crises epilépticas 
ou pelo desencadeamento de mecanismos que 
levam ao prolongamento anormal das crises. 
● generalizadas: envolve os dois hemisféricos 
ao mesmo tempo, tendo como 
manifestação clínica como alteração de 
consciência e manifestações motoras. 
1. de ausência: ocorrem mais em 
crianças, são menos intensas que 
crises tônico-clônicas, porém 
ocorrem com maior frequência, o 
paciente cessa o que quer que 
esteja fazendo; olha fixamente para 
o vazio por alguns segundos, com 
pouca ou nenhuma alteração 
motora. O tálamo desempenha um 
papel importante na geração dos 
ritmos de pontas e ondas de 3 Hz, 
que são típicos da crise de 
ausência. 
2. mioclônicas: quando há tremores 
ou contrações ou espasmos 
involuntários e rápidos nos 
músculos. 
3. tônico-clônicas: forte contração 
inicial da musculatura causando 
espasmo rígido, seguida de uma 
série de abalos que vão 
gradualmente desaparecendo. 
● focais:: forma localizada no cérebro e sua 
manifestação clínica depende da área 
afetada 
1. simples: quando não há 
comprometimento da consciência 
2. complexas: quando há 
comprometimento da consciência 
● parciais: confinadas a um hemisfério 
 
O eletroencefalograma é capaz de medir a 
atividade elétrica cerebral 
 
 
Fármacos antiepilépticos (anticonvulsivantes): 
● Barbitúricos - fenobarbital ​(Gardenal)​: 
limitado a crises tônico-clônicas 
generalizadas e parciais, sua absorção por 
via oral é completa, mas lenta, até 25% da 
dose é eliminada sem alteração pela urina. 
Efeitos adversos são sedação, nistagmo e 
ataxia. Seu mecanismo de ação é a 
potencialização da inibição sináptica por 
ação no receptor GABA-A. 
● Hidantoínas - fenitoína ​(Hidantal)​: não 
apresenta efeitos sedativo. Efeitos 
adversos são as interações 
medicamentosas. Seu mecanismo de ação é 
a diminuição da velocidade de recuperação 
dos canais de sódio ativados por voltagem, 
fazendo com que os canais fiquem 
abertos por mais tempo. 
● Iminostilbenos - carbamazepina ​(Tegretol)​: 
sua absorção por via oral é boa, mas 
lenta, e é um ​indutor enzimático - 
1 
Farmacologia II 
2020.2 
 Epilepsia e Antiepiléticos 
 
 
aumentando a taxa de metabolização​. 
Efeitos adversos são náuseas, vômitos e 
sonolência. Seu mecanismo de ação é a 
diminuição da velocidade de recuperação 
dos canais de sódio ativados por voltagem, 
fazendo com que os canais fiquem 
abertos por mais tempo. 
● Oxcarbazepina ​(Trileptal)​: é um 
pró-fármaco análogo a carbamazepina 
sendo um ​indutor enzimático menos 
potente e tendo um melhor perfil de 
toxicidade. 
● Ácido valpróico - valproato de sódio 
(Depakote)​: bom para crises parciais, 
tônico-clônicas generalizadas e nas crises 
de ausência, possui uma absorção 
completa e rápida por via oral, sofrendo 
metabolismo hepático. Efeitos adversos 
são gastrointestinais como náuseas e 
vômitos, alopecia, tremor e sedação, além 
da hepatotoxicidade. Seu mecanismo de 
ação é a prolongação do tempo de 
recuperação dos canais de sódio por 
voltagem, altera correntes de cálcio e age 
no metabolismo do GABA inibindo a enzima 
GABA transaminase e aumentando a 
quantidade de GABA na sinapse. 
● Lamotrigina ​(Neural)​: absorção quase 
completa por via oral. Efeitos adversos 
são náuseas, tontura, ataxia e exantema 
cutâneo. Seu mecanismo de ação é 
diminuição da velocidade de recuperação 
dos canais de sódio, age também pela 
inibição dos canais de cálcio por voltagem 
e diminuindo a liberação de glutamato na 
sinapse. 
● Gabapentina ​(Neurontin)​: é um fármaco 
utilizado em crises parciais refratárias e 
análogo ao GABA, mas tem como 
mecanismo de ação a alteração das 
correntes de cálcio 
● Topiramato: bom para crises parciais e 
tônico-clônico generalizada. Seu mecanismo 
de ação é a redução das correntes de 
sódio dependente de voltagem, aumentando 
as correntes de GABA-A e inibindo os 
receptores AMPA-cainato. 
● Etossuximida: bom em crises de ausência. 
Seu mecanismo de ação é a redução de 
cálcio nos neurônios talâmicos. 
● Benzodiazepínicos ​(Rivotril, Diazepan): 
aumentam a inibição mediada pelo GABA. 
 
Tratamento: consiste no controle das crises com 
o mínimo possível de efeitos adversos, começando 
como uma monoterapia e depois caso seja 
necessário fazer uso de associações. Em caso de 
remissão completa das crises ou falha do 
tratamento, ele pode ser interrompido. 
● As recomendações da International League 
Against Epilepsy para ​epilepsia 
parcial/focal​ foram: 
● Nas epilepsias generalizadas: ácido 
valpróico > topiramato > lamotrigina. 
➔ ausência: ácido valpróico > 
lamotrigina 
➔ tônico-clônico: ácido valpróico > 
topiramato/fenobarbital (depende 
do paciente) 
● No tratamento da EME a sequência é 
fármacos benzodiacepínicos -> agente 
antiepiléptico endovenoso que é fenitoína 
ou fenobarbital -> anestesia geral 
● OBS​⚠ : deve haver maior cuidado com 
pacientes femininas devido às 
interações medicamentosas com 
anticoncepcionais podendo fazer com que 
o seu metabolismo aumente diminuindo sua 
eficácia, além da teratogenicidade nos 
bebês de mulheres que tem epilepsia. 
 
2 
criança carbamazepina 
adulto carbamazepina, fenitoína e ácido 
valpróico 
idosos gabapentina e lamotrigina 
Caso clínico 
Paciente de 20 anos, estudante, vem ao 
consultório contando que há uma semana 
apresentou uma crise generalizada tônico 
clônica. Ela conta que está em um período muito 
agitado, pois está em época de provas na 
faculdade e está dormindo pouco. Diz que de 
 
 
 
3 
vez em quando percebe que os braços “pulam” 
quando acorda. Nega outras doenças e diz ter 
sido uma criança saudável. Não há história 
familiar de doenças neurológicas e a irmã é 
diabética tipo I. O exame neurológico é normal e 
ela traz um EEG. 
 
a) Epilepsia focal simples, com primeira escolha 
farmacológica para carbamazepina ou 
oxcarbazepina. 
b) Crise generalizada de ausência, com primeira 
escolha farmacológica para valproato de sódio. 
c) Epilepsia focal simples, necessitando apenas 
orientá-la a dormir regularmente, evitar 
consumo excessivo de bebidas alcoólicas e 
cafeína, prevenir a fotoestimulação com óculos 
de sol, além de limitar o tempo com videogames 
e monitores nos computadores. 
d) Crise generalizada do tipo clônica com 
primeira escolha farmacológica para 
fenobarbital. 
e) Crise generalizada do tipo clônica com 
primeira escolha farmacológica para valproato 
de sódio. 
 
R: LETRA E

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