Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

www.esab.edu.br
Responsabilidade 
Social e Ambiental
rafael
Rectangle
Responsabilidade Social 
e Ambiental
Vila Velha (ES)
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro estudante,
Seja bem-vindo à disciplina Responsabilidade Social e Ambiental. Esse é um tema 
bastante discutido atualmente, tendo em vista que existe uma preocupação geral 
em relação ao nosso padrão de desenvolvimento. Mas essa preocupação tem 
fundamento? Parece que sim. Podemos observar a nossa forma de implantar as 
cidades. Elas são instaladas sem conservar elementos ambientais, tais como rios, 
vegetação e animais, necessários para a sustentabilidade. Adicionalmente, temos 
que considerar o lixo e o esgoto que produzimos, e também o consumo dos recursos 
naturais – água, minérios, madeira etc. – necessários para produzir os bens de 
consumo. Essas questões atualmente são evidentes porque somos muitos! A Terra já 
não é mais um planeta imenso e aparentemente sem limites, mas um espaço finito, 
do qual fazemos parte e dependemos.
Se buscarmos refletir sobre as causas dos conflitos ambientais, nos depararemos 
com uma questão anterior, a desconexão do ser humano consigo mesmo, e depois 
com a natureza. Por isso, ao falarmos de meio ambiente, o tema da responsabilidade 
social está entrelaçado! Não é possível resolvermos as questões ambientais sem 
antes, ou conjuntamente, resolvermos os problemas sociais. O ser humano é a causa 
da degradação e também a solução para esse problema. Diante da estruturação 
das relações sociais, cidadãs e políticas, poderemos redefinir um padrão sustentável 
de vida. Pense nisso e vamos agora nos debruçar mais detalhadamente sobre o 
tema. Vamos aprender os principais elementos envolvidos e como podemos aplicar 
a responsabilidade social e ambiental como ferramenta para a construção de um 
mundo novo e melhor.
Nesta disciplina, trabalharemos com base em Brito e Câmara (1998); Melo Neto 
(2001); Tachizawa (2011); Arantes e Halicki (2011); Bucley, Salazar-Xirinachs e 
Henriques (2011); Gelman e Parente (2008); Stadler e Maioli (2011); Alencastro 
(2010) e Nascimento, Lemos e Mello (2008).
Bom estudo!
Objetivo
Conhecer os principais elementos do tema responsabilidade social e ambiental, 
de modo que possamos compreender de que forma estamos envolvidos com o 
assunto pessoalmente, na sociedade e no trabalho.
Habilidades e competências
• Expressar-se adequadamente no que se refere aos temas da responsabilidade 
social e do meio ambiente do ponto de vista do administrador. 
• Apresentar uma visão clara sobre os itens envolvidos no processo de gestão da 
responsabilidade social e ambiental. 
• Ter uma visão ampla sobre diferentes tipos de empresas e seus desafios com o 
tema da responsabilidade social e ambiental.
• Compreender os desafios envolvidos com a temática da responsabilidade social e 
meio ambiente.
• Dominar linguagens utilizadas no contexto da gestão ambiental e da 
responsabilidade social.
• Entender processos e implicações da implantação da responsabilidade social e 
ambiental no ambiente corporativo.
Ementa
Problemática ambiental e social. Gestão da responsabilidade social. Gestão 
ambiental e desenvolvimento sustentável. Estratégias, modelos e organizações 
voltados para o meio ambiente e a responsabilidade social. Normas, série ISO 
14000. Normas da Responsabilidade Social. Temas relevantes sobre tendências 
tecnológicas, sociais e ambientais.
Sumário
1. Conceitos ambientais ......................................................................................................6
2. Principais problemas ambientais ..................................................................................14
3. Cultura ambientalista: história e personalidades ..........................................................19
4. Políticas públicas de meio ambiente no Brasil ...............................................................26
5. Responsabilidade social: introdução e conceitos ...........................................................30
6. Responsabilidade social: história e diferentes visões .....................................................36
7. A ética na aplicação da responsabilidade social e ambiental .........................................42
8. O papel das pessoas dentro da organização na condução do processo de 
responsabilidade social e ambiental ............................................................................48
9. A empresa e seus stakeholders no contexto da responsabilidade socioambiental .........54
10. Gestão ambiental e social: enfoque global ....................................................................58
11. Normas da série ISO 14000 – meio ambiente ...............................................................65
12. Norma ISO 14001 – meio ambiente .............................................................................71
13. Normas orientadoras da responsabilidade social: AA 1000 e ABNT NBR 16001 .............77
14. Normas orientadoras da responsabilidade social: SA 8000 e ISO 26000 ........................85
15. Gestão socioambiental: desafios para sua implantação ................................................90
16. Gestão socioambiental: gerenciamento ........................................................................95
17. Investimentos e índices de sustentabilidade ...............................................................102
18. Rotulagem ambiental no contexto dos negócios verdes .............................................107
19. Responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva ...............................................114
20. Responsabilidade socioambiental e o setor varejista ..................................................119
21. Estratégias de gestão socioambiental – parte I ...........................................................124
22. Estratégias de gestão socioambiental – parte II .........................................................131
23. Estratégias de gestão socioambiental – parte III ........................................................137
24. A internet como instrumento de divulgação de responsabilidade 
social e ambiental .......................................................................................................143
Glossário ............................................................................................................................150
Referências ........................................................................................................................159
www.esab.edu.br 6
1 Conceitos ambientais
Objetivo
Apresentar os conceitos de meio ambiente, ecologia, recursos 
naturais e desenvolvimento sustentável.
Olá, caro estudante, vamos começar o nosso estudo? Vamos navegar pelo 
universo da responsabilidade social e ambiental e descobrir tudo que 
tem de interessante e importante sobre o tema, que vai ajudá-lo a estar 
mais bem preparado para o mercado de trabalho. Antes, é importante 
conversarmos um pouco sobre as razões de você estudar esta disciplina. 
A responsabilidade social e ambiental é um dos grandes desafios, não 
somente das empresas no século XXI, mas da população em geral. Os 
conceitos, regras e as ferramentas de gestão que operam neste ambiente 
têm características próprias e contextos de aplicação que merecem sua 
atenção para serem compreendidos.
Esses são temas que fazem parte do planejamento estratégico das 
empresas ou de políticas públicas governamentais, que de uma forma 
ou de outra atingem todos dentro de uma instituição, e você faz ou fará 
parte disso em breve.
1.1 Conceitos
Segundo a legislação brasileira, meio ambiente “[...] é o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
(BRASIL, 1981 apud BRITO; CÂMARA,1998, p. 85). Essa informação 
pode ser conferida no texto da Lei nº 6.938/81, que instituiu a Política 
Nacional de Meio Ambiente.
Você já tinha parado para pensar como é amplo e complexo o meio 
ambiente? Estamos falando de toda a vida que existe no planeta, do 
www.esab.edu.br 7
meio no qual ela acontece e das interações existentes. Por isso, dizemos 
que todos estão envolvidos com as questões ambientais em todas as 
circunstâncias, seja em nossas casas, seja no trabalho ou em momentos de 
lazer.
Para você construir uma imagem mais completa, vamos nos aprofundar 
mais um pouquinho no assunto? Podemos dividir a Terra em três grandes 
regiões: a litosfera, camada superficial sólida da Terra, composta de 
rochas e solo, acima do nível das águas; a hidrosfera, ambiente líquido; e 
a atmosfera, camada de ar que envolve a Terra. É nessas três regiões que 
se desenvolve a biosfera, ou seja, a vida do planeta.
 
Atmosfera Hidrosfera
Biosfera
Crosta Terrestre
Figura 1 – Biosfera.
Fonte: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/biosfera/imagens/biosfera5.jpg>.
Na crosta do planeta Terra, ou litosfera, ocorrem as principais atividades 
humanas. As rochas e o solo são elementos utilizados pelo homem para 
construção de moradias, para a agricultura, a construção de rodovias, 
a exploração de minerais para os mais diversos fins industriais ou 
farmacêuticos. É na crosta também que estão as florestas, os campos e 
outras diversas formações.
www.esab.edu.br 8
Corteza
Astenosfera
Manto superior
Manto inferior
Moho
Litosfera
Figura 2 – Litosfera.
Fonte: < http://biologiaygeologia4eso.files.wordpress.com/2012/06/litosfera.jpg>.
A hidrosfera compreende os rios, os lagos, as lagoas, os mares e todas as 
águas subterrâneas, as águas salobras, o gelo e o vapor de água existentes 
no planeta. A abundância de água na Terra é uma característica que lhe 
deu o apelido de “Planeta Azul”. Aproximadamente 70% (67% de água 
do mar e 3% de água doce) da Terra é coberta de água e somente 30% 
dela é exposta. Praticamente todos os ambientes aquáticos possibilitam 
o surgimento e o desenvolvimento de seres vivos, pois a maior parte da 
vida na Terra encontra-se inclusive nos oceanos e em outros ambientes 
aquáticos. Acompanhe na Figura 3 a distribuição da água pelo planeta 
Terra.
O planeta tem 1,4 bilhão de quilômetros
cúbicos de água (10,4 bilhões de litros)
0,04%
Atmosfera
0,36%
Lagos, rios
e pântanos
22,4%
Subsolo
77,2% Geleiras e
calotas polares
97,5%
Mares e oceanos
(água salgada)
2,5% (água doce)
 
Figura 3 - Distribuição da hidrosfera.
Fonte: <http://www.tiberiogeo.com.br/paginas.php?pagina=a_hidrosfera#prettyPhoto>.
www.esab.edu.br 9
A atmosfera é uma camada de gases que envolve a Terra. O ar consiste 
em 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 1% de argônio e 0,03% de 
dióxido de carbono, além de outros gases menos significativos, entre 
os quais se encontram os gases do efeito estufa, como o vapor d’água, 
metano, óxido nitroso e ozônio. 
Termosfera
Mesosfera
Estratosfera
Troposfera
(Mesopausa)
80km
(Estratopausa)
50km
(Tropopausa)
15km
Figura 4 – Camadas da atmosfera.
Fonte: <commons.wikimedia.org>.
Composição da atmosfera terrestre
= 20,9%O2
= 78,1%N 2
Outros= 1,0%
(Ar, CO , Ne, He)2
Figura 5 – Composição da atmosfera.
Fonte: <pontociencia.org.br>.
www.esab.edu.br 10
Para sua reflexão
Imagine as tantas paisagens existentes em nosso 
planeta, a diversidade da fauna, da flora, das 
estações do ano, enfim, toda a variedade de vida e 
suas cadeias. Diante disso, você se sente parte da 
natureza ou se considera um ser à parte? 
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores. 
Com o objetivo de estudar as interações dos seres vivos entre si e seu 
ambiente, a sua distribuição e abundância, surgiu a ecologia. A palavra 
ecologia tem origem no grego oikos, que significa casa; e logos, estudo. 
Portanto, ecologia significa o estudo da casa, ou, de forma mais genérica, 
do lugar onde se vive.
Desenvolver a ciência da ecologia, conhecer as leis que regem os ciclos 
da natureza e deparar-se com seus mistérios permite ao ser humano 
conhecer o meio ambiente e ter maior consciência e prudência em 
relação aos efeitos que provoca na natureza em decorrência do tipo 
de desenvolvimento. Por outro lado, a ecologia também nos ajuda a 
ter respostas sobre o tipo de desenvolvimento compatível com o meio 
ambiente.
Você está compreendendo o tema? Agora que conhecemos os conceitos 
de meio ambiente e de ecologia, vamos ver o significado do termo 
desenvolvimento sustentável? A comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, no seu relatório publicado em 1987, conhecido 
como Relatório Brundtland, afirma que o desenvolvimento sustentável 
é aquele que consegue atender às necessidades do momento sem 
comprometer as necessidades das futuras gerações.
www.esab.edu.br 11
Segundo Brito e Câmara (1998), desenvolvimento sustentável é um 
modelo de desenvolvimento que leva em consideração os fatores 
econômicos, de caráter social e ecológico, de modo equilibrado. Parte da 
constatação de que os recursos naturais têm uma oferta limitada, e por 
isso devem ter sua reposição permanente assegurada.
Por meio dessas definições, podemos concluir que o desenvolvimento 
sustentável é um tipo de desenvolvimento em que a economia, as 
empresas e os mercados consumidores têm preceitos compatíveis com a 
manutenção do equilíbrio da natureza. Teríamos que conceber um tipo 
de vida que não poluísse os rios, mantivesse as matas em quantidade 
suficiente para o desenvolvimento e a preservação das espécies. Enfim, 
o ideal seria utilizássemos da Terra e seus recursos naturais somente o 
necessário para a manutenção de nossa vida e que deixássemos eles em 
quantidades suficientes para as futuras gerações. 
Agora você consegue compreender mais claramente as implicações do 
desenvolvimento sustentável, não é mesmo? 
Em parágrafo anterior, comentamos sobre os recursos naturais, mas qual 
é a definição desse termo? 
Os recursos naturais são os bens existentes na natureza aproveitáveis pelo homem, 
como as plantas, os animais, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar; o solo e o subsolo; o carvão vegetal e mineral; o ouro, o ferro, o 
calcário; o petróleo e outros elementos existentes na natureza. (BRITO; CÂMARA, 
1998, p. 28) 
Portanto, quando falamos de algum elemento da natureza sob o ponto 
de vista da utilização pelo homem, podemos defini-lo como recurso 
natural. Um rio pode ser denominado recurso natural, do qual extraímos 
água, energia hidrelétrica, alimento e também o utilizamos como via 
de transporte de carga e pessoas. O meio ambiente nos fornece muitos 
recursos naturais por meio dos seus ciclos – primavera, verão, outono 
e inverno –, ele se recompõe e nos oferece recursos de que precisamos 
para viver. Dentro do seu ritmo, ele recicla seus elementos e mantém o 
equilíbrio do sistema natural. 
www.esab.edu.br 12
Você já parou para pensar que não existe nada inútil na natureza? 
As folhas das árvores, por exemplo, quando estão atadas nos galhos, 
cumprem seu papel realizando a fotossíntese, alimentando a árvore 
e proporcionando o seu crescimento, reciclam o ar da atmosfera, 
fazem sombra e algumas ainda servem de alimento para os animais. 
Ao caírem do galho e se depositarem no chão, continuam sendo úteis 
ali, compõem a matéria orgânica do solo, servem de alimentos para 
pequenos organismos e protegem o solo da erosão provocada pelas 
chuvas. Ali ficam até se decomporem em elementos tão pequenos que 
serão novamente absorvidos pela árvore e voltarão a cumprir seu papel, 
ou vão fazer parte de outro sistema vivo, mas certamente esses elementos 
da folha da árvore continuarão sendo úteis à natureza.
Você já havia parado para pensar de forma tão minuciosa sobre esse 
assunto? Quando um biólogo ou engenheiro ambiental, por exemplo, 
fala sobre ecologia, sustentabilidadee os desafios que temos pela frente, 
estão falando a partir desse ponto de vista, pois profissionais como eles 
estudaram esses processos da natureza e sabem de suas necessidades 
e complexidades. Quando ocorre a interferência humana, esses 
especialistas avaliam a dimensão do impacto e procuram elencar todas 
as consequências dessas intervenções. Em uma grande escala, como 
a de uma cidade, por exemplo, ou de uma grande área de agricultura 
ou pecuária, a intervenção nos processos naturais torna-se mais ampla 
e, neste caso, caberia a aplicação de regras que garantissem, de forma 
segura, o equilíbrio natural.
Contudo, o nosso tipo de desenvolvimento não concebeu ainda essa 
harmonia ou uma maneira menos impactante de crescer e se desenvolver. 
Em decorrência desta inabilidade em conceber o desenvolvimento 
sustentável, temos hoje assuntos como as mudanças climáticas, que 
segundo a organização não governamental World Wildlife Fund for 
Nature (WWF) é outro nome para aquecimento global, decorrentes do 
lançamento de gases do efeito estufa (GEEs), principalmente o dióxido 
de carbono (CO2), na atmosfera, formando uma camada sobre a Terra 
que impede a saída de radiação solar e contribui para o aumento da 
temperatura no planeta (WWF apud STADLER; MAIOLI, 2011). 
Sabemos que há um grande desafio para nós como educadores ou futuros 
educadores em transmitir aos nossos alunos os problemas ambientais e 
www.esab.edu.br 13
as possíveis soluções, bem como as prevenções, fomentando a criação 
de uma consciência ecológica. Na próxima unidade, veremos um pouco 
mais de perto essa questão dos problemas ambientais. 
Saiba mais
Nesta unidade, foi apresentado o Relatório 
de Brundtland. Para saber mais sobre esse 
documento, acesse o conteúdo disponível clicando 
aqui.
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/91
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/91
www.esab.edu.br 14
2 Principais problemas ambientais
Objetivo
Descrever os principais problemas ambientais e os principais desafios 
para o alcance da sustentabilidade.
Esta unidade busca apresentar os principais problemas ambientais da 
atualidade. Geralmente, essa não é uma forma muito pedagógica de 
encaminhar um assunto no âmbito das relações humanas, não é mesmo? 
Ninguém gosta de escutar críticas e geralmente as pessoas reagem mal 
a situações como essa. Todavia, quando o tema é meio ambiente, ele 
geralmente está envolto por críticas e, portanto, não seria justo da nossa 
parte se deixássemos de apresentá-las para você. Desta forma, você 
pode refletir sobre elas e construir suas próprias argumentações sobre o 
assunto, ao pesquisar e observar mais cada elemento.
2.1 Problemas ambientais
Vamos começar com o tema que finalizamos a unidade anterior, a 
mudança climática – aquecimento global. Segundo Stadler e Maioli 
(2011), o aquecimento global contribui para o derretimento das 
geleiras, o que ocasiona o aumento do nível dos oceanos, as mudanças 
nas correntes marítimas, a irregularidade de chuvas e secas no mundo 
inteiro, gerando problemas na agricultura, entre outros. O Painel 
Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) informou em seu 
relatório de 2007 que ainda é possível reverter o aquecimento global se 
diminuirmos entre 50% a 85% as emissões de CO2 até 2050 (2007 apud 
STADLER; MAIOLI, 2011). 
O tema da mudança climática está envolto em muita discussão e as 
informações e os dados podem aparecer diferenciados dependendo da 
fonte consultada. Essa divergência sobre o tema pode ser explicada por 
se tratar de uma questão de abrangência global e por existirem muitos 
interesses envolvidos. 
www.esab.edu.br 15
Vejamos agora o problema do crescimento populacional desordenado. 
Stadler e Maioli (2011) nos relatam que em 2009 foram registradas 6,8 
bilhões de pessoas no planeta e a previsão para 2050 é de que seremos 
9 bilhões. Há quem considere que a Terra tem condições de sustentar 
essa população, mas pelo fato de ela não estar distribuída de uma forma 
equânime, estando mais concentrada em países subdesenvolvidos, não 
será possível oferecer condições de vida adequadas a esse contingente 
humano.
De acordo com Stadler e Maioli (2011), outro problema ambiental da 
nossa época é a exploração exacerbada dos recursos. Segundo os autores, 
existe uma exploração exagerada dos recursos marinhos, hídricos, 
florestais, entre outros, o que demonstra a tese de que a atual produção 
industrial não é mais viável, pois, como dissemos anteriormente, os 
recursos são finitos. 
A escassez de água é outro problema mundial. A ONG Tearfund alerta 
que “[...] duas em cada três pessoas poderão ficar sem água em todo o 
mundo até 2025. Como a maior utilização de água é na agricultura – 
cerca de 70% –, a falta de água ocasionará um aumento do custo de 
alimentos” (STADLER; MAIOLI, 2011, p. 123). O problema não 
é precisamente a falta de água, mas o acesso restrito à água potável. 
A maioria dos principais rios que banham os estados brasileiros, por 
exemplo, está poluída em razão de a água utilizada nas indústrias, nas 
residências, nos shopping centers, no comércio, nos matadouros, na 
mineração, voltar para os rios sem tratamento. Brito e Câmara (1998) 
comentam adicionalmente que o uso desordenado de fertilizantes, 
agrotóxicos e pesticidas na agricultura faz com que esses elementos sejam 
levados pelas enxurradas para os leitos dos rios. Outro fator causador da 
poluição é o lixo doméstico e hospitalar, que em sua maioria não recebe 
tratamento adequado. 
Considerando simultaneamente o crescimento populacional, a 
superexploração dos recursos naturais e a poluição das águas, podemos 
perceber que medidas precisam ser tomadas nesses três aspectos a fim 
de evitar cenários de crise. Todavia, não são medidas de fácil assimilação 
pela população em geral. 
www.esab.edu.br 16
Para sua reflexão
Você pode imaginar como as pessoas reagiriam 
se o governo limitasse seu direito de ter quantos 
filhos quiser? Você pensa que seria fácil frear o 
consumo atual da sociedade? Ou ainda, como 
você acha que um problema de poluição instalado 
desde que se iniciou o processo de industrialização 
e nunca resolvido seja solucionado em curto 
espaço de tempo? 
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores. 
Assim, muitos ambientalistas argumentam que somente a educação vai 
salvar o planeta. Precisamos que as pessoas compreendam por si mesmas 
os problemas e desafios ambientais que temos pela frente e que, imbuídas 
da consciência de seu papel no processo, movam-se na direção de fazer 
sua parte e contribuir para o todo.
Analisemos agora os problemas na área da saúde. As novas doenças que 
causam epidemias – legionelose, SARS, AIDS – e o retorno de outras 
doenças, como dengue, febre amarela, doença de Chagas, são 
indicações do desequilíbrio existente entre os seres humanos e a 
natureza. Para Stadler e Maioli (2011), atualmente a mobilidade cada 
vez maior de pessoas e cargas coloca muitos seres humanos em contato 
com micro-organismos patogênicos capazes de causar doenças 
infecciosas. 
Para os autores, outro setor que sofre grandes ameaças é a biodiversidade. 
A quantidade de espécies ameaçadas de extinção chega, no caso 
brasileiro, a 472. No mundo, acredita-se que chegue a mais de 13 mil 
o número de espécies que estão em risco de extinção. O desmatamento
e a erosão do solo, resultados de uso inadequado da terra, provocam 
um impacto muito grande no funcionamento dos rios, gerando 
desequilíbrios entre as espécies. 
www.esab.edu.br 17
Segundo Brito e Câmara (1998), os registros de inundações nas 
cidades são cada vez mais frequentes, destruindo casas, prédios, pontes 
e provocando o desbarrancamento de morros. Nos campos, os rios 
transbordam, inundam e destroem lavouras e pastos, e tudo isso é 
resultado da utilização inadequada da terra e da falta de proteção 
ambiental. O uso do solo de forma desordenada é um dos maiores 
problemas queencontramos nas cidades, especialmente aqui no Brasil. 
Adicionalmente a todos os problemas decorrentes disso, já citados, 
temos a questão do trânsito, da falta de áreas de lazer, bem como a 
fragmentação ou até mesmo o aniquilamento dos sistemas naturais.
Como pudemos pontuar, vimos que os problemas ambientais são 
muitos. Todavia, as pessoas que têm visão proativa sobre o assunto 
conseguem enxergar grandes oportunidades de trabalho e geração de 
renda empreendendo ações que visem resolver os problemas ambientais. 
Veja o caso da 3M Company, empresa multinacional norte-americana de 
tecnologia diversificada que abarca seis grupos de negócio. Desde 1975, 
evitou o lançamento de 270 mil toneladas de poluentes na atmosfera 
e 30 mil toneladas de efluentes nos rios e, além disso, conseguiu 
economizar mais de US$ 810 milhões no combate à poluição nos 60 
países onde atua. Você não acha isso interessante? Outro exemplo é o da 
empresa Scania Caminhões, que contabiliza uma economia em torno de 
R$ 1 milhão com programas de gestão ambiental. Ela conseguiu reduzir 
8,6% do seu consumo de energia, 13,4% no de água e 10% no volume 
de resíduos produzidos apenas no ano de 1999 (TACHIZAWA, 2011). 
A gestão inteligente dos problemas ambientais representa, a curto, médio 
ou longo prazos, ganhos diretos aos poluentes responsáveis. Toda a 
degradação representa uma perda, essa é a nova visão que está sendo 
construída na área ambiental, não por imposição ou marketing, mas 
por ser fato, seja para as pessoas, o Estado ou as empresas. Pensar em 
termos da sustentabilidade e da resolução dos problemas ambientais gera 
economia e melhores perspectivas para o futuro de forma simultânea.
www.esab.edu.br 18
Estudo complementar
Leia o artigo intitulado “A interferência humana” 
do Projeto Mudanças Climáticas e Mídia, anotando 
as informações que achar interessantes para os 
seus estudos nesta disciplina. Disponível clicando 
aqui. 
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/652
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/652
www.esab.edu.br 19
3 Cultura ambientalista: história e personalidades
Objetivo
Relacionar brevemente a história da cultura ambientalista e algumas 
de suas personalidades.
Vamos continuar o nosso estudo? Nesta unidade apresentaremos fatos 
históricos que apresentam, por intermédio de exemplos, os riscos ao meio 
ambiente em decorrência de atividades econômicas desenvolvidas sem os 
cuidados de segurança necessários. Em seguida, citaremos personalidades 
que fizeram parte da história da construção do movimento ambientalista 
e, ao final, os principais eventos realizados pela ONU e protocolos 
decorrentes dessas reuniões internacionais para discutir ações em relação 
à proteção e conservação ambiental. 
3.1 Registros de fatos históricos
Começamos apresentando alguns acidentes ambientais que ocorreram 
ao longo da história e que tiveram repercussão mundial. Conhecer esses 
acontecimentos é importante para nos alertar que, quando se desenvolve 
uma atividade que utiliza produtos perigosos, todo controle da segurança 
se faz necessário. Faremos agora um panorama pelo mundo para 
conhecer alguns desses acidentes.
Stadler e Maioli (2011) relatam que no ano de 1984, na cidade de 
Bhopal (Índia), quarenta toneladas de gases tóxicos vazaram da indústria 
Union Carbide Corporation. Estimou-se que apenas na primeira semana 
8 mil pessoas morreram. A empresa abandonou o país e pagou ao 
governo da Índia, por meio do novo proprietário, a Dow Química, uma 
indenização irrisória. Infelizmente, estima-se que mais de 150 mil pessoas 
continuam a sofrer com doenças que foram provocadas pelo acidente. 
www.esab.edu.br 20
Os autores contam ainda que no ano de 1979, na central nuclear Three 
Mile Island, nos Estados Unidos, e no ano de 1986, em Chernobyl 
(na antiga União Soviética), ocorreram dois acidentes nucleares que 
provocaram a morte de centenas de pessoas e trouxeram consequências 
que duram até os dias de hoje. 
No ano de 1952, em Londres (Inglaterra), um nevoeiro causado pela 
poluição do ar matou mais de 1.600 pessoas. No ano de 1956, na baía 
de Minamata (Japão), ocorreu uma intoxicação por mercúrio, causada 
pela poluição industrial lançada por mais de 40 anos nesse lugar. O fato 
repercutiu em inúmeras doenças à população local que consumia peixes 
e frutos do mar da localidade (STADLER; MAIOLI, 2011). Neste caso, 
podemos ver que o problema, tratado como acidental, na verdade foi 
provocado por uma atitude negligente que persistiu ao longo de 40 anos. 
Podemos ver que foram necessárias quatro décadas e a morte de muitas 
pessoas para que o lançamento de mercúrio fosse cessado nesse local.
Gases tóxicos, metais pesados e elementos radioativos foram utilizados 
de forma negligente e causaram doenças, mortes e poluição ambiental 
ao longo da história. Se você for pesquisar, verá que existem inúmeras 
regulamentações legais para uso dessas substâncias hoje em dia. Portanto, 
é importante termos consciência de que, quando nos deparamos com um 
regramento legal vasto e inúmeras normas técnicas que regulamentam as 
atividades industriais ou de produção de energia, todo esse cuidado tem 
fundamento técnico e é embasado, muitas vezes, em experiências trágicas 
do passado. Por isso, tais medidas não podem ser negligenciadas.
3.2 Personalidades
Para contrabalançar os fatos negativos que acabamos de ver, 
apresentamos agora duas histórias interessantes de ambientalistas e 
também de uma instituição que deixou sua marca na história desse 
movimento.
Stadler e Maioli (2011) nos contam sobre a história da bióloga marinha 
Rachel Carson (1907-1964) e o pesticida conhecido como DDT. Carson 
tinha acesso a inúmeros estudos que foram realizados sobre a aplicação 
www.esab.edu.br 21
do DDT e escreveu uma série de artigos sobre o assunto. Neles ela 
demonstrou que esse pesticida se acumulava ao longo da cadeia alimentar 
e que, quando aplicado em uma lavoura, por exemplo, matava insetos 
durante muito tempo depois da aplicação e, por não ser solúvel em água, 
era direcionado para rios e lagos quando chovia, causando sérios riscos à 
população e aos animais que utilizassem essas águas.
Como resultado do trabalho dessa cientista e ambientalista, ocorreu 
uma importante mudança sobre o controle do Estado nas atividades das 
empresas. Ao invés de os defensores da natureza terem de provar que 
os produtos das empresas eram prejudiciais, foram os fabricantes que 
passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros para a 
saúde e o meio ambiente (STADLER; MAIOLI, 2011).
A história de Rachel Carson nos serve como um exemplo de uma atitude 
corajosa de quem está comprometido com a verdade e nos inspira a 
ficarmos mais críticos ao avaliar o desenvolvimento tecnológico, no 
sentido de não somente olharmos pelo lado que nos beneficia, mas 
também avaliarmos todos os possíveis efeitos do uso dos novos produtos 
desenvolvidos. 
Convém relatar que, segundo Stadler e Maiolo (2001), o povo egípcio 
conhecia o petróleo e sua propriedade combustível muito tempo antes 
de nós, mas abdicaram do seu uso por considerarem que não seria bom 
para sua civilização. Os egípcios viveram durante milênios à beira de um 
grande rio, o Nilo, e não foi a degradação ambiental que limitou seu 
império. 
Stadler e Maioli (2011) apresentam outra personalidade interessante. 
Trata-se de René Jules Dubos (1901-1982), biólogo microbiologista 
francês com cidadania americana. Atuou na descoberta de inúmeros 
antibióticos que ajudaram na criação da vacina do Bacilo Calmette-
Guérin (BCG) contra a tuberculose. Dubos compreendia como ninguém 
a interação existente entre os micróbios e o ser humano. Por analogia de 
seus estudos com os microrganismos, passou a estudar a interação entre o 
ser humano e o planeta Terra. 
www.esab.edu.br 22
Preocupado com a forma com que a população vinha tratando o 
meio ambiente, Dubos era extremamente otimista em relação ao 
futuro e acreditava que o homem conseguiria solucionaros problemas 
existentes, pensamento que deu origem ao movimento conhecido como 
cornucopiano, que defendia que o ser humano, diante de dificuldades, 
sempre encontra um meio ou uma nova tecnologia que auxilia na 
resolução dos problemas decorrentes (STADLER; MAIOLI, 2011).
A visão otimista de Dubos e do movimento cornucopiano merecem 
algumas considerações. O potencial inteligente do ser humano é algo que 
deve ser admirado e estimulado em nossa sociedade. Certamente reside 
em nós uma real capacidade de promover o sadio desenvolvimento da 
sociedade. No entanto, sobre esse assunto, é importante considerar que 
quando se trata de questões ambientais, estamos falando de algo muito 
amplo, composto por elementos que fogem ao nosso controle e até 
mesmo ao nosso conhecimento. 
Observe este exemplo: em uma determinada época, os antigos 
romanos julgavam que o Sol era uma tocha gigantesca que iluminava 
o universo. No século XIX, afirmava-se entre os cientistas que o Sol 
era uma enorme massa de carvão incandescente; no começo do século 
XX, comparavam-no a um imenso arco voltaico; e em nossos dias, a 
ciência afirma que o Sol é um forno atômico e que seu combustível 
fundamental é o hidrogênio. Com esse exemplo, mostramos a você que 
o nosso conhecimento sobre as coisas pode estar muito restrito ao que 
conseguimos conceber em um determinado momento e que existem 
muitas coisas que ainda não conseguimos explicar na natureza e que, 
portanto, o otimismo é sadio com uma boa dose de prudência associada. 
Devido a sua ampla visão, Dubos foi escolhido junto com Bárbara Ward 
para redigir o relatório da Primeira Conferência das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Eles 
escreveram juntos o livro “Uma Terra somente: a preservação de um 
pequeno planeta” (1973 apud STADLER; MAIOLI, 2011). 
Você já ouviu falar sobre o Clube de Roma? Stadler e Maioli (2011) 
nos contam que essa ONG foi constituída por expoentes cientistas, 
estadistas, banqueiros, industriais e empresários de todo o mundo. 
www.esab.edu.br 23
Buscando analisar a situação mundial, a organização contratou, em 
1969, uma equipe de pesquisadores do Massachusetts Institute of 
Technology (MIT) para realizar uma pesquisa sobre o futuro do planeta. 
Essa previsão com soluções para o futuro foi publicada com o título de 
“Os limites do crescimento”, em 1972. Ele indicava que, no ritmo de 
crescimento daquela época, a humanidade corria sérios riscos para sua 
sobrevivência, já que estavam se esgotando os recursos naturais existentes 
devido ao aumento da população mundial, o que exigia uma produção e 
um consumo cada vez maiores de energia e alimentos, o que, por sua vez, 
geraria mais poluição e desemprego. Demonstrou também à sociedade e 
à comunidade empresarial que existe sim um limite para o crescimento 
de nossa espécie.
3.3 Principais eventos promovidos pela ONU
A sequência de problemas ambientais ocasionados pela forma como o 
homem explorava a Terra e as pressões de grupos ambientalistas acabaram 
persuadindo a ONU a convocar uma série de conferências internacionais 
para tratar a questão.
No ano de 1968, foi realizada em Paris (França) a Conferência 
da Biosfera. Ela deu início a um debate internacional sobre o 
meio ambiente. Quatro anos mais tarde, em 1972, ocorreu a 
Primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, 
reunindo 250 ONGs e 113 países em um grande embate entre nações 
desenvolvidas e emergentes, como era o caso do Brasil (STADLER; 
MAIOLI, 2011).
Segundo os autores, em 1992 aconteceu no Rio de Janeiro a 
Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, conhecida como Eco 92, na qual 178 países se 
reuniram e debateram sobre o meio ambiente e propuseram uma série 
de convenções e tratados para tentar resolver o problema ocasionado 
pela exploração desenfreada dos recursos naturais e pelo aumento 
da poluição. Os objetivos da Eco 92 eram examinar a situação 
ambiental mundial desde 1972 e o que ocorrera desde então; auxiliar 
www.esab.edu.br 24
a transferência de tecnologias não poluentes, principalmente para 
países desenvolvidos e emergentes conhecerem as diversas estratégias 
que foram congregadas nos processos de desenvolvimento nacionais 
e internacionais; buscar o estabelecimento de um sistema cooperativo 
internacional para socorro em emergências e na previsão de novas 
ameaças ambientais; e por final, a Eco 92 propôs uma reavaliação 
dos organismos da ONU responsáveis pelo meio ambiente e suas 
capacidades de fazer cumprir as decisões tomadas. 
Essa conferência teve uma conotação política e social muito mais 
relevante que sua edição anterior, resultando nas seguintes declarações do 
Rio de Janeiro sobre o meio ambiente e o desenvolvimento: Declaração 
de Princípios sobre Florestas, Convenção sobre Mudanças Climáticas, 
Convenção da Biodiversidade, Agenda 21 e Carta da Terra (STADLER; 
MAIOLI, 2011).
A partir da Eco 92, foram elaborados dois protocolos:.
• protocolo de Kyoto: assinado por 180 países, estabeleceu que os 
países industrializados deveriam reduzir a emissão de gás carbônico 
para diminuir o efeito estufa, devendo chegar em 2012 com níveis 
5,2% inferiores aos de 1990 (STADLER; MAIOLI, 2011). Em 
2012, na 17ª Conferência da ONU para mudanças climáticas, que 
aconteceu em Durban (África do Sul), o Protocolo de Kyoto foi 
renovado até 2017. O novo protocolo, que começou a vigorar em 
2013, tem a participação de menos países com a saída de Rússia, 
Japão e Canadá;
• protocolo de Cartagena: trata da biossegurança e entrou em 
vigor em 2003. Menciona o movimento dos transgênicos entre os 
países, assegurando que a manipulação de organismos vivos pela 
biotecnologia não cause efeitos danosos à diversidade ambiental 
e à saúde do ser humano. No Brasil, entrou em vigor em 2004 
(STADLER; MAIOLI, 2011).
www.esab.edu.br 25
Esses protocolos formalizaram o compromisso de seus países signatários 
de gerenciar, de forma mais adequada e segura, duas questões ambientais 
importantes para o desenvolvimento sustentável do nosso planeta. Tais 
acordos tocam muito na questão política, e este será o tema da nossa 
próxima unidade.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
www.esab.edu.br 26
4 Políticas públicas de meio ambiente no Brasil
Objetivo
Pontuar as principais políticas ambientais brasileiras.
Você vai agora conhecer as políticas públicas ambientais que foram 
promulgadas em nosso País desde o início do século XX até os tempos 
atuais, como forma de atender às demandas de gestão dos problemas 
ambientais por parte do Estado. O governo reagiu a essa demanda 
instituindo leis e decretos que regulamentaram aspectos importantes. 
Vamos conhecê-los? 
4.1 Política ambiental brasileira
Segundo Stadler e Maioli (2011), podemos considerar que a política 
ambiental brasileira teve início com a publicação, na primeira metade do 
século XX, de alguns documentos, como o Código de Caça, o Código 
Florestal, o Código de Minas e o Código de Águas, feitos pelo governo 
Vargas, a criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil, em 
1937, e da legislação sobre tombamento do patrimônio cultural. 
Barbieri (2007) define política pública ambiental como o “[...] 
conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o poder 
público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente” 
(BARBIERI, 2007 apud STADLER; MAIOLI, 2011, p. 125). Portanto, 
as políticas públicas ambientais são instrumentos legais que deram 
“forma”, gestão, às demandas ambientais no Brasil.
Em 1981, o Congresso Nacional Brasileiro aprovou a Lei nº 6.938, a 
qual dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Ela visou a dar 
umcaráter formalizador aos outros textos legais sobre o meio ambiente, 
instituindo instrumentos que viabilizassem a prática da gestão ambiental 
www.esab.edu.br 27
por parte dos órgãos públicos. Essa lei criou o que se denominou de 
Sistema Nacional de Meio Ambiente, cuja sigla é SISNAMA.
O SISNAMA é composto pelos órgãos da União, estados e municípios 
que possuem atribuições na gestão ambiental pública. A estrutura do 
SISNAMA é muito similar em todos os três níveis. Podemos visualizar 
essa estrutura da seguinte forma:
CONAMA
(conselho Nacional
de Meio Ambiente)
IBAMA
ICMBio
Conselho de Governo Ministério do MeioAmbiente
Órgãos
estaduais
Órgãos
municipais
CONSEMA
(conselho Estadual
de Meio Ambiente)
CONDEMA
(conselho Municipal
de Meio Ambiente)
Figura 6 – Constituição do SISNAMA.
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
Em relação ao sistema, saiba que os conselhos de meio ambiente dão 
suporte técnico, julgador e normativo aos órgãos executivos de meio 
ambiente nas três esferas da federação. Os órgãos executivos são aqueles 
com os quais as empresas irão se relacionar de forma mais frequente 
e direta. Além disso, esses órgãos são responsáveis por fiscalizar o 
cumprimento da legislação ambiental nas empresas e por fazer o 
licenciamento ambiental. Stadler e Maioli (2011) explicam que existem 
grandes dificuldades para conciliar os interesses públicos e privados 
relacionados à questão ambiental, e o governo se viu imbuído com a 
demanda de estabelecer instrumentos explícitos de políticas públicas 
ambientais, conhecidos como instrumentos de comando e controle. 
Os principais instrumentos de comando e controle compõem o que 
definimos como a fiscalização ambiental e o licenciamento ambiental 
de atividades potencialmente poluidoras. Você já ouviu falar sobre essas 
atividades? 
www.esab.edu.br 28
Por intermédio do licenciamento ambiental, os órgãos públicos de 
meio ambiente regulam a instalação e operação de diversas atividades 
potencialmente poluidoras (conceito legal), tais como: indústrias, 
loteamentos, mineração, estações de tratamento de água e esgoto, 
aterros sanitários etc. Trata-se de um procedimento de solicitação de 
emissão de licença ou autorização, a ser realizado pelos empreendedores 
junto ao poder público, em que se requer as licenças ambientais desde 
a concepção da atividade, passando pelo seu projeto, construção e 
operacionalização. Nesse processo, os técnicos ambientais dos órgãos de 
governo avaliam de forma prévia a adequação legal do empreendimento 
proposto à legislação ambiental, solicitando adequações e alterações de 
projeto sempre que necessário. 
A fiscalização é um instrumento corretivo, utilizado nos casos em que 
são observados descumprimentos da legislação ambiental por parte 
de qualquer membro da sociedade. Imbuídos do poder de polícia, os 
funcionários dos órgãos ambientais têm o poder de embargar obras, 
exigir cumprimento dos limites toleráveis de poluição ou ainda apreender 
artefatos utilizados em ações que configuram crimes ambientais.
Na sequência à política ambiental, temos a criação de uma série de 
leis que vieram auxiliar na proteção ambiental, como o caso da Ação 
Civil Pública em 1985, da Resolução do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (Conama) sobre Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e dos 
Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA) em 1986, do Gerenciamento 
Costeiro de 1988 e do IBAMA em 1989. Em 1988, foi promulgada 
a atual Constituição Federal brasileira, que representou um avanço 
relevante na questão ambiental, dedicando-se o Capítulo VI da Carta 
Magna inteiramente ao meio ambiente. Vejamos: 
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. (BRASIL, 1988 apud STADLER; MAIOLI, 2011, p. 130)
A década de 1990 iniciou com a aprovação da legislação sobre Política 
Agrícola em 1991, tratando em seguida da Engenharia Genética em 
1995 e da utilização dos Recursos Hídricos em 1997. A lei sobre os 
www.esab.edu.br 29
Recursos Hídricos instituiu mecanismos interessantes de gestão da água, 
como a cobrança pelo uso e a necessidade de autorização do Estado para 
o uso da água para diversas atividades. A nova resolução do Conama 
sobre Licenciamento Ambiental entrou em vigor em 1997, a lei sobre 
Crimes Ambientais em 1998 e, em 1999, tivemos a publicação da 
Política Nacional de Educação Ambiental. O século termina com a 
aprovação da Lei sobre Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza, conhecida como lei do SNUC. Em 2001, temos a aprovação 
do Estatuto da Cidade (STADLER; MAIOLI, 2011).
Como você pôde conferir, o Brasil tem um suporte legal bastante amplo 
para tratar da questão ambiental. Tudo que está em lei deve ser respeitado 
pela população, e é neste sentido que encontramos alguns pontos de 
entraves entre o governo e o cidadão, entre o cidadão e o empresário. 
Na prática, temos diversas situações em que os parâmetros de proteção 
estabelecidos por lei não são cumpridos pelos cidadãos. São exemplos 
de parâmetros usualmente descumpridos: as áreas de preservação 
permanente, os parâmetros de qualidade de lançamento de efluentes e a 
preservação da Mata Atlântica. 
As dificuldades em cumprir com a legislação em relação aos parâmetros 
de lançamento de efluentes é observada em todos os centros urbanos. 
Podemos ver esgotos sendo lançados diretamente nos rios e basta chover 
um pouco mais para nos depararmos com o mau cheiro provindo das 
galerias pluviais das ruas e avenidas. 
Esses conflitos entre a lei e a prática são o reflexo dos hábitos do homem 
moderno, em que o discurso e a prática se distanciam tanto que não é 
possível reconhecer um valor moral no discurso da maioria das pessoas, 
gerando uma insegurança generalizada. Na próxima unidade, trataremos 
da responsabilidade social. Bom estudo!
Estudo complementar
Acesse a Lei nº 6.938 e leia-a na íntegra. 
Disponível clicando aqui.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm
www.esab.edu.br 30
5 Responsabilidade social: introdução e conceitos
Objetivo
Mostrar a origem da responsabilidade social nas empresas e os 
principais conceitos envolvidos.
Vamos agora introduzir o tema da responsabilidade social. É importante 
adquirir conhecimento sobre ele, pois é um aspecto complementar 
ao tema desenvolvimento sustentável, que foi tratado nas unidades 
anteriores. Vamos entender o contexto em que ele está inserido.
5.1 Origem e atualidade
Assim como a questão da responsabilidade ambiental surge dentro de um 
contexto de sérios problemas decorrentes do modo de funcionamento 
das empresas, o tema da responsabilidade social também surge dentro de 
um universo de conflitos.
Ao considerarmos o processo de desenvolvimento das atividades 
empresariais, pode-se perceber que o mesmo não foi acompanhado 
por uma preocupação para com a sociedade. A tese do liberalismo 
econômico, cujo maior representante foi Adam Smith, economista 
escocês do século XVIII, era contrária à intervenção do Estado na 
economia. Para o liberalismo, o Estado deveria apenas dar condições 
para que o mercado seguisse de forma natural seu curso. Considerou-se 
que os agentes econômicos são movidos por um impulso de crescimento 
e desenvolvimento econômico pessoal, que no contexto macro traria 
benefícios para toda a sociedade, uma vez que a soma desses interesses 
particulares promoveria a evolução generalizada e um equilíbrio perfeito.
O liberalismo considerou que a preocupação com o bem-estar social 
seria assegurado pelo Estado e que as atividades econômicas não teriam 
responsabilidade alguma sobre a questão. Todavia, na prática, as atividades 
www.esab.edu.br 31
econômicas conquistaram um poder tão grande na sociedade que 
superaram a capacidade de atuação do Estado, e a questão social acabou 
desprovida de “alguém” respondendo por suas demandase necessidades.
Vamos observar o que aconteceu com o movimento de globalização 
da economia pautado no liberalismo econômico. Esse fenômeno está 
relacionado ao aumento do poder dos grupos privados multinacionais 
em relação às estruturas corporativas locais. 
Segundo Melo Neto e Froes (2001), os grupos multinacionais 
caracterizaram-se por proceder com a relocalização das atividades 
produtivas, partindo de uma visão da disponibilidade de recursos materiais, 
humanos e financeiros, de modo que os custos de produção caíssem e 
a lucratividade fosse sempre maior. A ideologia do bem-estar social e a 
filosofia do pleno-emprego cederam lugar ao novo modelo de globalização. 
Corroborando para agravar as consequências desse modelo de conduta 
nos negócios, encontramos os governos dos países focados em gerar 
mais renda em seu território, sem terem claras as necessidades sociais 
importantes, como respeito aos direitos humanos e preservação das 
culturas locais. Principalmente nos países mais pobres, foram abertas as 
portas às empresas multinacionais, com sua lógica própria, sem impor-
lhes as devidas condições de adaptação.
Diante dessa situação, a sociedade começou a sentir-se desfavorecida 
e começou a questionar a ética dessas corporações. O Estado passou a 
ser questionado e alvo de inúmeras críticas ao seu desleixo para com a 
sociedade. Adicionalmente, segundo Tachizawa (2011), a sociedade, 
por meio de seu poder de influência neste processo, o poder de compra, 
demonstrou sua expectativa em interagir com organizações que fossem 
éticas, com boa imagem institucional no mercado, e que atuassem de 
forma ecologicamente responsável. 
Essas duas fontes de demanda para um reposicionamento das atividades 
econômicas frente às demandas sociais fizeram com que a ciência da 
administração movimentasse esforços por incluir em suas teorias e 
fundamentos a responsabilidade social por parte das empresas. Assim, foi 
institucionalizado o tema de uma vez por todas, com este novo enfoque.
www.esab.edu.br 32
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Ibope revela 
que 68% dos consumidores brasileiros estariam dispostos a pagar mais por um 
produto que não agredisse o meio ambiente. Dados obtidos no dia a dia evidenciam 
que a tendência de preservação ambiental e ecológica por parte das organizações 
deve continuar de forma permanente e definitiva; os resultados econômicos passam 
a depender cada vez mais das decisões empresariais que levem em conta a questão 
socioambiental. (TACHIZAWA, 2011, p. 5)
Portanto, segundo Tachizawa (2011), o executivo dos novos tempos 
precisa estar preparado para o desafio de harmonizar as preocupações 
socioambientais. A recompensa virá na forma de estratégias de negócios 
inovadoras, de uma liderança capaz de sensibilizar os diferentes públicos 
da empresa, de credibilidade para o esforço e de profundidade, que só se 
consegue quando a conduta baseia-se em princípios, quando o discurso e 
a prática são iguais.
Para o autor, o avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento 
humano por si só não produzem efeitos se a qualidade da administração 
efetuada sobre os grupos organizados de pessoas não permitir aplicação 
efetiva do potencial desses recursos humanos. A administração, com suas 
novas concepções, entre elas a dimensão da gestão socioambiental, está 
sendo considerada uma das principais chaves para a solução dos mais 
graves problemas que afligem atualmente o mundo moderno. 
5.2 Conceitos
Agora, vejamos alguns conceitos fundamentais. A ideia é que eles 
fiquem claros para você, o que permitirá compreender melhor suas 
leituras e também articular-se com o tema de forma mais apropriada. O 
primeiro deles, como não poderia deixar de ser, é o próprio conceito de 
responsabilidade social, já que vamos utilizar o conceito apresentado pela 
norma ISO 26000. 
Você já deve ter ouvido falar sobre a ISO, mas você sabe o que é a ISO? 
Trata-se de uma organização internacional com sede em Genebra na 
Suíça, cuja sigla significa International Organization for Standardization 
(Organização Internacional para Padronização). Ela é formada por 
www.esab.edu.br 33
integrantes de diversos países e representantes dos diferentes setores 
econômicos. A reunião dessas pessoas gira em torno da elaboração de 
normas internacionais sobre diversos temas, tais como meio ambiente 
e responsabilidade social. Você vai estudar mais sobre o assunto nas 
próximas unidades. 
Por enquanto vamos conversar sobre a norma ISO 26000, que define a 
responsabilidade social como a incumbência de uma organização pelos 
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, 
por meio de um comportamento ético e transparente que:
• contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive para a saúde
e o bem-estar da sociedade;
• leve em consideração as expectativas das partes interessadas
(stakeholders);
• esteja em conformidade com a legislação aplicável;
• seja consistente com as normas internacionais de comportamento;
• esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas
relações (INMETRO, 2010).
A norma ISO 26000 foi publicada em 2010 e representa o resultado 
de um processo amplo de debates com diversos especialistas e 
interessados sobre o tema. Podemos perceber que a definição do termo 
responsabilidade social veio deixar claro o papel esperado das corporações 
sobre essa questão. Você pode perceber que a definição abrangeu os 
aspectos que foram deixados de lado pelas corporações em um primeiro 
momento, em que somente a lógica econômica influenciou as decisões e 
os relacionamentos corporativos.
Mais adiante na disciplina, aprofundaremos nossa leitura sobre a norma 
ISO 26000. Por enquanto, faremos uso somente da definição do 
termo responsabilidade ambiental. Aguarde que mais elementos serão 
apresentados sobre essa norma.
www.esab.edu.br 34
Outro conceito que cabe esclarecer é o de filantropia e investimento 
social, você vai se deparar com eles ao estudar mais sobre o tema da 
responsabilidade social.
O Instituto Ethos, organização nacional referência em responsabilidade 
social criada para aglutinar empresas, instituições e conhecimento nesta 
área, indica que o 
Investimento Social estabelece o uso voluntário de recursos privados de maneira 
planejada, ou seja, a partir de um diagnóstico feito que resulte nos projetos sociais 
que beneficiarão a comunidade dentro de suas necessidades e expectativas. 
(ARANTES; HALICKI, 2011, p. 99)
Já filantropia trata de doações e assistencialismo, de atender a uma 
situação emergencial e pontual, como, por exemplo, promover doações 
para atender uma população afetada por uma enchente (ARANTES; 
HALICKI, 2011).
Portanto, segundo os autores, existe uma diferença expressiva entre 
filantropia e investimento social. Enquanto a filantropia está relacionada 
às doações de indivíduos ou empresas e não pressupõe qualquer 
contrapartida além do benefício social, o investimento social relaciona-se 
à gestão, incluindo monitoramento e retorno.
O tema está ficando mais claro para você? Por último, selecionamos 
o conceito de stakeholders para você conhecer, pois também é muito 
utilizado e, portanto, será útil.
O termo stakeholders é utilizado para denominar o público com o qual a empresa 
se relaciona e que, de alguma maneira, é afetado por suas operações, sejam elas 
de fabricação de produtos ou na prestação de serviços. Os stakeholders diretos de 
uma empresa são acionistas, funcionários, comunidade, fornecedores, clientes, 
meio ambiente, governo e sociedade. Contudo, ressaltamos alguns stakeholders 
que podemos considerar incluídos em “sociedade”, mas que precisam ser percebidos 
claramente devido ao seu papel junto às organizações. São eles: concorrência, mídia, 
instituições de ensino, organizações internacionais, ativistas, sindicatos e ONGs, entre 
outros. (ARANTES; HALICKI, 2011, p. 98)
www.esab.edu.br 35
Autores como Grayson e Hodges (2002 apud ARANTES; HALICKI, 
2011)afirmam que, para a implementação da estratégia empresarial, 
é importante considerar seus stakeholders. Além disso, cinco pontos 
principais devem ser avaliados com atenção para que o envolvimento dos 
stakeholders seja consistente e efetivo. São eles: 
• a garantia da abertura de um canal de comunicação que possibilite 
um diálogo;
• a capacidade de emitir uma mensagem sobre o assunto de forma que 
a empresa tenha credibilidade;
• o estabelecimento de parcerias com ONGs;
• a conquista da confiança do público através da consistência e 
coerência entre o discurso da organização e as ações que ela realiza;
• a utilização de uma linguagem de fácil acesso que garanta a 
compreensão do público.
Como você viu, a responsabilidade social é um tema para ser 
implementado na prática do dia a dia das organizações, e para isso deve 
ser internalizada por cada funcionário. Trata-se de estabelecer uma 
cultura de preocupação com o bem-estar das pessoas, o que envolve 
desde saber escutar e observar o outro, conhecer suas necessidades e 
características, até ter atitudes e projetos que vão ao encontro dessas 
demandas.
Estudo complementar
Acesse o site do Instituto Ethos clicando aqui e 
leia a parte referente à sua missão, sua visão, 
aos seus princípios e compromissos e à sua carta 
de princípios. Nós vamos falar mais vezes dessa 
instituição, por isso sugerimos que você a conheça 
aos poucos.
http://www3.ethos.org.br/
www.esab.edu.br 36
6 Responsabilidade social: história e diferentes visões
Objetivo
Apresentar um pouco da história da responsabilidade social nas 
empresas e as diferentes visões que existem sobre o tema.
A ideia de responsabilidade social por parte das empresas, embora tenha 
tomado corpo apenas recentemente, já vem sendo concebida há bastante 
tempo, sendo que há registros de manifestações em prol desse tipo de 
comportamento já no início do século XX. Segundo Torres (2003 apud 
ALENCASTRO, 2010), foi somente a partir dos anos 1950 nos EUA 
e no início da década de 1970 na Europa que o movimento começou 
a ganhar força, talvez por conta de uma maior responsabilidade das 
empresas. 
Torres (2003 apud ALENCASTRO, 2010) nos lembra de que os anos 
de 1960 e 1970 foram de grande efervescência cultural e social. Esses 
anos viram nascer uma ampla “contracultura”, que, entre outras coisas, 
questionava os valores da sociedade industrial capitalista, exigindo 
intensas transformações políticas, culturais e comportamentais. Nessa 
época, também eram fortes o movimento sindicalista e estudantil da 
Europa e a luta pelos direitos civis americanos, principalmente os 
protestos contra a Guerra do Vietnã. 
A entrada de empresas no universo das ações de responsabilidade social 
foi também provocada pela crise do “estado de bem-estar social” (welfare 
state) que se deu na metade da década de 1970 na Europa. Com a crise 
econômica e o crescimento do desemprego que atingiram a Europa na 
década de 1980, as empresas privadas começaram a ser valorizadas pela 
sua capacidade de proteger os níveis de emprego numa sociedade em 
crise (TORRES, 2003 apud ALENCASTRO, 2010). 
www.esab.edu.br 37
Já no Brasil, a responsabilidade social ganhou força no final da década 
de 1980, consolidando-se no período de 1990-2003. Vários fatores 
influenciaram esse fortalecimento dos movimentos sociais, inclusive a 
própria dificuldade do Estado de assumir o seu papel social. A campanha 
contra a fome e a miséria e a fundação do Instituto Brasileiro de Análises 
Sociais e Econômicas (Ibase), iniciativas do sociólogo Herbert de Souza 
(Betinho), e a criação do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade 
Social – em 1998, por um grupo de empresários e executivos 
provenientes da iniciativa privada foram grandes impulsionadores da 
responsabilidade social no Brasil (ALENCASTRO, 2010).
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, cuja missão 
é “Mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios 
de forma socialmente responsável”, tem conseguido conscientizar e 
mobilizar de forma notável a classe empresarial brasileira no sentido 
de uma maior responsabilidade na condução de seus negócios 
(ALENCASTRO, 2010). No Brasil, temos algumas empresas que são 
referência em questões de responsabilidade social. As empresas associadas 
ao instituto Ethos, por exemplo, são ao todo 1.507, distribuídas da 
seguinte forma:
Micro empresa
Pequena empresa
Média empresa
Grande empresa
Não informado
58
287
468
270
424
Figura 7 – Empresas associadas ao Instituto Ethos.
Fonte: Instituto Ethos (2013).
A empresa Natura é um exemplo de empresa, associada ao Instituto 
Ethos, que possui a cultura da responsabilidade social. Ela tem como 
missão para essa área, por exemplo, inovar e aperfeiçoar a sociedade, 
buscando mudanças na atitude e nos valores da sociedade, dentre 
www.esab.edu.br 38
as práticas de responsabilidade social assumidas como compromisso 
pela Natura, está o desenvolvimento de projetos sociais junto à 
comunidade, buscando contribuir de forma inovadora e exemplar para 
o aperfeiçoamento da sociedade. Em 2011, a empresa firmou acordo 
com o Ministério da Educação (MEC) em prol da educação pública 
brasileira e com ele objetivou implantar, como política pública no ensino 
fundamental, o projeto Trilhas. Tal projeto visou a apoiar o trabalho do 
professor no campo da leitura e da escrita, com o objetivo de inserir as 
crianças do 1º ano do Ensino Fundamental no mundo letrado.
Neste sentido, podemos perceber que diversos movimentos realizados no 
Brasil desde a década de 1990 demonstram o interesse que o governo, 
os empresários, os acadêmicos e a mídia em geral têm com relação ao 
problema social no país. Vejamos, no Quadro 1, a seguir:
Breve linha do tempo sobre a responsabilidade social no Brasil e no mundo
1919 Liga das Nações (entidade antecessora à ONU)
1948 Declaração dos direitos humanos
1953
Estados Unidos da América – “Responsabilidade social dos homens de negócios” – 
Howard Bowen
1960 Clube de Roma
Anos de 
1970
Associação dos dirigentes cristãos de empresas – Brasil ADCE – conscientizar as 
empresas da necessidade de desempenharem sua função social não somente em 
relação aos seus funcionários, mas também com a comunidade
1975
Brasil – Decreto n° 76.900, o qual torna obrigatória a publicação pelas empresas da 
Relação anual de Informações Sociais (RAIS), precursora do Balanço Social
1977 França – Balanço Social
1981 Instituto Brasileiro de análises Sociais e econômicas – Ibase
1984 Brasil – Primeiro Balanço Social
1989
Discussões realizadas no comitê de filantropia da Câmara Americana de Comércio 
deram origem ao Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – Gife
1991 Brasil – Critérios do PNQ
1992
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano 
(Conhecida como Eco 92)
1993 Brasil – ISO 14000
1997 Global Reporting Initiative – GRI e Protocolo de Kyoto
1998 SA 8000
www.esab.edu.br 39
1998 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
1999 Global Compact
2000 Brasil – Indicadores Ethos
2001 Fórum Social Mundial
2004 Brasil – ISO 16000
2010 Global ISO 26000
Quadro 1 – Breve linha do tempo sobre a responsabilidade social no Brasil e no mundo.
Fonte: Arantes e Halicki (2011).
Diferentes visões
Segundo Alencastro (2010), existe um ponto de vista que considera 
como a única obrigação da empresa a de gerar lucro para seus acionistas 
dentro dos limites legais. O maior defensor desse ponto de vista foi 
o ganhador do Prêmio Nobel, o economista Milton Friedman, para 
quem a responsabilidade principal de uma empresa consiste em dirigir 
os negócios com a finalidade de proteger os interesses dos acionistas, 
que consistem no rendimento financeiro. Em linhas gerais, nessa 
visão a responsabilidade de uma empresa consiste em compromisso 
com acionistas (lucro), trabalhadores (salário), governo (impostos) e 
comunidade (ações filantrópicas pontuais). 
Por outro lado, encontramos a posição socioeconômica, segundo a qual 
a responsabilidadeda administração vai além da simples obtenção de 
ganhos, incluindo a proteção e o melhoramento do bem-estar social. 
Nessa perspectiva, para o respeitado economista Paul Samuelson, “[...] a 
Responsabilidade Social Empresarial é a capacidade desenvolvida pelas 
organizações de ouvir, compreender e satisfazer expectativas/interesses 
legítimos de seus diversos públicos” (ALENCASTRO, 2010, p. 130).
Empregados, consumidores, fornecedores e comunidade em geral são importantes e 
devem ter seus interesses respeitados pela organização. O resultado positivo de uma 
empresa também é consequência do bom relacionamento que ela mantém com seus 
stakeholders e isso passa pela junção dos ganhos de seus investidores ou proprietários 
com as legítimas necessidades de todos aqueles que, direta ou indiretamente, são 
influenciados pelas suas atividades de negócio. (ALENCASTRO, 2010, p. 132)
www.esab.edu.br 40
Acreditamos que esta segunda perspectiva é a que está prevalecendo 
atualmente. Todavia, a postura de maximização dos lucros, tendo em 
vista exclusivamente o interesse dos acionistas, ainda está bastante 
arraigada. Para o autor, é interessante o modelo conceitual proposto 
por Archie Carrol, que aborda a responsabilidade social tanto pela ótica 
do desempenho empresarial quanto pelo comportamento empresarial 
responsável. É um modelo que contempla a responsabilidade econômica 
da empresa em ser produtiva e rentável, sem a qual ela não sobrevive, 
com seu envolvimento social. 
Saiba mais
Acesse o site do Instituto Ethos clicando aqui, e 
navegue pelas publicações. Lá você vai encontrar 
alguns exemplos de projetos desenvolvidos na 
área da responsabilidade social, como o programa 
de coleta seletiva da Natura, por exemplo. 
http://www3.ethos.org.br/categoria/publicacoes/
www.esab.edu.br 41
Resumo
Os conteúdos reunidos até agora tiveram por objetivo apresentar, 
de forma clara, os principais aspectos introdutórios do tema da 
responsabilidade ambiental e social. Apresentamos os conceitos e 
principais problemas ambientais, as políticas públicas ambientais 
brasileiras, bem como um panorama histórico e as diferentes visões atuais 
da responsabilidade social.
Esperamos que você tenha apreciado o conteúdo, pois continuaremos a 
explorar o tema da responsabilidade socioambiental. É importante para 
o desenvolvimento de empresas com capacidade de atuação responsável 
que tenhamos profissionais formados nesta temática, motivados a 
trabalhar de forma integrada com o tema e conscientes da importância 
que representam atitudes responsáveis por parte das empresas.
Na unidade 1, apresentamos alguns conceitos sobre meio ambiente, 
ecologia e recursos naturais, bem como desenvolvimento sustentável. 
Na sequência, na unidade 2, descrevemos os principais problemas 
ambientais e os desafios que temos pela frente para a resolução desses 
problemas. Na unidade 3, tratamos brevemente da história da cultura 
ambientalista por meio de algumas personalidades importantes para o 
surgimento e a disseminação dessa cultura. Na unidade 4, pontuamos as 
principais políticas ambientais do Brasil e, na unidade 5, comentamos a 
origem da responsabilidade social nas empresas e os principais conceitos 
envolvidos. Por fim, na unidade 6, apresentamos um pouco da história 
da responsabilidade social nas empresas e as diferentes visões que existem 
sobre o tema.
www.esab.edu.br 42
7
A ética na aplicação da 
responsabilidade social e 
ambiental
Objetivo
Refletir sobre a ética necessária para a implantação e gestão da 
responsabilidade socioambiental nas organizações.
Nesta unidade vamos estudar sobre a ética na aplicação da 
responsabilidade socioambiental. Como vimos nas unidades anteriores, 
estabelecer uma relação com os temas da responsabilidade social 
e ambiental exige uma visão mais consciente sobre o papel das 
organizações na sociedade. Elas precisam ser reconhecidas como agentes 
de mudança dentro de um contexto de conflitos ambientais e sociais 
criados por uma forma de trabalho que visou no passado somente à 
produção e ao lucro. Para se estabelecer uma relação adequada com a 
aplicação da responsabilidade socioambiental, é importante:
• conhecer o tema. Para esta tarefa, demos o pontapé inicial nas 
primeiras unidades desta disciplina e vamos continuar até o final 
desenvolvendo este aspecto;
• estabelecer uma relação verdadeira e harmoniosa com o tema, de 
modo que as reflexões e ações sejam coerentes com as necessidades. 
Vamos tratar agora sobre este aspecto.
Para estabelecermos uma relação verdadeira e harmoniosa com o tema 
da responsabilidade social e ambiental, é necessário que o profissional 
da área se importe com a sociedade e seu desenvolvimento. Assim, 
considerando que todos os cidadãos precisam ser beneficiados, cada 
qual na sua medida, todos devem ser parte integrante e não excluída dos 
benefícios oriundos do desenvolvimento. 
www.esab.edu.br 43
No que se refere às questões ambientais, da mesma forma, é necessário 
criar uma consciência da nossa relação com o meio ambiente. É 
preciso compreender que não somente dependemos da natureza para 
sobreviver, mas que milhares de outros seres vivos têm o direito de viver, 
independentemente de nossos interesses e necessidades pessoais.
Para melhor compreender essa ideia de relação verdadeira, vamos estudar 
um pouco sobre ética. Portanto, é necessário fazermos um breve recuo 
na história da humanidade e verificarmos como a questão da ética 
foi tratada por alguns pensadores. Como os antigos filósofos falavam 
sobre esse tema? Tanto os gregos como os romanos diziam que a ética 
harmonizava e ajudava o homem para que nele brotassem as fontes de 
justiça e do bem.
O segundo aspecto a se observar é que a forma de desenvolver a ética, 
segundo Aristóteles, é ater-se ao estudo e à aplicação das virtudes. A 
coragem, a justiça, a prudência e a temperança são exemplos de virtudes 
aristotélicas. Portanto, a ética nos remete a uma reflexão interna, voltada 
à nossa forma de pensar e de agir e ainda nos convida à prática das 
virtudes.
Segundo Aristóteles, as virtudes são o justo meio entre duas tendências 
humanas opostas: o excesso e a carência. Por exemplo, a coragem é 
o justo meio entre a covardia (carência) e a impetuosidade (excesso). 
Esse filósofo afirmava que as virtudes poderiam ser aprendidas, e 
desenvolvidas pelo hábito, ou seja, a prática. Seremos músicos compondo 
música, justos praticando a justiça. Interessante, não?
Segundo Alencastro (2010), deriva-se daí a importância da promoção de 
hábitos sociais por meio dos quais se desenvolva nas pessoas um modo 
de ser maduro, que se converta na fonte principal de seu agir moral. 
Uma vez que nos apropriemos de bons hábitos, esse estilo de vida nos 
proporciona experiências morais e, ao longo do tempo, desenvolvemos 
a capacidade de agir de forma livre e responsável, pois ficamos mais 
conscientes para perceber e recusar ações negativas e desqualificadas da 
verdade e da justiça.
www.esab.edu.br 44
Assim, indivíduos virtuosos são aqueles considerados como fundamentais 
para a construção de uma sociedade sólida e sadia. Mas para viver em 
sociedade, os indivíduos necessitam ser, além de éticos, políticos, ou 
seja, precisam dominar a arte de se relacionar com os outros dentro do 
contexto mais amplo da cidade.
Por analogia, em uma organização, além de desenvolver um 
comportamento ético, é preciso que sejamos capazes de expressar esse 
comportamento dentro dos interesses e necessidades da organização, de 
forma que sejamos parte contribuinte para a construção dela. Por sua vez, 
cabe à organização também se apropriar de uma cultura ética, de uma 
“plataforma política” coerente e benéfica à sua pequena sociedade, que 
neste caso é formada pelos funcionários e, de certa forma, por todas as 
partes interessadas. Seguindo esse raciocínio, a ética é indispensável para 
a política, pois segundo Arantes, Halicki e Sadler (2011), a política é a 
arte de estimular a convivência possível dosindivíduos, aspecto muito 
importante dentro de uma organização.
Ética = virtudes pessoais = sociedade sólida e sadia = indispensável na Política = 
convivência entre indivíduos.
Ainda há um aspecto importante para ressaltarmos sobre o estudo e 
aplicação da ética. Se analisarmos o momento de vida atual, veremos 
que o homem concebe a si mesmo como um ser múltiplo: pensa de 
um modo, estuda de outro, trabalha em algo diferente e, em sua vida 
privada, desempenha mais um papel que nada tem a ver com os outros. 
Essa pluralidade conduz o homem, em geral, a estados de angústia e 
desconcerto, visto que, diante de tantas variações de modus vivendi, não 
consegue encontrar seu verdadeiro eu.
Essas contradições nós também encontramos entre os profissionais 
que propõem soluções, na teoria, para os problemas que afligem a 
humanidade no tocante ao contexto ambiental. 
Por exemplo, podemos encontrar profissionais do ramo que possuem 
discursos sobre como preservar o meio ambiente, sobre técnicas de 
www.esab.edu.br 45
reciclagem ou conservação da qualidade da água dos rios, todavia esses 
mesmos profissionais não aplicam tais discursos em seu cotidiano. Ações 
como separar o lixo ou tratar o esgoto das suas próprias casas são deixadas 
de lado. Vale salientar que estamos apenas exemplificando a contradição 
que há nesse meio profissional, mas não estamos aqui generalizando. 
Você está acompanhando o raciocínio?
Faz parte da ética o estudo de como se dá a formação dos hábitos, 
costumes e até mesmos as regras e leis que regem uma dada sociedade. 
Ela também se preocupa em compreender o modo como cada indivíduo 
se posiciona em relação às normas sociais, decidindo individualmente 
pela sua aceitação ou negação (ALENCASTRO, 2010).
Para sua reflexão
Como você age nos diferentes ambientes que 
frequenta? Mantém sempre a sua integridade 
ou está sempre vestindo um personagem para 
agradar ou se adaptar a uma ou outra pessoa? 
Você contribui para a manutenção do meio 
ambiente? Quais ações você tem praticado?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
Aplicação da ética nas empresas
Vamos agora estudar um pouco sobre como está sendo tratada a ética 
dentro das empresas? Como vimos anteriormente, as questões éticas 
devem incorporar o comportamento de todos os seres humanos, 
expressando-se nos mais diversos setores: na política, na economia, na 
educação, na religião, nos negócios, enfim, em tudo que diz respeito ao 
ser humano no mundo, à sua condição humana.
www.esab.edu.br 46
Aristóteles nos ensinou que o homem é um ser político e que realiza 
o seu viver ético pela prática das virtudes, e a vida social é o lugar em 
que essas virtudes se manifestam. Considerando essa afirmação, é em 
nossa prática diária dentro das empresas, por exemplo, que temos a 
oportunidade de aprimorar as nossas virtudes. Segundo Alencastro 
(2010), a boa conduta só se realiza na vida em sociedade e, para isso, 
muitas vezes é necessário ceder, abrir mão do nosso egoísmo em prol da 
coletividade, ou seja, do ambiente em que vivemos.
No ambiente corporativo, muitos podem pensar que é suficiente o 
simples comunicado daquilo que é aceitável ou não pela empresa. 
Contudo, o que a prática demonstra é a importância de os funcionários 
demonstrarem a internalização dos conceitos que são fundamentais para 
a empresa em que trabalham. Somente assim é possível conduzir de 
maneira legítima a cobrança de procedimentos de acordo com as normas 
estabelecidas (ARANTES; HALICKI; SADLER, 2011).
Para os autores, se considerarmos que a responsabilidade social é a 
relação ética e transparente entre a empresa e os públicos com os quais 
se relaciona, veremos que a prática socialmente responsável nos leva a 
fazer muito mais do que simplesmente imprimir um código de ética e 
distribuí-lo para os funcionários na saída do restaurante ou ao final do 
expediente. Então, vamos conhecer um pouco da prática dessa atividade 
que leva à internalização de conceitos relativos à ética empresarial?
Inicialmente, é importante que os dirigentes da empresa tenham muito 
claro quais são os valores que serão considerados como fundamentais, 
como base para que a organização atinja visão própria de maneira 
consistente, ética e transparente. Isso implica dizer que os dirigentes 
precisam concordar genuinamente que não buscarão atingir a visão da 
organização contradizendo os valores que foram estabelecidos para ela 
(ARANTES; HALICKI; SADLER, 2011). 
Outra questão importante é a necessidade de discutir as questões éticas 
internamente. As normas que norteiam os procedimentos internos 
devem ficar claras para todos. Daí a necessidade de se criar um código 
de ética. Segundo os autores, podemos utilizar as seguintes ações para 
alinhar as percepções dos colaboradores:
www.esab.edu.br 47
• realização de workshops abertos pela alta direção da empresa 
e conduzidos pela área que coordena as ações voltadas para a 
sustentabilidade da organização tratando dos seguintes temas: 
conceitos fundamentais de sustentabilidade e responsabilidade 
social; valores individuais e valores da organização; missão e visão; o 
papel de cada um dos funcionários em compreender e adotar a visão; 
ética, conceito e importância para o sucesso genuíno da organização 
e para sua relação saudável com a sociedade;
• produção de material de comunicação para divulgar internamente os 
resultados do workshop;
• avaliação do workshop pela alta direção e definição dos próximos 
passos.
Ao construirmos um código de ética de forma conjunta, criamos um 
ambiente preparatório para sua posterior aplicação, além do que os 
funcionários podem ajudar a definir quais comportamentos julgam ser 
importantes para o desempenho de suas funções e podem propô-los nesse 
documento.
Estudo complementar
No artigo “Virtudes e Vícios em Aristóteles e 
Tomás de Aquino: oposição e prudência”, Cláudio 
Henrique da Silva elabora um quadro (p. 131) 
sobre as virtudes segundo Aristóteles. Leia 
atentamente cada linha que compreende o vício 
por deficiência, a virtude ou o vício por excesso. 
Após a leitura, escolha uma virtude que para você 
é mais fácil de colocar em prática e outra que seja 
mais difícil. Disponível aqui.
http://www.ifch.unicamp.br/cpa/boletim/boletim05/08silva.pdf
www.esab.edu.br 48
8
O papel das pessoas dentro da 
organização na condução do 
processo de responsabilidade 
social e ambiental 
Objetivo
Relacionar a importância das pessoas no processo de construção de 
um ambiente propício à ética da responsabilidade socioambiental.
As empresas sustentáveis reconhecem o valor das pessoas e consideram 
seus empregados como agentes de mudança e criatividade necessários 
ao atual mercado. As empresas sustentáveis precisam ganhar o apoio de 
seus funcionários não apenas para determinar o sucesso de suas operações 
no sentido comercial, mas também em termos de comprometimento da 
empresa com questões sociais e ambientais na busca da sustentabilidade.
Empresas com esse perfil consideram a promoção dos valores da 
empresa alinhados com as dimensões econômica, social e ambiental da 
sustentabilidade. O investimento na qualidade do dia a dia da empresa 
pode ser observado por meio da organização adequada do ambiente 
de trabalho, das práticas profissionais, das condições de emprego e do 
desenvolvimento e da gestão dos recursos humanos.
Para transformar desafios econômicos, sociais e ambientais em 
oportunidades, as empresas precisam aproveitar a criatividade e o senso 
de inovação dos funcionários em todos os níveis, desde o chão de 
fábrica, oficina, até a diretoria, por meio do investimento na qualidade 
do cotidiano empresarial (BUCKLEY; SALAZAR-XIRINACHS; 
HENRIQUES, 2011).
www.esab.edu.br 49
Investir nas pessoas
A competitividade e até mesmo a sobrevivência de empresas dependem, 
cada vez mais, de sua habilidade de garantir que os funcionários estejam 
motivados, sejam competentes e comprometidos.Isso é algo mais fácil 
de conseguir em um ambiente de trabalho caracterizado por um espírito 
de confiança e respeito mútuos, não discriminação e boas relações entre 
trabalhadores e administração (FASHOYIN; SIMS; TOLENTINO, 2006 
apud BUCKLEY; SALAZAR-XIRINACHS; HENRIQUES, 2011).
Para os autores, em nenhum outro momento da história a qualidade da 
força de trabalho assumiu importância tão grande quanto na conjuntura 
atual. A globalização produziu uma intensificação da concorrência 
internacional centrada no uso de formas modernas de tecnologia, o 
que deu à educação e ao treinamento grande importância em termos 
de competitividade da empresa. Por outro lado, os governos têm um 
papel vital e essencial a cumprir: assegurar que os sistemas educacionais 
capacitem os jovens com as competências básicas necessárias para garantir 
que o treinamento realmente melhore a sua empregabilidade. Ao final, a 
responsabilidade deve ser compartilhada entre o governo, as empresas, os 
parceiros sociais e os indivíduos.
Segundo Buckley, Salazar-Xirinachs e Henriques (2011), a relevância 
disso é reconhecida em inúmeros documentos políticos, incluindo a 
Agenda Global para o Emprego da OIT (Organização Internacional do 
Trabalho), a Estratégia de Lisboa da União Europeia e a reformulada 
Estratégia de empregos da OCDE (Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico).
A Agenda Global para o Emprego da OIT apresenta os seguintes itens 
relacionados aos desafios políticos no desenvolvimento de habilidades 
(ILO GEA, 2011 apud BUCKLEY; SALAZAR-XIRINACHS; 
HENRIQUES, 2011):
www.esab.edu.br 50
• investimento em educação e treinamento. Há uma necessidade 
crítica por maior investimento em educação e treinamento para 
todas as pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento, e tais 
investimentos devem ter forte relação com estratégias e programas de 
crescimento econômico e de emprego;
• reformas urgentes são necessárias para melhorar a Educação 
Básica e a alfabetização das pessoas nos países mais pobres. Não 
se pode “queimar etapas” da alfabetização e da Educação Básica. 
O desenvolvimento de competências profissionais básicas (como 
comunicação, resolução de problemas etc.) é parte importante na 
preparação de indivíduos para a sociedade do conhecimento baseada 
em competências;
• reforma dos sistemas de educação regular e técnica. Para tornar a 
educação continuada uma realidade para todos, os países terão de 
realizar grandes reformas em seus sistemas de educação regular e 
técnica;
• reconhecer as competências individuais, mesmo que adquiridas de 
fontes não tradicionais;
• promover o diálogo social no treinamento. Há uma necessidade 
urgente de envolver ainda mais os atores sociais. Os sistemas de 
treinamento mais bem-sucedidos são apoiados por um forte processo 
de diálogo social;
• reformar os serviços de emprego e promover esforços cooperativos 
entre agências de emprego públicas e privadas.
Você pode ver que a OIT tem muitas propostas para incrementar 
a qualificação das pessoas que trabalham nas empresas. E sobre o 
ambiente de trabalho e suas boas práticas, o que temos a dizer? Com 
base em estudos de caso realizados em diferentes setores, os seguintes 
fatores foram apontados para melhorar a produtividade (BUCKLEY; 
SALAZAR-XIRINACHS; HENRIQUES, 2011):
www.esab.edu.br 51
• proporcionar boas condições para se conciliar trabalho e vida 
familiar;
• estabelecer um comportamento cooperativo por parte do nível 
da gerência com o objetivo de contribuir para uma maior 
produtividade;
• propiciar aos trabalhadores mais autonomia e responsabilidade em 
suas funções para que se tenha um efeito positivo nas formas de 
organização do trabalho;
• melhorar os métodos e equipamentos de trabalho para ajudar na 
redução da carga de funções que exigem muito esforço físico e, 
consequentemente, promover uma maior produtividade, o que 
comprova o valor de tais investimentos;
• solucionar criativamente certos tipos de tarefas pesadas para se evitar 
acidentes no trabalho;
• diminuir as ausências em decorrência de doenças para se ter um 
efeito direto e positivo na produtividade.
Neste último fator listado, as empresas podem, por exemplo, atuar 
na promoção da saúde integral dos colaboradores, incentivando bons 
hábitos alimentares, exercícios físicos, exames médicos rotineiros, bem 
como atuar em um aspecto mais sutil, estimulando os funcionários 
a realizar e praticar hobbies, conviver com a família ou desenvolver 
trabalhos sociais.
Podemos ainda considerar outros fatores que contribuem para o sucesso 
da empresa, tais como (OSHA, 2004 apud BUCKLEY; SALAZAR-
XIRINACHS; HENRIQUES, 2011):
• combinar metas do negócio com ações relacionadas a recursos 
humanos a fim de alcançar melhores resultados;
• incentivar uma abordagem holística de promoção da saúde, que não 
leve apenas em consideração as condições de trabalho imediatas, mas 
também inclua motivação no emprego e cultura corporativa;
www.esab.edu.br 52
• incentivar programas de promoção da saúde voltados à prevenção de 
problemas nessa área;
• melhorar as práticas de trabalho e a organização do trabalho por 
meio de inovação tecnológica.
No âmbito empresarial e organizacional, as habilidades de empregadores 
e gestores para negociar e liderar determinam, de modo significativo, 
a capacidade da empresa de criar e aproveitar oportunidades e investir 
nas competências dos funcionários. Essas habilidades e a capacidade 
de promover uma cultura de aprendizado, de encorajar a formação 
continuada dos funcionários no local de trabalho e de facilitar a troca 
de conhecimento entre os colegas, determinam a empregabilidade dos 
funcionários dentro da empresa. 
Apesar de os benefícios de treinamentos realizados em empresas poderem 
ser significativos, parece que as empresas em geral investem pouco na 
formação de seus funcionários. Segundo Buckley, Salazar-Xirinachs e 
Henriques (2011), pode haver inúmeras razões para isso, como:
• a percepção de um baixo nível de educação dos funcionários, o que 
sugere uma capacidade limitada de se beneficiar de treinamento;
• os recursos financeiros limitados para custear treinamentos;
• a falta de conhecimento sobre quais treinamentos são necessários e 
como realizá-los;
• a alta rotatividade de mão de obra, a qual leva a um recrutamento 
constante de funcionários;
• o uso de tecnologias pode ser percebido, às vezes, como a utilização 
de ferramentas que não exigem treinamento.
Os investimentos em treinamentos podem ser bastante ampliados 
nas empresas desde que se garantam os resultados práticos entre seus 
participantes. Nesse aspecto, consideramos que estabelecer um elo 
entre o gestor de área, o instrutor e o participante pode fortalecer o 
entendimento e os resultados. Pois ao contratar ou desenvolver um curso, 
o gestor de área deve “ajustar” as suas expectativas e necessidades às do 
www.esab.edu.br 53
instrutor. Por sua vez, cabe ao instrutor, como detentor do conhecimento 
técnico, explicar até onde o treinamento vai conseguir trabalhar o tema 
e que caberá ao funcionário se esforçar em aplicar o novo conhecimento 
adquirido. O gestor de área, além de garantir a realização do 
treinamento, também é responsável por “readaptar” o ambiente interno 
para receber os seus funcionários após o treinamento, garantindo espaço 
para inserção das mudanças ou adaptações necessárias.
Vimos nesta unidade como as pessoas são importantes para as organizações 
e também os desafios de lidar com a condução de seu desenvolvimento, 
tanto por parte das empresas como do governo e da sociedade em geral. 
Também aprendemos que as organizações que estão comprometidas 
em um processo de responsabilidade social e ambiental tendem a ver 
as pessoas e o ambiente de trabalho onde estão inseridas de forma mais 
harmônica, procurando estabelecer uma relação positiva e sadia entre os 
deveres do ofício, as necessidades pessoais e as suas visões de mundo. 
Talvez possamos esperar do campo da responsabilidadesocioambiental 
um caminho de desenvolvimento não somente para as organizações 
mais conscientes, e que já possuem mercados ou gestores mais maduros, 
mas também para as demais organizações. Que seja uma alternativa 
bem quista na condução de todas as empresas, essa seria a melhor 
visão de futuro que poderíamos ter. E considerando que essas empresas 
responsáveis se incumbem de conhecer e procurar integrar-se com as 
necessidades e expectativas com todos os atores que se relacionam, 
podemos imaginar um potencial muito grande de fazer a diferença na 
sociedade. Na próxima unidade, vamos estudar mais sobre esses atores 
com os quais as empresas se relacionam. 
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos 
em relação às unidades 1 a 8. Para isso, dirija-se 
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e 
responda às questões. Além de revisar o conteúdo, 
você estará se preparando para a prova. Bom 
trabalho!
www.esab.edu.br 54
9
A empresa e seus stakeholders no 
contexto da responsabilidade 
socioambiental
Objetivo
Discutir sobre a relação stakeholders e organizações no âmbito da 
responsabilidade socioambiental.
Depois de estudarmos a importância das pessoas nas organizações, 
vamos conhecer agora um pouco sobre a teoria dos stakeholders. Você 
saberia dizer o que, afinal, significa esse termo? Apresentaremos uma 
explicação do termo segundo os autores Ansoff e Medonnell (1993 apud 
STADLER; MAIOLI, 2011, p. 141): 
A melhor tradução que poderíamos oferecer ao termo stakeholders seria “partes 
interessadas”. Entre estas se encontram acionistas, consumidores, funcionários, 
fornecedores, comunidade e grupos sociais ativistas. Podendo também ser definidos 
[...] como grupos de interesses sociais afetados diretamente pelo comportamento da 
empresa.
Para as empresas e organizações, é relevante o conhecimento do meio 
em que estão inseridas e procurar conhecer e controlar as influências que 
as cercam para que estas atuem como um facilitador das atividades da 
empresa, e não como um empecilho. 
A influência dos stakeholders para as organizações não pode ser 
ignorada. Cabe às empresas responder às necessidades desse segmento, 
o que compreende escutar ativamente, processar e corresponder 
construtivamente aos anseios, aos valores e às crenças de todas as partes 
que nutrem algum interesse na organização (SENDER; FLECK, 2004 
apud STADLER; MAIOLI, 2011).
Vamos descobrir juntos quais são os principais stakeholders que 
determinam o funcionamento das decisões empresariais? A seguir, 
www.esab.edu.br 55
elencaremos as principais partes interessadas a título deste estudo: os 
consumidores, os empregados, os investidores, o governo e os órgãos 
reguladores, os órgãos intergovernamentais, as organizações não 
governamentais e as próprias empresas. As expectativas dos stakeholders 
relacionadas a seguir foram extraídas com base em Stadler e Maioli 
(2011) e complementadas por nós.
• Expectativas dos consumidores: procuram adquirir produtos 
seguros e confiáveis ou serviços adequadamente prestados. Os 
consumidores atualmente estão privilegiando as marcas e as 
organizações que tragam consigo produtos e serviços socialmente 
responsáveis, ecologicamente corretos e comprometidos com outros 
aspectos além de seus interesses empresariais imediatos.
• Expectativas dos empregados: buscam empregos dignos, salários 
compensadores e reconhecimento da empresa ou organização 
sobre seu trabalho e desempenho. É cada vez mais comum os 
empregados buscarem a Justiça do Trabalho para terem seus direitos 
constitucionais cumpridos. Também é cada vez mais comum as 
empresas terem que lidar com a falta de compromisso e integração 
do funcionário. Um código de ética pode ajudar a criar laço entre a 
empresa e o funcionário, ou ainda um bom exemplo da empresa em 
relação a projetos socioambientais pode trazer satisfação e orgulho 
aos funcionários por fazerem parte de algo valioso.
• Expectativas dos investidores: relacionam-se basicamente ao 
retorno do investimento feito na empresa com a compra de ações, o 
que leva os investidores a cobrar eficiência na forma como a empresa 
é gerida e no cumprimento de suas obrigações sociais, ambientais, 
trabalhistas e fiscais. Garantir o cumprimento das questões legais por 
si só pode representar um grande desafio, dependendo do grau de 
eficiência e do ramo de atividade no qual está inserido o negócio.
• Expectativas do governo e dos reguladores: estão baseadas em 
alguns fatores, como o crescimento do setor privado, a geração 
de empregos, o cumprimento das regras de mercado, a prestação 
adequada de serviços aos cidadãos e o pagamento de impostos. No 
caso do governo brasileiro, ele está envolto em muitas leis de cunho 
trabalhista e ambiental, bem como envolvido nos movimentos 
www.esab.edu.br 56
internacionais sobre essas questões. Portanto, muitas vezes essa 
relação pode ser pesada ou conflitiva, sendo importante alocar bons 
recursos humanos para lidar com esses stakeholders, de forma a 
afastar a empresa de riscos nessa relação.
• Expectativas dos fornecedores: baseiam-se em índices 
organizacionais referentes a pedidos ou solicitações de serviços 
constantes e que possibilitem o recebimento de pagamentos 
regulares. Afinal, os fornecedores são também empresas. Quando 
uma empresa possui código de ética e políticas ambientais, 
frequentemente estabelece critérios para a seleção desses fornecedores 
com base em cumprimento de suas responsabilidades sociais e 
ambientais. Essa é uma forma de estimular o mercado a elevar seu 
grau de desenvolvimento rumo a patamares mais sustentáveis.
• Expectativas das instituições intergovernamentais: segundo 
Grayson e Hodges (2003 apud STADLER; MAIOLI, 2011), 
instituições governamentais são as responsáveis pela supervisão de 
questões administrativas regionais ou mundiais e têm manifestado 
cada vez mais suas expectativas em relação a empresas, tanto 
compulsória, por meio de acordos e tratados internacionais, 
quanto voluntariamente, encorajando a adoção de diretrizes e 
códigos de conduta. Estes são atores que se tornam cada vez mais 
presentes em decorrência do processo de globalização da economia. 
Paulatinamente, essas organizações vão construindo seu espaço em 
assuntos de cunho social e ambiental.
• Expectativas das organizações não governamentais: as ONGs têm 
um poder de ação gigantesco sobre a opinião pública, sendo capazes 
de angariar fundos e trabalho voluntário para as mais diversas causas 
e os mais variados objetivos. Se uma empresa multinacional não se 
comporta adequadamente em um país, desrespeitando suas leis ou 
contribuindo de alguma forma para a degradação do meio ambiente, 
isso pode ser imediatamente relatado na internet e em outros meios 
de comunicação, fazendo com que pessoas a milhares de quilômetros 
utilizem essas informações como melhor lhes aprouver, boicotando 
produtos e serviços ofertados por essas empresas ou protestando 
contra as atividades consideradas degradantes por elas.
• Expectativas comerciais das empresas: estão relacionadas com o 
objetivo de manter e cumprir contratos que beneficiam uma miríade 
www.esab.edu.br 57
de clientes em todo o mundo. É comum que empresas que atuam 
com amplos públicos assumam o compromisso de uma certificação 
internacional, como é o caso da ISO 9000 e ISO 14001. É uma 
forma de as empresas mostrarem ao mundo e aos seus clientes 
que possuem uma preocupação com seu desempenho relacionado 
a práticas trabalhistas, ao meio ambiente e a relações com a 
comunidade.
Como vimos, os stakeholders são importantes no processo de gestão 
das empresas e por isso merecem atenção. Não somente os clientes e os 
fornecedores mas também os órgãos do governo e as ONGs corroboram 
para a sustentação das organizações ao longo do tempo. Uma política 
de responsabilidade socioambiental deixa bem claras essas questões 
para a empresa e tornam a relação com os stakeholders um processo 
natural e construtivo, à medida que a empresa internaliza seus conceitos,princípios e ética.
Clientes
Fornecedores
Gerentes
Proprietários
Planejadores
da política
empresarial
Empregados
Acionistas
Financiadores
(bancos e
financeiros)
Usuários
dos serviços
Figura 8 – Stakeholders.
Fonte: Adaptada de <www.b2binternational.com>.
Saiba mais
Acesse o documento elaborado pela União 
Europeia de Portugal intitulado “A Europa em 12 
lições”. Leia, especialmente, o capítulo “A mais 
valia do conhecimento e da inovação”. Disponível 
clicando aqui.
http://europa.eu/abc/12lessons/lesson_12/index_pt.htm
www.esab.edu.br 58
10 Gestão ambiental e social: enfoque global
Objetivo
Apresentar uma visão sobre o processo de gestão ambiental e social 
abrangendo todos os principais aspectos.
Gestão ambiental e social são ramos do sistema de gestão empresarial 
que dão ênfase à sustentabilidade. Desta forma, a gestão visa ao uso 
de práticas e métodos que reduzam ao máximo o impacto ambiental 
das atividades econômicas nos recursos da natureza e contribuam para 
assegurar o desenvolvimento e bem-estar da sociedade.
É importante que você saiba que não há um único tipo possível de forma 
organizacional e sim modelos de gestão diferenciados, fruto de escolhas 
dos gestores em suas interações com a organização e o ambiente em 
que estão inseridos. Assim, o universo corporativo é construído pelas 
pessoas que fazem parte da organização e, ao final, o modelo de gestão 
é construído caso a caso, formando o que chamamos de identidade da 
organização.
Por sua vez, a gestão ambiental e social é motivada por uma mudança nos 
valores da cultura empresarial, baseada na parceira, passando somente da 
ideologia do crescimento econômico para a ideologia da sustentabilidade. 
Ações voltadas a melhorar a qualidade de vida ou a preservar o 
meio ambiente já não são bandeiras exclusivas das organizações não 
governamentais (ONGs). A iniciativa privada descobriu no “movimento 
verde” e social um excelente filão de negócios e tornou-se aliada das 
ONGs. Multiplicam-se no mercado as novas gerações de produtos e 
de empresários “ecologicamente corretos”. Unibanco, Bradesco, Banco 
Real, Lojas Renner, Gazeta Mercantil, Grupo Abril, Rede Globo, Rede 
Bandeirantes, Brinquedos Estrela, Marisol, TAM, Kodak, General 
Motors e McDonald’s são algumas das empresas que atuam no terceiro 
setor (TACHIZAWA, 2011).
www.esab.edu.br 59
Nesse contexto inserem-se as parcerias de empresas com ONGs 
ecológicas, como o caso da cadeia das lojas Renner, que, com o aval do 
Greenpeace, uma das organizações não governamentais mais ativas do 
planeta, lançou uma coleção de roupas com um sistema de tingimento 
natural. A TAM, também com a aprovação do Greenpeace e com selo de 
qualidade do Instituto Biodinâmico, utiliza açúcar orgânico (produzido 
sem agrotóxico e com adubo natural) a bordo de suas aeronaves 
(TACHIZAWA, 2011). Essas são iniciativas que tornam possíveis a 
inserção no mercado corporativo de pessoas e empresas que se dedicam 
ao estudo e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
No Brasil, o caráter de contestação das ONGs cedeu parte do espaço 
à arte de fazer negócios. Produtores de feijão, arroz, geleias, massa de 
tomate, CDs, objetos de vidro e cerâmicas para decoração fecharam 
contratos para comercializar produtos com o selo Greenpeace 
(TACHIZAWA, 2011). É interessante observar o desenvolvimento dessa 
ONG. O Greenpeace teve um início marcado por atuação bastante 
contestadora, sendo responsável por alertar o mundo sobre verdadeiros 
crimes ambientais provocados pelas grandes corporações. Mas como 
forma de continuar atuando para a construção de um planeta mais 
sustentável, essa organização social mostrou-se capaz de também oferecer 
ideias e oportunidades concretas para que as grandes empresas pudessem 
se aliar a essa causa.
No que se refere à responsabilidade social, ela também está se 
transformando em um parâmetro e referencial de excelência para o 
mundo dos negócios do Brasil corporativo. Importante saber disso, não 
é mesmo? Segundo a Fundação Nacional da Qualidade (2009 apud 
TACHIZAWA, 2011), as organizações socialmente responsáveis devem 
abordar suas responsabilidades perante a sociedade e o exercício da 
cidadania. Essa abordagem ocorre gradativamente e está desenvolvida 
em diferentes estágios nas corporações, desde uma fase embrionária até 
sua fase mais avançada. Vamos conhecer a forma de abordagem nos 
diferentes estágios? 
www.esab.edu.br 60
Estágio 1
A organização não assume responsabilidade perante a sociedade e não exercita a 
cidadania. Não há promoção do comportamento ético. Essas organizações estão voltadas 
somente para seus próprios interesses e não se veem responsáveis por integrar suas 
atividades em um bem maior, que é o da coletividade. Houve uma época em que atitudes 
assim não apareciam, mas chegamos a um estágio de desenvolvimento que são muitas 
organizações atuando de forma intensa e, neste contexto, os problemas gerados por 
atitudes como essas assumem grandes escalas.
Estágio 2
A organização reconhece os impactos causados por seus produtos, processos e instalações 
e toma ações isoladas para minimização desses impactos. A preocupação com o 
comportamento ético é ainda eventual. Embora esse estágio seja melhor que a situação 
anterior, ainda está muito aquém do necessário para um adequado funcionamento nos 
tempos atuais. As organizações que se encontram neste patamar devem buscar evoluir e 
avançar para os estágios subsequentes. 
Estágio 3
A organização está iniciando um processo de avaliação dos impactos de seus produtos, 
processos e instalações e exerce alguma liderança em questões de interesse da comunidade. 
Existe envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social. Essa é uma 
organização que começa a fazer girar a roda da gestão ambiental e social. É importante, 
nestes casos, incentivar as iniciativas, dar apoio aos projetos para que cresçam e deem frutos.
Estágio 4
O processo de avaliação dos impactos dos produtos, processos e instalações está 
em fase de sistematização. A organização exerce liderança em questões de interesse 
da comunidade de diversas formas. O envolvimento das pessoas em esforços de 
desenvolvimento social é frequente. O comportamento ético é importante para a 
organização e promovido por ela. Essa organização está se propondo a fazer sua parte 
para a construção do desenvolvimento sustentável, é conhecedora de seus desafios e 
participa ativamente em projetos e ações voltados para a comunidade.
Estágio 5
O processo de avaliação dos impactos dos produtos, processos e instalações já foi 
sistematizado, sendo capaz de antecipar-se às questões públicas. A organização lidera 
questões de interesse da comunidade e do setor. O estímulo à participação das pessoas 
em esforços de desenvolvimento social é sistemático e considerado importante. Existem 
formas já implementadas de avaliação e melhoria da atuação da organização no exercício 
da cidadania e no tratamento de suas responsabilidades públicas. Essa é a organização 
que tem a gestão implementada, é capaz de atuar de forma efetiva e de dar exemplo às 
demais. Também é capaz de dar segurança aos seus clientes e parceiros, bem como aos 
acionistas e à comunidade em geral.
Quadro 2 – Estágios gradativos de corporações.
Fonte: Tachizawa (2011).
www.esab.edu.br 61
Como podemos ver, o estágio 5 é o mais avançado e deve ser considerado 
como meta da organização. A exemplo do que ocorreu com a ISO 9000, 
de qualidade, e a ISO 14000, para o meio ambiente, as certificações 
sociais surgiram há poucos anos nos Estados Unidos, com objetivo de 
atestar que a organização, além de ter procedimentos internos corretos, 
participa de ações não lucrativas em áreas como cultura, assistência 
social, educação, saúde, ambientalismo e defesa de direitos humanos 
(TACHIZAWA, 2011).
Um processo natural de implantação da responsabilidade social e 
ambiental em uma organização passa por todas as fases descritas 
anteriormente. A questão reside exatamente no avanço que aorganização 
vai promovendo ao longo do tempo. É importante sempre avançar, 
mesmo que seja um pouco, evitando ficar estagnado por muito tempo 
em uma fase intermediária desse processo. 
Em analogia, é como imaginar um surfista que precisa passar a 
arrebentação para poder se posicionar de forma adequada e escolher a 
onda perfeita quando vier a série de ondas boas. Similarmente, o mesmo 
acontece com as empresas. Se não avançam, elas ficam “remando na 
zona de arrebentação”, gastando muita energia e sem poder descansar 
um só minuto. Mas se empreenderem um esforço coordenado e efetivo, 
atravessam esta etapa (a zona de arrebentação) e podem desfrutar dos 
benefícios dos sistemas de gestão, em que podem escolher, de forma 
consciente e preventiva, os caminhos que irão trilhar. 
É natural que as organizações fiquem algum tempo implementando 
ações voltadas para o tema, avaliando suas repercussões, conhecendo o 
ambiente em que elas acontecem e a forma de administrar tudo isso. Para 
sair deste ambiente de ações pontuais e assumir um compromisso efetivo 
no desenvolvimento das questões socioambientais, a empresa deve partir 
para a sistematização dessas ações, dentro de um processo de gestão que 
garante a análise periódica do conjunto e a aplicação de melhorias ao 
sistema. A isso denominamos sistema de gestão socioambiental, sobre o 
qual estudaremos mais detalhadamente nas próximas unidades. 
www.esab.edu.br 62
Para que um sistema de gestão seja efetivamente implantado, os 
seguintes elementos são fundamentais: uma política, que consiste em 
uma declaração da organização expondo suas intenções e princípios 
em relação ao seu desempenho ambiental global; organograma de 
responsabilidades; procedimentos operacionais; estudo, pesquisa e 
desenvolvimento; um sistema de avaliação dos procedimentos e melhoria 
contínua; treinamentos; recursos financeiros, entre outros.
Garantindo esses elementos de forma harmônica, ou seja, na medida 
certa e no momento certo, é possível implementar um sistema de 
gestão socioambiental. Mas quais são os benefícios mensuráveis para 
a organização que justificam a implantação desses sistemas? O que 
efetivamente as empresas ganham com isso? Tachizawa (2011) cita, ao 
longo de sua obra, inúmeros casos de empresas que se beneficiaram 
financeiramente com a aplicação de ferramentas de gestão ambiental, 
segundo seus exemplos e a bibliografia disponível sobre o tema, podemos 
considerar aqui alguns aspectos. Vejamos na sequência.
• Redução no consumo de energia, de água e de matérias-primas 
que, por serem de consumo contínuo, podem representar um 
montante significativo ao final de um período. Quando são 
promovidos a observação e o estudo dos processos produtivos 
industriais, visando à redução do consumo dos recursos naturais, 
a empresa dá a si mesma a oportunidade de reduzir seus custos 
operacionais. A forma como os processos produtivos usualmente estão 
arranjados visam: ao menor tempo de produção; à melhor qualidade 
do produto; ao maior volume etc. Se o componente ambiental não 
está inserido nesta análise, muitas vezes perde-se a oportunidade de 
reduzir custos referentes ao consumo de recursos naturais.
• Geração de menos resíduos sólidos: ao se preocupar com o destino 
dos resíduos, a empresa se preocupa com sua origem e trata de 
reduzi-la. Este movimento estimula a capacidade das pessoas em 
criar novas formas de embalagem, transporte e armazenamento de 
produtos, muitas vezes simplificando e barateando o processo.
• Atualização e acompanhamento dos projetos ambientais e 
operação dos sistemas de controle ambiental. Esse item deixa 
a empresa mais segura em relação aos órgãos governamentais 
www.esab.edu.br 63
de controle ambiental. Apta para receber uma visita surpresa da 
fiscalização ambiental e, portanto, reduzindo o risco de receber 
autuações e até mesmo embargos dessas instituições. Fatos que 
podem repercutir negativamente para a marca e também gerar 
paralisações no processo produtivo que representam enormes perdas 
financeiras para uma indústria, por exemplo.
• Promoção de ações junto à sociedade, interna e externa: uma 
empresa que se preocupa com a saúde de seus funcionários e de 
seus familiares é vista como digna e merecedora de um esforço 
automotivado para o trabalho. Por sua vez, se a comunidade local 
é contemplada por programas sociais, cria-se um sentimento de 
respeito para com a organização, pois a comunidade se considera 
observada e acolhida por ela.
• A utilização das ferramentas da tecnologia da informação para 
a construção e operação do sistema de gestão gera benefícios: 
redução no consumo de papel, eliminação do uso de mídias 
magnéticas para arquivamento da informação, maior eficácia nos 
sistemas de monitoramento ambiental e no gerenciamento da 
responsabilidade social. 
Além dos aspectos positivos, também é necessário que conheçamos as 
críticas feitas aos sistemas de gestão estabelecidos por grandes organismos 
internacionais, como é o caso da organização internacional ISO. A partir 
da leitura de Stadler e Maioli (2011) e de outros artigos e publicações 
sobre o tema, podemos listar as seguintes críticas:
• esses sistemas podem levar a criação de barreiras não tarifárias, ou 
seja, barreiras não explícitas. Empresas que exigem a certificação 
ambiental de fornecedores, por exemplo, como garantia de que estes 
são ambientalmente responsáveis, acabam dificultando as empresas 
não certificadas para entrarem em certos mercados; 
• a organização certificada não necessariamente melhora seu 
desempenho ambiental, apenas atesta que ela possui um sistema de 
gestão ambiental, o qual está em melhoria contínua; 
• a certificação gera altos custos, sendo impraticável por médias 
e pequenas empresas, limitando o acesso destas aos mercados 
www.esab.edu.br 64
internacionais que possam exigir a certificação como garantia de que 
a empresa é ambientalmente responsável.
Espera-se que o ambiente de negócios, regulado por todos os atores 
intervenientes, possa adequar-se de forma a promover mecanismos 
eficientes para a gestão social e ambiental, a fim de que efetivamente 
todas as partes sejam beneficiadas: empresas, sociedade e meio ambiente. 
Na próxima unidade, vamos estudar mais detalhadamente as normas da 
ISO 14000 e veremos por que um sistema de gestão social e ambiental, 
como tudo que se aplica ao campo dos negócios, tem aspectos positivos e 
negativos e precisa ser acompanhado por normas.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a 
tarefa dissertativa.
www.esab.edu.br 65
11 Normas da série ISO 14000 – meio ambiente
Objetivo
Apresentar as principais normas e os elementos da série ISO 14000.
Como vimos na unidade 5, ISO é a sigla dada para International 
Organization for Standardization, uma organização internacional com 
sede em Genebra, na Suíça. Portanto, não confunda com o termo iso, que 
vem do grego e significa igual, utilizado como prefixo em muitas palavras 
como isométrico, que tem a mesma dimensão ou medida, ou ainda 
isonomia, que significa igualdade de leis (STADLER; MAIOLI, 2011). 
Essa organização internacional discute, elabora e difunde normas 
internacionais nos mais variados assuntos de interesse das organizações, 
com objetivo de criar uma normatização única de nível mundial, de 
modo que as empresas possam falar a mesma língua e usufruir de um 
mesmo mecanismo de orientação para trabalhar com os temas abordados 
pelas normas. Esse tipo de ação tornou-se importante nos tempos atuais 
em decorrência da globalização e da internacionalização do comércio e 
dos mercados. 
Mas o que significa dizer que uma empresa é certificada por uma norma 
ISO? Nem todas as normas ISO são certificáveis, algumas são somente 
orientativas. Aquelas que são certificáveis preveem a emissão de um 
documento que atesta a empresa como cumpridora dos requisitos e 
diretrizes da norma utilizada. 
O certificado tem prazo de validade de três anosa partir da auditoria de 
certificação (STADLER; MAIOLI, 2011). A auditoria de certificação é 
um processo de avaliação realizado por uma instituição que se credenciou 
na ISO para emitir tal certificado. 
www.esab.edu.br 66
Nesse período, a empresa certificada será reavaliada semestralmente ou 
anualmente pelos respectivos organismos de certificação. A manutenção 
dessa certificação depende dos resultados obtidos nas avaliações/
auditorias periódicas. Pode acontecer que a empresa, após a certificação, 
não siga cumprindo com as diretrizes estabelecidas na norma utilizada 
ou não mantenha documentação confiável e verificável. Neste caso, a 
organização pode perder a certificação, até mesmo antes do prazo de 
validade (STADLER; MAIOLI, 2011).
A série de normas ISO 14000 trata das questões ambientais e é o nosso 
foco de estudo nesta unidade. Esta série de normas é composta, de modo 
geral, pelas seguintes normas específicas:
ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental: especificações para implantação e guia
ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental: diretrizes gerais
ISO 14020 Rotulagem ambiental: princípios básicos
ISO 14021 Rotulagem ambiental: termos e definições para aplicação específica
ISO 14022 Rotulagem ambiental: simbologia para os rótulos
ISO 14023 Rotulagem ambiental: testes e metodologias de verificação
ISO 14031 Avaliação da performance ambiental do sistema de gerenciamento
ISO 14032 Avaliação da performance ambiental do sistema de operação
ISO 14040 Análise do ciclo de vida: princípios gerais e prática
ISO 14041 Análise do ciclo de vida: inventário
ISO 14042 Análise do ciclo de vida: análise dos impactos
ISO 14043 Análise do ciclo de vida: mitigação dos impactos
ISO 14050 Termos e definições
ISO 14060 Guia de inclusão dos aspectos ambientais nas normas de produto
ISO 14070 Diretrizes para o estabelecimento de impostos ambientais
Quadro 3 – Normas ISO.
Fonte: Stadler e Maioli (2011).
Vamos conhecer um pouco sobre algumas dessas normas? 
www.esab.edu.br 67
11.1 ISO 14001 e 14004
A norma ISO 14001 é a mais conhecida de todas e trata do Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA). A norma fornece orientações e estabelece os 
requisitos necessários às organizações que querem implantar seus sistemas 
de gestão ambiental. Assim como as demais normas, esse documento foi 
elaborado por diversos profissionais que se reuniram com objetivo de 
elaborar um material útil e prático para as empresas, e que pudesse, ao 
mesmo tempo, servir mundialmente como padrão.
As empresas que buscam essa certificação geralmente são aquelas que 
possuem interesse em gestar de forma mais adequada suas atividades 
em relação ao meio ambiente e também aquelas que são motivadas pela 
exigência de seus clientes. É comum que empresas certificadas exijam 
a certificação de seus fornecedores de produtos ou serviços. Por sua 
vez, uma empresa certificada se beneficia de uma maior confiança da 
comunidade, dos órgãos do governo, dos consumidores, acionistas etc. 
A norma ISO 14004 dá diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e 
técnicas de apoio ao sistema de gestão ambiental e é utilizada no processo 
de implantação deste, juntamente com a norma ISO 14001, servindo de 
apoio a esta. 
11.2 Norma ISO 14040
Esta norma trata da análise do ciclo de vida de um produto. Mas o que 
significa isto? Você já ouviu falar nesse termo? Antes de um produto chegar 
às prateleiras do supermercado, ele passa por diversas etapas: projeto, 
extração da matéria-prima, processamento da matéria-prima, produção 
do produto propriamente dito e distribuição. Então, você o compra no 
supermercado, usa-o e depois joga fora o que restou dele. E esse material, 
em linhas gerais, ou vai para um aterro sanitário ou vai para a reciclagem. 
A todo esse caminho dá-se o nome de ciclo de vida de um produto.
Esta norma visa a orientar as organizações como proceder com a análise 
global de todas as etapas que envolvem a produção do produto (ou 
serviço), do “berço ao túmulo”. Em cada uma dessas etapas existem 
aspectos ambientais que serão avaliados.
www.esab.edu.br 68
11.3 Norma ISO 14062
Esta norma estabelece a integração dos aspectos ambientais na etapa de 
projeto e desenvolvimento do produto. Ela trabalha com o conceito de 
ecodesign, de modo a melhorar o desempenho ambiental do produto, 
juntamente com a diminuição dos custos e também buscando identificar 
oportunidades de novos mercados para os produtos dessa natureza. O 
desenvolvimento de projetos com esse conceito é muito importante, pois 
garante que o produto vai ser ambientalmente menos impactante desde 
sua concepção.
11.4 Normas ISO 14020, 14021, 14024 e 14025
Também conhecidas como normas de rotulagem ambiental, elas visam 
a estabelecer uma comunicação ao consumidor sobre os critérios 
ambientais considerados na elaboração e no descarte final de produtos. 
A primeira, a ISO 14020 estabelece princípios gerais que servem como 
base para o desenvolvimento de declarações ambientais de produtos 
ou serviços. A ISO 14021 proporciona um guia para terminologia, 
símbolos, testes e metodologias de verificação às organizações que 
queiram elaborar autodeclarações dos seus produtos e serviços em 
relação aos seus aspectos ambientais, promovendo a apresentação de seus 
cuidados com o meio ambiente aos consumidores. A norma ISO 14024 
trata dos princípios orientadores e procedimentos para a concessão de 
selos ambientais, realizada por empresas independentes daquelas que 
produzem o produto ou serviço. Por fim, a ISO 14025 identifica e 
descreve os elementos e itens a serem considerados para elaborar uma 
declaração quantificada de produtos com base em dados decorrentes de 
uma Análise do Ciclo de Vida do Produto.
Essas autodeclarações têm destaque no mercado brasileiro para 
embalagens e já têm uma interface de comunicação estabelecida com 
os consumidores. Alguns símbolos comuns utilizados são para o 
alumínio reciclável, aço reciclável, vidro reciclável, embalagem longa 
vida reciclável, lixo. Esses símbolos são importantes para orientar os 
programas de coleta seletiva. A seguir, veja alguns deles. Você os conhece?
www.esab.edu.br 69
Papel Plástico
Materiais recicláveis
Vidro
Orgânico Metal Outros
Figura 9 – Símbolos para materiais recicláveis.
Fonte: Adaptado de <commons.wikimedia.org>.
11.5 A auditoria ambiental, Norma ISO 19011
Esta norma trata do tema das auditorias aos sistemas de gestão. Ela 
não estabelece requisitos, mas sim provê um guia para a realização de 
um programa de auditoria e realização de uma auditoria a um sistema 
de gestão, assim como aspectos sobre a competência e avaliação de um 
auditor. Você deve ter estranhado a numeração desta norma, que não 
parece pertencer à série ISO 14000. Deixe-me explicar. Esta norma 
veio substituir as normas ISO 14010, 14011 e 14012. Ela pode ser 
utilizada para auditoria de um sistema de gestão ambiental e também de 
sistemas de gestão da qualidade. As auditorias são mecanismos previstos 
nos sistemas de gestão ambiental que cumprem com um papel muito 
importante para a manutenção deste. Ela permite que, por meio de 
uma avaliação por amostragem e de forma bem planejada, se verifique 
rotineiramente se a empresa está operando de forma adequada seu 
sistema de gestão. 
www.esab.edu.br 70
11.6 ISO 14050
Esta norma trata de termos e definições utilizados em todas as normas 
da série ISO 14000. A comunicação é um aspecto bastante importante 
para a implantação e operação de um sistema de gestão. Para que a 
comunicação ocorra de forma adequada e eficiente, é necessário que 
os termos e definições estejam bem claros, evitando equívocos por 
compreensão equivocada da terminologia.
Apresentamos para você as principais normas da série ISO 14000. 
Cada uma delas pode ser objeto de um amplo estudo para compreensão 
minuciosa dos assuntos tratados. Neste momento, é importante você 
saber que estas normas existem e conhecer seus principais itens. Na 
próxima unidade, continuaremos o assunto e você conhecerá as normasda série ISO 14001.
www.esab.edu.br 71
12 Norma ISO 14001 – meio ambiente 
Objetivo
Apresentação dos principais elementos da norma norteadora para a 
implantação da ISO 14001 nas empresas. 
Vamos agora estudar a ISO 14001 propriamente dita? Essa é a norma 
principal utilizada no processo de implantação da gestão ambiental. 
A seguir, vamos estudar os requisitos do sistema de gestão ambiental 
estabelecidos pela ISO 14001.
12.1 Requisitos gerais
A organização deve definir e documentar o escopo do seu Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA), ou seja, definir em qual(is) unidade(s) vai 
implementar a norma para que fique definida a parte da organização 
que será certificada, se toda ou em parte. A divulgação da certificação 
estará atrelada sempre à parte sobre a qual o sistema foi implantado. Esse 
é um aspecto que muitas vezes não fica claro para o público externo, 
confundido por achar que a certificação afeta sempre toda a organização. 
12.2 Política ambiental
A alta administração deve definir a política ambiental da organização 
com as seguintes características: ser adequada à natureza e escala dos 
impactos desta; expressar o comprometimento com a melhoria continua; 
ser documentada, implementada e mantida. Todos que atuam na 
organização devem conhecê-la, bem como ela deve estar acessível ao 
público (ISO 14001, item 4.2). Vamos conhecer a Política Ambiental da 
Toyota para você ver um caso concreto: 
www.esab.edu.br 72
A Toyota do Brasil Ltda., fabricante de veículos e peças automotivas, orientada 
por seus princípios corporativos, está continuamente comprometida em preservar 
o meio ambiente e promover um local de trabalho seguro e saudável para seus 
colaboradores, empenhando-se em:
• Atender aos requisitos estipulados pela legislação e a outros requisitos aplicados a 
seus negócios.
• Alcançar objetivos e metas de meio ambiente, segurança e saúde;
• Melhorar continuamente o seu desempenho através da prevenção da poluição e da 
melhoria do ambiente de trabalho;
• Avaliar, previamente, os efeitos provocados pela utilização de novos materiais e 
processos no meio ambiente, na segurança e na saúde;
• Contribuir com a sociedade;
• Cooperar com os parceiros comerciais nas atividades relacionadas ao meio ambiente;
• Treinar e conscientizar continuamente seus colaboradores nas atividades e práticas 
relacionadas ao meio ambiente, à segurança e à saúde (TOYOTA, 2013).
12.3 Planejamento
Este item é composto por três tópicos que incluem: 1) a identificação 
e análise dos aspectos ambientais que possam ser controlados por ela e 
sobre os quais ela tenha influência; 2) identificar os requisitos legais e 
outros requisitos subscritos pela organização e determinar como eles se 
aplicam aos aspectos ambientais; 3) estabelecer, implementar e manter 
objetivos de conformidade com os requisitos legais ou subscritos e de 
melhoria contínua, considerando as opções tecnológicas disponíveis, 
custos financeiros, operacionais e comerciais dos objetivos traçados e de 
melhoria contínua (ISO 14001, item 4.3.1).
www.esab.edu.br 73
12.4 Implementação e operação (ISO 14001, item 4.4)
Este item possui sete subitens que englobam:
1. recursos, funções, responsabilidades e autoridades;
2. competência, treinamento e conscientização;
3. comunicação;
4. documentação;
5. controle de documentos;
6. controle operacional;
7. preparação e respostas a emergências.
Esse é o item central da norma em termos de construção do 
sistema. Como você pode observar, inclui desde garantir recursos e 
responsabilidades, como o registro de todos os procedimentos elaborados 
para a operação do sistema. Para muitas organizações de médio e 
pequeno porte, a implantação efetiva de todos os procedimentos e 
mecanismos de controle operacionais se tornam muito onerosos e 
injustificáveis pelo pouco retorno efetivo que podem gerar para a 
organização além daqueles que ela já tem com seu modus operandi. 
Neste caso, a decisão por implantar ou não o sistema exigirá bom senso 
entre os responsáveis e também uma boa orientação técnica sobre as 
possibilidades que podem ser consideradas. Ao final, deve-se verificar se 
a organização possui realmente algum ganho com a certificação. Caso 
contrário, é melhor continuar operando sua responsabilidade ambiental 
de forma menos estruturada, porém efetiva.
www.esab.edu.br 74
12.5 Verificação (ISO 14001, item 4.5)
A verificação da operação do sistema é estruturada da forma apresentada 
a seguir.
1. Verificação e medição.
2. Avaliação da conformidade e, nos casos de não conformidade, 
aplicação de ações corretivas ou ainda preventivas, quando a não 
conformidade ainda é um ato em potencial.
3. Controle de registros.
4. Auditoria interna: um programa de auditoria deve ser 
implementado, visando a garantir a manutenção do sistema em 
operação dentro dos requisitos estabelecidos.
12.6 Análise crítica pela administração (ISO 14001, 
item 4.6)
Deve ser feita em intervalos planejados e incluir informações sobre: 
resultados das auditorias internas; comunicações externas das partes 
interessadas; extensão em que os objetivos e metas foram atendidos; 
situação das ações preventivas e corretivas; acompanhamento das ações 
oriundas de análises críticas anteriores; possíveis mudanças nos requisitos 
legais e recomendações para melhoria contínua. Desta forma, finalizamos 
toda a norma ISO 14001. Como você pode observar, todos os itens 
foram escritos de forma a compor um sistema de gestão. 
E quais as vantagens de um sistema desse tipo para uma organização? Ele 
permite:
• desenvolver uma política ambiental;
• estabelecer objetivos ambientais e processos para atingir os 
compromissos estabelecidos em tal política;
• tomar as ações necessárias para melhorar seu desempenho;
www.esab.edu.br 75
• demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos desta 
norma. 
Em síntese, a finalidade da norma é apoiar a proteção ambiental e 
a prevenção de poluição de forma balanceada com as necessidades 
socioeconômicas. Ou seja, a norma definiu uma série de instrumentos, 
métodos e parâmetros para criar e implementar um sistema de gestão. 
Entretanto, todo esse aparato serve para a empresa, ao final, conseguir 
proteger o ambiente onde está inserida, prevenindo a poluição e 
operando de forma mais integrada, inclusive com a sociedade. É muito 
importante esse alerta, pois pode ser que as organizações fiquem tão 
envolvidas em implantar todos os requisitos da norma e de fazê-los 
funcionar que acabem se esquecendo de avaliar se estão atendendo ao 
objetivo final que motivou todo o processo de gestão ambiental. 
O nível de detalhamento e a complexidade do SGA, a extensão da 
documentação e os recursos destinados dependem de um número de 
fatores, tais como o escopo do sistema, o tamanho da organização e a 
natureza das atividades, produtos e serviços. 
Após essa explanação sobre a ISO 14001, estamos nos inserindo cada 
vez mais no tema e podemos compreender melhor todos os elementos 
envolvidos com a responsabilidade social e ambiental. Esperamos que 
você esteja se interessando pelo assunto, pois vivemos em uma época em 
que há a necessidade de as empresas promoverem adaptações sociais e 
ambientais para a sua própria sobrevivência. Portanto, tais temas não são 
opcionais, e sim necessários. Aproveite e reconheça seu papel.
www.esab.edu.br 76
Resumo
Caro estudante, nestas últimas seis unidades vimos a questão da ética na 
aplicação da responsabilidade social e ambiental e o papel das pessoas 
dentro da organização na condução do processo de responsabilidade social 
e ambiental. Abordamos, no contexto da responsabilidade socioambiental, 
a empresa e seus stakeholders. Após abordar este lado mais humanista do 
tema, entramos nos sistemas de gestão e nas normas orientadoras. Vimos 
também sobre as normas internacionais ISO 14000 e 14001, bem como 
seus principais elementos de implementação nas empresas para que se 
opere dentro de um sistema de gestão ambiental efetivo.
www.esab.edu.br 7713
Normas orientadoras da 
responsabilidade social: AA 1000 e 
ABNT NBR 16001
Objetivo
Apresentar uma introdução às normas norteadoras da gestão da 
responsabilidade social e seus principais elementos: AA 1000 e ABNT 
NBR 16001. 
Na unidade anterior você estudou sobre a norma ISO 14001. Nesta 
unidade, vamos iniciar o estudo das normas que tratam do tema da 
responsabilidade social.
É importante que você saiba que assim como a questão ambiental possui 
normas que regulam e ajudam na implantação de mecanismos de gestão, 
controle e monitoramento, também existem normas que regulam o tema 
da responsabilidade social. E não são poucas, tanto no âmbito nacional 
quanto no internacional. Vamos conhecê-las?
No quadro a seguir estão apresentadas as normas que estudaremos 
nesta e na próxima unidade, acompanhadas de algumas informações 
importantes.
Norma Origem Ano Foco Aplicação
ABNT NBR 16001 Nacional 2004
Sistema da gestão – 
Requisitos.
Certificável
SA 8000 Internacional 2008
Direitos humanos e leis 
trabalhistas. Gestão.
Certificável
AA 1000 – APS Internacional 2008
Contabilidade, auditoria e 
relato social e ético.
Não Certificável
ABNT NBR ISO 
26000
Internacional 2010
Diretrizes sobre 
Responsabilidade Social.
Não Certificável
Quadro 4 – Normas orientadoras da responsabilidade social.
Fonte: Elaborado pela autora (2013).
www.esab.edu.br 78
Agora, que tal analisarmos o Quadro 4? Pois bem, na coluna das aplicações 
mencionamos se as normas são certificáveis ou não. As normas certificáveis 
preveem, às organizações que as implementaram, a concessão de um 
certificado que atesta a sua implementação. Esse certificado é concedido 
às organizações por meio de auditoria externa, realizada por empresas 
credenciadas para esta atividade. Na unidade 16 veremos com mais 
detalhes esse procedimento. Já as normas não certificáveis não oferecem 
esse recurso, são normas cuja aplicação visa a orientar, dar suporte, mas não 
atestar a sua implantação por meio da concessão de um certificado. 
Apesar de práticas e úteis, existem alguns riscos na utilização indevida 
dessas normas: o risco de tolher a capacidade criativa das organizações; 
acabar se tornando uma barreira para que empresas não certificadas 
exportem seus produtos; gerar um equívoco de que a responsabilidade 
social é um negócio e não um valor a ser seguido; ser um processo viável 
apenas às grandes organizações devido ao custo elevado de implantação. 
Contribui-se para evitar esses riscos quando mantemos o foco nos 
resultados práticos e benefícios das normas sobre o trabalho que 
fazemos e também sobre as empresas com as quais nos relacionamos. As 
manipulações indevidas com as normas ganham força quando perdemos 
esta capacidade de observar os fatos reais e passamos a ver por meio 
somente dos relatórios oficiais. 
www.esab.edu.br 79
Para sua reflexão
As normas são instrumentos que ajudam a 
organização na implantação e operação de um 
sistema de gestão de responsabilidade social. 
Mas elas podem ser prejudiciais se fizermos mau 
uso delas. Reflita sobre a importância da ética 
na aplicação dessas normas e como os valores da 
organização podem ajudar a extrair o que há de 
melhor desses documentos.
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
13.1 Norma AA 1000 - APS
Primeiramente, vamos estudar a norma AA 1000 Accountability 
Principles Standard – APS (Padrão de Princípios da Responsabilidade), 
lançada em 1999 e revisada em 2008 pelo Institute of Social and Ethical 
Accountability (ISEA), uma organização não governamental com sede 
em Londres e formada por empresas, ONGs e organismos de pesquisa. 
Além da AA 1000 – APS, esse instituto lançou a norma AA1000 
Assurance Standard – AS (Garantia do Padrão: serve para certificar 
profissionais com uma metodologia de avaliação das organizações, 
de modo a verificar se elas realmente aderem aos princípios de 
responsabilidade) e a AA1000 Stakeholder Engagement Standard – SES 
(Padrão de Engajamento das Partes Interessadas: tem como objetivo 
ajudar as organizações no engajamento das partes interessadas).
Os princípios da AA 1000 – APS têm como pressupostos que a 
organização responsável adotará:
• estratégia fundamentada em questões relevantes para ela e suas partes 
interessadas;
www.esab.edu.br 80
• metas e padrões de desempenho sobre os quais a organização será 
avaliada;
• meios de divulgação da informação sobre a estratégia, problemas e 
desempenho.
A norma conta com 11 princípios que devem ser seguidos pela 
organização, agrupados em quatro áreas de referência. Vamos conhecer 
essas áreas e seus princípios? 
Os princípios que regem as quatro áreas
Área 1 – Escopo e natureza do processo de organização
Completude
Inclusão imparcial das áreas apropriadas e atividades relacionadas com 
desempenho social e ético nos processos de contabilidade.
Materialidade
Inclusão de informação significativa que pode afetar as partes 
interessadas e sua avaliação do desempenho social e ético da 
organização.
Regularidade e 
conveniência
Disponibilidade de ação e informação sistemática dos processos de 
contabilidade, auditoria e relato social para apoiar a tomada de decisão 
da organização e partes interessadas.
Área 2 – Significância da informação
Garantia da 
qualidade
Processo de auditoria da organização realizado por um auditor externo ou 
partes independentes e competentes.
Acessibilidade
Comunicação apropriada e efetiva para as partes interessadas da 
organização sobre seus processos de contabilidade, auditoria e relato 
social e ético e seu desempenho.
Área 3 – Qualidade da informação
Comparabilidade
Capacidade de comparação de desempenho da organização com 
períodos anteriores, metas de desempenho, benchmarks externos, 
regulamentação e normas não obrigatórias.
Confiabilidade
Garantia para a organização e partes interessadas de informação íntegra 
e imparcial proveniente da contabilidade, da auditoria e do relato social e 
ético.
Relevância
Informação útil para a organização e partes interessadas para construção 
de conhecimento e suporte à tomada de decisão.
Entendimento
Garantia de compreensão da informação (incluindo questões de língua, 
estilo e formato) pela organização e partes interessadas.
www.esab.edu.br 81
Área 4 – Gerenciamento do processo em base contínua
Integração
De informações ou sistemas, garantia de que os processos de 
contabilidade, auditoria e relato social e ético façam parte das operações, 
sistemas e políticas da organização e que não sejam apenas destinados à 
produção de relato social e ético.
Melhoria contínua
Ações tomadas, reconhecidas e externamente auditadas para melhorar o 
desempenho em resposta aos resultados dos processos de contabilidade, 
auditoria e relato social e ético, oferecendo oportunidade para o 
desenvolvimento contínuo do processo.
Quadro 5 – Áreas e princípios da norma AA 1000.
Fonte: Adaptado da Norma AA 1000 (1999).
Com base nas áreas e princípios da norma, o processo de implantação 
da AA 1000 – APS segue um ciclo definido de atividades, constituído 
por cinco elementos: planejamento; contabilidade; auditoria e relato; 
integração; e engajamento das partes interessadas.
Esse ciclo de implantação indica à organização a forma como o processo de 
implantação deve ser conduzido: o planejamento visa a garantir uma visão 
das atividades, das pessoas e dos recursos envolvidos ao longo do tempo; a 
contabilidade como setor de cômputo dos números para gestão e avaliação; 
as auditorias garantem a checagem periódica do sistema; a integração 
objetiva o reconhecimento da norma e de um comportamento coerente 
com ela; e o engajamento das partes interessadas é o elemento da norma 
que envolve as pessoas e garante sua participação dentro de todo o processo. 
13.2 ABNT NBR 16001
A ABNT NBR 16001 é uma norma brasileira elaborada pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e constitui o nosso fórum 
nacional de normalização.Similarmente ao que ocorre com a ISO 
(International Organization for Standardization), na ABNT as normas 
também são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por 
representantes dos setores envolvidos.
Assim como a norma ISO 14001 que você estudou no módulo anterior, 
a NBR 16001 também está fundamentada na metodologia conhecida 
como PDCA (Plan-Do-Check-Act). 
www.esab.edu.br 82
• Planejar (Plan): estabelecer os objetivos e processos necessários 
para se produzirem resultados em conformidade com a política de 
responsabilidade social da organização.
• Fazer (Do): implementar os processos.
• Verificar (Check): monitorar e medir os processos em relação à 
política de responsabilidade social e aos objetivos, às metas, aos 
requisitos legais, entre outros, além de reportar os resultados.
• Atuar (Act): realizar ações para melhorar continuamente o 
desempenho ambiental, econômico e social do sistema da gestão.
A metodologia PDCA é compatível com as organizações que trabalham 
estruturadas sob a forma de processos. Nos casos em que a organização 
ainda não possui processos definidos e em operação, é necessário 
primeiramente trabalhar sobre esse aspecto.
A norma ABNT NBR 16001 se aplica a qualquer organização que 
deseje:
• implantar, manter e aprimorar um sistema da gestão de 
responsabilidade social;
• assegurar-se de sua conformidade com a legislação aplicável e com 
sua política de responsabilidade social;
• apoiar o engajamento efetivo das partes interessadas.
Além disso, ela se aplica à organização que tenha o interesse e a intenção de:
• realizar autoavaliações e emitir autodeclarações de conformidade;
• buscar confirmação de sua conformidade por partes que possuam 
interesse na organização;
• buscar confirmação da sua autodeclaração por uma parte externa à 
organização; 
• buscar certificação do seu sistema da gestão de responsabilidade 
social por uma organização externa.
www.esab.edu.br 83
Conheça agora os requisitos que devem ser satisfeitos pelas organizações 
que desejam ter seu sistema de gestão da responsabilidade social 
certificado de acordo com a NBR 16001:
• política de responsabilidade social;
• planejamento – partes interessadas e suas percepções; legislação; 
objetivos, metas e programas; recursos, regras, responsabilidade e 
autoridade; implementação e operação – competência, treinamento 
e conscientização; comunicação, controle operacional;
• requisitos de documentação – manual do sistema de gestão da 
responsabilidade social; controle de documentos; controle de 
registros;
• medição, análise e melhoria – monitoramento e medição; avaliação 
da conformidade; não conformidade e ações corretiva e preventiva; 
auditoria interna; análise pela alta administração.
É importante saber que a adoção da NBR 16001 não elimina, engloba 
ou substitui o uso das normas da série ISO 9000 ou ISO 14000, 
cabendo às organizações a decisão de aplicá-la em conjunto ou separado, 
dependendo de suas necessidades estratégicas.
www.esab.edu.br 84
Estudo complementar
Procure na internet as normas técnicas que estamos 
estudando. Sugerimos que você abra os arquivos 
e visualize o conteúdo na íntegra dessas normas. 
Em alguns casos você conseguirá uma cópia para 
fazer download. Lendo esses textos, você ficará mais 
familiarizado com esse tipo de documento. 
A norma AA 1000 está disponível aqui.
As normas NRB 16000 e ISO 26000 você 
encontrará neste site.
Por fim, a norma SA 8000 você encontrará clicando 
aqui.
Bons estudos!
Com isso, finalizamos o estudo das normas AA 1000 e ABNT NBR 
16001. Vamos estudar, na próxima unidade, duas outras normas que 
tratam do tema responsabilidade social: SA 8000 e ISO 26000. 
http://www.accountability.org/images/content/5/7/573/AA1000APS-2008-PT%28print%29.pdf
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp
http://www.cpfl.com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_Social_SA8000.pdf
http://www.cpfl.com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_Social_SA8000.pdf
www.esab.edu.br 85
14
Normas orientadoras da 
responsabilidade social: SA 8000 e 
ISO 26000
Objetivo
Apresentar os principais elementos das normas de gestão da 
responsabilidade social: SA 8000 e ISO 26000.
Na unidade anterior, conhecemos duas normas norteadoras da gestão da 
responsabilidade social e seus principais elementos: AA 1000 e ABNT 
NBR 16001. Na unidade que se inicia, veremos outras duas normas que 
tratam do tema responsabilidade social: SA 8000 e ISO 26000. 
14.1 SA 8000
A SA 8000 (Social Accountability, ou, em português, Responsabilidade 
Social) estabelece requisitos voluntários a serem atendidos por 
empregadores no ambiente de trabalho, incluindo os direitos dos 
trabalhadores e os sistemas de gestão. 
A SA surgiu porque a Social Accountability International (SAI), 
organização não governamental americana, buscou conceber um 
programa que possibilitasse às organizações os meios para assegurar aos 
seus clientes de que seus produtos seriam produzidos sob condições 
humanas de trabalho. 
Os elementos normativos desta norma são baseados na legislação 
nacional, nas normas internacionais de direitos humanos e nas 
convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A norma é 
basicamente composta por nove requisitos. Conheça agora os temas que 
são requisitos de responsabilidade social segundo a SA 8000: 
www.esab.edu.br 86
• trabalho infantil: não é permitido;
• trabalho forçado: não é permitido;
• saúde e segurança: devem ser asseguradas;
• liberdade de associação e negociação coletiva: devem ser garantidas;
• discriminação: não é permitida;
• práticas disciplinares: não são permitidas;
• horário de trabalho: não deve ultrapassar 48horas/semana, além de 
12 horas extras/semana;
• remuneração: deve ser suficiente.
Observe que esta norma tem foco nas relações de trabalho internas, não 
sendo tão abrangente como as demais, que tratam de projetos e ações 
com a comunidade externa. 
Todavia, de forma semelhante às demais, a norma estabelece a 
necessidade de implantação de um sistema de gestão composto por:
• uma política devidamente formulada e divulgada na organização;
• um representante da alta administração formalmente estabelecido;
• um representante do trabalhador, o qual representará os interesses 
dos trabalhadores junto à alta administração;
• uma análise crítica pela alta administração;
• controle de fornecedores, subcontratados e subfornecedores;
• tratamento das preocupações e ação corretiva;
• comunicação externa e engajamento de partes interessadas;
• registros.
14.2 ISO 26000
Vamos agora estudar a Norma ABNT NBR ISO 26000 – Diretrizes 
sobre Responsabilidade Social? 
Diferentemente das normas ABNT NBR ISO 9001 e ABNT NBR ISO 
14001, a ABNT NBR ISO 26000 não é uma norma para certificação, ou 
seja, ela serve apenas como um guia de diretrizes e não como base para 
obtenção de selos e certificados de responsabilidade socioambiental pelas 
empresas e outras organizações.
www.esab.edu.br 87
A ISO 26000 traz orientações sobre conceitos, princípios, práticas e 
temas da responsabilidade social para todos os tipos de organizações. 
Ela procura contribuir para que o desempenho das organizações seja 
compatível com o desenvolvimento sustentável da sociedade, provocando 
e induzindo as organizações a irem além das suas obrigações legais e 
efetivamente tornando-se parte ativa desse desenvolvimento.
O seu escopo apresenta os seguintes itens:
• termos e definições;
• compreensão da responsabilidade social;
• princípios da responsabilidade social;
• reconhecimento da responsabilidade social e engajamento das partes 
interessadas (stakeholders);
• orientações sobre temas centrais da responsabilidade social;
• orientações sobre a integração da responsabilidade social em toda a 
organização;
• comunicação referente aos compromissos assumidos, desempenho e 
informações.
No que se refere ao item sobre a compreensão da responsabilidade 
social,a norma tratou de resgatar de forma breve o histórico do 
movimento da responsabilidade social, mostrando que não se trata de 
algo estático, mas de um movimento em construção, que se adapta e 
evolui na medida em que mudam seus atores e o cenário no qual estão 
inseridos.
Estudo complementar
Leia o item da norma denominado “Compreensão 
da responsabilidade social” diretamente da norma 
ISO 26000, disponível no site, clicando aqui. Você 
terá outros elementos para complementar seu 
estudo.
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp
www.esab.edu.br 88
No item sobre os princípios da responsabilidade social, a norma 
apresenta orientações sobre sete princípios de responsabilidade social 
destacados como importantes, são eles: responsabilidade, transparência, 
comportamento ético, respeito pelo que é importante para as partes 
interessadas, respeito pelo estado de direito, respeito pelas normas 
internacionais de comportamento e respeito pelos direitos humanos.
Ao implementar a ISO 26000, não podemos encarar os princípios da 
responsabilidade social como meros requisitos a serem contemplados. É 
preciso refletir profundamente sobre cada um deles, sobre seus propósitos 
e fundamentos, para poder então estabelecer – e justificar sempre que 
necessário – as diretrizes a serem utilizadas nas situações reais vividas 
pelas organizações.
No item sobre o reconhecimento da responsabilidade social e 
engajamento das partes interessadas, a norma indica que uma 
organização deve buscar compreender a natureza tríplice das relações em 
que está envolvida: 
• entre a organização e a sociedade;
• entre a organização e as suas partes interessadas; e
• entre as partes interessadas e a sociedade.
No item que trata das orientações sobre temas centrais da 
responsabilidade social, a norma tratou de explicitar ao usuário os temas 
centrais da responsabilidade social, sobre os quais a organização pode 
identificar suas questões relevantes e estabelecer suas prioridades. Os 
temas centrais apresentados são:
• governança organizacional;
• direitos humanos;
• práticas de trabalho;
• meio ambiente;
• práticas leais de operação;
• questões relativas a consumidores;
• envolvimento e desenvolvimento da comunidade. 
www.esab.edu.br 89
14.3 Orientações sobre a integração da 
responsabilidade social por toda a organização
Esta seção é a parte da ISO 26000 que explora as ações, ou seja, “o que 
fazer”, e traz orientações práticas sobre uma série de aspectos de gestão 
abordados nas seções anteriores, como a necessidade de priorização 
entre os vários assuntos relevantes para a responsabilidade social de 
uma organização, a comunicação eficaz, os sistemas de monitoramento, 
controle e relatório de desempenho, entre outros.
Para encerrarmos, saiba que a integração da responsabilidade social é o 
grande desafio proposto pela ISO 26000 para as empresas brasileiras.
A responsabilidade social não se limita a programas de investimento 
social privado ou a um departamento específico. Implica, 
principalmente, na adoção de medidas objetivas, no estabelecimento 
de políticas e na estruturação de processos em toda a organização. A 
ISO 26000 fornece as diretrizes e ainda aponta algumas ferramentas 
disponíveis neste sentido.
Na próxima unidade, vamos estudar sobre os desafios que as empresas 
enfrentam na hora de escolher a certificação adequada ao seu projeto de 
gestão socioambiental.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
www.esab.edu.br 90
15 Gestão socioambiental: desafios para sua implantação
Objetivo
Discutir sobre os principais desafios que envolvem o processo de 
implantação dos mecanismos de gestão.
Como vimos, é grande a variedade de normas e certificações existentes 
no mercado e o desconhecimento sobre o tema muitas vezes é uma 
realidade. Por isso, antes de escolher qual caminho tomar, é preciso ler 
as opções e estudar os pontos positivos e negativos de cada uma delas, 
de acordo com o caso concreto no qual está se buscando investir, com 
relação a um sistema de gestão socioambiental. 
Segundo Stadler e Maioli (2011), existem algumas motivações pelas 
quais as empresas procuram certificar-se: globalização, diferencial 
competitivo, melhoria de processos produtivos, controle de recursos 
humanos, modismos e marketing. 
Complementarmente às motivações, os benefícios observados 
na implantação das normas são: a forma como os recursos são 
adequadamente utilizados; a maneira correta com que a produção 
é realizada, utilizando melhor o tempo e evitando desperdícios; a 
padronização na elaboração de produtos e serviços; o aumento de 
produtividade; uma educação continuada no ambiente empresarial que 
resulta em maior segurança para os colaboradores e em formas mais 
corretas de utilização dos equipamentos (STADLER; MAIOLI, 2011).
Independentemente das razões pelas quais a empresa optou por 
implantar um sistema de gestão, depois de feita a escolha por uma norma 
e iniciado o processo, deve-se encará-lo com muita seriedade e saber 
que nos anos iniciais a eficiência e eficácia do sistema podem não ser 
evidentes porque os instrumentos ainda estão em fase de ajustes.
www.esab.edu.br 91
Os principais desafios na implantação dos mecanismos de gestão que 
vamos trabalhar aqui são:
1. identificação de valores internos;
2. criação da política;
3. diagnóstico de demandas; 
4. elaboração de procedimentos e projetos;
5. implantação de procedimentos e projetos;
6. definição de indicadores;
7. avaliação periódica e melhoria contínua.
Os valores internos dão vida aos sistemas de gestão, portanto sem eles 
não é possível implementar qualquer sistema. A partir dos valores 
bem definidos e incorporados pela alta administração, é possível que 
a organização defina sua política do sistema de gestão, a qual será 
amplamente divulgada internamente, com o objetivo de que todos 
os funcionários conheçam e internalizem as intenções e diretrizes 
da organização para com o sistema. A política também pode e deve 
ser divulgada para os stakeholders, que desta forma poderão também 
conhecer o que a organização considera mais valoroso dentro de seu 
sistema de gestão socioambiental e a mensagem que a alta administração 
quer passar. 
Saiba mais
Conheça as políticas de algumas empresas, tais 
como a política de meio ambiente da Natura; a 
política de responsabilidade social da Comissão 
Estadual de Energia Elétrica – Estado do Rio 
Grande do Sul (CEEE); e a política de meio 
ambiente da TetraPak.
Disponíveis aqui, aqui e aqui.
O diagnóstico das demandas é outro fator importante e crítico no 
sistema de gestão. Desse diagnóstico parte-se para o planejamento 
das atividades de implantação. Nesta etapa, é hora de olhar para a 
http://www2.natura.net/Web/Br/Inst/src/Politic.asp
http://www.ceee.com.br/pportal/ceee/Component/Controller.aspx?CC=23715
http://www.tetrapak.com/br/sustentabilidade/meio_ambiente/politica_meioambiente/Pages/default.aspx
www.esab.edu.br 92
organização e ver quais são as necessidades, os fatores críticos, as 
oportunidades e as soluções disponíveis. 
Nenhuma organização é igual à outra, nem mesmo quando comparamos 
duas empresas do mesmo ramo de atividade. Suas características 
genéricas podem ser similares, porém existem os fatores próprios e 
internos que diferenciam umas das outras, por exemplo: o ambiente 
natural onde está inserida, o perfil da alta administração, o município 
sede, a relação com fornecedores, o tratamento com os funcionários, a 
gestão financeira etc. 
A escolha de estratégias e planos de ação no que diz respeito à 
responsabilidade socioambiental, portanto, varia bastante; e também 
influencia o grau de adaptação da organização a essas políticas. Existem 
organizações que estão adaptadas e já possuem diversositens em acordo 
com o sistema de gestão que será implantado. Por outro lado, existem 
as empresas que ainda não estão preparadas para operarem baseadas 
em conceitos de responsabilidade socioambiental, ou operarem por 
processos. Estas últimas terão um processo de implantação mais custoso e 
demorado.
Faz parte do diagnóstico, levantar e conhecer as necessidades e 
expectativas dos stakeholders. Essas demandas também farão parte do 
diagnóstico e necessitarão de ações por parte da empresa dentro do seu 
plano de ação.
Um fator que demanda arranjos dentro de organização, alocação de 
recursos humanos e financeiros é a elaboração de procedimentos e 
projetos. Essa é uma etapa mais lenta, participativa, e que exigirá dos 
funcionários uma predisposição para contribuir com seu conhecimento 
em prol do desenvolvimento de novas formas de trabalho ou ainda de 
projetos que visam a solucionar problemas. 
Uma vez que os procedimentos e projetos são elaborados, devem ser 
implantados e executados paulatinamente. Para isto acontecer de forma 
adequada, é necessário um bom planejamento, cronograma e boa 
capacidade de comunicação.
www.esab.edu.br 93
Para sua reflexão
Trabalhar em uma empresa que possui um 
sistema de gestão implantado significa assumir o 
compromisso de realizar seu trabalho conforme 
os procedimentos descritos. Para muitos isso 
pode representar um grande desafio, pois implica 
realizar rotinas bem definidas. Será que todos se 
adequam a esse tipo de trabalho? Reflita sobre isso.
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
Por sua vez, a definição de indicadores é crucial para promover um 
ambiente adequado de avaliação. Só é possível avaliar aquilo que é 
mensurado. Vamos criar um exemplo para entendermos como se aplicam 
os indicadores?
Exemplo:
Vamos supor que foi criado um procedimento para monitoramento 
do consumo de água na linha de produção de uma empresa. O 
procedimento determinou os pontos do processo que consomem água e 
o que deveria ser feito para reduzir esse consumo. Vejamos: 
• a empresa instalou novas máquinas, mais modernas, que consomem 
metade da água que as antigas máquinas consumiam; 
• os funcionários foram treinados para operar esses novos 
equipamentos e para fazer a manutenção periódica deles, de modo 
que tenham sempre a eficiência esperada; 
• para garantir que os resultados esperados sejam alcançados e 
mantidos, foram implantados formulários para os funcionários 
registrarem diariamente o consumo de água do equipamento e 
também os dias em que as manutenções são executadas. 
www.esab.edu.br 94
Com base nesses registros, o responsável pelo setor acompanha a eficácia 
e o retorno do investimento nas novas máquinas e poderá informar o 
volume de água reduzido e a economia efetiva de recursos naturais e 
financeiros ao seu superior. Para isto serve a implantação de indicadores: 
para medir a eficácia do sistema, seus investimentos e retornos.
A avaliação periódica e definição de ações que visam a melhorar todo 
esse mecanismo são etapas importantes que darão êxito à implantação 
do processo de gestão. O monitoramento e ajustes na operação são 
tarefas cruciais, principalmente nos primeiros anos do sistema, todavia 
farão parte dele permanentemente. Aqui uma análise inteligente dos 
indicadores e dos registros do sistema é fundamental. Implementando 
essas ferramentas é que garantimos a melhoria contínua do sistema 
de gestão, cuja estrutura conceitual já foi apresentada anteriormente. 
Lembre-se de que o objetivo final da implantação de um sistema de 
gestão socioambiental é de melhorar efetivamente a relação da empresa 
com o meio ambiente e a sociedade, e isso deve ser mensurado, calculado 
e visto na prática. 
Saiba mais
Assista ao vídeo “Implantando um SGA”, 
produzido pela empresa de Gestão Ambiental 
Verde Gaia, que explica de forma didática sobre 
a implementação da NORMA NBR ISO 14001 em 
qualquer organização. Disponível aqui. 
Depois de estudar a fase de implantação dos sistemas de gestão, a seguir, 
na unidade 16, vamos analisar a fase de operação desses sistemas. 
http://www.youtube.com/watch?v=EGLcylFGmDo
www.esab.edu.br 95
16 Gestão socioambiental: gerenciamento
Objetivo
Demonstrar o processo de operação da gestão socioambiental e os 
principais elementos envolvidos.
Após estudarmos na unidade anterior alguns aspectos importantes sobre 
a fase de implantação dos sistemas de gestão, vamos agora nos debruçar 
sobre outra fase, a de operação desses sistemas. Nesta unidade vamos 
considerar as seguintes atividades da fase de operação:
• treinamento e desenvolvimento dos funcionários;
• atualização contínua da documentação do sistema;
• acompanhamento do resultado pelos responsáveis;
• canal de comunicação;
• auditorias internas e externas.
16.1 Treinamento e desenvolvimento dos 
funcionários
Segundo a norma ABNT NBR 16.001 (2004), item 3.4.1, – 
Competência, treinamento e conscientização e a norma SA 8000 (2008), 
item 9.5 – Planejamento e implementação, a organização deve identificar 
as necessidades de treinamento referente ao seu sistema da gestão da 
responsabilidade social e fornecer o treinamento ou adotar ações para 
atender às necessidades levantadas.
No aspecto formal do treinamento, os sistemas de gestão devem garantir 
que cada um esteja apto a desenvolver bem as atividades que lhe cabem. 
Seja por meio de treinamentos externos, internos ou ainda por meio de 
dicas e trocas de experiências com os mais velhos, o fluxo da capacitação 
precisa estar em movimento.
www.esab.edu.br 96
Além de possibilitar ao funcionário a capacitação, a empresa precisa 
acompanhar os resultados obtidos com o treinamento. Esse é um aspecto 
não muito simples de ser posto em operação, todavia é necessário. 
Diante do sistema de gestão e suas exigências de documentação, cada um 
terá sua ficha de treinamento e desenvolvimento contendo os registros 
de ações desse tipo desenvolvidos. Ainda segundo a norma ABNT 
NBR 16.001, a organização deve manter registros referente à educação, 
treinamento e experiência dos seus funcionários.
Estudos apontam que empresas socialmente responsáveis, que possuem projetos 
voltados às comunidades carentes e que desenvolvem também atividades em prol do 
meio ambiente, conseguem passar aos seus funcionários mais prazer e orgulho por 
fazer parte dessas organizações. A ideia é que a responsabilidade social e ambiental, 
além de repercutir medidas diretas aos colaboradores, também reverta em motivação 
para o trabalho.
16.2 Atualização contínua da documentação do 
sistema
Este é um aspecto importante e necessita de um monitoramento 
constante, pois as normas possuem uma série de requisitos que, ao serem 
implementados, resultam na elaboração de muitos procedimentos e 
formulários. 
www.esab.edu.br 97
Dica
Consulte a ABNT NBR 16.001 (2004), item 3.5 – 
Requisitos e documentação e a norma SA 8000 
(2008), no item 9.8 – Controle de Fornecedores/
Subcontratados e Subfornecedores. Além disso, 
em outros itens espalhados pela norma, você verá 
as necessidades de documentação do sistema de 
gestão.
Os documentos e formulários do sistema de gestão não podem ficar 
desatualizados nos pontos de uso e consulta pelos funcionários. 
Principalmente nos primeiros anos, a documentação do sistema passa 
por muitas alterações, visando a ajustar-se aos processos, que por sua 
vez também são passíveis de alterações visando à melhoria contínua das 
atividades. 
Quando ocorre alguma alteração na documentação do sistema, é 
necessário que se recolham os documentos desatualizados de circulação. 
O responsável, ou responsáveis, deve estar atento e fazer as substituições 
imediatamente após ter conhecimento da alteração.
Por exemplo, imagine que existe um procedimento descrito para os 
colaboradores solicitarem a participação em eventos externos que foi 
alterado. Antes de solicitar diretamente a participação ao seu gestor, 
digamosque a empresa definiu que é necessário fazer uma consulta ao 
RH, no qual uma pessoa está gerenciando os resultados da empresa 
na participação de eventos externos. Mas o funcionário interessado 
e seu gestor direto não souberam dessa alteração de procedimento e, 
portanto, não consultaram o RH. Quando a solicitação de recursos 
chegou ao departamento financeiro, não passou justamente porque não 
tinha a aprovação do RH. Com esse exemplo, ficou mais claro como os 
documentos do sistema de gestão são importantes e que a desatualização 
deles pode gerar transtornos para as pessoas da organização e, ao final, 
para ela mesma.
www.esab.edu.br 98
16.3 Acompanhamento dos resultados pelos 
responsáveis
Para os gestores de área, coordenadores ou supervisores, enfim, todos 
aqueles que têm um papel de acompanhamento e análise de resultados 
operacionais, é muito importante garantir que os dados e informações 
que estão chegando sejam adequados, suficientes e confiáveis. Por outro 
lado, esses funcionários também têm a responsabilidade de acompanhar 
e analisar essas informações de forma permanente, sempre conduzindo o 
processo da forma mais eficaz e eficiente possível.
As normas ABNT NBR 16001 (2004), SA 8000 (2008) e AA 
1000 – APS (2008) prescrevem a avaliação contínua do sistema de 
gestão. O item 9.4 da SA 8000 (2008, p. 8), por exemplo, menciona 
que “A alta direção periodicamente deve analisar criticamente a 
adequação, pertinência e a contínua eficácia da política da empresa, 
dos procedimentos e dos resultados de desempenho”. Já a ABNT NBR 
16001 (2004, p. 7), em seu item 3.6.1 – Monitoramento e Medição, 
menciona que:
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos documentados 
para monitorar e medir, em base regular, as características principais de suas 
relações, processos, produtos e serviços que possam ter um impacto significativo. 
Tais procedimentos devem incluir o registro de informações para acompanhar o 
desempenho, controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e 
metas da responsabilidade social da organização.
Sem dúvida, um dos grandes benefícios que os sistemas de gestão 
trazem para as organizações é a possibilidade de gerar informações de 
forma organizada e permanente. Estes registros de dados, cômputo e 
relatórios geralmente foram definidos por especialistas acompanhados 
pelos próprios gestores, organizados de modo que possam cumprir com a 
função de gerar informações para a tomada de decisão.
www.esab.edu.br 99
O acompanhamento dos dados é importante e pode revelar problemas 
operacionais logo no início, antes que se transformem em algo mais 
grave e dispendioso. Vamos ver um exemplo para ilustrar o que estamos 
falando?
Exemplo:
Certa vez, uma estagiária estava trabalhando em uma indústria de 
vestuário e um dia recebeu diversas reclamações da comunidade do 
entorno sobre o mau cheiro que a empresa estava emitindo naquela 
manhã. Ela deslocou-se até a estação de tratamento de efluentes para ver 
se estava acontecendo algo de errado por lá. Chegando à estação, viu que 
o operador estava agitado e preocupado com um dos reatores, que parecia 
estar com a saída bloqueada há algum tempo e, consequentemente, o 
efluente que deveria ter saído da estação de tratamento ainda estava lá, 
causando o mau cheiro naquela manhã. Esse problema desestabilizou 
uma parte considerável da estação de tratamento de efluentes e ações 
urgentes precisaram ser tomadas. 
O chefe da estagiária reuniu a equipe, verificou todas as informações e 
planejou as ações para colocar novamente a estação em operação regular, 
o que demandaria ações ao longo de duas semanas. Depois de descobrir 
a causa e encaminhar a resolução do problema, o chefe mostrou os 
registros de operação da estação à estagiária, sendo possível verificar 
que os parâmetros de monitoramento diários tinham acusado alteração 
no nível de DBO5 (demanda bioquímica de oxigênio, parâmetro de 
monitoramento de uma Estação de Tratamento de Efluentes – ETE) há 
quatro dias e que, se o operador tivesse visto e repassado a informação 
ao setor técnico, poderiam ter sido evitados o incômodo à comunidade, 
a degradação ambiental por emissão de efluentes fora do padrão, bem 
como os custos com a operação de readequação da ETE, tornando mais 
simples a resolução do problema.
Portanto, os registros, o acompanhamento e a análise das informações são 
atividades complementares e vitais ao desempenho de uma organização.
www.esab.edu.br 100
16.4 Canal de comunicação
A comunicação é essencial para todas as organizações, tanto que foi abordada 
pelas normas ABNT NBR 16001 (2004), item 3.4.2 – Comunicação; 
SA 8000 (2008), item 9.13 – Comunicação Externa e Engajamento de 
Partes Interessadas; e ISO 26000 (2010), item 7.5 – Comunicação sobre 
responsabilidade social. A norma AA 1000 – APS (2008) prevê um princípio 
para falar do assunto, denominado entendimento, o qual se refere à garantia 
de compreensão da informação (incluindo questões de língua, estilo e 
formato) pela organização e partes interessadas.
Neste processo não é importante somente a informação disponibilizada, 
mas principalmente a forma como a comunicação se dá: se a linguagem 
está adequada ao público para o qual está voltada, se é feita a checagem 
de que todos entenderam o que foi comunicado e se o objetivo da 
comunicação foi atingido ao final.
Desenvolver uma comunicação adequada no ambiente de trabalho é 
fundamental para o desenvolvimento da organização. Os sistemas de gestão 
precisam contar com um bom sistema de comunicação que lhes permita 
um canal limpo e eficaz de transmissão de informação e conhecimento. 
16.5 As auditorias internas e externas
As auditorias, tanto internas como externas, são ferramentas previstas 
pelos sistemas de gestão que servem para fazer um levantamento, por 
amostragem, sobre a situação de operação do sistema. As auditorias são 
uma espécie de “checagem” ou “vistoria” sobre as rotinas da organização. 
A norma ABNT NBR 16001 (2004), por exemplo, no item 3.6.4 
– Auditoria interna, diz que a organização deve determinar os “[...] 
critérios, escopo, frequência e métodos de auditoria”. Ao estabelecer o 
escopo, a equipe de auditoria (ou o auditor) seleciona os processos e 
registros que vai auditar e os verificam por amostragem. A mesma norma 
define que “[...] a seleção dos auditores e a execução de auditorias devem 
assegurar a objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria” 
(ABNT NBR 16001, 2004, p. 9). Os departamentos são avisados sobre 
www.esab.edu.br 101
a data de realização das auditorias, mas desconhecem sobre o conteúdo 
previsto (escopo) para auditagem. 
Quando a auditoria é interna, ela é realizada por funcionários da própria 
organização. As internas são realizadas geralmente antes das auditorias 
externas e servem para levantar parâmetros de ajuste para a organização 
se preparar para a auditoria externa.
A auditoria externa é aquela realizada pelo órgão certificador e serve para 
atestar se a organização está operando de forma adequada o sistema de 
gestão e, portanto, pode permanecer ou não com a certificação.
Ao final de um processo de auditoria, é elaborado um relatório pelos 
auditores no qual constam os registros do que observaram, bem como 
as não conformidades encontradas. Esse relatório é discutido em 
reunião com a alta administração, e as ações corretivas e/ou preventivas 
que devem ser tomadas para ajustar ou melhorar as atividades dos 
departamentos são definidas.
Os formulários de registro de não conformidade podem ser emitidos a 
qualquer tempo dentro da organização, todavia são ferramentas-chave no 
processo de auditoria.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos 
em relação às unidades 9 a 16. Para isso, dirija-se 
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e 
responda às questões. Além de revisar o conteúdo, 
você estará se preparando para a prova. Bom 
trabalho!
Agora que já estudamos alguns sistemas de gestão ambientale sua 
operacionalização, resta saber onde podemos encontrar recursos 
financeiros através de investimentos para apoiar tais sistemas. Este será o 
tema da nossa próxima unidade.
www.esab.edu.br 102
17 Investimentos e índices de sustentabilidade
Objetivo
Apresentar os principais investimentos e índices de sustentabilidade 
existentes no mercado.
Depois de estudar os sistemas de gestão, agora vamos entrar no assunto 
dos fundos de investimento e índices de sustentabilidade. Certamente 
você vai aprender muita coisa interessante nesta unidade. Bom estudo!
17.1 Fundos para investimentos em projetos 
ambientais
No Brasil temos o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), que 
beneficia os estados e os municípios, promovendo condições para o 
desenvolvimento de projetos ambientais e a prática da gestão ambiental 
descentralizada. Ele pode receber recursos por meio de doação, 
recolhimento de multas ambientais e ainda de outras fontes. O Fundo 
visa a trabalhar em parceria com as ONGs, o setor público e privado 
(BRITO; CÂMARA, 1998).
Outra fonte de financiamento importante para projetos ambientais é o 
Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), o qual é o maior mecanismo 
financeiro do mundo voltado para as questões ecológicas. Em meados de 
1996, o GEF destinou US$ 30 milhões para projetos ambientalistas no 
Brasil com o objetivo de financiar ações para os próximos 15 anos. Fazem 
parte do GEF, criado na ECO 92, mais de 70 países, dentre eles vários em 
desenvolvimento, inclusive o Brasil (BRITO; CÂMARA, 1998).
Apesar de vários instrumentos de apoio financeiro às ações de 
meio ambiente, a falta de recursos financeiros para implementar 
projetos ambientais constitui-se ainda um dos maiores entraves para 
a implantação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (BRITO; 
CÂMARA, 1998).
www.esab.edu.br 103
17.2 Investimentos na Bolsa de Valores
Existe um perfil específico de uma série de investidores de Bolsa de 
Valores (pessoas, empresas, associações etc.) que buscam fazer seus 
investimentos em ações de organizações que possuam ou promovam de 
alguma forma o desenvolvimento sustentável em seus negócios e que 
sejam rentáveis, os chamados Investidores Socialmente Responsáveis 
(SRI), segundo Stadler e Maioli (2011).
Como estes fatores de acompanhamento estavam um pouco dispersos, 
foram criados alguns índices de sustentabilidade em Bolsa de Valores, 
como é o caso da Dow Jones Sustainability Index – DJSI (Índice de 
Sustentabilidade Dow Jones), da Bolsa de Valores de Nova Iorque); 
a FTSE 4Good, da Bolsa de Valores de Londres, juntamente com o 
Financial Times; e do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da 
BM&F Bovespa, no Brasil (STADLER; MAIOLI, 2011). 
De acordo com os autores citados, esses indicadores sevem de parâmetro 
para profissionais interessados em investir somente em organizações que 
possuam um compromisso com o desenvolvimento sustentável e cuja 
chancela tenha sido fornecida por uma instituição com credibilidade, 
como é o caso da Bolsa de Valores. Vejamos com mais detalhes dois dos 
índices mencionados.
17.3 Índice de Sustentabilidade da Dow Jones (DJSI)
A Bolsa de Valores de Nova Iorque foi a primeira a instituir um índice de 
sustentabilidade em seus produtos, incluindo ações de 318 empresas de 
24 países (em 2005). A seleção é feita com base em critérios ambientais, 
sociais, econômicos e indicadores de governança corporativa. O DJSI 
seleciona empresas com melhor rendimento em cada um dos setores 
econômicos, exceto companhias do setor de defesa que atuem na venda 
de armas (STADLER; MAIOLI, 2011).
www.esab.edu.br 104
17.4 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Foi criado em associação a diversas entidades e seu objetivo consiste 
em realizar tecnicamente a gestão de uma carteira de ações de empresas 
que reflitam alto grau de comprometimento com a responsabilidade 
socioambiental. Os participantes são selecionados após responderem ao 
questionário que o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes) 
da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação 
Getúlio Vargas (FGV-EAESP) envia a companhias que emitem as ações 
mais líquidas da Bovespa. No site da Bovespa, encontramos o modelo 
de questionário que é aplicado à empresa que deseja vincular-se ao ISE. 
Conforme Stadler e Maioli (2011), nesse portal também se encontram os 
critérios de inclusão e exclusão de ações deste índice. 
Essas organizações geralmente possuem projetos de inserção da 
comunidade a que pertencem relacionados a alguma destas áreas: meio 
ambiente, voluntariado, saúde, cultura, educação, apoio à criança e ao 
adolescente, entre outros, os quais refletem a sua capacidade de assumir 
compromissos com a sociedade e cumpri-los.
Possuem certificações independentes que atestam a confiabilidade dos 
processos, serviços e produtos oferecidos ao consumidor e possuem 
um controle de dados relativos à produção facilmente verificáveis 
(STADLER; MAIOLI, 2011).
De acordo com esses autores, o ISE reflete o retorno financeiro para 
os investidores em ações das empresas nas quais, pelo menos no caso 
brasileiro, é mais lucrativo investir, pois elas apresentam inúmeras 
vantagens competitivas em relação às demais organizações. Esse índice 
comprova às organizações que fazer o bem também pode ser lucrativo, 
além de socialmente responsável.
www.esab.edu.br 105
Para sua reflexão
Você já parou para pensar que outra forma de 
promover o avanço das empresas socialmente 
responsáveis está nas mãos dos investidores? 
Quanto mais os investidores observarem razões 
para investir nessas organizações, mais forte 
estará se tornando este tipo de empresa e a 
sociedade toda ganha com esse processo. 
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
17.5 Indicadores Ethos
De acordo com Nascimento, Lemos e Mello (2008), o Instituto Ethos 
dispõe de um guia de elaboração do balanço social de uma empresa. 
Esse guia não representa um sistema de gestão, mas uma ferramenta de 
gestão que propõe a padronização de relatórios para a apresentação de 
indicadores de responsabilidade social. 
Segundo os mesmos autores, a proposta é que o relatório contenha 
informações sobre o perfil do empreendimento, o histórico da empresa, 
seus princípios e valores, governança corporativa, diálogo com as partes 
interessadas e indicadores de desempenho econômico, social e ambiental, 
o chamado Triple Bottom Line (TBL ou 3BL). 
Esse relatório utiliza dados que possam ser expressos em valores financeiros 
ou na forma quantitativa. Nem sempre correlacionar fatores financeiros 
com fatores socioambientais permite uma avaliação correta. Contudo, a 
construção de índices auxilia nas análises comparativas, seja da própria 
empresa ao longo de um período, seja entre empresas de um mesmo setor. 
Os indicadores dividem-se em sete temas, os quais são subdivididos em 
áreas, e cada área possui seus aspectos. Os sete temas do relatório são:
1. valores, transparência e governança;
2. público interno;
www.esab.edu.br 106
3. meio ambiente;
4. fornecedores;
5. consumidores e clientes;
6. comunidade; e
7. governo e sociedade (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008).
17.6 Global Reporting Initiative (GRI)
A Global Reporting Initiative, em português, Iniciativa Global de 
Informação (GRI), trabalha em cooperação com o Global Compact, 
uma iniciativa do ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. 
Seu objetivo é buscar uma padronização na elaboração dos relatórios de 
sustentabilidade e difundir internacionalmente essa padronização.
Consoante Nascimento, Lemos e Mello (2008), a proposta de relatório 
de sustentabilidade apresentada pela GRI considera 11 princípios: 
transparência, inclusão, auditabilidade, abrangência, relevância, contexto 
de sustentabilidade, exatidão, neutralidade, comparabilidade, clareza e 
periodicidade. Um relatório de sustentabilidade para ter credibilidade 
deve ser claro, manter a periodicidade, ser auditável e, sobretudo,ter 
veracidade. 
Assim como o Instituto Ethos, o GRI não apresenta uma metodologia 
de gestão, mas um instrumento que permite a sistematização do 
conceito de sustentabilidade e facilita o diálogo com os stakeholders. 
Cada organização pode criar seus próprios indicadores, adequados 
à sua realidade específica, porém é interessante que sejam utilizados os 
indicadores padrão, a fim de facilitar a comparação com outras 
organizações (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008).
Na próxima unidade, vamos tratar sobre rotulagem ambiental. Você 
já ouviu falar sobre isso? Certamente você vai se surpreender em saber 
como ela já faz parte da sua vida.
www.esab.edu.br 107
18 Rotulagem ambiental no contexto dos negócios verdes
Objetivo
Relacionar o conceito de rotulagem ambiental e exemplos de 
negócios existentes.
Vamos agora estudar a rotulagem ambiental, os populares selos verdes 
que estão cada vez mais numerosos aqui no Brasil e no mundo.
A rotulagem ambiental, também conhecida como selo verde, visa a dar 
informações ao consumidor a respeito de um determinado produto 
e se caracteriza por um processo em que é priorizada a seleção de 
matérias-primas e um modelo de produção de acordo com especificações 
ambientais. Em linhas gerais, o selo verde foi criado para identificar os 
produtos e serviços concebidos de forma a gerar menos impactos ao meio 
ambiente em relação aos seus similares.
Figura 10 – Exemplos de selos verdes.
Fonte: <www.ecodesenvolvimento.org>.
Devido aos problemas ambientais que enfrentamos atualmente e à 
relação direta com o consumo de produtos industrializados, o número 
www.esab.edu.br 108
de consumidores mais conscientes cresce a cada dia. A população se 
motivou em fazer a sua parte para modificar ou amenizar esta situação de 
conflitos e riscos ambientais. Escolher comprar produtos certificados, que 
comprovam ter sido feitos de forma ambientalmente menos impactante, 
é um poder que eles têm de influenciar diretamente as corporações. 
Os selos verdes vieram responder a esta necessidade de informar os 
consumidores sobre produtos que lhes atraem mais no momento da 
compra devido ao respeito com o meio ambiente e com a sociedade. O 
conceito de programas de rotulagem ambiental e a instituição do selo 
verde para determinadas categorias de produtos é uma perspectiva muito 
forte e assim deverá continuar. 
Para desenvolver esses produtos, as empresas lançam mão da análise do 
ciclo de vida do produto, cujo conceito apresentamos sucintamente na 
unidade 11, quando percorremos todas as normas da série ISO 14000. 
Vamos relembrar? A análise do ciclo de vida de um produto é um 
procedimento que aborda todas as etapas de produção de um produto até 
seu destino final. São elas:
• a extração da matéria-prima;
• o processamento da matéria-prima;
• a produção;
• a distribuição;
• o uso;
• o reúso (quando necessário);
• a manutenção;
• a reciclagem;
• a eliminação.
O produto ambientalmente certificado passa por uma fase de estudos e 
desenvolvimento que consiste em analisar e empreender modificações 
que possam representar menos impactos ambientais, seja na fase de 
extração de matéria-prima, de produção, ou ainda de reciclagem e 
eliminação. 
Alguns selos são concedidos por organismos certificadores independentes, 
já outros são autodeclaratórios, ou seja, colocados nos produtos pelos 
seus próprios fabricantes. Atualmente existe um grande número deles, 
www.esab.edu.br 109
por isso é importante se informar antes de formar uma opinião sobre o 
assunto. 
De acordo com um levantamento feito por Tachizawa (2011), alguns 
programas independentes e não governamentais de rotulagem ambiental 
são: Green Seal (ONG dos Estados Unidos, onde não existe um 
programa governamental de rotulagem ambiental); Bra Miljoval (Suécia); 
e a Marca Aenor Medio Ambiente (Espanha).
Alguns programas criados na esfera governamental são: ABNT – 
Qualidade Ambiental (Brasil); Blau Engel (Alemanha); Environmental 
Choice Program (Canadá); Ecomark (Japão); Nordicswan (Noruega, 
Suécia, Finlândia e Islândia); Ecomark Program (Índia), NF – 
Environmente (França), Umweltzeinchen (Áustria), Eco Label 
(União Europeia); Eco Label (Coreia); Stichting Milieukeur (Países 
Baixos), Greenlabel (Singapura); Environmentally Friendly (Croácia); 
Environment Friendly Product (República Tcheca); Green Mark 
(Taiwan); Environmental Choice (Nova Zelândia). 
Quantos, não é mesmo? Vamos discorrer um pouco sobre alguns deles?
A primeira iniciativa para estabelecimento do selo verde brasileiro, segundo 
aponta Tachizawa (2011), é datado de 1990, quando a ABNT propôs ao 
Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental a implementação de uma ação 
conjunta. Após a conferência do Rio (Eco 92), a Finep (Agência Brasileira 
da Inovação) selecionou o projeto de Certificação Ambiental para Produtos 
da ABNT. O programa tem duas diretrizes básicas: ser desenvolvido de 
forma adequada à realidade brasileira, com vistas a desempenhar papel de 
instrumento de educação ambiental no mercado interno; e ser compatível 
com modelos internacionais para que possa transformar-se em instrumento 
de apoio aos exportadores brasileiros.
Segundo o mesmo autor, os princípios definidos nas normas ISO 14020, 
14021 e 14024 (selo verde) são: caráter voluntário; consideração da 
legislação pertinente; seletividade, em que apenas pequena parcela do 
mercado obterá o selo; revisão periódica de critérios; transparência; 
financiamento transparente; procedimentos de avaliação e conformidade; 
acesso amplo ao programa; objetividade dos estudos de apoio; custos não 
www.esab.edu.br 110
discriminatórios para pequenas e médias empresas, aptidão para o uso; e 
características ambientais dos produtos. 
Os programas de rotulagem ambiental exercem impactos diferenciados 
em função do setor econômico ao qual pertence a organização, e 
especificamente sobre a cadeia produtiva que é o ciclo de processos 
sistêmicos proposto no modelo de gestão ambiental e de responsabilidade 
ambiental (TACHIZAWA, 2011).
Saiba mais
A matéria “Quais são os principais selos ecológicos 
do mercado?”, publicada na revista Vida Simples 
em setembro de 2008, aponta que existem mais 
de 30 certificadoras verdes no País, mas essa 
diversidade de selos pode confundir. Para saber 
mais, clique aqui.
Já o programa de rotulagem ambiental da Alemanha, segundo Tachizawa 
(2011), foi criado em 1977 e era de responsabilidade do Ministério do 
Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear. Foi o 
pioneiro na implementação de selos verdes e serviu de modelo para a 
iniciativa de outros países. O rótulo ambiental alemão é representado 
pelo “anjo azul”, símbolo das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e 
contém a descrição da razão pela qual foi concedido o rótulo, pelo baixo 
nível de contaminação ou de ruído, conteúdo 100% reciclado, ou outros 
parâmetros sobre os quais tenha sido avaliado. 
Figura 11 – Selo alemão anjo azul.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_298573.shtml
www.esab.edu.br 111
Fonte: <www.blauer-engel.de>.
Tachizawa (2011) também comenta sobre programas realizados em 
outros países como Canadá e Nova Zelândia. O programa de rotulagem 
ambiental do Canadá foi criado em 1988 pelo Ministério do Meio 
Ambiente, sob a égide da lei de proteção ambiental, com a cooperação 
alemã. É um programa governamental administrado pela Terra Choice 
Environmental Services Inc., empresa privada responsável, mediante 
delegação do Ministério do Meio Ambiente (que retém a propriedade, 
o controle e o gerenciamento do programa) pela concessão do selo e 
financiamento do programa. O selo é conhecido popularmente como 
“Ecólogo” e, assim como o selo alemão, contém dizeres que explicam as 
razões pelas quais foi concedido. 
A Nova Zelândia iniciou seu programa de rotulagem ambiental em 
1990, em bases similares ao programa alemão e canadense. Os princípios 
básicos do programa são os de promover produtos que contribuam 
para diminuir o consumo de energia,reduzir a geração de subprodutos 
perigosos e promover a reciclagem e reutilização.
Com relação à França, esta adotou um programa nacional de rotulagem 
ambiental em 1991, com a instituição do Comitê de Rotulagem Ambiental. 
Os princípios básicos que orientam o programa são: a conferência dos 
selos após rigorosa verificação de cumprimento dos critérios relevantes 
de certificação; estabelecimento dos procedimentos de avaliação e 
monitoramento para assegurar que os produtos rotulados atendam aos 
requisitos; e acesso pelos consumidores à informações sobre o selo.
Por sua vez, a União Europeia também criou, em 1987, seu programa de 
rotulagem ambiental, denominado selo ambiental comunitário, sendo 
que os países europeus que possuem selos próprios também possuem 
o selo da União Europeia em paralelo. O objetivo do selo ambiental 
comunitário é promover o desenho, a produção, a comercialização e o 
consumo de produtos com reduzido efeito ambiental durante todo o 
ciclo de vida e informar melhor os consumidores sobre o impacto dos 
produtos no meio ambiente (TACHIZAWA, 2011).
http://www.blauer-engel.de/en/blauer_engel/image-library/library.php
www.esab.edu.br 112
Figura 12 – Selos verdes usados em outros países.
Fonte: <www.ideiasustentavel.com.br>.
É importante que você saiba que a crescente proliferação de rótulos 
ambientais também gerou vários problemas. Pelo fato de possuírem 
diversas origens, os parâmetros de certificação acabam ficando abertos 
para gostos pessoais, ou de um grupo, ou de uma organização ou de um 
país. Por isso, o consumidor deve estar atento e procurar informações 
sobre os selos ambientais, os parâmetros utilizados para a certificação e 
conhecer as diferenças entre os diversos selos.
www.esab.edu.br 113
Resumo
Nas unidades 13 e 14, apresentamos as normas orientadoras da 
responsabilidade social: AA 1000, ABNT NBR 16001, SA 8000 e ISO 
26000. Introduzimos cada uma delas e seus principais elementos. Também 
vimos, nas unidades 15 e 16, os desafios para implantação dessas normas 
de gestão e seu gerenciamento quando à operação do sistema de gestão 
socioambiental. Já na unidade 17, apresentamos os principais fundos 
de investimento e índices de sustentabilidade e responsabilidade social 
existentes no mercado. Por último, na unidade 18, você tomou contato 
com o tema da rotulagem ambiental no contexto dos negócios verdes, que 
tratou de apresentar os selos verdes existentes pelo mundo.
Estas unidades foram bastante densas, com muito conteúdo de 
estudo, por isso sugerimos que você dedique tempo para estudar todos 
os assuntos tratados e que interaja com seus tutores e colegas para 
compreender melhor os assuntos. As certificações ambientais são temas 
atuais que contribuem para a implantação de empresas responsáveis 
social e ambientalmente.
www.esab.edu.br 114
19 Responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva
Objetivo
Mostrar as formas de analisar e aplicar a responsabilidade social e 
ambiental na cadeia produtiva.
Nas últimas unidades estudamos sobre as normas e certificações 
de responsabilidade social. Nesta unidade, vamos estudar sobre 
a responsabilidade social e o meio ambiente na cadeia produtiva, 
fornecendo-lhe exemplos para tratar a questão.
A cadeia produtiva é o conjunto de etapas pelas quais um produto passa 
até que esteja disponível para nós, consumidores, no local de venda. Ao 
longo desse trajeto, os insumos (elementos que compõem o produto ou 
que são utilizados na sua fabricação) sofrem as transformações necessárias 
resultando no produto acabado. De outro ponto de vista, a cadeia 
produtiva pode ser compreendida como um sistema constituído pelo 
conjunto de funções técnicas envolvidas desde a extração da matéria-
prima até a produção e o consumo final.
Como vimos na definição de análise do ciclo de vida de um produto nas 
unidades 11 e 18, nas quais, de fato, também acompanhamos todas as 
etapas de produção e distribuição do produto até ele chegar aos pontos 
de venda. Só que, quando analisamos tal ciclo, também consideramos as 
etapas posteriores à venda como a utilização do produto e a disposição 
final, a reciclagem ou outro fim possível. Adicionalmente, no caso da 
análise do ciclo de vida, estamos focando nos aspectos ambientais de 
cada fase do produto; mas quando falamos de cadeia produtiva, estamos 
analisando o negócio (business) por completo.
Independentemente da fase em que se encontra a produção do produto 
ou de seus insumos, a corporação responsável acompanha os elementos 
ambientais e sociais implicados, de forma a garantir, por toda a cadeia, 
www.esab.edu.br 115
adequados tratos às pessoas e à natureza. Vejamos, a seguir, exemplos de 
como certos problemas de natureza socioambiental foram identificados 
ao longo da cadeia de produção em diferentes casos.
19.1 Problemas identificados no início da cadeia 
produtiva
As grandes empresas siderúrgicas produtoras de aço utilizam carvão 
vegetal como combustível em seus fornos. Em 2004, no interior do 
estado do Pará, o Instituto Observatório Social constatou e alertou 
as siderúrgicas que elas estavam comprando carvão vegetal produzido 
em condições similares a de escravidão. A partir dessa informação, as 
empresas siderúrgicas se moveram para solucionar esse problema. Em 
dois anos de trabalho, foram realizadas mais de 900 ações de fiscalização 
e rompimento de mais de 250 contratos em razão de irregularidades 
inaceitáveis que comprovaram o teor do alerta do Instituto 
(SIJBRANDIJ, 2008).
Os autores ainda afirmam que essa experiência impulsionou e fortaleceu 
uma campanha da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 
parceria com o Instituto Ethos, empresas, o poder público e algumas 
entidades civis, foi firmado o Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo 
no Brasil, ao qual mais de 80 empresas aderiram e se comprometeram a 
participar e a trabalhar para combater esse problema.
www.esab.edu.br 116
Para sua reflexão
Você parou para pensar o que significa o trabalho 
em condições similares ao da escravidão hoje em 
dia, passados mais de 120 anos da publicação 
da Lei Áurea, que extinguiu a escravidão negra 
no Brasil? Escravidão é um regime de trabalho 
forçado, sem direitos garantidos, que envolve 
restrições à liberdade do trabalhador, sendo que 
o valor pago a ele não é suficiente para pagar
suas necessidades, assim o trabalhador encontra-
se eternamente devendo para seu contratante. 
Reflita sobre isso.
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
19.2 Problemas identificados nas pontas da cadeia: 
fornecedores
Saiba que, para empresas grandes, que possuem muitos fornecedores, 
o risco começa a ser significativo quando muitos deles apresentam
problemas inaceitáveis. Visando a reduzir esse risco, a Walmart (grande 
empresa do setor varejista) elaborou um código de conduta para seus 
fornecedores.
A observância do código é obrigatória e tratou de várias regulamentações, 
como jornada de trabalho, saúde e segurança no local de trabalho, 
proibição de trabalho escravo e infantil e respeito à liberdade sindical. 
A empresa fiscalizou mais de 6 mil fábricas e realizou mais de 13 mil 
auditorias em 2005. O relatório final desta ação, após a avaliação dos 
auditores, revelou que em mais da metade das fábricas ocorreram 
violações qualificadas como de alto risco, ou seja, violações graves aos 
direitos humanos nestas empresas que, além de inaceitáveis por uma 
empresa sólida no mercado, como é o caso da Walmart, poderiam colocar 
em risco seu nome entre os clientes caso viessem a ser conhecidas pelo 
www.esab.edu.br 117
público. O que fazer diante desse número significativo de infrações? A 
Walmart não excluiu os infratores imediatamente da lista de fornecedores 
da empresa. Dependendo do grau da infração cometida, a empresa 
concedeu ao fornecedor um período para adequar-se e tomar as medidas 
corretivas necessárias antes de sofrer uma nova inspeção, expõeSijbrandij 
(2008).
19.3 Ação conjunta em toda a cadeia produtiva
Vamos agora ver um exemplo que mobilizou toda a cadeia produtiva da 
soja. Em abril de 2006, o Greenpeace lançou uma campanha no Brasil 
e na Europa relacionando o desmatamento da Amazônia ao aumento 
das plantações de soja. Em razão da vasta experiência dessa organização 
mundial, a denúncia do Greenpeace obteve bastante atenção do público. 
É importante também considerar que a Amazônia é um ecossistema 
importantíssimo para o equilíbrio ambiental do planeta, por isso ações 
que colocam esse ambiente em risco preocupam a comunidade mundial. 
Em decorrência dessa ação, Sijbrandij (2008) cita que foi declarada uma 
Moratória de pelo menos dois anos à comercialização de soja plantada 
nas condições da denúncia. Além disso, a campanha do Greenpeace 
mobilizou o governo, as empresas e a sociedade civil a buscarem soluções 
para os problemas encontrados na cadeia produtiva da soja.
Os atores dos diferentes elos da cadeia produtiva – como produtores, 
exportadores, esmagadores, bancos e supermercados, em conjunto com 
entidades governamentais e não governamentais da América Latina e da 
Europa – se reuniram no Fórum Global da Soja Responsável, em março 
de 2005, para tratar da questão. Ao final, os participantes chegaram a um 
acordo por intermédio do qual se comprometeram a apresentar critérios 
e um sistema de verificação com o objetivo de levar o setor a uma 
produção responsável de soja, explica Sijbrandij (2008).
www.esab.edu.br 118
19.4 Exemplo de cadeia produtiva integrada
Com o objetivo de garantir a real responsabilidade social e ambiental 
em toda sua cadeia produtiva e de assegurar informações aos seus 
consumidores, Sijbrandij (2008) cita que a Made-By, uma “marca 
coletiva” do setor de vestuário, convida o consumidor final a tomar 
conhecimento dos diferentes elos da cadeia produtiva. Ou seja, essa 
marca criou uma cadeia “transparente” de produção de roupa. Mas como 
isso funciona?
Basta inserir o número encontrado na etiqueta do produto adquirido 
no site da organização para que o consumidor consciente que não 
deseja fazer parte de uma agricultura insustentável nem da exploração 
de trabalhadores possa verificar se a origem do algodão é de uma 
cooperativa, se o produto é orgânico, se ele tem algum tipo de 
certificação e também a localização do ateliê de costura. A empresa 
disponibilizou a política de responsabilidade social dos diferentes atores 
na cadeia da produção, bem como a possibilidade de o consumidor 
entrar em contato direto com o representante de cada elo.
O conceito Made-By foi desenvolvido pela ONG holandesa Solidaridad, 
que virou modelo mundial para a produção e comercialização de 
produtos que garantem um preço justo para todos os atores de uma 
cadeia produtiva (SIJBRANDIJ, 2008).
Finalizamos esta unidade destacando, assim, a importância de se aplicar a 
responsabilidade social e ambiental na cadeia produtiva.
Saiba mais
Convidamos você a visitar os sites Made-By e 
Solidaridad Network para conhecer melhor esta 
ONG e o projeto Made-by. Os sites estão em língua 
inglesa, mas você pode aproveitar e treinar a 
sua capacidade de buscar informações em sites 
estrangeiros utilizando o apoio de um tradutor de 
texto disponível na internet.
http://www.made-by.org
http://www.made-by.org
http://www.solidaridadnetwork.org
www.esab.edu.br 119
20 Responsabilidade socioambiental e o setor varejista 
Objetivo
Discutir como o setor varejista aborda a responsabilidade 
socioambiental.
Após estudarmos a responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva, 
chegou o momento de verificarmos de que forma o setor varejista lida 
com a responsabilidade socioambiental. Estudaremos essa questão 
a partir da perspectiva de Amadeu Jr., Gelman e Macedo (2008), 
apresentada no livro “Varejo socialmente responsável”.
O setor varejista é composto por empresas que vendem produtos ou 
comercializam serviços em pequenas quantidades, tendo contato direto 
com o consumidor final. Essas empresas, como se sabe, representam 
um grande potencial de contribuição no campo da responsabilidade 
social, principalmente por sua característica de contato direto com o 
consumidor e com a comunidade, a capilaridade territorial e o amplo 
leque de relações do varejo com seus públicos, conforme destacam 
Amadeu Jr., Gelman e Macedo (2008).
As empresas do varejo têm a capacidade de ajudar a disseminar os 
conceitos de responsabilidade social entre seus fornecedores, e igualmente 
atuar como um agente educador para a mudança de comportamento da 
comunidade, dos funcionários e dos consumidores.
Pelas características inerentes ao seu campo de atuação, saiba que os 
varejistas estão atentos sobre a tendência de o consumidor tornar-
se menos tolerante com produtos de má qualidade e serviços 
inadequados. Amadeu Jr., Gelman e Macedo (2008) explicam que 
muitos consumidores desejam que as empresas apresentem padrões mais 
humanos e incorporem critérios ambientais nos bens e serviços que 
www.esab.edu.br 120
oferecem, por isso esses consumidores estão se agrupando para exigir 
maior responsabilidade social por parte das empresas.
Segundo os mesmos autores, as iniciativas usualmente procuradas nesse 
mercado são aquelas voltadas para:
• estimular a reutilização e a reciclagem de produtos;
• utilizar ou inserir no mercado novas linhas de produtos 
biodegradáveis ou alternativas que diminuam o impacto no meio 
ambiente;
• promover a melhoria da qualidade de vida da população;
• diminuir o consumo de energia;
• garantir os direitos dos trabalhadores, entre outras.
Para ganharem mais força nesta missão de promover a responsabilidade 
social e ambiental nos produtos e serviços oferecidos, as empresas 
varejistas se agrupam em entidades de classe, tais como: câmaras de 
comércio, de dirigentes lojistas, associações comerciais, entre outras. Você 
já deve ter ouvido falar dessas instituições, não é mesmo?
As entidades têm sido um grande porta-voz na mobilização do varejo 
para a gestão socialmente responsável; com o apoio delas, pequenas 
iniciativas do varejo se fortalecem e ganham capilaridade e notoriedade. 
A disseminação das práticas de responsabilidade social e ambiental pelas 
entidades fomenta a replicação dos modelos e movimenta a criatividade 
das empresas varejistas para realizar alternativas semelhantes por todo o 
País, expõem Amadeu Jr., Gelman e Macedo (2008).
Os autores (2008) acrescentam que uma das principais ferramentas de 
divulgação das práticas de responsabilidade social desenvolvidas pelo setor 
varejista é o Banco de Práticas de Responsabilidade Social no Varejo. Esse 
banco é uma ferramenta de pesquisa via internet que já conta com mais 
de 300 casos exemplares de responsabilidade social do varejo brasileiro. 
Seu conteúdo está disponível para consulta pública e gratuita.
www.esab.edu.br 121
Saiba mais
Entre no link da Fundação Getúlio Vargas e 
conheça as diversas práticas de responsabilidade 
social pelo País. Com a união entre FGV-EAESP 
e o Instituto Ethos, surgiram os indicadores de 
desempenho específicos para o setor varejista, que 
podem ser acessados pelo referido site.
Tendo em vista os inúmeros atores com os quais as empresas do 
varejo se relacionam, uma ferramenta indispensável para a interação 
e aproveitamento dos recursos locais para aplicar os seus programas 
sociais e ambientais é a elaboração de um mapa ou uma planilha de seus 
stakeholders. Esse mapa vai possibilitar coordenar as ações para chegar aos 
resultados esperados.
Veja a seguir uma proposta de elaboração dessa planilha.
Nome
Setor (governo, fornecedor, 
consumidor, ONG, 
entidade de classe etc.)
Contato Telefone E-mail
Quadro 6 – Exemplo de elaboração de planilha de stakeholders.
Fonte: Elaborado pela autora (2013).
Um aspecto importante da análise do grau de maturidade das ações 
sociais e ambientais das empresas de varejo é observar a localização dos 
programas desenvolvidos, se eles estão associados diretamente coma 
matriz ou se partem de iniciativas das lojas locais; se estão localizados 
onde é realmente necessário ou apenas acabam por reproduzir um 
comportamento de mercado, estando presentes onde é mais interessante 
do ponto de vista do marketing da organização.
Segundo estudos desenvolvidos por Amadeu Jr., Gelman e Macedo 
(2008) com 16 empresas do setor varejista, em todos os casos analisados 
as ações tiveram suas origens na matriz. Ainda sobre o estudo, das 16 
www.fgv.br/cev/rsnovarejo/banco_busca.asp
www.esab.edu.br 122
empresas analisadas, 11 aproveitam suas redes de lojas para a difusão dos 
programas sociais e ambientais e 5 delas não repassam suas ações para as 
lojas. Com relação à região onde se concentram os programas, os dados 
do estudo apresentaram que metade das organizações pertence ao estado 
de São Paulo, e as demais estão espalhadas por diversas regiões do País, 
sendo oriundas principalmente dos estados com maior renda per capita.
Como você pode ver, avançamos com a questão da responsabilidade 
social e ambiental a passos comedidos, e ainda temos um caminho 
longo a trilhar. Introduzir ações desse caráter ainda é um desafio a ser 
superado pelas lojas locais, que muitas vezes se encontram envoltas em 
seus próprios problemas de gestão, não encontrando tempo para tratarem 
de questões de cunho socioambiental. Todavia, existem bons exemplos 
nos quais podemos nos inspirar. Vamos ver alguns casos aplicados para 
ilustrar nosso estudo?
Gelman e Parente (2008) citam que, em São Gonçalo (RJ), o dono de 
uma franquia O Boticário, Sr. Paulo César, tão logo assumiu a loja, foi 
procurado por um ambientalista local, Sr. Lauro Nobre, que resolveu 
propor uma parceria com o franqueado. Impulsionados pela força da 
marca O Boticário e unindo empreendedorismo e conhecimento técnico, 
eles buscaram nas escolas municipais de São Gonçalo o espaço para 
concretizar seu sonho comum. Assim nascia o Programa de Incentivo ao 
Plantio de Mudas e à Manutenção de Vias Públicas e Escolas Municipais. 
Após oito anos de projeto, foram desenvolvidas ações em 30 escolas, 
sendo que 20 eram escolas da rede pública e 10 particulares. Ao todo, 
foram beneficiados pelo programa cerca de 1.800 alunos, com idade 
entre 4 e 14 anos, da pré-escola ao Ensino Fundamental. Segundo o 
empresário, os investimentos nos últimos oito anos foram da ordem de 
R$ 69 mil, valor que valeu a pena também para o negócio, pois muitas 
pessoas que não frequentavam as lojas passaram a fazê-lo devido à sua 
maior aproximação com a comunidade. As ações da franquia também 
aumentaram a credibilidade e o respeito pela marca (GELMAN; 
PARENTE, 2008).
Para termos um exemplo de iniciativas de grandes grupos varejistas, 
vamos utilizar o estudo de caso dos supermercados Carrefour, que 
também possuem programas de caráter social e ambiental.
www.esab.edu.br 123
Gelman e Parente (2008) citam que essa rede criou o Programa Aula 
de Cidadania, voltado para a alfabetização de seus funcionários e 
da comunidade local. O projeto foi motivado pelas estatísticas do 
analfabetismo no Brasil, que ainda atinge mais de 16 milhões de pessoas 
com idade acima de 15 anos, das quais 79% têm 35 anos ou mais, 65% 
vivem em zonas urbanas, 52% são mulheres e 67% são pessoas negras 
ou pardas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
(PNAD/2003), do IBGE. Em cerca de cinco anos de projeto, foram 
investidos R$ 1,352 milhão na construção e manutenção de salas de aula. 
O programa ganhou força e reconhecimento, e, como resultado, passou 
a envolver o Ministério da Educação (MEC), além de duas entidades da 
sociedade civil voltadas à educação (GELMAN; PARENTE, 2008).
Assim, finalizamos esta unidade destacando a importância de projetos 
como esses, que ilustram a atuação do setor varejista na área de 
responsabilidade socioambiental.
Nas próximas três unidades, veremos algumas estratégias de gestão 
socioambiental nas empresas. Iniciaremos com as empresas de bens de 
consumo não duráveis e duráveis.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a 
tarefa dissertativa.
www.esab.edu.br 124
21 Estratégias de gestão socioambiental – parte I
Objetivo
Apresentar empresas de bens de consumo não duráveis e duráveis e 
como elas lidam com a questão da responsabilidade socioambiental.
Prezado aluno, vamos agora desenvolver um estudo bastante aplicado 
do tema que estudamos até agora. Vamos navegar pelo universo das 
corporações, de acordo com o setor a que elas pertencem, e observar suas 
estratégias para implementar a responsabilidade social e ambiental. A 
classificação dos setores aqui utilizada segue o trabalho de Tachizawa (2011).
Em nosso estudo, não vamos nos ater às justificativas que levaram o autor 
a compor os grupos de empresas ora estudados, mas sim em conhecer 
as ações e estratégias organizacionais sobre o nosso tema central, que é a 
responsabilidade social e ambiental.
É importante esclarecer que estamos utilizando estudos aplicados para cada 
setor produtivo, todavia, se os compararmos com análises específicas de cada 
corporação, ainda são estudos genéricos. Para dar esta dimensão específica, 
vamos citar exemplos de projetos de algumas organizações. Os exemplos 
genéricos apresentados traçam o perfil geral dessas empresas, o que garante a 
você a grande utilidade deste material de estudo. Vamos adiante?
21.1 Empresas de bens de consumo não duráveis
Saiba que bens de consumo não duráveis são aqueles feitos para serem 
consumidos imediatamente. Estas empresas são caracterizadas por uma 
produção altamente diferenciada e pertencem a grupos: alimentício; 
farmacêutico; de bebidas e fumo; e de higiene e limpeza, conforme 
explica Tachizawa (2011). Exemplos de empresas desse setor são: Nestlé, 
www.esab.edu.br 125
Natura, Souza Cruz, Avon, Johnson & Johnson, Bayer, PepsiCo, Del 
Valle, entre outras. Vamos ver como empresas dessa natureza podem 
investir em responsabilidade social e ambiental?
Tachizawa (2011) cita que as estratégias genéricas de responsabilidade 
social e ambiental aplicáveis às empresas de bens de consumo não 
duráveis são:
• redução do uso e recuperação ou reciclagem de água;
• mudanças na composição, desenho e embalagem dos produtos;
• controle, recuperação e reciclagem de descargas líquidas e emissões 
gasosas do processo fabril;
• redução no uso de matérias-primas e disposição adequada de 
resíduos sólidos ou reciclagem de sucatas;
• mudanças nos procedimentos de logística de produtos (estocagem, 
transporte, manuseio) e materiais perigosos;
• seletividade de fornecedores/distribuidores ambientalmente 
corretos (você lembra que já estudamos esta prática de mercado e 
comentamos sobre ela nas unidades anteriores?);
• investimentos em controle ambiental e em sistemas de auditoria 
ambiental, habilitação da organização para rotulagem ambiental 
(também vimos estas questões nas unidades anteriores, quando 
estudamos sobre a norma ISO 14001);
• projetos sociais em meio ambiente, educação, saúde, cultura, em 
apoio à criança e ao adolescente e em voluntariado;
• imagem ambiental da empresa para fins de marketing.
Observe que as ações de caráter ambiental mencionadas incidem sobre o 
processo produtivo, sobre o projeto do produto, sobre os fornecedores e 
sobre a logística. As ações sociais compõem projetos desenvolvidos com 
grupos sociais nos mais diferentes temas, visando a dar aporte cultural 
e educativo. Por último, vemos a promoção da imagem da empresa, 
ação que leva informação ao consumidor sobre a atuação responsável 
www.esab.edu.br 126
da empresa. Aplicando as possibilidades desse universo de ações 
apresentado, a empresa ameniza os impactos ambientais, aporta com 
recursos e conhecimento à sociedade e ganha confiança do consumidor.
Vamos ver agora alguns exemplos de projetos sociais dessas empresas? A 
Avon, por exemplo, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a 
Mulher (Unifem), implementou o Fundo Avon & Unifemvoltado para 
ações que promovam o fortalecimento da cidadania feminina. O objetivo 
é contribuir para o acesso das mulheres a informações básicas sobre 
trabalho, cultura, educação e saúde, melhorando sua condição de vida e 
autoestima, cita Tachizawa (2011).
O autor também cita o caso da Souza Cruz, empresa da área de fumo 
que desenvolve projetos voltados aos jovens do meio rural: Jovem Rural 
e Programa de Formação de Jovens Empresários Rurais. Esses programas 
visam a dar apoio ao jovem rural, à formação em empreendedorismo, à 
responsabilidade e à capacidade de autogestão, de modo a fornecer-lhes 
alternativas de trabalho. Para desenvolver esses projetos, a Souza Cruz 
firmou convênio com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 
(Esalq – USP) e com o Centro de Educação Tecnológica Paula Souza 
(Ceeteps).
Para desenvolver seus programas de caráter social, observe que as duas 
corporações citadas firmaram parceria com outras instituições que lhes 
fornecem suporte técnico para a ação. Iniciativas dessa natureza são 
bastante usuais entre as corporações, tendo em vista que as especialidades 
destas giram em torno de produzir seus bens de consumo. Nós já 
falamos um pouco sobre essas parcerias quando estudamos o tema dos 
stakeholders na unidade 9, está lembrado?
www.esab.edu.br 127
21.2 Empresas de bens de consumo duráveis
Agora vamos estudar o caso das empresas de bens de consumo duráveis. 
Tachizawa (2011) explica que bens de consumo duráveis são aqueles 
que podem ser utilizados várias vezes por um longo período. Esse setor 
abrange as empresas típicas do ramo automobilístico, eletroeletrônico, de 
tecnologia e de computação. Exemplos dessas empresas são: Toyota, Fiat, 
Samsung, Microsoft, Apple, entre outras.
Vamos estudar as estratégias de responsabilidade social e ambiental 
aplicáveis às empresas de bens de consumo duráveis?
Entre as estratégias ambientais, Tachizawa (2011) cita:
• coprocessamento de resíduos industriais: a borra de tinta e a lama 
industrial são resíduos que podem ser utilizados como combustíveis 
na produção de cimento, evitando a queima da combustíveis fósseis 
não renováveis, além de dar a destinação adequada a esses resíduos 
industriais;
• gestão dos efluentes industriais: os óleos minerais, depois de 
usados e separados na estação de tratamento de efluentes, podem ser 
reciclados por empresas especializadas. O lodo gerado na estação de 
tratamento de esgoto pode ser utilizado como fertilizante;
• substituição de equipamentos por outros menos agressivos ao meio 
ambiente;
• substituição de componentes de produtos e materiais por outros 
menos agressivos ao meio ambiente, como nos projetos de 
erradicação do uso de amianto, cádmio, cromato de chumbo em 
tintas e de refrigeração baseada em CFC (clorofluorcarboneto – 
responsável pela redução da camada de ozônio);
• elaboração de produtos com vida longa garantida, evitando a 
obsolescência prematura.
www.esab.edu.br 128
Estudo complementar
Assista ao vídeo sobre obsolescência programada 
para você conhecer como as empresas costumam 
tomar atitudes irresponsáveis desde o projeto de 
seus produtos. Você pode saber mais sobre isso 
assistindo ao vídeo disponível aqui. Este é um 
vídeo curto, editado por uma turma de estudantes, 
que utilizou como base o documentário espanhol, 
feito pela televisão espanhola com este título. 
Entre as estratégias de responsabilidade social, Tachizawa (2011) 
menciona:
• criação de site, visando à abertura de canal de comunicação direta 
com a comunidade, viabilizando acesso institucional por parte de 
pessoas de todo o mundo às informações sobre a empresa, seus 
produtos e serviços;
• patrocínios locais em eventos culturais, esportivos, sociais e de lazer 
na comunidade local na qual a empresa está inserida;
• parcerias com universidades e instituições de ensino visando à 
complementação educacional em áreas tecnológicas de interesse da 
empresa, à promoção de palestras técnicas nas escolas, e também 
para estimular a visita de alunos nas suas unidades fabris;
• parcerias com entidades beneficentes, participação em entidades de 
classe, em campanhas de doação e ações sociocomunitárias afins.
Podemos observar que são inúmeras as possibilidades de atuação destas 
empresas. Elas constituem grupos fortes e poderosos, que fabricam 
produtos de significativo investimento ao consumidor e, portanto, 
também são herdeiras da responsabilidade por uma atuação menos 
impactante ao meio ambiente e um aporte efetivo à sociedade. 
Note que seus produtos possuem uma vida longa de utilização pelo 
consumidor e nesse período deve ser garantido que esses produtos 
https://www.youtube.com/watch?v=VkPScfQG-Y8
www.esab.edu.br 129
gerem os mínimos efeitos danosos ao meio ambiente, como os carros e 
refrigeradores que passam por um processo contínuo de pesquisa visando 
à redução do consumo de combustível e energia e à busca de alternativas 
para reciclagem dos materiais constituintes após seus usos.
Porter e Kramer (2008) citam que a GE (General Electric) possui 
um programa de estímulo a escolas públicas de Ensino Médio com 
rendimento insatisfatório que ficam localizadas próximas às suas 
instalações nos EUA. Entre outras coisas, a GE doa entre US$ 250 
mil e US$ 1 milhão por um período de cinco anos para cada escola. 
Gerentes e funcionários da empresa assumem um papel ativo: ao lado de 
administradores da escola, avaliam as necessidades da instituição e atuam 
ainda como mentores ou tutores de alunos. Em um estudo independente 
de dez escolas do programa entre 1989 e 1999, quase todas exibiram um 
avanço considerável, enquanto o índice de formados de quatro das cinco 
escolas de pior desempenho dobrou de uma média de 30% para 60%.
Ainda sobre essas empresas, é oportuno citarmos uma demanda de 
caráter legal que afeta suas atividades. A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, Lei nº 12.305, de 2010, previu a responsabilização pela logística 
reversa aos fabricantes de pneus, baterias e eletroeletrônicos. Isso 
significa, conforme o artigo 33 da referida lei, que:
Cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes tomar todas as 
medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização do sistema 
de logística reversa para estes produtos, após seus usos, podendo, entre outras 
medidas:
I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores 
de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Os consumidores deverão efetuar a devolução, após o uso, aos comerciantes ou 
distribuidores, dos produtos.
www.esab.edu.br 130
Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos 
importadores.
Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos 
produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para 
a disposição final ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010)
No estudo desta unidade, destacamos a importância da logística reversa 
no atual cenário das organizações e sugerimos que você pesquise mais 
sobre o assunto. Bons estudos!
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre Logística Reversa no 
Youtube clicando aqui. Este material vai fazer você 
visualizar melhor o assunto.
Você pode observar que a logística reversa é 
realmente uma importante ferramenta para a 
gestão dos resíduos sólidos (lixo) que geramos. 
Todavia, a logística reversa não é uma demanda 
espontânea das empresas, e sim imposta por 
lei federal. Muitas ações são efetivamente 
“empurradas” pela componente de conformidade 
legal dos sistemas de gestão.
Finalizamos o estudo das estratégias de gestão socioambiental nas 
empresas de bens de consumo não duráveis e duráveis. Na próxima 
unidade, iremos estudar as estratégias das empresas de serviços 
financeiros e serviços especializados.
https://www.youtube.com/watch?v=Y-y_slc5CtMwww.esab.edu.br 131
22 Estratégias de gestão socioambiental – parte II 
Objetivo
Apresentar os serviços financeiros e serviços especializados e como 
lidam com a questão da responsabilidade socioambiental.
Após estudarmos a forma como empresas de bens de consumo não 
duráveis e duráveis vêm lidando com a questão da responsabilidade 
socioambiental, vamos estudar, nesta unidade, mais dois setores 
de empresas: o setor de serviços financeiros e o setor de serviços 
especializados.
22.1 Empresas de serviços financeiros
Este setor abrange organizações como bancos, seguradoras, financeiras, 
crédito imobiliário, leasing, corretoras e distribuidoras de valores. 
Exemplos de empresas deste setor são: Bradesco, Golden Financiadora 
(financeira), Banco Alfa (leasing), Fator Corretora etc.
Na visão de Tachizawa (2011), o mercado ao qual pertencem essas 
empresas se caracteriza por:
• existência de barreiras institucionais e governamentais à entrada de 
novas empresas;
• elevada regulamentação estatal;
• competição básica via lançamento de novos serviços financeiros;
• significativo volume de investimento e capital para entrar no setor.
Se analisarmos os impactos diretos causados pela operação deste setor, 
ele pode ser considerado como de baixo impacto ambiental. Desse 
modo, ainda na perspectiva do autor, as principais estratégias de gestão 
ambiental e de responsabilidade social, normalmente aplicáveis a estas 
organizações são:
www.esab.edu.br 132
• projetos sociais em meio ambiente;
• projetos sociais em educação;
• projetos sociais em saúde;
• projetos sociais em cultura;
• projetos sociais em apoio à criança e ao adolescente;
• projetos sociais em voluntariado;
• imagem ambiental da empresa para fins de marketing.
Adicionalmente aos projetos sociais, saiba que existem também 
possibilidades de redução de impacto nas suas estruturas físicas. As 
organizações podem desenvolver programas de coleta seletiva em suas 
agências com o objetivo de promover a educação ambiental entre seus 
funcionários e os clientes, sendo que os resíduos gerados nas agências são 
predominantemente do tipo reciclável composto por papéis. A economia 
no consumo de energia pelo uso de iluminação e climatização naturais 
ou de baixo consumo energético pode ser outro aspecto a ser explorado.
Se olharmos esse mercado de uma perspectiva mais ampla, conseguimos 
enxergar que essas organizações participam e operam grandes operações 
financeiras, movimentando milhões de reais todos os dias. Considerando 
as possibilidades de inserção do aspecto socioambiental em seus 
produtos, aumentamos as possibilidades de ação desse mercado. Mas 
como podemos fazer isso?
www.esab.edu.br 133
Para sua reflexão
Reflita como é importante que paremos para 
observar as coisas de uma perspectiva mais ampla. 
É necessário desenvolver esta capacidade de 
analisar de forma mais completa e realista aquilo 
que estudamos. Os bancos possuem um impacto 
ambiental direto baixo; todavia, se emprestarem 
milhões de dólares para uma empresa desenvolver 
atividades extremamente degradantes ao meio 
ambiente, eles não estariam contribuindo com 
essa ação? Pense nisso.
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
Vamos citar um exemplo já praticado por algumas instituições 
financeiras: antes de concederem um financiamento para uma 
construtora, exigem que ela apresente as licenças ambientais da obra para 
a qual o financiamento está sendo solicitado. Algumas instituições ainda 
se encarregam de acompanhar a atividade da empresa exigindo-lhe o 
envio de relatórios periódicos. Outra forma de incentivo às ações dessa 
natureza, inseridas no produto oferecido pela instituição financeira, é 
a oferta ao mercado de benefícios e linhas de financiamento específicas 
para empresas que atuam de forma responsável.
Tratar de forma diferenciada as empresas que são responsáveis não é uma 
decisão arbitrária e incoerente do ponto de vista financeiro. Estudos 
mostram que empresas desse tipo tendem a ser mais estáveis nos seus 
mercados de atuação, o que gera um retorno à instituição financeira em 
termos de segurança sobre o pagamento dos valores concedidos na forma 
de empréstimos.
Vamos ver alguns exemplos de projetos sociais dessas empresas? 
Tachizawa (2011) cita que o Banco Itaú mantém o prêmio Itaú-Unicef 
Educação e Participação, que visa a identificar e a incentivar programas 
educacionais de complementação ao ensino público desenvolvidos 
www.esab.edu.br 134
por ONGs. Já o Banco do Brasil, por meio do projeto Trabalho e 
Cidadania aos Municípios, oferece consultoria de negócios, cursos 
profissionalizantes e outros mecanismos de apoio a jovens e adolescentes 
em risco social, a portadores de deficiência e a pequenos empreendedores.
A Fundação Bradesco criou o projeto Vida de Índio – Comunidade 
Tapeba (Caucaia/CE), que é uma escola que deu origem a um programa 
de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos índios tapebas 
(TACHIZAWA, 2011).
Segundo Tachizawa (2011), várias empresas deste setor têm a prática 
de elaborar e publicar seus Balanços Sociais, tema que estudamos na 
unidade 17, tais como: Banespa, Banco do Brasil, Bradesco, Nossa 
Caixa/Nosso Banco, Febraban e Banco Itaú. 
E assim, podemos resumir a participação desse setor em ações de 
responsabilidade social e ambiental.
22.2 Empresas de serviços especializados
Nesta categoria, enquadram-se as agências de publicidade e propaganda, 
consultorias, auditorias independentes e escritórios profissionais 
especializados. Exemplos de empresas deste setor são: Young & Rubicam 
e JWT (agências de publicidade), Siqueira Castro Advogados e Tozzini 
Freire (escritórios de advocacia), Contabilidade J. Mainhardt Ltda. e 
Escritório Soluzione de Contabilidade, entre outras que poderíamos citar.
Tachizawa (2011) explica que o produto final dessas empresas tem alto 
conteúdo tecnológico e de conhecimento. Sua mão de obra é altamente 
especializada, sendo o talento das pessoas, e não estratégias empresariais ou 
produtos inovadores, o fator determinante para a sobrevivência do negócio.
As estratégias de gestão ambiental e responsabilidade social são similares 
às vistas para o setor financeiro e constituem-se de programas sociais com 
enfoque em meio ambiente, educação, saúde, cultura, apoio à criança e 
ao adolescente, e de voluntariado e ações que visam à imagem ambiental 
da empresa para fins de marketing (TACHIZAWA, 2011).
www.esab.edu.br 135
Em uma análise de forma bem objetiva, por serem empresas 
especializadas em serviços, podem ajudar a sociedade fornecendo de 
forma gratuita seus serviços às instituições sociais que sobrevivem de 
filantropia. Vamos a um exemplo? Um escritório de advocacia pode 
ajudar muito uma instituição social no que se refere à sua relação 
com justiça, direitos e deveres. Outra ajuda sempre oportuna é a dos 
escritórios de contabilidade, pois eles podem oferecer seus serviços 
contábeis, necessários para a operação de toda e qualquer instituição. 
As empresas de propaganda, do mesmo modo, podem auxiliar em 
campanhas publicitárias em prol da conservação ambiental, por exemplo.
Saiba mais
Visite o site da empresa Siqueira Castro Advogados, 
um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, 
na sua seção dedicada à responsabilidade social, 
disponível aqui. A empresa mantém um programa 
denominado Programa de Advocacia Pro bono, 
através do qual ajuda diversas instituições sociais. 
Verifique esta ação.
Também temos outros exemplos de contribuições dessas instituições 
à sociedade bastante significativas. Vamos ver alguns deles? A Skill 
Contabilidade, empresa de prestação de serviços localizada em 
Pernambuco, adotou a cidade de Tabira, cerca de 400 quilômetros de 
Recife, implantando um projeto social que se desdobra em várias frentes: 
aulas sobre cultivo de hortaliças, instalação de posto médico completo, 
construção de reservatório de água potável e atendimentomédico 
domiciliar para pacientes da terceira idade, entre outros programas. 
Todos os empregados da empresa participam como voluntários 
(TACHIZAWA, 2011).
Tachizawa (2011) ainda cita o projeto social voltado ao meio ambiente 
da Sobloco, uma empresa de engenharia e construção que cuida do 
gerenciamento dos resíduos sólidos gerado em um núcleo urbano 
planejado e construído pela empresa na região de Bertioga/SP. Nesse 
projeto, é desenvolvido um programa de educação ambiental voltado aos 
http://www.siqueiracastro.com.br/rsocial.asp
www.esab.edu.br 136
zeladores e caseiros, que atuam como agentes multiplicadores. A empresa 
mantém, na mesma região, um projeto de educação ambiental que 
desenvolve hortas e canteiros mantidos por crianças e adolescentes, passeios 
ciclísticos, cursos de reaproveitamento de materiais e jardinagem para a 
comunidade e encontro de alunos com representantes indígenas da região.
Assim, concluímos esta unidade destacando a importância das ações 
socioambientais das empresas que pertencem ao setor de serviços 
financeiros e de serviços especializados.
www.esab.edu.br 137
23 Estratégias de gestão socioambiental – parte III 
Objetivo
Apresentar o setor educacional e os serviços públicos e como lidam 
com a questão da responsabilidade socioambiental.
Nesta unidade, vamos estudar mais dois grandes setores e descobrir o 
que as empresas desses setores estão fazendo para desempenhar suas 
responsabilidades sociais e ambientais.
23.1 Empresas do setor educacional
Esse setor é composto pelas instituições de ensino privadas e públicas. 
Elas se organizam de acordo com seu público-alvo, desde o Ensino 
Fundamental ao Ensino Médio, os cursos técnicos e os cursos superiores 
de graduação, especialização e outros posteriores. Temos também as 
grandes universidades públicas federais e estaduais que recebem milhares 
de estudantes anualmente e os preparam para o mercado de trabalho. A 
Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB), instituição na qual você está 
estudando agora, também faz parte deste setor, atuando na forma de 
educação a distância.
As instituições de ensino trabalham com algo muito valioso: a educação 
das pessoas, responsabilidade que dividem com os pais e a sociedade de 
modo geral. Se buscarmos a etimologia da palavra educação, constatamos 
que é composta por ex (“fora”) e ducere (“guiar, conduzir, liderar”). Ou 
seja, educar traz a ideia de “conduzir para fora” ou “extrair de dentro”. 
Sendo assim, as instituições de ensino, de acordo com seus diferentes 
estágios de atuação na formação dos estudantes, participam desta missão 
de ajudá-los a “trazer para fora” sua vocação, suas habilidades, de forma 
que possam atuar na sociedade no lugar que melhor lhes cabe.
www.esab.edu.br 138
Por que estamos falando disso? Por que é importante para o nosso 
estudo compreendermos a missão do setor educacional? Ora, a causa 
dos problemas ambientais e sociais que vivemos hoje está diretamente 
relacionada ao processo de educação das pessoas. Problemas na formação 
humana repercutem diretamente na sociedade. Seja pela escolha 
equivocada de profissão, seja pela formação técnica sem qualquer teor ético 
e social, os estudantes mal formados geram adultos incapazes de atuar de 
forma adequada na sociedade e também nas suas vidas particulares.
A atuação inadequada dos adultos na sociedade se expressa também por 
um operar desinteressado pelas questões sociais e ambientais, gerando 
trabalhos poluentes, que consomem energia e geram resíduos de forma 
indiscriminada. É preciso, portanto, incentivar uma melhor formação do 
indivíduo, afinal, nossos estudantes de hoje serão os nossos governantes, 
executivos e trabalhadores de amanhã.
Para sua reflexão
Pare um pouco para refletir sobre o que foi dito 
a respeito do papel da educação na sociedade 
e relacione com o que já estudamos sobre ética 
nas unidades anteriores e os conflitos ambientais 
e sociais apresentados. Reflita a respeito da 
desconexão das pessoas com a natureza e com 
as outras pessoas. Você não acha que esse é um 
dos motivos pelos quais estamos vivendo hoje 
de forma tão poluente? Será que as escolas estão 
ajudando os alunos a viver de forma virtuosa?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
Vamos agora retornar ao estudo das estratégias sociais e ambientais 
utilizadas pelo setor educacional. Esse setor é considerado de baixo impacto 
ambiental direto, pois não possui linhas de produção, extração de matérias-
primas, entre outras características dos setores de grande impacto.
www.esab.edu.br 139
As estratégias de gestão ambiental e de responsabilidade social das 
empresas do setor educacional, segundo Tachizawa (2011) nos apresenta, 
são similares àquelas adotadas pelas empresas do setor financeiro e de 
serviços especializados: projetos sociais com foco em meio ambiente, 
educação, saúde, cultura, apoio à criança e ao adolescente, voluntariado, 
e àquelas ligadas à imagem ambiental da empresa para fins de marketing. 
Nota-se que esses setores são compostos por empresas que não geram, 
em decorrência de sua operação e produção, grandes quantidade de 
resíduos e de impactos ambientais e que sua responsabilidade está mais 
relacionada com a disseminação de projetos educativos e de apoio à 
mudança de hábitos junto aos seus clientes.
Programas de coleta seletiva podem ser implantados visando à 
conscientização ambiental dos colaboradores e também de todos os 
alunos que frequentam estas instituições. Dependendo do grau de 
envolvimento dos gestores com a questão ambiental e social, estas 
instituições podem lançar mão de projetos arquitetônicos sustentáveis, 
com maior aproveitamento da iluminação natural, orientação da 
edificação para aproveitamento dos ventos naturais e controle do grau de 
insolação, coleta de água da chuva, dentre outros.
Vamos ver alguns exemplos práticos de projetos sociais?
A Associação dos Ex-Alunos de Administração da Fundação Getúlio 
Vargas desenvolve o projeto “Recicle: a vida se renova”. Tachizawa (2011) 
menciona que esse projeto tem por objetivo:
• inclusão social, econômica e cultural dos catadores de lixo;
• incentivo a ações de tratamento, coleta seletiva e reciclagem de 
materiais;
• preservação ambiental e desenvolvimento de atividades educativas.
Segundo o mesmo autor, a proposta do trabalho é permitir aos catadores 
de lixo da capital de São Paulo o acesso à educação, fazer com que eles 
percebam a importância do trabalho que realizam, além de oferecer 
condições para que os materiais coletados sejam reciclados, contribuindo, 
assim, para a preservação ambiental.
www.esab.edu.br 140
O projeto ainda conta com as seguintes ações complementares:
• creche para cuidado e educação das crianças enquanto os pais 
trabalham;
• combate à desnutrição e acompanhamento do desenvolvimento 
infantil por intermédio da Pastoral da Criança;
• curso de alfabetização para jovens a adultos;
• desenvolvimento de artesanato com material extraído do lixo.
Perceba como esse projeto da Associação dos Ex-Alunos de Administração 
da Fundação Getúlio Vargas cuida das pessoas de forma integral, não 
somente das ações relacionadas diretamente com a coleta seletiva e 
reciclagem, uma vez que oferece amplo suporte a esses catadores, para 
melhor criarem seus filhos e também se desenvolverem nos estudos 
oferecidos. Essas ações demonstram o caráter humanista do projeto, que 
considera as pessoas envolvidas de forma mais ampla e completa.
23.2 Empresas do setor público
Segundo Tachizawa (2011), diferentemente dos setores anteriores, 
no setor público encontramos uma variedade muito grande de áreas 
de atuação. Estas representam uma pluralidade de estruturas que não 
constituem necessariamente um conjunto ordenado de agentes, tendo 
como característica comum o fato de terem se originado de uma mesma 
fonte, o Estado.
Como exemplos de empresas do setor público, encontram-se: órgãos 
da administraçãodireta (federal, estadual e municipal), órgãos da 
administração indireta, empresas públicas, sociedades de economia mista, 
autarquias, fundações e afins.
As estratégias de gestão ambiental e de responsabilidade social para 
o setor público possuem uma gama muito ampla de atuação, não 
só para minimizar os próprios impactos operacionais das atividades, 
como também pelo fato de esse setor possuir um potencial significativo 
para desenvolver parcerias e programas junto às empresas dos setores 
anteriormente estudados. 
www.esab.edu.br 141
Vamos citar alguns exemplos de programas que promovem benefícios 
sociais e ambientais desenvolvidos por estas instituições. Iniciaremos 
abordando os programas de informatização do setor público. O 
simples fato de utilizar os serviços de correio eletrônico em uma 
organização governamental e, de forma mais efetiva, o investimento na 
implementação de um software inteiro tipo workflow (fluxo eletrônico de 
documentos) como integrador dos sistemas de informação corporativos 
e locais são soluções recomendadas que contribuem ecológica e 
socialmente para a redução do volume de papéis ou de dispositivos de 
armazenamento de informação, assim como agilizam a comunicação, 
evitando deslocamentos excessivos dos cidadãos a estas instituições 
públicas, o que resulta em economia de tempo e dinheiro. 
Segundo Tachizawa (2011), outra linha de atuação que tem muito 
potencial é a de criação de parcerias entre as prefeituras e as indústrias 
visando à resolução do problema da destinação inadequada de resíduos 
sólidos nos lixões, cujas áreas são implantadas sem os controles 
ambientais necessários. 
A legislação brasileira estabelece que a empresa que gera o resíduo sólido 
permanece criminalmente responsável por ele, independentemente de 
subcontratar terceiros para a efetivação do descarte e destinação final. 
Sendo assim, uma indústria que contrata uma empresa para recolher seus 
resíduos será criminalmente responsável se esses resíduos forem parar 
em um lixão, pois esse tipo de destino final é ilegal. Como há interesse 
de ambas as partes em dar um destino adequado aos resíduos sólidos, é 
legítimo que se reúnam para propor soluções ao problema.
Por fim, concluímos esta unidade destacando que, no site do Ministério 
do Meio Ambiente, o Governo disponibiliza informações de um 
programa intitulado “Agenda ambiental para o setor público”, que está 
fundamentado nos seguintes eixos temáticos: gestão de resíduos, licitação 
sustentável, qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e 
capacitação dos servidores e uso racional dos recursos.
www.esab.edu.br 142
Estudo complementar
Acesse o site do Ministério do Meio Ambiente, 
clique no link sobre as licitações sustentáveis, 
disponível aqui e estude mais sobre o assunto. 
Garantimos que você vai achar superinteressante.
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/eixos-tematicos/licita%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel
www.esab.edu.br 143
24
A internet como instrumento de 
divulgação de responsabilidade 
social e ambiental
Objetivo
Apresentar os principais sites sobre os temas, notícias e grupos 
existentes de forma a situar o aluno neste ambiente.
Agora que finalizamos a abordagem sobre os diversos setores e suas 
respectivas formas de atuação para desempenhar suas responsabilidades 
sociais e ambientais, chegou o momento de tratarmos sobre os usos 
que a internet propicia para divulgação dessas ações. É o que veremos 
nesta unidade.
Hoje em dia, a internet se tornou um ambiente de trabalho, de 
comunicação e de pesquisa para muitas pessoas, estudantes, empresas, 
jornais e governos. O relacionamento das empresas com seus stakeholders 
ganha agilidade e transparência quando existe um canal de comunicação 
estabelecido pela rede. Nos sites, são destinados lugares específicos para a 
divulgação da política das empresas e seus projetos sociais e ambientais, bem 
como para comunicação direta com o setor de relacionamento da empresa.
Quando os sites são de ONGs ambientalistas ou sociais, tornam-se 
espaços cheios de informações sobre os temas aos quais elas dedicam seus 
projetos e a forma como participar deles. Existem também os sites de 
revistas e jornais especializados nas questões ambientais e sociais, os quais 
trazem notícias atuais sobre o tema. Ainda contamos, na internet, com 
os sites das instituições do governo, que apresentam as políticas públicas, 
os serviços e seus canais de comunicação. Também podemos pesquisar 
normas, trabalhos científicos e teorias sobre o tema da responsabilidade 
social e ambiental em diversos sites, buscando pelos temas no ambiente 
de pesquisa mais popular da internet, o Google, por exemplo.
www.esab.edu.br 144
Enfim, a internet atualmente provê aos interessados uma quantidade 
enorme de informações, tornando-se uma ferramenta importantíssima 
na busca do conhecimento. Vamos passear um pouco pela rede? 
Começaremos pelos sites das empresas.
A Petrobrás, por exemplo, possui um setor dedicado ao meio ambiente 
e à sociedade no seu site. Por intermédio dele, podemos conhecer os três 
pilares da estratégia corporativa dessa empresa: “Crescimento integrado, 
rentabilidade e responsabilidade socioambiental”. Esses pilares estão 
alinhados à responsabilidade socioambiental, o que dá respaldo suficiente 
para a Petrobrás obter recursos financeiros e atenção dos gestores.
Ao entrar no site da Bunge no Brasil, empresa do setor de agronegócio, 
alimento e bioenergia, temos outro exemplo. Você identifica facilmente a 
área sobre sustentabilidade. Nela, o pesquisador pode obter informações 
sobre os princípios, a política, a plataforma de sustentabilidade, 
compromissos, iniciativas, projetos, parcerias e publicações. Nas 
publicações, você pode acessar o Relatório Bunge de Sustentabilidade!
No site da Tetra Pak, empresa que trabalha com soluções para o 
processamento, envase e distribuição de alimentos e bebidas, podemos 
constatar que a empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental 
certificado, encarregado do gerenciamento ambiental, com o objetivo 
de analisar e controlar os impactos ambientais de seus processos 
produtivos e implementar os programas de melhorias voltados à área 
ambiental. O consumidor pode obter informações sobre o sistema no 
site e assistir a vídeos que contêm dicas para coleta seletiva e reuso das 
embalagens longa vida.
Perceba que, mais do que nunca, o consumidor se sente atraído por 
conhecer melhor as organizações, seja por curiosidade, seja movido por 
notícias veiculadas que afetam as corporações.
http://www.petrobras.com.br/pt/meio-ambiente-e-sociedade
http://www.bunge.com.br
http://www.tetrapak.com.br
www.esab.edu.br 145
A internet pode ser usada para divulgação de denúncias ou reclamações 
por meio das redes sociais, bem como para a promoção da marca. Hoje 
em dia, as grandes empresas possuem pessoas encarregadas de monitorar 
e atuar nas redes sociais a fim de estarem a par do que falam sobre suas 
corporações nesses ambientes sociais.
Depois de navegar pelos sites das empresas, vamos agora procurar os sites 
das ONGs para conhecer que tipo de informação eles divulgam?
Você pode acessar o site Greenpeace Brasil. Lá, podemos ler: “O 
Greenpeace é uma organização global cuja missão é proteger o meio 
ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam 
um futuro mais verde e limpo para esta e para as futuras gerações”. Você 
também pode ter acesso aos projetos da ONG e como participar de suas 
campanhas. Na parte de multimídia, podemos assistir a diversos filmes 
que mostram a atuação do Greenpeace pelo mundo.
Outra ONG muito conhecida é a WWF (World Wildlife Fund for 
Nature, ou Fundo Mundial da Natureza, em português). O WWF-
Brasil é uma ONG brasileira, participante de uma rede internacional e 
comprometida com a conservação da natureza dentro do contexto social 
e econômico brasileiro. No seu site, podemos encontrar diversas notícias 
e informações sobre o meio ambiente, assim como vídeose campanhas 
desenvolvidas.
Um exemplo de ONG criada por uma empresa para tratar dos assuntos 
relacionados ao meio ambiente e à responsabilidade social é a Fundação 
Grupo Boticário. A missão da fundação é promover e realizar ações 
de conservação da natureza. Criada em 1990, é a “[...] principal 
expressão da política de investimento social privado do Boticário, e 
nasceu do desejo do fundador da empresa, Miguel Gellert Krigsner, de 
empreender ações em prol da preservação da natureza como expressão 
da responsabilidade social” (FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO, 
2013). O site contém quizes (jogo de perguntas e respostas para testar os 
conhecimentos) e programas interativos que levam o visitante a descobrir 
coisas relevantes sobre o tema sustentabilidade. Nesse ambiente, a 
fundação divulga também seus editais, que visam a patrocinar projetos 
que efetivamente contribuem para a conservação da natureza no Brasil.
http://www.greenpeace.org/brasil/pt
http://www.wwf.org.br
http://www.wwf.org.br
http://www.fundacaogrupoboticario.org.br
http://www.fundacaogrupoboticario.org.br
www.esab.edu.br 146
Você está achando interessante essa volta que estamos dando pela 
internet? Agora, o que você acha de irmos até os sites do governo e 
descobrirmos o que há de informações sobre o tema?
Um site muito importante e útil é o do Ministério do Meio Ambiente, 
disponível na internet clicando aqui. Nesse portal, você pode encontrar 
um link denominado Responsabilidade Socioambiental, no qual 
estão apresentados os projetos para essa área. Além disso, você pode 
navegar outras diversas áreas do ministério pelo site e ter acesso à ampla 
legislação ambiental.
Do site do Ministério, você pode se direcionar ao site do CONAMA 
(Conselho Nacional de Meio Ambiente) clicando aqui. Esse site é muito 
útil para pesquisarmos as famosas Resoluções do CONAMA. Essas 
resoluções são documentos com valor legal que regulamentam diversas 
atividades industriais, coleta seletiva e reciclagem, por exemplo. Você 
pode fazer pesquisa por número, ano ou texto a fim de localizar as 
informações de seu interesse.
Outros sites governamentais muito úteis são os das fundações estaduais 
de meio ambiente. Geralmente são elas que cuidam do processo de 
licenciamento ambiental e de fiscalização ambiental das empresas, 
juntamente com os municípios. Como as instituições públicas aderiram 
à tecnologia para facilitar a interação com os seus usuários, nesses sites 
podemos encontrar orientações sobre a documentação e o trâmite legal 
dos processos. Visite o site da fundação de meio ambiente de seu estado 
e confira!
Estudo complementar
Propomos que você procure na internet a Lei n° 
10.650/03 (clique aqui para ver), a qual dispõe 
sobre o acesso público aos dados e informações 
existentes nos órgãos e entidades integrantes do 
SISNAMA. Saiba o que está previsto em lei que 
seja dado acesso ao público.
http://www.mma.gov.br/
http://www.mma.gov.br/port/conama/index.cfm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.650.htm
www.esab.edu.br 147
Por fim, vamos agora navegar um pouco nos sites de notícias e 
informações sobre o meio ambiente e a responsabilidade social. São 
portais, revistas eletrônicas e jornais informativos construídos para 
públicos específicos, visando a fornecer informação atualizada e 
organizada aos setores interessados.
Você conhece o portal Ambiente Brasil? Esse portal nasceu da ideia de 
oferecer para a comunidade corporativa brasileira praticidade e rapidez 
na busca on-line de informações sobre o Meio Ambiente (clique aqui 
para ver). Nesse site, você vai encontrar muita informação, apresentação 
de conceitos, divulgação de cursos e de notícias atualizadas.
Uma revista eletrônica muito interessante é a “Planeta Sustentável”. 
É uma publicação da Editora Abril sobre sustentabilidade e dedicada 
às questões ambientais. Adicionalmente, você pode conferir na rede 
a “Revista Meio Ambiente Industrial”. Há quinze anos no mercado 
editorial brasileiro, essa revista tem como meta principal “informar para 
formar” cidadãos conscientes e comprometidos com a implementação 
efetiva da sustentabilidade.
Outro recurso bastante interessante para você encontrar material 
informativo e educacional é o YouTube. Nele, você encontra filmes e 
animações sobre os mais variados temas, muito úteis para nosso estudo e 
também para utilizarmos em palestras e reuniões de conscientização, pois 
sempre é interessante utilizar recursos multimídia mais sofisticados que 
slides de PowerPoint. Experimente buscar algum tema que você tenha 
curiosidade. Bem, ao longo do nosso estudo, nós já indicamos vários 
filmes do YouTube para você assistir e utilizar como apoio ao seu estudo. 
Você achou interessante?
Concluímos aqui a nossa parte neste mar de informações e possibilidades 
chamado internet.
Estudamos, nesta disciplina, os principais conceitos e elementos que 
abrangem o tema da responsabilidade social e ambiental. Por certo, em 
muitos tópicos poderíamos fazer estudos aprofundados sobre o tema, os 
quais nos levariam a diversos outros elementos de aprendizado. 
Todavia, para você, estudante do curso, a forma 
http://www.ambientebrasil.com.br
http://planetasustentavel.abril.com.br/
http://www.meioambienteindustrial.com.br
www.esab.edu.br 148
como foram abordados os temas é suficiente para esclarecer e promover 
um entendimento amplo e satisfatório da questão, permitindo-lhe 
transitar sobre os assuntos tratados e saber os locais em que poderá 
encontrá-los para aprofundar seus conhecimentos. Esperamos que você 
tenha aprendido bastante e gostado do tema, pois o mundo precisa de 
pessoas capazes de integrar o tema da responsabilidade social e ambiental 
nas suas atividades profissionais. Parabéns pela conclusão da disciplina! 
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos 
em relação às unidades 17 a 24. Para isso, dirija-
se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e 
responda às questões. Além de revisar o conteúdo, 
você estará se preparando para a prova. Bom 
trabalho!
www.esab.edu.br 149
Resumo
Caro estudante, chegamos ao final do nossa última etapa de estudos 
sobre responsabilidade social e meio ambiente. Estudamos a 
responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva e no setor varejista. 
Vimos como esse setor se desenvolve muito bem na sociedade e é capaz 
de ter contato direto muito intenso com seus fornecedores.
Dedicamos três unidades para o estudo das estratégias de gestão 
socioambiental adotadas em diversos setores da economia: empresas de 
bens de consumo não duráveis e duráveis, serviços financeiros e serviços 
especializados, empresas do setor educacional e os serviços públicos. 
Este estudo teve como objetivo apresentar como esses setores lidam 
com a questão da responsabilidade socioambiental. Utilizamos diversos 
exemplos para enriquecer a exposição e também indicações de sites para 
visitação e vídeos no YouTube. Na unidade final, encerramos o estudo 
abordando as possibilidades da internet na divulgação das ações de 
responsabilidade socioambiental.
Esperamos que você tenha gostado e que faça uma boa avaliação!
www.esab.edu.br 150
Glossário
Atmosfera
Camada de ar que envolve a Terra. R
Auditoria
Processo de verificação sistemático e documentado para obter e avaliar, 
objetivamente, evidências para determinar se o sistema de gestão 
ambiental está em conformidade com os critérios do sistema de gestão 
ambiental estabelecido pela organização. R
Autoavaliação
É a avaliação feita pela própria organização em relação a seu sistema de 
gestão. R
Autodeclaração
É um documento elaborado pela própria organização que declara seus 
resultados e suas informações relativas à responsabilidade socioambiental. 
R
Balanço social
É um relatório elaborado pela organização para divulgar seus resultados 
em termos de investimentos e políticas sociais e ambientais. Esse 
documento pode ser distribuído entre os stakeholders da organização 
como clientes, acionistas, entre outros. R
BiosferaConjunto de todos os ecossistemas da Terra; biociclo, ecosfera. R
www.esab.edu.br 151
Capilaridade territorial
Estar presente em um grande número de lugares, cobrindo uma vasta 
área territorial de forma bem representativa. R
Competências
Atualmente existe um estudo bastante amplo sobre as competências 
que uma pessoa pode desenvolver. De modo geral, competência 
em administração é a integração e a coordenação de um conjunto 
de conhecimentos, habilidades e atitudes que na sua manifestação 
produzem uma atuação diferenciada. Por exemplo, competências 
profissionais são habilidades, atitudes e conhecimentos profissionais 
necessários ao desempenho de atividades ou funções típicas, segundo 
padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do 
trabalho. Já as competências pessoais são inerentes ao próprio indivíduo 
e dependem de alguns fatores relacionados com as suas origens e com o 
seu desenvolvimento infantil. R
Contracultura
Forma negativa de cultura com o fim de combater os valores culturais 
vigentes. R
Descargas líquidas
Pontos de lançamento de efluentes, de águas que passaram pelo processo 
produtivo. R
Desempenho ambiental
Resultados mensuráveis do sistema de gestão da organização. Podem ser 
mensurados em relação à política, aos objetivos, às metas ou a outros 
requisitos de desempenho ambiental da organização. R
Desenvolvimento sustentável
É aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a 
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades. R
www.esab.edu.br 152
Ecodesign
É uma abordagem de concepção de um produto com especial atenção 
para os impactos ambientais gerados durante o ciclo de vida do produto. 
Uma avaliação do ciclo de vida de um produto é normalmente dividida 
em: aquisição, fabricação, uso e descarte. R
Efeito estufa
É um mecanismo atmosférico natural que mantém o planeta aquecido 
nos limites de temperatura necessários para a vida na Terra. Esse 
fenômeno atmosférico acompanha a vida do planeta desde o início da 
sua existência. R
Emissões gasosas
Pontos de saída de gases oriundos do setor produtivo. R
Etimologia
Trata-se do estudo das palavras, de sua história e das possíveis mudanças 
de seu significado. Origem e evolução histórica de um vocábulo. R
Filantropia
Trata de doações e assistencialismo, de atender a uma situação 
emergencial e pontual, como por exemplo, promover doações para 
atender uma população afetada por uma enchente. R
Globalização da economia
A globalização da economia é o processo através do qual se expande o 
mercado e onde as fronteiras nacionais parecem mesmo desaparecer, 
por vezes, nesse movimento de expansão. Trata-se da continuação do 
processo de internacionalização do capital, que se iniciou com a extensão 
do comércio de mercadorias e serviços, passou pela expansão dos 
empréstimos e financiamentos e, em seguida, generalizou o deslocamento 
do capital industrial através do desenvolvimento das multinacionais. R
www.esab.edu.br 153
Google
É uma empresa multinacional de serviços online e software dos Estados 
Unidos. R
Governança corporativa
É a forma como o poder é exercido pela corporação na administração 
dos seus recursos sociais e econômicos visando ao desenvolvimento 
progressivo. A governança corporativa envolve o conjunto de processos, 
regulamentos, decisões e costumes pelos quais se dirige a corporação. R
Greenpeace
É uma Organização Não Governamental com sede em Amsterdã e com 
escritórios espalhados em diversos países. Atua internacionalmente em 
questões relacionadas à preservação do meio ambiente e desenvolvimento 
sustentável. R
Hidrosfera
Camada aquosa da crosta terrestre que compreende os oceanos, os mares, 
os rios, os lagos e outras águas. R
Investimento social
Estabelece o uso voluntário de recursos privados de maneira planejada, 
ou seja, a partir de um diagnóstico feito que resulte nos projetos 
sociais que beneficiarão a comunidade dentro de suas necessidades e 
expectativas. R
Leasing
Sistema de aluguel de carros, aviões, máquinas, com opção de compra ao 
final do contrato. R
www.esab.edu.br 154
Legionelose
É uma forma de pneumonia atípica causada pela bactéria Legionella 
pneumophila. A Febre de Pontiac é uma legionelose não pneumônica. R
Liberalismo econômico
A teoria do liberalismo econômico surgiu no contexto do fim do 
mercantilismo, período em que era necessário estabelecer novos 
paradigmas, já que o capitalismo estava se firmando cada vez mais. A 
ideia central do liberalismo econômico é a defesa da emancipação da 
economia de qualquer dogma externo a ela mesma, ou seja, a eliminação 
de interferências provenientes de qualquer meio na economia. R
Litosfera
Camada superficial sólida da Terra, composta de rochas e solo, acima do 
nível das águas. R
Logística de produtos
Parte da administração responsável pela gestão dos materiais a partir 
da saída do produto da linha de produção até a entrega do produto no 
destino final. R
Logística reversa
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por 
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar 
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra 
destinação final ambientalmente adequada. R
Metas
Requisitos de desempenho, geralmente quantificados, resultantes dos 
objetivos que necessitam ser atingidos. R
Modus vivendi
É uma expressão em latim que significa modo de vida, estilo de viver. R
www.esab.edu.br 155
Moratória
Dilação de prazo concedida pelo credor ao devedor para pagamento de 
uma dívida. Suspensão da exigibilidade das dívidas de um dado grupo 
de devedores, determinada por lei, com suspensão do curso de ações de 
cobrança e prolongamento do prazo de amortização. R
Movimento cornucopiano
Movimento que defendia que o ser humano, diante de dificuldades, 
sempre encontra um meio ou uma nova tecnologia que auxilie na 
resolução dos problemas decorrentes. R
Norma ISO
Normas técnicas elaboradas pela International Organization for 
Standardization (ISO), que é uma organização criada em 1946 e 
possui sede em Genebra, na Suíça. A ISO elabora e difunde normas 
internacionais em todos os domínios de atividades por meio da 
cooperação no âmbito intelectual, científico, tecnológico e de atividade 
econômica, com a intenção de facilitar o intercâmbio internacional de 
produtos e serviços. R
Objetivos
Propósitos decorrentes da política de responsabilidade socioambiental 
que uma organização se propõe a atingir, sendo quantificados sempre que 
exequível. R
Organismos patogênicos
É um organismo, microscópico ou não, capaz de produzir doenças 
infecciosas aos seus hospedeiros sempre que estejam em circunstâncias 
favoráveis, inclusive do meio ambiente. Podem ser bactérias, vírus, 
protozoários, fungos ou helmintos. O agente patogênico pode se 
multiplicar no organismo do seu hospedeiro, podendo causar infecções e 
outras complicações. R
www.esab.edu.br 156
Padrões
São geralmente expressos por números e visam a estabelecer níveis a 
serem alcançados pela organização em relação a algum aspecto específico 
de sua atividade. R
Pesticida
Substância que combate parasitas de plantas ou animais. R
Política ambiental
Intenções e diretrizes globais de uma organização referentes ao seu 
desempenho ambiental, formalmente expressas pela alta administração. 
A política ambiental fornece uma estrutura para se estabelecer e buscar os 
objetivos e metas ambientais. R
Políticas públicas
Conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o poder 
público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. R
Princípios
São os valores mais caros e importantes de uma organização, sobre os 
quais todo o sistema de gestão será pautado. R
Programa de Advocacia Pro Bono
Trabalho voluntário de assistência jurídica aos menos favorecidos. R
Radioatividade (ou radiatividade)
Propriedadede determinados tipos de elementos químicos radioativos 
emitirem radiações, um fenômeno que acontece de forma natural ou 
artificial. A radioatividade natural ou espontânea ocorre através dos 
elementos radioativos encontrados na natureza (na crosta terrestre, 
atmosfera etc.). Já a radioatividade artificial ocorre quando há uma 
transformação nuclear, através da união de átomos ou da fissão nuclear. 
A fissão nuclear é um processo observado em usinas nucleares ou em 
bombas atômicas. R
www.esab.edu.br 157
Reciclagem de água
Aplicar tratamento à água suja dos efluentes para deixá-la em condições 
de retornar ao estágio inicial do processo produtivo. R
Relatório de desempenho
Relatório que apresenta o desempenho da organização de modo geral. R
Responsabilidade social
É a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas 
decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio 
de um comportamento ético e transparente que contribua para o 
desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da 
sociedade; leve em consideração as expectativas das partes interessadas 
(stakeholders); esteja em conformidade com a legislação aplicável; seja 
consistente com as normas internacionais de comportamento e esteja 
integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. R
Salobra
É aquela água que tem mais sais dissolvidos que a água doce e menos que 
a água do mar. A água salobra é típica dos estuários e resulta da mistura 
da água do rio com a água do mar. R
SARS
Síndrome respiratória aguda grave (SARS). É uma doença viral 
respiratória em humanos, que é causada pelo corona vírus SARS. 
A SARS não foi erradicada e pode estar presente em seu ambiente 
natural de acolhimento (populações de animais) e pode retornar para a 
população humana. R
Solidaridad
É uma organização não governamental holandesa que atua 
internacionalmente em questões de responsabilidade social. R
www.esab.edu.br 158
Stakeholders
Partes interessadas. São instituições ou grupos de pessoas que de alguma 
forma influenciam o comportamento de uma organização. Por exemplo, 
acionistas, consumidores, funcionários, fornecedores, comunidade e 
grupos sociais ativistas. R
Tapebas
Os Tapeba são um grupo indígena que habita os limites do município 
brasileiro de Caucaia, na Microrregião de Fortaleza, mais precisamente 
na Área Indígena Tapeba. R
Terceiro setor
É uma terminologia sociológica que dá significado a todas as iniciativas 
privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. R
Triple Bottom Line
O tripé da sustentabilidade. Corresponde aos resultados de uma 
organização medidos em termos sociais, ambientais e econômicos. É 
apresentado nos relatórios corporativos das empresas comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável. Por enquanto, são medições de 
caráter voluntário. R
YouTube
YouTube é um site da internet fundado em fevereiro de 2005 que permite 
que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital. 
R
www.esab.edu.br 159
Referências
ABNT. NBR 16001:2004: responsabilidade social. <http://www.
pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_
imagens-filefield-description%5D_20.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013.
ABNT. NBR ISO 26000:2010: diretrizes sobre responsabilidade social. 
Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/
arquivos/[field_generico_imagens-filefield-description]_65.pdf>. Acesso em: 17 
abr. 2013.
ALENCASTRO, M. S. C. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e 
responsabilidade corporativa. Curitiba: Ibpex, 2010.
AMADEU Jr., A.; GELMAN, J. J; MACEDO, L. C de. A mobilização do 
setor varejista brasileiro para a responsabilidade social: do assistencialismo ao 
alinhamento estratégico. In: GELMAN, J. J.; PARENTE, J. (Orgs.). Varejo 
socialmente responsável. Porto Alegre: Bookman, 2008.
ARANTES, E. C.; HALICKI, Z.; SADLER, A. (Org.). Empreendedorismo e 
responsabilidade social. Curitiba: Ibpex, 2011.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a política nacional 
de meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. In: BRITO, F. A.; CÂMARA, J. B. D. Democratização e gestão 
ambiental: em busca do desenvolvimento sustentável. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 
1998.
______. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, altera a lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 14 abr. 2013.
BRITO, F. A.; CÂMARA, J. B. D. Democratização e gestão ambiental: em 
busca do desenvolvimento sustentável. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_20.pdf
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_20.pdf
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_20.pdf
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_generico_imagens-filefield-description]_65.pdf
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_generico_imagens-filefield-description]_65.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
www.esab.edu.br 160
BUCLEY, G. J.; SALAZAR-XIRINACHS, J. M.; HENRIQUES, M. A 
promoção de empresas sustentáveis. Curitiba: Ibpex, 2011.
FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO. Disponível em: <http://www.
fundacaogrupoboticario. org.br>. Acesso em: 14 abr. 2013.
GELMAN, J. J.; PARENTE, J. (Orgs.). Varejo socialmente responsável. Porto 
Alegre: Bookman, 2008.
INSTITUTO ETHOS. Introdução ao Balanço Social. Disponível em: <http://
www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/guia_relatorio/>. Acesso em: 25 mar. 
2013.
______. Lista de empresas Associadas. Disponível em: <http://fenix.ethos.org.
br/ListaAssociadasPorPorteEstado.aspx>. Acesso em: 1 mar. 2013.
ISEA. AA1000APS:2008: AccountAbility Principles Standard. Disponível em: 
<http://www.accountability.org/images/content/0/7/074/AA1000APS%202008.
pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013.
MELO NETO, F. P.; FROES, C. Gestão da responsabilidade social 
corporativa: o caso brasileiro: da filantropia tradicional à filantropia de alto 
rendimento e ao empreendedorismo social. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, A. D. da C.; MELLO, M. C. A. de. Gestão 
Socioambiental Estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2008.
PORTER, M. E.; KRAMER, M. R. Estratégia e sociedade: o elo entre vantagem 
competitiva e responsabilidade social empresarial. In: GELMAN, J. J.; PAREN-
TE, J. (Orgs.). Varejo socialmente responsável. Porto Alegre: Bookman, 2008.
SAI. AS 8000:2008: responsabilidade social. Disponível em: <http://www.cpfl.
com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_
Social_SA8000.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013.
SIJBRANDIJ, P. Responsabilidade social na cadeia produtiva: riscos e 
aprendizagens. In: GELMAN, J. J.; PARENTE, J. (Orgs.). Varejo socialmente 
responsável. Porto Alegre: Bookman, 2008.
STADLER, A.; MAIOLI, M. R. Organizações e desenvolvimento sustentável. 
Curitiba: Ibpex, 2011. v. 1.
http://www.fundacaogrupoboticario. org.br
http://www.fundacaogrupoboticario. org.br
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/guia_relatorio/
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/guia_relatorio/
http://www.accountability.org/images/content/0/7/074/AA1000APS%202008.pdf
http://www.accountability.org/images/content/0/7/074/AA1000APS%202008.pdf
http://www.cpfl.com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_Social_SA8000.pdf
http://www.cpfl.com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_Social_SA8000.pdf
http://www.cpfl.com.br/parceiros_inovacao_tecnologica/documentos/Norma_Responsabilidade_Social_SA8000.pdfwww.esab.edu.br 161
TACHIZAWA, T. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. São 
Paulo: Atlas, 2011.
TOYOTA. Política Ambiental. Disponível em <http://www.toyota.com.br/
sobre_toyota/meio_ambiente/politica_ambiental.aspx>. Acesso em: 10 mar. 
2013.
http://www.toyota.com.br/sobre_toyota/meio_ambiente/politica_ambiental.aspx
http://www.toyota.com.br/sobre_toyota/meio_ambiente/politica_ambiental.aspx
	_GoBack
	_GoBack
	_GoBack

Mais conteúdos dessa disciplina