exploradores) no plano frontal (formando as derivaes perifricas – bipolares ou unipolares) e no plano horizontal (formando as derivaes precordiais, unipolares). OBS3: Teoria do Dipolo. O ECG o registro grfico da projeo dos vetores de ativao eltrica do corao, em linhas de derivao. Dipolo o fenmeno eltrico resultante de dois pontos justapostos e de cargas contrrias. Chama-se de dipolo ao conjunto formado por duas cargas de mesmo m dulo, porm de sinais contrrios, separadas por uma distncia d. O dipolo como grandeza vetorial apresenta: m dulo (produto de uma das cargas pela distncia entre elas), direo (eixo do dipolo, linha unindo os dois p los) e sentido (do p lo negativo para o p lo positivo). O eletrodo positivo do ECG que “olha” para a ponta da seta vetorial (resultante da despolarizao cardaca) registra uma onda positiva. O eletrodo positivo que “olha” para a cauda da seta registra uma onda negativa. OBS4: O sentido de despolarizao do corao se d de cima para baixo e da esquerda para a direita. Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 9 Logo, todo ECG composto por 12 derivaes que permitem uma viso tridimensional do potencial de ao cardaco, de forma que as ondas sejam as mesmas para todas elas. Para conseguir estudar o corao de forma tridimensional, devemos dividir as derivaes em dois planos: Derivações no Plano Frontal (Derivações de Membros ou Periféricas). Medem a diferena de potencial entre os membros (bipolares) ou entre certas partes do corpo e o corao (unipolares). Coloca-se um eletrodo em cada brao (direito/esquerdo) e um na perna esquerda, formando um tringulo (conhecido como triângulo de Einthoven). Na perda direita, coloca-se o fio terra, para estabilizar o traado. Deslocam-se as trs linhas de referncia, cruzando com preciso o t rax (corao) e obtm-se uma interseco, formando as derivaes bipolares DI, DII e DIII. Em seguida, acrescentam-se outras trs linhas de referncia nesta interseco, com ngulos de 30 entre si e obtm-se as derivaes unipolares dos membros: aVR (direita), aVL (esquerda) e aVF (p). Neste caso, usa-se “eletrodos de presilhas”. Derivações no plano horizontal (Derivações precordiais). Tm-se, com elas, uma viso como em um corte transversal do corao. So as derivaes V1, V2, V3, V4, V5 e V6. Neste caso, usa-se “eletrodos de suco”. Medem a diferena de potencial entre o t rax e o centro eltrico do corao (n dulo AV), e vo desde V1 (4 espao intercostal, na linha paraesternal direita) a V6 (5 espao intercostal, na linha axilar mdia esquerda). Em todas essas derivaes, considera-se positivo o eletrodo explorador colocado nas seis posies diferentes sobre o t rax, sendo o p lo negativo situado no dorso do indivduo, por meio da projeo das derivaes a partir do n dulo AV. DERIVAÇÕES BIPOLARES DO PLANO FRONTAL DI: brao direito (-) e brao esquerdo (+). DII: brao direito (-) e perna esquerda (+). DIII: brao esquerdo (-) e perna esquerda (+). DERIVAÇÕES UNIPOLARES DO PLANO FRONTAL aVR: eletrodo no brao direito. aVL: eletrodo no brao esquerdo. aVF: eletrodo na perna esquerda. DERIVAÇÕES DO PLANO HORIZONTAL V1: 4 Espao intercostal direito, justaesternal. Avalia o corao direito. V2: 4 Espao intercostal esquerdo, justaesternal. Avalia o corao direito. V3: Entre V2 e V4. Avalia uma regio intermediria. V4: 5 Espao intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Avalia uma regio intermediria. V5: 5 Espao intercostal esquerdo, na linha axilar anterior. Avalia o corao esquerdo. V6: 5 Espao intercostal esquerdo, na linha axilar mdia. Avalia o corao esquerdo. Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 10 AN LISE DOS TRAADOS As reas mais importantes a serem consideradas depois de obtido o grfico do ECG so: frequncia cardaca, ritmo cardaco, eixo cardaco (QRS), sobrecarga de cmaras cardacas (e hipertrofia) e infarto. No eletrocardiograma normal, esperamos os seguintes achados: Parmetros tcnicos: antes de mais nada, devemos avaliar se os eletrodos esto posicionados corretamente. Para isso, a onda P deve estar positiva em DI, DII e DIII e negativa em aVR. Frequncia cardaca: 70 – 100 bpm. Ritmo cardaco: sinusal. Eixo QRS: entre -30 e +100. Intervalo PR: 0,12 – 0,20. Intervalo QRS: menor que 0,12 s. Progresso do tamanho da onda R, ao longo das derivaes V1 a V6. Intervalo QT: 0,30 – 0,46. Ausncia de: inverso de onda T, alterao de segmento ST, Q patol gica. DETERMINAÇÃO DA FREQUENCIA CARDÍACA A frequência cardíaca o nmero de vezes que o corao bate por minuto. O controle da Freqncia cardaca depende de vrios fatores, entre eles: nvel de atividade do sistema nervoso autnomo; aes hormonais; automaticidade cardaca. O corao humano bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Quando o nmero de batimentos abaixo de 60 vezes por minuto, excluindo o valor 60, por conveno tem-se a chamada bradicardia. Quando o nmero de batimentos acima de 100 vezes por minuto, incluindo o 100, por conveno tem-se a chamada taquicardia. A medio correta da frequncia cardaca por meio do ECG deve ser feita por meio dos seguintes passos: a) Método Correto: 1500/n de quadrados pequenos entre duas ondas R (intervalo RR), sabendo que 1 minuto tem 1500 quadrados pequenos (0,04 segundos x 1500 = 60 segundos). b)Método Prático: 300/n de quadrados grandes entre duas ondas R, sabendo que 1 minuto tem 300 quadrados grandes (0,20 x 300 = 60 segundos). c) Método por observação das linhas verticais e a onda R: um modo que se leva em considerao as linhas escuras verticais que delimitam um lado do quadrado grande e a onda R. Esse mtodo feito da seguinte forma: primeiramente deve-se procurar no eletrocardiograma uma onda R que coincida exatamente na linha vertical escura. Achado a linha escura rente a onda R, marca-se as linhas escuras adiante delas com nmeros decrescentes: 300 – 150 – 100 – 75 – 60 – 50, que correspondem ao nmero de batimentos cardacos por minuto. Caso a pr xima onda R coincidir na linha vertical escura (como na figura, 50), siginfica a frequncia cardaca do corao no momento do registro (como na figura, 50 bpm). Caso no haja uma relao direta entre a onda R e a linha, faz-se uma aproximao. d)Regra de Três: Cada intervalo RR corresponde a um batimento. Para facilitar o clculo, o papel composto tambm de “quadrades”, que possuem cinco “quadradinhos” de 1 mm cada. Logo, 5 X 0,04 s = 0,2 s. A onda percorre o “quadrado” em 0,2 s. Precisamos saber a distncia em “quadradinhos” ou “quadrades” do intervalo RR. Imaginemos uma distncia entre o intervalo RR sendo de, aproximadamente, 4 quadrades, ou 4 X 0,2 s = 0,8 s. Se eu sei que um batimento (intervalo RR) gasta 0,8 s, quantos batimentos eu terei em um minuto (60s)? 1 batimento ---- 0,8 s x batimentos ---- 60 s x = 60/0,8 = 75 batimentos Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 11 DETERMINAO DO RITMO CARDACO – ARRITMIAS A determinao do ritmo cardaco fundamental para avaliar se a ativao eltrica das fibras cardacas se faz de maneira rtmica, harmnica, ou se acontece na forma de uma arritmia. O termo arritmia cardaca define uma situao caracterizada por uma alterao na frequncia, na regularidade e no local de origem do estmulo eltrico ou por um distrbio na conduo deste estmulo (seja ao longo do trio, dos ventrculos ou entre ambos). Qualquer uma destas alteraes responsvel por causar arritmias. Sabe-se que, o corao composto por unidades celulares que tm a propriedade da excitabilidade. O responsvel por comandar todo o funcionamento eltrico do corao o n sinuatrial. Contudo, quando h