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BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE ECCR e ECNR • É um tipo de estudo em que o pesquisador manipula o fator de exposição, provocando uma modificação no estado de saúde dos indivíduos, através da introdução de um esquema profilático ou terapêutico o Os participantes do estudo são distribuídos aleatoriamente para aplicação de uma intervenção [ex: tratamento farmacológico] comparada a outra intervenção [ex: tratamento placebo] • Os grupos são acompanhados por um período de tempo e analisados por desfechos específicos, definidos no início do estudo, e são divididos em grupos intervenção [experimental] e grupos controle • Controle: placebo ou tratamento padrão VANTAGENS • Busca constante pela melhoria da qualidade de vida e consequente aumento da expectativa de vida • Ideal para avaliação de intervenções terapêuticas • Menos vulnerável a viés de seleção • Melhor controle da exposição • Evita erros sistemáticos, devido ao controle da intervenção e aplicação aleatória • Interpretação simples, sem fatores de confundimento • Permite investigação de muitos desfechos simultaneamente DESVANTAGENS • Pode ser um estudo longo e de custos elevados e, por vezes, impossíveis de se realizar por questões éticas, casos raros ou de período prolongado de acompanhamento • Sujeito a viés por perda de seguimento • A baixa aderência pode distorcer os resultados • Exigência de população estável e cooperativa • Impossibilidade de ajustar o tratamento (dose, duração, etc.) às características individuais • Geralmente avaliam cenários específicos de doença • A ausência de cegamento, principalmente quando não pode ser aplicado, pode influenciar diretamente o resultado do estudo • Alguns participantes deixam de receber um tratamento potencialmente benéfico, ou são expostos a um procedimento maléfico FASES DO ESTUDO CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO FASE 1 • Um estudo de fase I testa o medicamento pela primeira vez em humanos, buscando entender se este é bem tolerado – procura determinar até que dose uma droga pode ser administrada sem provocar toxicidade • O objetivo principal é avaliar a segurança do produto investigado • Nesta fase a medicação é testada em pequenos grupos [10 – 30 pessoas] – os participantes são indivíduos saudáveis ou pessoas com a doença especifica que a droga se destina a tratar o Ocasionalmente pode não ser feito em pessoas saudáveis porque a droga tem inaceitáveis efeitos adversos, tais como agentes quimioterápicos • Se tudo ocorrer como esperado, avança para a fase II FASE II • Aumenta-se o número de pacientes nesta fase [70 – 100 pessoas] • O objetivo primário é avaliar a eficácia da intervenção, isto é, se ela funciona para tratar determinada doença BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE • O objetivo secundário é obter informações mais detalhadas sobre a segurança [toxicidade] • Somente se os resultados forem bons é que a intervenção será estudada sob forma de um estudo clínico fase III FASE III • Nesta fase, o novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente ou placebo • O número de pacientes aumenta [100 – 1000] • São randomizados, isto é, os pacientes são divididos em dois grupos, e são delineados para avaliar a eficácia e a segurança da intervenção a. Grupo controle – recebe o tratamento padrão ▪ Pode ser comparado com um ou mais grupos controles, sendo em paralelo quando há o acompanhamento em paralelo dos grupos ou cruzado quando os indivíduos são randomizados para grupos intervenção e controle e, após aferir o desfecho clínico, inverte-se a sequência. b. Grupo investigacional – recebe a nova intervenção o Os resultados são os desfechos clínicos, tais como morte ou sobrevida livre de tumor FASE IV • Estes estudos são realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior são aplicáveis em uma grande parte da população doente • Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para ser comercializado • A vantagem dos estudos fase IV é que eles permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo TERMO DE CONSENTIMENTO • O termo de consentimento deve conter: o Propósito do estudo o Procedimentos incluídos no estudo o Possíveis riscos e benefícios o Esclarecimento da possibilidade do paciente em receber um placebo o Garantir que a não participação não implicará em sanções para o paciente ESTRATÉGIAS PARA REALIZAR O ECCR • Mascaramento: qualquer tentativa de evitar que os pacientes saibam o tratamento administrado o Placebo: substâncias com características semelhantes ao fornecido pelo estudo; mesma posologia e mesmo formato [comprimidos] ▪ Efeito placebo: alívio dos sintomas em cerca de 1/3 dos pacientes após receber o placebo ▪ O mascaramento não pode ser aplicado em técnicas cirúrgicas, já que é impossível impedir que o cirurgião saiba qual técnica ele estará usando; logo, é impossível o mascaramento do médico – mas pode ser aplicado aos avaliadores o Cegamento: pacientes podem mudar o comportamento ou a maneira de relatar os desfechos quando estes são subjetivos, tal como dor de cabeça ou dor lombar; pode ser aplicado aos participantes, aos pesquisadores e aos avaliadores dos resultados do estudo ▪ Pesquisadores podem beneficiar um grupo de pacientes a. Não cego: o paciente sabe o que está sendo administrado b. Cego: o paciente não sabe o que está sendo administrado, mas o profissional de saúde sabe c. Duplo cego [mais adequado]: nem o paciente e nem o profissional em contato com o paciente sabe o que está sendo administrado, somente uma ‘’terceira pessoa’’ que estará fazendo a distribuição do medicamento d. Triplo cego: há a contratação de uma pessoa ‘’de fora’’ o Randomização ou alocação aleatória: processo de decisão que permite que os grupos de BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE tratamento e controle sejam alocados de forma aleatória – melhor forma de controle de vieses ▪ O objetivo é eliminar a possibilidade do investigador saber qual a alocação terá o próximo paciente – evita o viés de seleção; faz com que os grupos sejam comparáveis, exceto em relação ao tratamento estudado [placebo X tratamento], de modo que cada paciente tenha a mesma probabilidade de pertencer a um dos grupos [exposto ou não exposto] desde que todos preencham os critérios de elegibilidade ▪ Todos os fatores relacionados ao prognóstico e ao desfecho tendem a ser igualmente distribuídos nos grupos de comparação; desse modo, eventuais diferenças na ocorrência do desfecho entre os grupos experimental e controle podem ser atribuídas à intervenção a. Pacientes mais graves – tratamento [subestima o efeito] b. Pacientes menos graves – tratamento [superestima o efeito] ▪ Ensaios comunitários não randomizados: ocorre quando há impossibilidade de realizar a randomização ▪ Exemplo: onde uma nova intervenção é comparada com uma intervenção passada ERRO SISTEMÁTICO X ERRO ALEATÓRIO • Erro sistemático: também chamado de viés, ocorre quando os resultados diferem de uma maneira sistemática dos verdadeiros valores o Esse erro pode ser reduzido através de uma definição bastante clara a respeito dos critérios de inclusão no estudo ▪ Ex: viés de seleção • Erro aleatório: também chamado de erro randômico, ocorre quando o valor medido na amostra do estudo diverge, devido ao acaso, do verdadeiro valor da população o Decorre de medida imprecisa da associação o Pode ser reduzido aumentando o tamanho da amostra e melhorando a confiabilidade das medidas ▪ Ex: erro de amostragem DELINEAMENTO • O tamanho da amostra tem de ser suficientemente grande para evitar a distribuição randômica inadequada de qualquer variável Grupo Desfecho Não desfecho Total Expostos[grupo experimen tal] A B A + B Não expostos [grupo controle] C D C + D Total A + C B + D A + B + C + D • Cálculo do risco relativo: 𝑹𝑹 = 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒐𝒖 𝒄𝒖𝒓𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 [𝒂] 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 [𝒂+𝒃] (𝒊𝒏𝒄𝒊𝒅ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔) 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒐𝒖 𝒄𝒖𝒓𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 [𝒄] 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 [𝒄+𝒅] (𝒊𝒏𝒄𝒊𝒅ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑.) População Randomização Intervenção [tratamento] Doença Sem doença Controle [placebo] Doença Sem doença Exclusões Pacientes com outras patologias que podem gerar falha de mensuração do seu resultado Pacientes que não vivam suficientemente Pacientes que se neguem participar Pacientes que não seguem as instruções dadas População de estudo Alocação randomizada Intervenção em estudo Desfecho positivo Desfecho negativo Placebo ou tratamento padrão [controle] Desfecho positivo Desfecho negativo Sigilo ou ocultamento BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE • Cálculo da sensibilidade [probabilidade de o teste dar positivo] 𝑎 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] 𝑎 + 𝑐 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] • Cálculo da especificidade [probabilidade de o teste dar negativo] 𝑑 [𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] 𝑏 + 𝑑 [𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] • Cálculo do valor preditivo positivo [probabilidade de o indivíduo estar doente, dado que o teste deu positivo] 𝑎 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] 𝑎 + 𝑏 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒 𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] • Cálculo do valor preditivo negativo [probabilidade de o indivíduo não estar doente, dado que o teste deu negativo] 𝑑 [𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] 𝑐 + 𝑑 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒 𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] • Cálculo da acurácia [probabilidade de o teste fornecer resultados corretos, ou seja, ser positivo nos doentes e negativo nos não doentes] 𝑎 + 𝑑 [𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒 𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠] 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑜𝑠 EXEMPLO • O teste diagnostico é o conhecimento ou juízo ao momento, feito pelo profissional da saúde, acerca das características de uma doença ou de um quadro clinico, se tratando de qualquer informação que possa contribuir no processo diagnostico. Um grupo de pesquisadores decidiram que o teste padrão ouro utilizado no diagnóstico de câncer de pulmão (biópsia), por ser muito invasivo, poderia ser alterado para um menos invasivo. Esse teste seria a dosagem elevada de três proteínas séricas. Foram analisados o total de 20.000 amostras de pessoas acima de 40 anos. Destas amostras, 400 foram positivas para o câncer de próstata utilizando o teste considerado padrão-ouro. Destas 400 amostras, 270 foram positivas no novo teste menos invasivo. Das amostras negativas no teste padrão-ouro, 22 se mostram positivas no novo teste. Baseado nestas, calcule: PADRÃO OURO Grupo Doente Não doente Total Positivo 270 22 292 NOVO TESTE Negativ o 130 19578 19708 Total 400 19600 20000 a. A sensibilidade do teste 270 400 = 0,675 = 67,50% b. A especificidade do teste 19578 19600 = 0,998 = 99,89% c. O valor preditivo positivo do teste 270 292 = 0,924 = 92,47% d. O valor preditivo negativo do teste 19578 19708 = 0,9934 = 99,34% e. A acurácia do teste 19848 20000 = 0,9924 = 99,24% ENSAIO CLÍNICO NÃO RANDOMIZADO • Neste tipo de estudo há um grupo intervenção e um grupo controle, mas a designação dos participantes para cada grupo não se dá de forma aleatória, mas por conveniência do pesquisador • Os controles podem ser o Contemporâneos: pacientes são tratados ao mesmo tempo o Históricos: obtidos de registros médicos • É utilizado quando um ECR seria ideal, mas não factível [por custos elevados ou inaceitáveis por pacientes ou gestores], e quando se está tentando demonstrar a eficácia de um novo tratamento [estudos de fase IV] • Não é possível controlar outros fatores que podem ter ocorrido concomitantes à intervenção implantada, e que podem ter contribuído na mudança do desfecho
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