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ITU ⇒ O termo infecção urinária é bastante vago, apenas indica que alguma “parte” do trato urinário está acometida por uma infecção ⇒ sempre devemos “procurar/identificar” a parte do sistema urinário envolvida. ⇒ ITU baixa: Acometimento do trato urinário abaixo dos ureteres ⇒ infecções da bexiga (cistite), na uretra (uretrite), da próstata (prostatite) e do epidídimo (epididimite). # Costuma apresentar como sintomas⇒ Disúria, polaciúria, noctúria, urgência miccional, dor ou desconforto supra pubico e “urina turva”. ⇒ ITU alta: Infecção do parênquima renal (pielonefrite aguda) # Geralmente paciente apresenta⇒ febre alta (>38°C) com calafrios, lombalgia, queda do estado geral, náusea, vômito e pode apresentar Giordano + . ⇒ As ITU é causada, principalmente, devido à "subida" de patógenos pela uretra. Normalmente a pele em volta do meato uretral é colonizada por bactérias comensais dos gêneros Diphteroides, Streptococcus, Staphylococcus e Lactobacillus. Contudo, em algumas condições essa flora pode sofrer alterações. # Os principais patógenos causador da ITU é a Escherichia coli (80-85% dos casos), contudo a infecçao pode ocorrer por outros patógenos como Klebsiella spp, Proteus, Pseudomonas e Staphylococcus saprophyticus (10-15% das mulheres sexualmente ativas). # Os uropatógenos habituais seguem uma sequência estereotipada ⇒ colonização do períneo ⇒ intróito vaginal (ou prepúcio nos homens) ⇒ uretra distal ⇒ ascensão para a bexiga. #Somente os patógenos com capacidade de adesão ao epitélio urinário conseguem chegar até os rins e causar pielonefrite. Mas caso houver refluxo vesicoureteral, qualquer bactéria pode chegar. ⇒ Outra forma de ocorre ITU é por "invasão do parênquima renal por via hematogênica (principais agentes envolvidos são Staphylococcus aureus e Candida spp ⇒ oriundos de um foco infeccioso à distância), por via linfática ou fístulas vesico enteral (Bacteriúria por germes anaeróbios como o Bacteroides fragilis ⇒ sugere conexão entre intestino e bexiga ou pode ocorrer nos pacientes que tiveram o trato urinário reconstruído com segmentos intestinais). #==> A ITU acomete de 1 a 2% da população pediátrica. Nos primeiros meses + os meninos (devido a possível válvula de uretra posterior), mas após esse período passa a ter predomínio nas meninas. # bacteriúria assintomática é encontrada em 4,5% das meninas e apenas 0,5% dos meninos até a adolescência. #==>A prevalência de bacteriúria assintomática em mulheres não grávidas é de cerca de 1 a 3%. Em homens a prevalência de bacteriúria é baixa (< 0,1%), aumenta conforme a idade (ligada a doenças prostáticas). #==> 10% dos homens e 20% das mulheres com mais de 65 anos de idade apresentam bacteriúria. #==> A bacteriúria no hospital oscila entre 2-3% ⇒ da ITU é a causa mais frequente de infecção nosocomial (45% do total). ### O cateterismo vesical não deve ser usado como medida higiênica. As indicações de cateterismo vesical são ⇒ obstrução uretral , monitorização do débito urinário (na instabilidade hemodinâmica), pós-operatório de cirurgias urológicas. Quadro clínico ITU baixa ⇒ Cistite/Uretrite: Geralmente cursa com disúria + polaciúria. Pode ainda apresentar dor suprapúbica. Nos homens podem predominar os sintomas obstrutivos (jato fraco, hesitação, gotejamento terminal, esforço urinário). ## DD Vaginites podem confundir com cistite. Averiguar presença de “disúria externa” (labial) associada a corrimento vaginal e prurido. Na presença desses sintomas o exame ginecológico é necessário. ## A uretrite manifesta os mesmo sintomas que a cistite, contudo sua instalação é mais arrastada ( em + de 7 dias, enquanto que a cistite se instala em 24 horas). Em homens é caracterizada por disúria + corrimento uretral. ⇒ Prostatite: É dividida em três entidades principais: prostatite bacteriana aguda, prostatite bacteriana crônica, síndrome da dor pélvica crônica. ⇒ Prostatite Bacteriana Aguda ⇒ Geralmente entre os 20 - 40 anos ⇒ caracterizado por febre alta e calafrios associados a sintomas acentuados de irritação e obstrução urinária. # cuidado no toque retal (massagem prostática, podem desencadear bacteremia e sepse grave). No toque a próstata está aumentada, sensível, quente e intensa à palpação. ###Área de flutuação indica a presença de um abscesso. ⇒ Prostatite Bacteriana Crônica⇒ Sinais e sintomas semelhantes a da prostatite bacteriana aguda, porém bem menos intensos ⇒ Geralmente ocorre em homens mais velhos com quadros de infecção urinária recorrente (cistite - “bacteria na próstata migra para bexiga”). # No toque retal ⇒ pode estar normal ou apresentar HPB. ⇒ Síndrome da Dor Pélvica Crônica⇒ Principal manifestação é dor perineal, que pode irradiar para região lombar e hipogastro. também é acompanhado por sintomas urinários (disúria e polaciúria) e dor na ejaculação. ITU alta ⇒ Pielonefrite⇒ Sintomatologia típica apresenta febre alta, calafrios e dor lombar ⇒ Pacientes podem apresentar também queda do estado geral e sintomas inespecíficos, como cefaleia, náuseas, vômitos e diarreia. # Até 30% dos pacientes com ITU alta desenvolvem sintomas de ITU baixa concomitantes (disúria, polaciúria, urgência). # Idosos, diabéticos, urêmicos ou imunodeprimidos, que podem ter pielonefrite oligossintomática e abrir o quadro com descompensação inexplicada de sua doença de base. # Realizar “GIORDANO” ⇒ Dor a percussão da região do ângulo costovertebral provocada pelos movimentos do rim inflamado devido às “ondas de choque”. #A punho-percussão não deverá ser realizada caso a palpação lombar se mostre dolorosa por dor muscular por exemplo. Abordagem diagnóstica. ⇒ Suspeita de ITU baixa em mulheres, na ausência de sinais estruturais de trato urinário (cistite não complicada), não há necessidade de se pedir exames complementares ( nem parcial de urina) ⇒ tratar direto e pedir parcial de urina após tto. ⇒ Na suspeita de abscesso, doença neurológica de base ou doença sistêmica predisponente (diabetes) ou ainda se for sexo masculino ⇒ solicitar parcial de urina + urocultura + antibiograma. ⇒ Suspeita de pielonefrite ⇒ solicitar hemograma + bioquímica sérica + PCR + parcial de urina + urocultura (uma contagem ≥ 104 UFC/ml, na urina coletada por micção espontânea, é conclusiva) e em caso de internação + hemocultura. ⇒ Na prostatite bacteriana aguda ⇒ diagnóstico feito pela combinação de um quadro clínico típico com demonstração do patógeno em urinocultura convencional. ⇒ Na prostatite bacteriana crônica ⇒ Diagnóstico pelo quadro clínico típico + coleta de diversas amostras de urina ⇒ São pelo menos três amostras: 1-jato inicial (uretral), 2- jato médio (vesical), e 3- jato pós-massagem prostática (secreção prostática)⇒ diagnóstico é confirmado caso a cultura da 3a amostra for positiva e sua contagem de colônias for pelo menos 10 vezes (1 log) maior que a contagem das outras amostras. Tratamento ⇒ Cistite em tratamento empírico # 1 opção ⇒ Nitrofurantoína 100mg VO de 6/6 horas por 7 dias. # Amoxicilina + Clavulanato 875+125 1 cp VO de 12/12 horas por 7 dias ou então 500+125 1cp VO de 8/8 horas por 7 dias. # Cefalexina 250 ou 500 mg 1 co de 5/5 horas por 7 dias. # Ciprofloxacino, Norfloxacino ou Levofloxacino (quinolonas) = já foi 1 opção, mas hoje bactérias já apresentam bastante resistência a eles ( contra indicada em crianças e gestantes. Pode causar torsades des pointes). Ciprofloxacino 500mg 1cp VO de 12/12 horas por 3 dias. # Fosfomicina ##Lembrar de solicitar parcial de urina + urocultura após TTO empírico. ⇒ Prostatite⇒ usar Ciprofloxacino ou Norfloxacino ⇒ Pielonefrite # Paciente clinicamente estável⇒ TTO ambulatorial com ATB oral. # Pacientes com sintomas moderados⇒ Hidratação Venosa + 1° dose do ATB EV na emergência ⇒ Se houver melhora alta hospitalar com ATB oral. Ausência de melhora ou piora ⇒ internação para ATB EV. # Indicação de internação: # Quadros suspeito de complicações (hipotensão arterial, vômitos intensos e febre com tremores) #Gestantes # Imunossuprimidos #Intolerantesa TTO oral #Baixo nível socioeconômico ⇒ O TTO antimicrobiano inicial deve ser empírico enquanto se aguarda o resultado da urocultura. Após resultado ajustar ATB se necessário. ⇒ o tratamento empírico deve ser iniciado com uma fluoroquinolona quando não pudermos contar com o Gram, ou Gram não revela bactérias, ou evidenciar bastonetes Gram-negativos. ⇒ Caso for identificado cocos Gram + (suspeita de enterococcus) ⇒ usar amoxacilina (500 mg VO 6/6h) ou ampicilina (1 g IV 6/6h). ⇒ Em casos graves (na presença de calafrios) ou em idosos ⇒ terapia com EV combinada com ampicilina associada a fluoroquinolona (ofloxacina 400 mg IV 12/12h, pefloxacina 400 mg IV 12/12h ou ciprofloxacina 200 mg IV 12/12h). ⇒ pielonefrite em gestantes deve ser tratado com cefalosporina de 3° geração (ceftriaxone, cefotaxima). ⇒ Caso não obtivemos melhora em 48-72 horas de terapia⇒ suspeitar de complicação. ⇒ Solicitar urocultura de controle 2-4 semanas após término da terapia, caso positiva ⇒ suspeitar de alguma complicação ⇒ indicada a ultrassonografia renal. ⇒ ITU Hospitalar (Cateter Vesical) ⇒ Pode se apresentar com sintomas de cistite (dor suprapúbica), pielonefrite/bacteremia (febre, calafrios, lombalgia) ou apenas com alterações no aspecto da urina (turva e com grumos) ⇒ Coletar urocultura com antibiograma (do próprio cateter). ⇒ Se apenas sintomas de cistite ⇒ TTO por 7 dias. Em caso de sintomas de Pielonefrite ⇒ TTO de 14 dias. ⇒ A escolha do antibiótico deve se basear no resultado da urinocultura e antibiograma, ou, no caso de tratamento empírico, nas orientações da Comissão de Controle de Infecção do Hospital (CCIH). ⇒ Uso de antibioticoterapia profilática ⇒ Indicado se: # ITU sintomática de repetição (mais de três episódios por ano) ⇒ ATB profilático por 6 meses - 1 ano. # Gestante com ITU recorrente ⇒ Indicado para gestante que apresentou pelo menos um relapso (mesmo que assintomático) ⇒ profilaxia + uroculturas mensal até o parto. # Pós-transplante renal ⇒ ATB profilático por 3-6 meses. # Prostatite crônica ⇒ profilaxia ad eternum. # Crianças com refluxo vesicoureteral⇒ Profilaxia ate correção. ⇒ O antibiótico deve ser administrado uma vez ao dia, sempre antes de dormir.
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