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DOENÇAS DA PRÓSTATA ANATOMIA • É a maior glândula acessória do sistema genital masculino → formada por 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas que envolvem a chamada uretra prostática o Tem formato de cone invertido, em geral do tamanho de uma noz, com consistência fibroelástica • Localizada na pelve, circundada pelo reto, bexiga e complexos venosos periprostático e dorsal → além de feixes neurovasculares responsáveis pela função erétil, bem como pelo esfíncter urinário o A base superior é contígua ao colo da bexiga, e o ápice inferior une-se ao diafragma urogenital o É envolvida por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso → septos dessa cápsula penetram a glândula e a dividem em lóbulos • No homem jovem, a próstata pesa cerca de 20g → com o envelhecimento, a próstata aumenta de tamanho e desenvolve uma anatomia zonal característica • Sua função é produzir substâncias que, junto a vesícula seminal e testículos, vão formar o sêmen → líquido seroso, branco, rico em lipídios, enzimas proteolíticas, fosfatase ácida, fibrinolisina e ácido cítrico o A estrutura e função da próstata são reguladas por testosterona • Glândulas bulbouretrais (Cowper) estão na porção membranosa da uretra, onde lançam sua secreção • A anatomia da próstata é importante para localizar processos neoplásicos desse órgão o A parte glandular representa 2/3 da próstata → composta pela zona periférica e uma zona central que formam 95% da próstata o 1/3 fibromuscular, com uma zona muscular anterior, zona de transição e glândulas periuretrais ❖ Dividida em 3 regiões o Zona Central → localizado ao redor da uretra, é uma zona glandular composta por glands curtas ▪ Atravessada pelos ductos ejaculadores → abrange 20% do tecido prostático o Zona Periférica → posterior à uretra, corresponde a uma zona glandular ▪ Dividida das outras regiões por uma camada de tecido fibroelástico ▪ É a maior parte, onde se origina maioria dos adenocarcinomas de próstata o Zona De Transição → apresenta tanto característica glandular quanto fibromuscular Estroma Fibromuscular Anterior → localizado anteriormente à uretra, também chamada de istmo o Característica fibromuscular com pouco/nenhum tecido glandular o Continuação superior do músculo esfíncter externo da uretra para o colo da bexiga As zonas periférica e de transição são anatomicamente distintas mas tem origem embrionária comum → sino urogenital • As glândulas da zona central são morfologicamente distintas devido a origem embrionária diferente Hiperplasia Prostática Benigna • É uma das patologias mais comuns nos homens a partir da quinta década de vida → consiste na proliferação das células do epitélio e estroma prostático o Formando tecido nodular adenomatoso que geralmente causa aumento no volume da glândula • A doença costuma interferir nas atividades diárias e no padrão do sono dos pacientes → quando não tratada, pode levar à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal • O processo hiperplásico começa frequentemente na 3a década de vida → em torno dos 80 anos, 85% dos homens apresentam HPB. o A prevalência da HPB aumenta com o passar dos anos e é semelhante entre diferentes etnias ETIOPATOGENIA • O envelhecimento e os testículos funcionantes constituem os principais fatores de risco • O aparecimento de manifestações de HPB antes dos 65 anos em parente de 1º grau também é FR o A forma hereditária da HPB é encontrada em ate 50% dos pctes que precisam de cirurgia • Existe influencia endócrina, uma vez que a castração pela supressão de androgênios evita o surgimento e reverte uma HPB previamente estabelecida • A testosterona livre penetra na célula epitelial prostática e, pela enzima 5-alfa-redutase, é transformada em DHT (diidrotestosterona) → forma biologicamente ativa do hormônio o A DHT se liga a receptores androgênicos nucleares e inicia um processo de proliferação das células epiteliais da glândula ▪ Estimulando as células do estroma, levando-as a secretar fatores de crescimento → que estimulam ainda mais a proliferação glandular • Conforme o homem envelhece aumenta os níveis séricos de estrogênio → induz as células prostáticas a expressarem receptores de androgênio o Por isso homens mais velhos possuem próstatas “mais sensíveis” a androgênios circulantes Fisiopatologia • A HPB acomete a zona de transição em torno da uretra o Proliferam-se nódulos formados por tecido glandular (adenomatosos), contendo de estroma fibromuscular. • A proporção de estroma/epitélio glandular na próstata normal é 2:1 → pode atingir 5:1 o Leva à compressão extrínseca da uretra prostática → pode ser mecânica ou funcional ▪ Funcional pela contração das fibras musculares do estroma → ricas em receptores alfa-1-adrenérgicos, tendem a se contrair por influência do SNS, aumentando a obstrução • Explica os quadros de prostatismo em pctes com próstatas pouco volumosas ❖ Alterações vesicais costumam estar presentes → uma vez que o músculo detrusor se hipertrofia a fim de manter um fluxo urinário normal na presença de obstrução uretral • Há diminuição da complacência e da capacidade vesical → ocasiona sintomas miccionais como urgência, polaciúria, incontinência e redução do volume miccional • Surgem alterações neurogênicas → ativação dos receptores de tensão presentes na mucosa vesical, redução do número de terminações colinérgicas e aumento de receptores alfa-adrenérgicos o Condicionam o surgimento de “instabilidade vesical” (hiperatividade espontânea do detrusor), agravando ainda mais os sintomas da síndrome de prostatismo • A hipertrofia do detrusor leva à formação de trabéculas (bandas de musculatura hipertrofiada) → começam a surgir divertículos vesicais o A presença de divertículos denota obstrução grave e prolongada → e é fator de risco para ITU e formação de cálculos vesicais devido a estase de urina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • O quadro clínico é variável, podendo apresentar sintomas intermitentes ou progressivos • Alguns pctes apresentam sintomas do TU inferior mesmo sem crescimento expressivo da próstata → enquanto algumas pessoas com aumento prostático significativo podem ser oligossintomaticos ❖ SINTOMAS OBSTRUTIVOS surgem pela obstrução mecânica do colo vesical, presentes em 70-80% o Do esvaziamento → hesitação, jato fraco e afilado, intermitência, gotejamento terminal o Pós-miccional → esvaziamento incompleto, gotejamento pós-miccional ❖ SINTOMAS IRRITATIVOS causados por contrações não inibidas do detrusor, estão em 50-70% o Polaciúria, noctúria, urgência e incontinência de urgência • A pouca relação do tamanho da próstata e os sintomas, além do grau de obstrução e instabilidade do detrusor, sugerem que a fisiopatologia seja mais complexa • Os sintomas essenciais das vias urinárias inferiores da HPB são quantificados pelas 7 perguntas da Pontuação Internacional de Sintomas Prostáticas (IPSS) → avalia o seguimento e manejo do pcte A obstrução do colo vesical devido à HPB exibe componentes tanto estáticos quanto dinâmicos • O componente estático deve-se ao aumento de tamanho, e o componente dinâmico é decorrente do aumento do tônus adrenérgico na próstata o Na presença de obstrução, a elevação da pressão do detrusor pode resultar em sua hipertrofia e, posteriormente, fibrose Complicações ❖ RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA → 2-10%, observada tanto em próstatas pequenas quanto volumosas • Diversos fatores podem desencadear → uso de simpaticomiméticos ou anticolinérgicos, distensão aguda da bexiga, prostatite infecciosa aguda, cálculo vesical ou infarto prostático. • Prognóstico relativamente desfavorável → 60-70% voltam a apresentar retenção após 1-3 meses da retirada do cateter de Foley o As chances de voltarem a urinar de maneira espontânea são 60% e de 15% nos casos com menos de 900 ml e mais de 900 ml de urina retida ❖ INFECÇÃO URINÁRIAE PROSTATITE → em torno de 5%, exacerbando os sintomas e por vezes desencadeando retenção urinária. • Resulta de colonização prostática ou da presença de urina residual → podem provocar quadros de bacteremia, o que justifica a remoção da próstata em casos de infecção persistente ❖ LITÍASE VESICAL → pode surgir por estase local ou impossibilidade de expulsar cálculos migrados dos rins o Pctes apresentam bloqueios abruptos do jato urinário e quadros de hematúria macroscópica ❖ FALÊNCIA DO DETRUSOR → nos casos de prostatismo de longa duração, o detrusor pode sofrer uma hipertrofia acentuada, seguido pela deposição local de colágeno. • Instala-se falência vesical progressiva → aumento do volume de urina residual e dilatação da bexiga o Um grande volume residual pode também causar dilatação progressiva do TU superior, formação de cálculos vesicais e aparecimento dos divertículos ❖ INSUFICIÊNCIA RENAL → o comprometimento crônico da função renal é observado em 15% • Geralmente deve-se a fatores como hipertensão, diabetes o Uma crise de retenção urinária aguda da HPB é uma das principais causas de insuficiência renal aguda pós-renal, prontamente revertida com o cateter de Foley ou a cistostomia ❖ HEMATÚRIA → surge em poucos pacientes e deve-se à ruptura de vasos submucosos locais • Tende a ceder espontaneamente → deve ser investigada pois pode estar relacionada com outra afecção DIAGNÓSTICO • Histórico → homem mais velho com sintomas no TUI IPSSs ▪ O-7 → sintomas leves ▪ 8-19 → sintomas moderados ▪ 20-35 → sintomas graves • Quando polaciúria e nictúria são predominantes, pode ser útil registro diário das micções → pcte anota o momento e a quantidade de urina de cada micção, durante vários dias • Os pctes tendem a apresentar equilíbrio entre sintomas obstrutivas e irritativos → progridem de maneira lenta com a idade • É preciso obter lista completa dos medicamentos utilizados → muitos simpaticomiméticos e anticolinérgicos, sobretudo adquiridos sem receita médica, podem afetar o trato urinário inferior ❖ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Bexiga do Idoso → homens e mulheres de mais idade podem apresentar quadros de disfunção vesical não relacionada à obstrução uretral → talvez resultantes de isquemia crônica do detrusor o Surgem manifestações como instabilidade e incompetência do detrusor → frequência urinária, urgência miccional e redução da força do jato urinário. • Deve incluir doenças sistêmicas que provocam polaciúria e nictúria → DM e hipercalcemia • Obstrução infravesical devido a estenoses uretrais • Doenças neurológicas que afetam a bexiga → suspeitar de problemas vesicais em homens com Parkinson, AVC, neuropatia diabética Exame Físico • Deve incluir toque retal e exame neurológico cuidadoso → para procurar evidências de neuropatia periférica ou anestesia na área da sela (segmentos S2-S4), passíveis de sugerir bexiga neuropática • O toque retal deve estimar o tamanho da próstata e sua consistência o Classicamente, há aumento simétrico e consistência firme, semelhante à da ponta do nariz • Assimetria ou presença de nódulos francos sugere câncer de próstata → apesar de poder haver câncer mesmo quando a próstata exibe consistência normal • O toque retal deve avaliar também o tônus do esfíncter anal → em casos de tônus reduzido, considerar a existência de distúrbio neurológico que possa estar causando bexiga neurogênica Achados Laboratoriais • A urinálise deve avaliar possível piúria ou hematúria o A presença de piúria significativa indica a pesquisa de infecção ou prostatite o A presença de hematúria estimula a solicitação de USG, para afastar um Ca urogenital • Ureia e creatinina → opcionais para avaliar a presença de complicação como a nefropatia obstrutiva o Além da presença de outras nefropatias PSA → glicoproteína próstata-específica → pode se elevar em qualquer patologia prostática inflamatória ou neoplásica, mas se deve analisar com cautela o Níveis > 2,5 ng/mL → biópsia prostática mediada por US o Níveis > 10 ng/mL → 50% pacientes apresentam CA na biópsia o Níveis 4,1-10 ng/mL → 25% pacientes apresentam CA o Níveis < 4 ng/mL → 15% pacientes com CA • A determinação do PSA em pctes com HPB também pode ajudar a prever riscos de progressão para a cirurgia ou de retenção urinária aguda ❖ ULTRASSONOGRAFIA → permite a avaliação do TU superior, da espessura da parede vesical, volume e peso da próstata e do resíduo pós-miccional • Indicada se elevação da creatinina, suspeita de litíase vesical e em casos de hematúria ❖ CISTOSCOPIA → indicada quando a próstata não se encontra muito aumentada porém há sintomas obstrutivos importante • Avaliar diagnósticos diferenciais, como a estenose de uretra • Obrigatória na presença de hematúria macroscópica, como parte da investigação para ca de bexiga. ❖ “ESTUDO URODINÂMICO” → mensurações do fluxo urinário, volume vesical residual e das relações de pressão X volume na bexiga • Recomendáveis quando há suspeita de distúrbio neurológico associado, ou não há resposta a terapia • Fluxos máximos < 10 mL/segundo são mais sugestivos de obstrução do colo vesical TRATAMENTO • Feito depois de avaliar o grau de insatisfação do paciente → assintomáticos não precisam de tto • O escore IPSS é imprescindível, devendo ser calculado em TODOS pctes de maneira periódica o Pacientes com sintomas leves (0-7) podem apresentar remissão espontânea ao longo do tempo • Observação e acompanhamento anual estão indicados em pctes com sintomas leves e sem complicações → e aqueles que não querem iniciar o tratamento medicamentoso ou intervencionista • O tratamento farmacológico está indicado nos com sintomatologia moderada → deve ter morbidade mínima, boa aceitação pelo pcte e não interferir negativamente em sua qualidade de vida o Poucos indivíduos não obtêm melhora → devem ser avaliados para intervenção cirúrgica • Pctes com sintomatologia grave devem inicialmente ser abordados com terapia medicamentosa, mas muitos acabarão se submetendo a tratamento cirúrgico Para definirmos um doente como não responsivo às medicações é necessário período inicial de 6 meses a 1 ano de acompanhamento → antiandrogênicos demoram a exercer seu efeito máximo • O termo “não responsivo” implica um IPSS que se manteve grave ou se reduziu apenas para moderado Mudanças de estilo de vida podem ser feitas quando utilizado um manejo mais conservador • 1,5-2L/dia de água • Restrição liquida 2h antes de deitar ou antes de viagens longas • Exercícios para treinamento vesical como dupla micção para esvaziar a bexiga mais efetivamente • Redução do uso de álcool, café e cigarros Terapia Medicamentosa • Os pctes com obstrução mecânica podem ser tratados com drogas antiandrogênicas → promovem atrofia do epitélio • Casos de oclusão funcional podem ser tratados com bloqueadores alfa-adrenérgicos → diminuem o tônus prostático e a resistência do colo vesical o Na prática é comum a terapia combinada, visando o controle de ambos os mecanismos BLOQUEADORES ALFA-1-ADRENERGICOS • Há 2 subtipos de receptor alfa-1 adrenérgico → alfa-1-a e alfa-1-b o O 1º é específico do tecido prostático, e o 2º é específico dos vasos sanguíneos • Esses bloqueadores podem ser “seletivos” ou “não seletivos” para os receptores alfa-1-a → ideal utilizar bloqueador seletivo, pois a incidência de efeitos adversos cardiovasculares é menor • Monoterapia indicada quando sintomas leves prejudicam a qualidade de vida, ou sintomas moderados. ❖ Doxazosin, terazosina, tamsulosin, alfuzosin e silodosin • Tamsulosin (0,4-0,8 mg 1x/dia), alfuzosin (10 mg 1x/dia) e silodosin (8 mg 1x/dia) possuem meia-vida longa e são SELETIVOS → drogas de escolha na atualidade o Apresentam eficácia semelhante e dose-dependente • Tem ação de relaxamento da musculatura lisa do colo vesical, uretra prostática e cápsulaprostática → provoca alívio dos sintomas e aumenta o fluxo miccional em apenas 3 semanas • Efeitos colaterais → hipotensão postural, tonteira, fraqueza, cefaleia, rinite INIBIDORES DA 5-Α-REDUTASE • Indicados para sintomáticos com próstata maior que 40 mg ou PSA > 1,4 ng/ml • Pode-se optar pela monoterapia em pctes com efeitos colaterais intoleráveis aos αbloqueadores. • Seus efeitos estão baseados na redução dos níveis séricos e intraprostáticos da di-hidrotestosterona → conseguem reduzir o volume da próstata 20% a 30% com o uso prolongado (6 a 12 meses). o Estudos mostram que seu uso > 12 meses melhora sintomas e reduz risco de retenção urinária aguda e cirurgia. Finasterida → 5 mg 1x/dia, via oral → avaliar melhora dos sintomas após 3 a 6 meses. o Inibe a enzima 5-alfa-redutase do tipo 1, impedindo a formação local de DHT no tecido prostático o Droga segura, pouca interação farmacológica e raros efeitos colaterais → principal inconveniente é a disfunção sexual, em 10-15% (impotência, redução da libido e disfunção ejaculatória) Dutasterida (0,5 mg 1x/dia) → inibe as isoenzimas tipo 1 e 2 da 5-alfa-redutase o Alguns estudos demonstraram superioridade discreta quando comparada à finasterida. ❖ TERAPIA COMBINADA • Usada em pctes com sintomas obstrutivos importantes e próstatas de grande volume (IPSS > 20) o Ou sem resposta adequada a monoterapia • O estudo MTOPS demonstrou redução mais efetiva da progressão clínica da HPB • Na prática, inibidores da 5-alfa-redutase são acrescentados à terapia inicial com os bloqueadores alfa-1-adrenérgicos na presença de próstatas com peso ≥ 40 g Terapia Cirúrgica • Indicações absolutas de abordagem intervencionista o Retenção urinária aguda, ITU de repetição, hematúria macroscópica persistente o Litíase vesical, insuficiência renal, divertículos vesicais grandes • Pode-se optar por terapias minimamente invasivas → ablação prostática através de agulha transuretral e termoterapia transuretral com micro-ondas o Além de ressecção transuretral da próstata (RTUP), prostatectomia aberta, entre outras • A seleção do método leva em conta as dimensões da glândula, presença de complicações locais, experiência do cirurgião e preferências do paciente ❖ RESSECÇÃO TRANSURETRAL DA PRÓSTATA (RTUP) → padrão-ouro entre as terapias cirúrgicas. o Melhora sintomática de 85% após 1 ano e 75% após 3 → melhora do fluxo urinário em 95%. o Complicações comuns → ejaculação retrógrada (50%), disfunção erétil (1% a 12%), sintomas miccionais irritativos, contratura do colo vesical (2,7%), infecção urinária e hematúria recorrente ❖ CIRURGIA ABERTA → realizada via suprapúbica ou retropúbica o Geralmente indicada em próstatas com volume > 80 – 100 ml ou com complicações locais o Preparo do pcte → antibióticos, profilaxia da TVP, anestesia Prostatite • Prostatite refere-se a um grupo de doenças que apresentam associação de sintomas urinários irritativos e obstrutivos, com dor perineal. o Pode ser devido a várias causas • Nos EUA, 2mi de indivíduos se consultam para prostatite ao ano • Alta taxa de exames para investigação de prostatite → sintomas de prostatite são comuns, ocorrendo com prevalência média de 8,2% o Estima-se que 35-50% dos homens apresentarão esses sintomas em algum momento da vida • Entre as formas de prostatite, a apresentação mais comum é a Prostatite Crônica/Síndrome da Dor Pélvica Crônica (PC/SDPC) Fisiopatologia • Prostatite tipos I (bacteriana aguda) e II (crônica) → 5 a 10% casos • 80% dos casos decorrem da E. coli o 10-15% Pseudomonas aeruginosas e espécies de Serratia, Klebsiella e Proteus o 5% ocorrem devido a enterococos • Tipo III possui patogenia incerta → não bacteriana/síndrome de dor pélvica crônica → > 90% o Dividida em subtipos inflamatório (tipo IIIA) e não inflamatório (tipo IIIB) → com base na presença de leucócitos em secreções prostáticas e urina obtida após massagem prostática ▪ As teorias sobre a causa da prostatite tipo IIIA incluem agentes infecciosos atípicos, vírus, bactérias anaeróbicas e estafilococos coagulase-negativos ▪ Citocinas inflamatórias, mecanismos autoimunes, neuropatias, aumento da p. tecidual da próstata, irritação química e aumento de tensão nos mm do colo da bexiga e uretra ▪ Fatores psicológicos também têm sido implicados na gênese do quadro Manifestações Clínicas ❖ Prostatite tipo I → início agudo de febre, calafrios, mal-estar, dor lombar ou perineal o Sintomas urinários (disúria, polaciúria e urgência) o Toque retal com hipersensibilidade acentuada e calor local o Pcte pode se apresentar toxemiado ❖ Prostatite tipo II → homens em idade mais avançada + associação a ITU frequente o Apresentação menos notável → mas sintomas urinários, de dor pélvica e disfunção sexual o Toque retal → próstata pode ser normal ou aumentada, de consistência firme ou hipersensível ❖ Prostatite tipo III → dor pélvica + sintomas da TU inferior o Dor durante ou após ejaculação o No toque retal os achados variam ❖ Prostatite tipo IV → assintomática, descoberta por elevação do PSA • Prostatite crônica → complexo de sintomas que aumentam e diminuem Diagnóstico • Uso do questionário autoadministrado • Diagnostico de prostatite aguda é relativamente fácil, sendo mais complicado na crônica • Sintomas de prostatite crônica e HPB se sobrepõem em pctes de mais idade → diferencia geral pela dor • PSA não é indicado para avaliar prostatite crônica → se elevado pode servir para diagnóstico diferencial ❖ Prostatite tipo I diagnosticada com base nos achados clínicos e cultura de urina positiva • Evitar massagem prostática pois pode precipitar bacteremia ❖ Prostatite tipo II e III → diagnosticadas com o teste de 4 recipientes • Técnica de amostras segmentadas para cultura quantitativa → coleta da amostra de urina do jato inicial, urina do jato médio, secreções prostáticas emitidas pré massagem e urina após massagem • Teste de 2 recip. também pode ser usado, mais fácil e parecido → urina antes e depois da massagem o Na tipo II há presença de bactérias uropatogênicas → na III há ausência de uropatógenos em quadro de dor geniturinária ❖ Diagnostico do tipo III é mais difícil pois é de exclusão → diferencial inclui HPB e Ca de próstata • Histórico sexual ou de instrumentação geniturinária do pcte pode sugerir DST e estreitamento uretral • Exame físico pode detectar hernia ou massa escrotal ❖ Prostatite tipo IV → diagnóstico por biópsia da próstata ou detecção de leucócitos nas secreções prostáticas ao avaliar infertilidade (quer dizer acidentalmente) Tratamento e Prognostico • Não existe estratégia de prevenção ❖ Tto Tipo I → uso de antibiótico com pouca penetração no líquido prostático o Escolha feita pelos resultados da cultura o Ciprofloxacina IV para os mais doentes, ou fluoroquinolonas VO, trimetoprimsulfametoxazol ▪ Ambulatorialmente – 4 semanas ❖ Tipo II → mais difícil por conta da inflamação crônica que torna o líquido prostático alcalino, reduzindo a penetração do atb o Fluoroquinolonas e TMT-SMX penetram na próstata → 4 semanas ❖ Tipo III → insucesso em terapias empíricas → atb e alfa-bloqueadores não mostraram benefícios ❖ Tipo IV → não se recomenda nenhum tratamento As complicações da prostatite do tipo I consistem em abscesso prostático, retenção urinária aguda, septicemia e, raramente, osteomielite vertebral • A prostatite do tipo II pode causar infecções repetidas das vias urinárias. • Os tipos II e III foram associados a redução da fertilidade, mas a relação não é bem-definida Estenose De Uretra • Estreitamento fibrótico de um segmento da uretra, que pode resultar em diminuição do fluxo urinário o Qualquer parte da uretra pode ser afetada, e a extensão do estreitamente varia • Em geral existe deposição de tecido cicatricial (fibrose) na região → mais comum e complexoem homens • Causada por traumas / lesões, que ao cicatrizarem podem levar a deposição excessiva de tecido fibrótico o Traumatismo externo → fratura pélvica, arma branca ou de fogo o Traumatismo iatrogênico → cateterismo vesical, endoscopia, cirurgias o Ou infecção → uretrite gonocócica e uso prolongado de cateteres vesicais de demora o Inflamações crônicas, de tuberculose/esquistossomose por ex, eventualmente causam o Pode ser congênita Fisiopatologia • Como há restrição ao fluxo urinário, ocorre dilatação da uretra proximal e dos ductos prostáticos • Pode haver hipertrofia do músculo detrusor, devido ao maior esforço para esvaziamento vesical • Obstruções prolongadas e graves podem causar infecções, descompensação da JUV, refluxo, hidronefrose, IR, fístulas uretrais e abscessos periuretrais Manifestações Clínicas • Diminuição do jato urinário é a manifestação mais frequente o Pode haver jato duplo ou em spray, assim como gotejamento pós-miccional • Polaciúria e disúria podem estar presentes como sintomas iniciais, além de ardência o Corrimento uretral crônico está associado à prostatite crônica ou cistite crônica o É raro haver retenção urinária aguda → geralmente associada à infecção ou obstrução uretral • O endurecimento uretral pode ser palpável → massas volumosas e sensíveis ao longo da uretra indicam abscesso periuretral • Pode haver fístulas uretrocutâneas Diagnóstico EXAMES LABORATORIAIS • Fluxometria urinária < 10mL/s o Avaliação da força do jato urinário → pcte urina num aparelho que mede o fluxo (ml/s) • Urocultura pode demonstrar piúria EXAMES DE IMAGEM • Uretrografia retrógrada • Cistouretrografia miccional → rx com a uretra preenchida de contraste → determina local e extensão • US, Uretroscopia Tratamento • Dilatação da área estenosada • Tratamento ambulatorial → dilatada com sondas uretrais plásticas de caibre progressivo o Tenta elastecer o tecido fibrótico → geralmente necessita de repetidas sessões • Alguns pctes aprendem a fazer autodilatação quando o procedimento tem que ser realizado em intervalos muito curtos. URETROTOMIA ENDOSCÓPICA • Um cistoscópio é introduzido pela uretra até o local da estenose o Uma lâmina do aparelho corta a região de fibrose ao longo do segmento estenótico, aumentando a luz da uretra • A maioria melhora dos sintomas durante algum tempo → mas só 30% ficam definitivamente curados o Muitos acabam tendo que repetir de tempos em tempos • É mais indicado para estenoses relativamente curtas (com menos de 1,5 cm). RECONSTRUÇÃO CIRÚRGICA • ≤ 2cm → o trecho estenosado pode ser extirpado e os cotos uretrais são unidos com pontos de sutura • ≥ 2 cm → pode-se rodar retalhos de pele da região para substituir o segmento doente do prepúcio. Câncer de Próstata • Malignidade não cutânea mais comum em homens → 2º maior CA causador de mortes em homens o É a única doença histológica com clínica variando desde indolência até agressividade fatal • No Brasil representa 30% das neoplasias → 68.220 casos (2018 - INCA) o Cerca de 14.484 mortes por ano → mortalidade de 15/100 mil • A maior parte do contingente é diagnosticada em países desenvolvidos (75%) → incidência aumentou nas últimas duas décadas → devido as práticas de screening adotadas • Dosagem de PSA permite a detecção precoce durante a fase assintomática Fatores de Risco • Idade → a incidência aumenta rapidamente a partir dos 40 anos, atingindo pico entre 65 e 74 • Etnia → risco em negros quase 2x maior, e menor incidência em asiáticos (muda se vem p ocidente) • HF → cerca de 85% dos Ca de próstata são esporádicos, mas em 15% há um risco aumentado por HF o Principalmente se parente de 1º grau e se a idade de diagnostico for < 55 • Mutações BRCA-1 e 2, e HPC-1 → a mutação autossômica dominante HPC-1 acarreta risco bem alto de ca de próstata, com maior chance de agressividade • IFG-1, dieta rica em gorduras e obesidade Vasectomia prévia, DSTs, tabagismo, etilismo não aumentam o risco • HPB não é fator de risco • Fatores PROTETORES → consumo de isoflavonoide genisteína (inibe a 5-alfa-redutase) presente em legumes, uso de estatinas ETIOPATOGENESE • Classificado em → lesão histológica clinicamente oculta ou “latente”, e doença clinicamente manifesta. • Existindo 2 passos na etiopatogênese dessa neoplasia → a iniciação e a progressão • São FR os eventos capazes de promover iniciação ou progressão do processo de transformação neoplásica da célula prostática. Alterações Genéticas • Modificações no DNA que são importantes nesse ca → a fusão dos genes TMPRSS2 e ERG, presentes no cromossomo 22 → encontrado em ate 50% o O primeiro tem sua expressão guiada por androgênios, e o segundo aumenta a ativação de oncogenes se expresso • A fusão ativa múltiplos oncogenes, em resposta aos androgênios → hormônios sexuais masculinos são importantes para progressão do ca de próstata o Se ocorre inibição da sinalização → involução do CA • Alterações genéticas no gene do receptor de androgênio podem ser associadas a progressão do Ca, parecendo estar implícito nas fases metásticas • A alteração epigenética mais comum do Ca de próstata (100% dos casos), é a hipermetilação do gene GSTP1 → ele codifica uma enzima que protege a célula do estresse oxidativo o A hipermetilação diminui os níveis de GSTP1 e aumenta a exposição do núcleo à ação de radicais livres → acelera o surgimento de mutações cumulativas o Parece muito implicar na iniciação do Ca de próstata FISIOPATOLOGIA • Pode-se dividir os cânceres de próstata em dois grupos → os de origem epitelial e de origem estromal • Quanto aos de origem epitelial podemos falar em adenocarcinoma acinar e não-acinar o O tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma acinar → 95% → 70% na zona periférica, alcançável pelo toque retal o Em > 80% a doença é multifocal ❖ Há uma lesão provavelmente precursora desse CA → HGPIN (high grade prostatic intraepitelial neoplasia) • Morfologicamente as células malignas não são muito diferentes das células prostáticas normais e podem passar despercebidas → diagnostico microscópico difícil o A primeira vista, as células tumorais tem padrão glandular → no MO, as glândulas neoplásicas são menores e agrupam-se com maior proximidade, com pouca ou nenhuma ramificação • Camada externa de células basais está tipicamente ausente nas glândulas malignas, e não há pleomorfismo celular acentuado o Achado patognomônico → INVASÃO PERINEURAL • Existe uma lesão que às vezes é descrita nos laudos denominada proliferação atípica de pequenos ácinos (ASAP) → quando descrita na ausência de câncer, deve-se repetir a biópsia em 6-8 semanas Escore de GLEASON • Sistema usado para avaliar o grau de diferenciação do adenocarcinoma prostático → analisa a citoarquitetura tecidual em 5 graus distintos • Esse escore se relaciona com o comportamento biológico do tumor e com o prognóstico o Grau 1 é o mais diferenciado → mais “parecido” com o tecido normal, com formação de glândulas contidas dentro de nódulos o Grau 5 é o menos diferenciado → sem formações glandulares, apenas células “soltas” infiltrando o estroma ou formando cordões e ninhos Por ser uma doença multifocal, geralmente é encontrado 2 graus distintos na mesma biópsia → pontuação é dada pela sua soma → vai de 2 (muito raro) a 10 o Se tiver grau 3 principal e 4 secundário = 7 o Se houver só um grau, tipo o 5, a soma dá pelo dobro do valor (5+5=10) o Quando 3+ padrões, são usados para o cálculo o padrão dominante e o mais indiferenciado, Adenocarcinomas Não Acinares • Adenocarcinoma ductal apresenta um pior prognóstico → 0,4-0,8% o Quando se forma em ducto periférico, a apresentação é semelhante ao acinar → quando ducto periuretral é acometido, o quadro se parece mais com o deum tumor de uretra • Às vezes o Ca assume padrão escamoso de diferenciação → mesclando elementos adenomatosos → tumor adenoescamoso • Alguns tumores desenvolvem células altamente secretivas → carcinoma coloide da próstata • A variante de pequenas células é rara, porém acarreta o pior prognóstico de todos • Raramente tem origem em células do estroma glandular → sarcomas e linfomas são os principais • O tumor que mais comumente invade a próstata durante sua evolução é o Ca de bexiga, seguido do câncer de reto FORMAS DE DISSEMINAÇÃO ❖ LOCAL → compromete estruturas periprostáticas como as vesículas seminais e a base da bexiga (onde pode causar obstrução urinária) ❖ LINFÁTICA → ocorre 1º para linfonodos obturadores e dps para para-aórticos ❖ HEMATOGÊNICA → acomete preferencialmente o esqueleto axial → envolvimento de ossos longos e outros órgãos e tecidos também é comum o Maioria das metástases são osteoblásticas, com aspecto “branco” no RX → o achado de lesões desse tipo é sugestivo de Ca em homens > 50a MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Devido ao screening > 60% recebem diagnóstico quando ainda assintomático e restrita ao órgão • Sintomas miccionais obstrutivos aparecem quando há doença localmente avançada → crescimento para uretra/colo vesical o Hesitação, fluxo urinário intermitente, perda de F do fluxo → diferenciar de HPB o A coexistência de hematúria e hematoespermia apontam para ca de próstata • São indícios de disseminação linfática locorregional → surgimento de edema de MMII e sensação de desconforto pélvico ou perineal constante • Metástases ocorrem para os ossos na maioria e são frequentemente assintomáticas → pode haver dor intensa, fraturas patológicas ou compressão da MO (medula óssea) o No início costumam ser indolores, mas com o tempo tem queixas de dor óssea crônica e/ou aguda que vão se tornando mais freq. • Raras metástases viscerais podem ocorrer, acometendo pulmão, fígado, pleuras, peritônio e SNC • Os sinais clínicos associados incluem o PSA elevado em testes laboratoriais e um resultado anormal no exame do toque retal. Screening • Estratégias para detecção de uma doença em fases incipientes no indivíduo assintomático • Apesar da lógica de um screening, até hoje nenhum estudo demonstrou de forma incontestável que o diagnóstico precoce consegue reduzir a morbimortalidade nessa doença o 2 recentes ensaios clínicos de grande porte confirmaram que o screening efetivamente aumenta a taxa de detecção precoce → reduzindo a incidência de doença metastática ao diagnóstico ▪ Contudo, apenas o 1º demonstrou redução na mortalidade específica → nenhum mostrou diferença na mortalidade geral da população assintomática • Diversos marcadores tumorais vêm sendo testados para screening mais acurado → EPCA-2, TMPRSS2- ERG, CA-3 → nenhum deles até o momento foi validado ❖ Recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia • Screening feito em homens entre 50-75 anos, desde que expectativa de vida seja > 10 anos o Se alto risco (negros, historia familiar), começar aos 45 anos • Faz-se screening com PSA + TR o TR positivo (nódulo, induração) indica biópsia, independente do PSA o Valor referência do PSA para realização de biópsia é 4 ng/ml → para < 60 anos 2,5 ng/ml A periodicidade do screening é individualizada: o PSA < 1,0 ng/ml → fazer PSA + TR a cada 2-4 anos o PSA > 1,0 ng/ml, negros ou história familiar positiva → PSA + TR anualmente DIAGNÓSTICO • Mais de 60% são assintomáticos e o DX é estabelecido pelo rastreio do nível de PSA • Nódulo palpável ao toque retal digital é a 2ª causa clínica suspeita diagnóstica → biópsia Toque Retal • Detecta as lesões mais periféricas, localizadas nas faces lateral e/ou posterior da glândula o 25-35% dos CA se localizam em outras topografias e podem não ser percebidos • Positivo quando há nodularidade, induração ou assimetria lobar acentuada • Tem sensibilidade e especificidade baixa → valor preditivo de um TR (+) é 20-50% o Se faz biópsia se TR (+) mesmo que o PSA esteja normal • Tumores identificados pelo TR em geral já estão meio grandes → implica > chance de doença avançada PSA • É marcador específico de dano ao epitélio prostático, mas nem sempre significa CA • A principal função fisiológica do PSA é liquefazer o coágulo seminal → ela circula sob a forma livre, e complexado a uma antiprotease alfa-1 antiquimiotripsina ACT • Células malignas produzem menos PSA, mas os níveis séricos são elevados no Ca o Pela distorção na arquitetura do parênquima → aumenta a permeabilidade dos ductos prostáticos fazendo PSA secretado refluir para circulação Nas patologias benignas, o PSA costuma estar entre 4-10 ng/ml o Valores > 10 ng/ml são mais específicos para câncer → se muito altos (> 100) predizem existência de doença metastática • O TR simples sem massagem da glândula aumenta o PSA → pouco, então pode-se dosar após o TR o Após biopsia e RTU de próstata, tem que esperar 8-10 semanas o Idealmente deve-se evitar ejaculação 48h antes da coleta, pois pode aumentar o PSA o Após prostatectomia radical espera-se que o PSA se torne indetectável em 6 semanas → se voltar a subir, provavelmente indica recidiva tumoral. Biópsia Transretal da Próstata Guiada por USG • Método de escolha para confirmação histopatológica → pode ser feito ambulatorialmente, sem sedação o Se coleta 12 fragmentos, englobando todos os setores da próstata → e coletas adicionais caso exista mais áreas suspeitas (imagens hipoecoicas) não incluídas na técnica padrão • Na USG, o Ca de próstata é hipoecoico em 60%, isoecoico em 39% e hiperecoico em 1% • Indicado quando há nível alto de PSA, % de PSA livre < 25% ou anormalidade no toque retal Outros Exames TC DE ABDOME E PELVE • Indicada em pctes com maior risco de disseminação linfática → tumores T3/4, gleason > 8 e PSA > 10 • Pouco sensível para avaliar extensão extraprostática e envolvimento das vesículas seminais → razoável para avaliar comprometimento linfático da pelve e do abdome RNM COM SONDA ENDORRETAL • Método de escolha para avaliar de forma não invasiva a extensão extraprostática e envolvimento das vesículas seminais pelo tumor → avalia estadiamentos T e N • O tecido neoplásico fornece sinal hipointenso, em contraste com o parênquima glandular hiperintenso. CINTILOGRAFIA ÓSSEA (CO) • Método mais sensível para detecção de metástases esqueléticas → realizada só em pctes com maior probabilidade pré-teste de doença difusa • PSA >20 ng/ml, Gleason > ou = 8, tumor T3/T4, sintomas de metástase óssea TRATAMENTO • Tem que levar em conta a extensão da doença e as condições clínicas do pcte • Doença restrita à próstata (estágios I e II) → potencialmente curável c/ tratamento agressivo o Conduta Expectante, Prostatectomia Radical, Radioterapia Externa, Braquiterapia • Doença extraprostática (estágios III e IV) → base do tto é deprivação androgênica o Conduta no estágio III geralmente consiste na associação de medidas para doença localizada e para disseminada (cirurgia + hormonioterapia) o Paraefeitos mais comuns → impotência sexual e incontinência urinária Recidiva tumoral é avaliada pela curva do PSA → se ascendente, indica nova biópsia e pesquisa de metástase Doença com Risco Baixo / Intermediário • Vigilância em pctes com baixo volume da doença/Score Gleason < 6, e tempo de duplicação PSA lento • Privação de androgênio está sendo empregada em homens que desejam ser tratados, mas não querem passar/não elegíveis por prostatectomia ou radioterapia • Homens com T1/T2, com expectativa de vida > 10 anos e sem comorbidades significativas são candidatos à terapia local definitiva com CX ou radioterapia → sobrevida excelente Doença de alto risco • Gleason de 8-10, PSA >10, estágio T3 • Grande probabilidade de acometimento nodal e doença micrometastática → tratadoscom terapia local agressiva + ablação androgênica o A longo prazo, prolonga a sobrevida livra de doença em comparação com a radioterapia ❖ Doença Recorrente • 30-50% dos homens tratados com radioterapia/prostatectomia desenvolvem evidências de recidiva • O tempo de duplicação curto do PSA (<3-6 meses) está associado a maior chance de doença sistêmica ❖ Doença avançada • Ablação androgenal, melhorando sintomas e regressão da doença em 80-90% dos pacientes o Privação de androgênio pode ser obtida por orquiectomia ou castração clínica com agonista do hormônio liberador do hormônio luteinizantes (antagonistas LHRH) • Alguns antagonistas LHRH podem causar piora transitória dos sintomas durante a 1ª semana de tratamento → necessário aplicar antiandrogênio na primeira aplicação, prevenindo a hiperestimulação ❖ Tratamento paliativo • Diversos pctes com ca de próstata avançado apresentam dor óssea ou alterações funcionais que afetam adversamente a qualidade de vida o Além de analgésicos usuais, glicocorticoides servem como anti-inflamatórios e podem aliviar dor • Para pctes com metástases ósseas disseminadas e dor não controlada, estrôncio- 89 e samário-153 podem ser administrados IV → se concentram nas metástases ósseas e aliviam a dor em 70% Técnicas CONDUTA EXPECTANTE • Ideal para pctes com curta expectativa de vida por idade avançada ou comorbidades significativas → na vigência de fatores de bom prognostico como níveis menores de PSA, gleason 2-4... o Provavelmente não vão morrer pelo CA → não tem porque submeter aos riscos de tto agressivo • Preconiza acompanhamento regular com exame clínico + dosagem de PSA → repetição da biópsia se houver indícios de progressão da doença PROSTATECTOMIA RADICAL • Remoção completa da próstata e vesículas seminais • Linfadenectomia pélvica não é obrigatória em todos → recomendada para pctes com maior chance de metástases linfonodais o Se possível, preservar o feixe neurovascular posterolateral da próstata → preserva a ereção RADIOTERAPIA • Preferível para pctes de alto risco cirúrgico, pode ser de forma isolada ou combinada • Também pode ser feita como estratégia de “resgate” nos casos de margens cirúrgicas positivas ou recidiva bioquímica após a prostatectomia radical. o Radioterapia com feixes externos, braquiterapia (implante de sementes radioativas no interstício prostático) • Principais efeitos adversos → proctopatia e cistopatia induzida por radiação DEPRIVAÇÃO ANDROGÊNICA • Se metástases → cura pela cirurgia não é mais possível o Conduta prioritária é eliminar os hormônios androgênios → células tumorais prostáticas são inicialmente totalmente dependentes do estímulo desses hormônios • Tto “padrão-ouro” → orquiectomia bilateral (castração) → costuma não ser aceita pela maioria o Alternativas → agentes que diminuem produção de androgênios (inibidores do eixo hipotálamo- hipofisário gonadal) e agentes que bloqueiam o receptor de androgênio ❖ INIBIDORES DO EIXO HHG • Agonistas do GnRH (ex: goserelina, leuprolida) • Promovem estimulação sustentada de GnRH nas células da adeno-hipófise, deixando as células insensíveis ao GnRH → leva a menor síntese testicular de testosterona • Pode causar síndrome da deprivação androgênica → ondas de calor, fraqueza, fadiga, anemia, depressão, dislipidemia........ como se fosse a síndrome do climatério pós menopausa ❖ BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANDROGÊNIO • Flutamida, bicalutamida e nilutamida • Reduzem a estimulação androgênica do tecido prostático sem reduzir os níveis séricos dos hormônios • A incidência da síndrome da derivação androgênica diminui → pctes preferem → mas o ideal é não fazer monoterapia com elas QUIMIOTERAPIA • Mesmo com resposta satisfatória desses ttos, muitos pctes evoluem para fase “castração-resistente”. • Quimioterapia com docetaxel, mitoxantrona, dasatinib, cabazitaxel Prognóstico • Quanto mais avançada a doença, menor a chance de cura • Não há meios confiáveis de se predizer sua história natural → variabilidade individual Disfunção Erétil • Dificuldade de conseguir / manter uma ereção com turgência peniana suficiente para alcançar atividade sexual satisfatória • Atinge cerca de 10-52% da população masculina, de acordo com a sua causa FISIOLOGIA DA RESPOSTA SEXUAL MASCULINA • A função sexual masculina exige LIBIDO INTACTA → relaciona-se com o desejo sexual e é influenciada estímulos visuais, olfatórios, táteis, auditivos, imaginativos e hormonais o Testosterona atua para aumento da libido o Pode estar diminuída por distúrbios hormonais ou psiquiátricos e por efeito de medicamentos CAPACIDADE DE ALCANÇAR E MANTER A EREÇÃO PENIANA EJACULAÇÃO DETUMESCÊNCIA → depende do aumento do fluxo sanguíneo para a rede lacunar, acompanhado do relaxamento completo das AA e musculatura lisa dos corpos ❖ A ereção ocorre através do relaxamento das fibras musculares lisas dos corpos cavernosos → com maior fluxo sanguíneo arterial e vasodilatação das artérias lacunares • A distensão dos espaços lacunares causa a compressão do plexo venoso subalbuginial → aumenta a pressão intracavernosa com acumulo de sangue e causa rigidez peniana o O normal é os corpos cavernosos se tornarem cilindros não compressíveis dos quais o sangue não escapa • O óxido nítrico induz relaxamento vascular e promove a ereção → promove o relaxamento da musculatura lisa peniana, pelo aumento intracelular de GMPc, que diminui Ca++ intracelular o É sintetizado a partir de L-arginina e liberado do estoque nervoso autônomo não adrenérgico não colinérgico (NANC) → atuando sobre as células musculares lisas com estimulação pós-juncional. • Prostaglandina E1 o faz através do aumento intracelular de AMPc ❖ No tecido cavernoso peniano, a fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) é a responsável pela hidrólise do GMPc → retorna o pênis ao estado flácido • O pênis permanece em estado de flacidez devido à semicontração da musculatura intracavernosa o Devido à atividade miogênica intrínseca, neurotransmissão adrenérgica e fatores de contração • Durante o estado de flacidez peniana, há menor fluxo sanguíneo através das artérias cavernosas e seus ramos helicinais → permite melhor fluxo através do plexo subalbuginial e suas veias emissárias • A resposta erétil é mediada pela inervação central (psicogênica) e periférica (reflexogênica) o Nervos sensoriais de receptores na pele do pênis e glande o Fibras nervosas parassimpáticas chegam ao pênis emergem de S2-S4. o Inervação simpática origina-se de t11 até l2 • Os impulsos neurais para o tônus dos mm lisos são fundamentais para o início e manutenção da ereção. No SNC → núcleos paraventricular, paragigantocelulares e hipocampo estão ligados à ereção • Entre os neurotransmissores relacionados à sexualidade e ereção, estão: o Excitatórios → dopamina, acetilcolina, protanoides, oxitocina, peptídeo vasointestinal (VIP) o Inibitórios → peptídeos opioides, endotelinas, noradrenalina Ejaculação • É estimulada pelo SNS → gera contração do epidídimo, ducto deferente, vesículas seminais e próstata → provocando a entrada do líquido seminal na uretra. • A emissão do líquido seminal é seguida de contrações rítmicas dos mm bulbo cavernoso e isquio cavernoso → provocando a ejaculação ❖ EJACULAÇÃO PRECOCE → geralmente relacionada com ansiedade ou é um comportamento adquirido • Ejaculação que ocorre sempre ou quase sempre antes de 1 min após penetração → além de incapacidade de retardar a ejaculação em quase todas as penetrações • É sensível à terapia comportamental ou a tratamento com medicamentos → inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), e inibidores da PDE5 ❖ EJACULAÇÃO RETRÓGRADA → ocorre quando o esfíncter uretral interno não se fecha • Pode ocorrer em homens que têm DM ou após cirurgia que envolva o colo dabexiga. ❖ EJACULAÇÃO RETARDADA E ANORGASMIA • Dificuldade persistente e recorrente de ejacular após estímulo sexual suficiente • Anorgasmia ocorre quando o indivíduo não consegue atingir o orgasmo → abuso de bebidas alcoólicas, psicotrópicos, hipogonadismo, culpa e ansiedade de ejacular... • Anejaculação → pode resultar da não produção do sêmen por agenesia das vesículas seminais e da próstata, obstrução dos ductos ejaculatórios, ou por extirpação cirúrgica desses órgãos ❖ DETUMESCÊNCIA → mediada pela norepinefrina dos nervos simpáticos, endotelina da superfície vascular • E pela contração da musc lisa induzida por receptores α-adrenérgicos • Aumenta o fluxo de saída venoso e restabelecem o estado flácido. • O extravasamento venoso pode provocar detumescência prematura → causado por relaxamento insuficiente da musc lisa dos corpos, e não por um defeito anatômico específico. ❖ PRIAPISMO → ereção persistente e dolorosa • Pode estar associado à anemia falciforme, aos estados de hipercoagulação, traumatismo raquimedular ou à injeção de agentes vasodilatadores no pênis EPIDEMIOLOGIA • Não é considerada parte normal do processo de envelhecimento → associada a alterações fisiológicas e psicológicas relacionadas com a idade • Incidência é maior em portadores de certos distúrbios clínicos → DM, obesidade, HPB, HAS o Tabagismo, medicamentos usados no tto do DM ou de DCV • Condição bastante prevalente na população masculina, com ênfase maior naqueles com mais idade • O impacto da disfunção erétil vai além do desempenho físico sexual → afeta a qualidade de vida e relacionamento de um casal, pode ter sérios efeitos na autoestima e autoconfiança do homem... FISIOPATOLOGIA • Pode advir de 3 mecanismos básicos → dificuldade de iniciação (psicogênica, endócrina ou neurogênica) o Dificuldade de enchimento (arteriogênica) o Dificuldade de manter o volume sanguíneo adequado na rede lacunar (disfunção venoclusiva Mecanismo Psicogênica • Relacionado a estresse emocional, coerção sexual, coerção pré-puberal, problemas de relacionamento, problemas com emprego, depressão, insatisfação com a vida, pessimismo o Atinge 70% dos jovens com DE e cerca de 35% dos idosos • Estímulos psicogênicos na medula sacra podem inibir respostas reflexogênicas → bloqueando ativação dos impulsos vasodilatadores para o pênis • Estimulação simpática excessiva no homem ansioso pode aumentar o tônus da musc lisa peniana • Causas + comuns de DE psicogênica → ansiedade quanto ao desempenho, depressão, conflito na relação, perda de atração, inibição sexual, etc Mecanismo Orgânico VASCULOGÊNICO • Causa orgânica mais comum é distúrbio do fluxo sanguíneo de entrada e saída do pênis • Doenças arteriais, aterosclerótica ou traumática → podem diminuir fluxo para espaços lacunares, levando a menor rigidez do pênis e maior tempo necessário para que ereção esteja completa o A disfunção erétil é marcador para possível comprometimento cardíaco na doença aterosclerótica → problemas de caráter erétil são desencadeados pelos mesmos FR para doença aterosclerótica • Alterações estruturais dos componentes fibroelásticos dos corpos cavernosos podem causar perda da complacência e incapacidade de comprimir veias da túnica → pode decorrer de envelhecimento o Por entrecruzamento aumentado das fibras de colágeno induzido por glicosilação não enzimática o Hipoxemia, ou alteração da síntese de colágeno associada à hipercolesterolemia • O endotélio contribui nos processos de ereção e detumescência → o principal neurotransmissor liberado é o óxido nítrico (NO), responsável pela ereção. o Vasodilatador que atua no relaxamento das fibras mm lisas dos vasos por influenciar o GMPc o Os níveis de NO nos corpos cavernosos podem ser influenciados pelos androgênios NEUROGÊNICA • Distúrbios que afetam medula espinal sacral ou fibras autonômicas dirigidas ao pênis impedem o relaxamento do m liso peniano pelo SN e provocam DE. • Traumatismo raquimedular, esclerose múltipla, neuropatia periférica, cirurgias pélvicas... ENDÓCRINA • Disfunção hormonal pode alterar a libido e a ereção peniana → hipogonadismo, hiperprolactinemia, disfunção tireóidea o Deficiência androgênica do envelhecimento masculino também é causa de disfunção → por baixos níveis de testosterona circulante • Diabetes → DE ocorre em 35-75% dos homens com DM, aparecendo mais precocemente o Mecanismos relacionados c/ complicações vasculares e neurológicas associadas ao DM o O grau de disfunção é associado a um controle glicêmico insatisfatório, idade, tabagismo e de acordo com a duração da doença diabética • Sedentarismo é deletério a função erétil → pctes que deixam o hábito possuem prevalência da condição de apenas 9% enquanto nos que permanecem sedentários atinge 30% • Obesidade e sobrepeso também atuam negativamente sobre o desempenho erétil MEDICAMENTOSA • DE medicamentosa ocorre em 25% homens atendidos em ambulatórios • Efeitos adversos relacionados com terapias farmacológicas são aditivos, especialmente em idosos o DIU tiazídico, betabloqueador, agonistas do GnRH, antagonistas de H2, espironolactona o Antidepressivos e antipsicóticos (neurolépticos, tricíclicos e ISRSs), estrogênios Mecanismo Misto • Muitos fatores contribuem → diminuição da pressão de enchimento pode acarretar extravasamento venoso secundário • Causas diabéticas, ateroscleróticas e relacionadas c/ drogas são responsáveis > 80% em homens idosos DIAGNÓSTICO • Na anamnese investigar situação sexual, psicológica e social o Abordar o uso de medicamentos e doenças associadas o Pesquisar fatores de risco associados → HAS, tabagismo, uso de drogas, DM, traumas perineais... • Relatar história sexual → qualidade, frequência e duração das ereções • Além de alterações da libido, orgasmo, masturbação e ejaculação → pode-se usar o International Index of Erectile Function (IIEF), com 15 questões para que o paciente preencha o Uma versão simplificada apresenta 5 questões e classifica a disfunção em ▪ Severa (5-7 pontos), moderada (8-11), leve a moderada (12-16), leve (17-21), e sem disfunção (22-25) Exame Físico → geral o Analisar caracteres sexuais secundários o Pesquisar integridade dos sistemas vascular, nervoso e endócrino Exames Laboratoriais → glicemia, perfil lipídico, dosagem de testosterona e prolactina Outros Exames o Teste da ereção fármaco-induzida (TEFI), com papaverina ou prostaglandina E1 o US com Doppler ou arteriografia, para semiologia vascular o Testes de tumescência norturna (Rigiscan) • A avaliação psiquiátrica ou por profissionais da saúde mental auxilia no diagnóstico e tratamento TRATAMENTO Orientação do Paciente • A orientação do pcte e parceira é fundamental → facilita a compreensão da doença, dos resultados dos testes e da escolha do tratamento o A discussão das opções terapêuticas ajuda a esclarecer como o tratamento pode ser mais eficiente e a estratificar as terapias como 1ª e 2ª linha • Pctes problemas relacionados com estilo de vida de alto risco, devem ser informados sobre a participação desses fatores no desenvolvimento de DE o Dados sugerem que tto voltado p fatores de risco/comorbidades podem melhorar a função erétil • As terapias atualmente usadas incluem inibidores da fosfodiesterase tipo 5 VO, terapias com injeção, com testosterona, dispositivos penianos e psicoterapia • As decisões devem ser tomadas levando em consideração as preferências e expectativas dos pctes Inibidores da PDE5 • Vasodilatadores que impedem a ação da PDE5 → torna o GMPc ic elevado e mantém a ereção • São efetivos para varias causas, incluindo a psicogênica, diabética, vasculogênica, pósprostatectomia... o Sildenafila → dose inicial de 50mg, 1h antes da atividade sexual → efeito clínico de até 5h o Vardenafila → dose inicial de 10mg, 25-60min antes daatividade sexual → efeito de até 10h3o o Tadalafila → dose inicial de 20mg, 30-60min antes da atividade sexual → efeito de até 36h o Iodenafila → tem ação 17-20min após sua administração, com efeito de até 18h (dose- dependente) → nacional • A suplementação de testosterona associada pode ser benéfica na melhora da função erétil em homens com hipogonadismo e DE que não tenham respondido bem ao uso isolado do inibidor de PDE-5i • Esses medicamentos não afetam a ejaculação, o orgasmo ou o impulso sexual → efeitos colaterais incluem cefaleia (19%), rubor facial (9%), dispepsia (6%) e congestão nasal (4%). o PDE-5i estão contraindicados para homens tratados com nitrato para doença cardiovascular Auto-Injeção Intracavernosa de Drogas Vasoativas • Prostaglandina E1 (PGE1) → rápida metabolização intracavernosa, com latência de 15min → dor! • Trimix (PGE1, fentolamina, papaverina) → pequenas doses de cada, praticamente sem efeito colateral MUSE (Medicated Urethral System for Erection) • Aplicador uretral que contém um comprimido com PGE1, absorvido pela mucosa uretral e transportado até os corpos cavernosos → aplicar 15min antes do ato sexual Implante de Prótese Peniana • Próteses maleáveis (fio de prata revestido por silicone) ou infláveis (mecanismo hidráulico FÁRMACOS ALFA BLOQUEADORES Mesilato de Doxazosina • Indicado para o tto dos sintomas clínicos da HPB, e tto da redução do fluxo urinário associada → HPB grave pode levar à retenção urinária e danos renais • Um componente estático e um dinâmico contribuem para os sintomas e a redução do fluxo o O componente estático é associado ao aumento do tamanho da próstata causado pela proliferação de células musculares lisas do estroma prostático o O dinâmico está associado ao aumento no tônus muscular liso na próstata e colo da bexiga ▪ Tônus mediado pelo adrenoreceptor alfa-1, presente no estroma e cápsula prostática e colo da bexiga • O bloqueio do adrenoreceptor alfa-1 diminui a resistência uretral e pode aliviar a obstrução e os sintomas • Uso de doxazosina em pctes com HPB sintomática resulta em melhora significativa na urodinâmica e nos sintomas associados FINASTERIDA • Usada em baixas doses para tto da alopecia androgênica → aumenta crescimento e previne queda o Altas doses para tto de CAP e HBP • É um inibidor competitivo e específico da 5-D-redutase tipo II, formando um complexo enzimático → o turnover desse complexo é lento (t½ a 30 dias) • A inibição dessa enzima bloqueia a conversão periférica da testosterona ao androgênio diidrotestosterona (DHT) → redução das concentrações séricas e teciduais de DHT • Esses inibidores da 5-alfa-redutase visam reduzir o volume glandular e o componente físico responsável pela obstrução da uretra o Pela sensibilidade do epitélio glandular à DHT, medidas que diminuem o efeito desse mediador tendem a promover uma regressão da massa glandular. o Na dose usual, diminui ~30% do volume da glândula após 6 meses de tto, aliviando os sintomas em 35-40% • A finasterida é uma droga segura, com pouca interação farmacológica e raros efeitos colaterais. • Efeitos no PSA e Detecção de Câncer de Próstata → ainda não foi demonstrado benefício clínico em pctes com câncer de próstata tratados com finasterida ❖ Os folículos capilares contêm a 5-D-redutase do tipo II → em homens com alopecia androgênica, a área calva possui folículos capilares miniaturizados e quantidades aumentadas de DHT • A administração de finasterida diminui as concentrações de DHT no soro e no couro cabeludo → inibe o processo da miniaturização dos folículos capilares, levando à reversão do processo de calvície CITRATO DE SILDENAFILA – VIAGRA • Indicado para disfunção erétil → para que o fármaco seja eficaz, é necessário estímulo sexual • Não exerce efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos, mas melhora o efeito do NO através da inibição da fosfodiesterase tipo5 → responsável pela degradação do GMPc o Quando a estimulação sexual causa a liberação local de óxido nítrico, a inibição da PDE5 causada pela sildenafila aumenta os níveis de GMPc nos corpos cavernosos o Causando relaxamento da mm lisa e influxo de sangue nos corpos cavernosos. • PDE5 não está só no pênis, também no m. liso arterial dos pulmões → pode ser usada na HA pulmonar • Contraindicado → uso de nitrato •
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