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Diário Oficial Câmara Municipal do Rio de Janeiro - 12 de maio de 2021

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Prévia do material em texto

Diário 
Oficial
Câmara Municipal do Rio de Janeiro • Poder Legislativo
Mesa Diretora Lideranças
Ano XLIV • Rio de Janeiro
Quarta-feira • 12 de maio de 2021
CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA
CESAR ABRAHÃO
SECRETÁRIA-GERAL DA MESA DIRETORA
TANIA MARA MARTINEZ DE ALMEIDA
SUMÁRIO
Nº.083
PRESIDENTE
CARLO CAIADO • DEM
1º VICE-PRESIDENTE
TÂNIA BASTOS • REPUBLICANOS
2º VICE-PRESIDENTE
LUCIANO VIEIRA • AVANTE
1º SECRETÁRIO
RAFAEL ALOISIO FREITAS • CIDADANIA
2º SECRETÁRIO
MARCOS BRAZ • PL
1º SUPLENTE
JONES MOURA • PSD
2º SUPLENTE
TAINÁ DE PAULA • PT
LÍDER DO GOVERNO
ÁTILA A. NUNES
BLOCOS E PARTIDOS
BLOCO JUNTOS PELO RIO
Líder: CESAR MAIA
PARTIDO SOCIAL 
DEMOCRÁTICO • PSD
Líder: GABRIEL MONTEIRO
PARTIDO DEMOCRÁTICO
TRABALHISTA • PDT
Líder: WELINGTON DIAS
PARTIDO LIBERAL • PL
Líder: MARCOS BRAZ 
REPUBLICANOS
Líder: INALDO SILVA
PARTIDO SOCIALISMO E
LIBERDADE • PSOL
Líder: TARCÍSIO MOTTA
CIDADANIA
Líder: TERESA BERGHER
NOVO
Líder: PEDRO DUARTE
PROGRESSISTAS
Líder: VERA LINS
PARTIDO DOS 
TRABALHADORES • PT
Líder: LINDBERGH FARIAS
ATOS DA CÂMARA MUNICIPAL .............................................................2 
MESA DIRETORA .......................................................................................2 
PRECEDENTE REGIMENTAL ................................................................... 
EXPEDIENTE DESPACHADO PELO PRESIDENTE ............................. 
PLENÁRIO ....................................................................................................3 
Grande Expediente ........................................................................................3 
Prolongamento do Expediente ....................................................................12 
Ordem do Dia ..............................................................................................13 
Expediente Final ............................................................................................. 
EXPEDIENTE 
Ofícios ...........................................................................................................25 
Projetos de Emenda à Lei Orgânica .............................................................. 
Projetos de Lei Complementar ...................................................................27 
Projetos de Lei ..............................................................................................30 
Projetos de Decreto Legislativo ....................................................................... 
Projetos de Resolução ...................................................................................... 
Requerimentos .............................................................................................32 
Indicações .....................................................................................................38 
CONSULTORIA E ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO ...................39 
COMISSÕES ...............................................................................................45 
ATOS E DESPACHOS 
Mesa Diretora ........................................................................................... 112 
Presidente .................................................................................................. 115 
Secretário .................................................................................................. 116 
Procurador-Geral ............................................................................................ 
Diretoria-Geral de Administração .......................................................... 117 
Diretor de Pessoal ............................................................................................ 
EDITAIS, CONTRATOS E BALANCETES ......................................... 117 
ERRATAS ........................................................................................................
2
Ano XLIV
Rio de Janeiro
Quarta-feira
 12 de maio de 2021
Nº083
ATOS DA CÂMARA 
MUNICIPAL
CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que, com fulcro no artigo 56, inciso IV, da Lei Orgâ-
nica do Município, tendo em vista a aprovação, na Sessão Extraor-
dinária de 5 de maio de 2021, do Projeto de Decreto Legislativo nº 
281, de 2020, de autoria da Senhora Vereadora ROSA FERNAN-
DES, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro decreta e eu promulgo 
o seguinte
DECRETO LEGISLATIVO Nº 1.464, DE 11 DE MAIO DE 2021.
Concede o Título de Cidadão Benemérito do Município 
do Rio de Janeiro ao Doutor Marcio Henrique de Mattos 
Silva.
Art. 1º Fica concedido o Título de Cidadão Benemérito do Município 
do Rio de Janeiro ao Doutor Marcio Henrique de Mattos Silva.
Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua 
publicação.
Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 11 de maio de 2021.
Vereador CARLO CAIADO
Presidente
MESA DIRETORA
(*)RESOLUÇÃO DA MESA DIRETORA Nº 10531 DE 2021
CONSIDERANDO a proposta de iniciativa do Senhor Vereador Fe-
lipe Michel de criação da Frente Parlamentar em Defesa da Educação 
Física, conforme Ofício S/N°/2021-GVFM, datado de 19 de janeiro de 
2021; 
CONSIDERANDO que a manifestação em tela contém a subscrição e 
o apoiamento da maioria absoluta dos membros desta Casa de Leis, per-
fazendo a adesão de trinta Senhores Vereadores, dispensando, por conse-
guinte a apreciação da proposta pelo Plenário;
CONSIDERANDO o disposto no Precedente Regimental nº 66, de 2017,
A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JA-
NEIRO, no uso de suas atribuições,
R E S O L V E :
Art. 1º Fica criada, em caráter suprapartidário, a FRENTE PARLA-
MENTAR EM DEFESA DA EDUCAÇÃO FÍSICA.
Art. 2º Compõem a Frente Parlamentar os seguintes Senhores Verea-
dores signatários da proposta:
I. FELIPE MICHEL - Presidente
II. CARLO CAIADO
III. CARLOS BOLSONARO
IV. CESAR MAIA
V. CHICO ALENCAR
VI. DR. GILBERTO
VII. DR. JOÃO RICARDO
VIII. DR. MARCOS PAULO
IX. DR. ROGÉRIO AMORIM
X. ELIEL DO CARMO
XI. GABRIEL MONTEIRO
XII. JONES MOURA
XIII. JORGE FELIPPE
XIV. LINDBERGH FARIAS
XV. LUCIANO MEDEIROS
XVI. LUIZ RAMOS FILHO
XVII. MARCELO ARAR
XVIII. MARCIO RIBEIRO
XIX. MARCIO SANTOS
XX. RAFAEL ALOISIO FREITAS
XXI. REIMONT
XXII. RENATO MOURA
XXIII. ROCAL
XXIV. ROSA FERNANDES
XXV. TÂNIA BASTOS
XXVI. THIAGO K. RIBEIRO
XXVII. VITOR HUGO
XXVIII. WALDIR BRAZÃO
XXIX. WILLIAM SIRI
XXX. ZICO
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 10 de maio de 2021.
CARLO CAIADO
Presidente
 TÂNIA BASTOS LUCIANO VIEIRA
 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente
 RAFAEL ALOISIO FREITAS MARCOS BRAZ
 1º Secretário 2º Secretário
(*)(Republicado por incorreção na publicação no DCM de 11/05/2021, 
pág. 2, col. 1 e 2).
(*)RESOLUÇÃO DA MESA DIRETORA Nº 10532 DE 2021
CONSIDERANDO a proposta de iniciativa do Senhor Vereador Dr. 
Rogério Amorim de criação da Frente Parlamentar com o Objetivo de 
Promover Estudos e Debates em Defesa dos Polos Gastronômicos Si-
tuados no Município do Rio de Janeiro, conforme OFÍCIO GVRA Nº 
123.003/2021, datado de 29 de abril de 2021; 
CONSIDERANDO que a manifestação em tela contém o número mí-
nimo necessário à apresentação da proposta de constituição da Frente 
Parlamentar, porém não possui a subscrição e o apoiamento da maioria 
absoluta dos membros desta Casa de Leis;
CONSIDERANDO que a proposta foi submetida à deliberação do 
Plenário e foi aprovada pelos Senhores Vereadores no decurso da 30ª 
Sessão Ordinária realizada em 6 de maio de 2021;
CONSIDERANDO o disposto no Precedente Regimental nº 66, 
de 2017,
3
Ano XLIV
Rio de Janeiro
Quarta-feira
 12 de maio de 2021
Nº083
A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JA-
NEIRO, no uso de suas atribuições,
R E S O L V E : 
Art. 1º Fica criada, em caráter suprapartidário, a FRENTE PARLA-
MENTAR COM O OBJETIVO DE PROMOVER ESTUDOS E DEBA-
TES EM DEFESA DOS POLOS GASTRONÔMICOS SITUADOS NO 
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. 
Art. 2º Compõem a Frente Parlamentar os seguintes Senhores Verea-
dores signatários da proposta:
I. DR. ROGÉRIO AMORIM - Presidente
II. ALEXANDRE ISQUIERDOIII. ÁTILA A. NUNES 
IV. JAIR DA MENDES GOMES
V. LUCIANO MEDEIROS
VI. LUIZ RAMOS FILHO
VII. MARCELO ARAR
VIII. MARCIO SANTOS
IX. MARCOS BRAZ
X. PEDRO DUARTE
XI. REIMONT
XII. ROCAL
XIII. ROSA FERNANDES
XIV. ULISSES MARINS
XV. VERA LINS
XVI. VERONICA COSTA
XVII. VITOR HUGO
XVIII. WALDIR BRAZÃO
XIX. WILLIAM SIRI
XX. ZICO
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 10 de maio de 2021
CARLO CAIADO
Presidente
 TÂNIA BASTOS LUCIANO VIEIRA
 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente
 RAFAEL ALOISIO FREITAS MARCOS BRAZ
 1º Secretário 2º Secretário
(*)(Republicada por incorreção na publicação no DCM de 11/05/2021, 
pág. 2, col. 2 e pág. 3, col. 1).
PLENÁRIO
11ª LEGISLATURA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA
1º Período Ordinário de Sessões
ATA DA 31ª SESSÃO ORDINÁRIA, 
EM 11 DE MAIO DE 2021.
Presidência dos Srs. Vereadores Tânia Bastos, Primeiro Vice-Presi-
dente; e, a convite, Eliel do Carmo e Marcio Santos.
 
Às 14 horas, em ambiente híbrido, com a presença dos Srs. Vereadores 
Alexandre Isquierdo, Átila A. Nunes, Carlo Caiado, Carlos Bolsonaro, 
Celso Costa, Cesar Maia, Chico Alencar, Dr. Carlos Eduardo, Dr. Gil-
berto, Dr. João Ricardo, Dr. Marcos Paulo, Dr. Rogério Amorim, Eliel do 
Carmo, Felipe Michel, Gabriel Monteiro, Inaldo Silva, Jair da Mendes 
Gomes, João Mendes de Jesus, Jones Moura, Jorge Felippe, Lindbergh 
Farias, Luciano Medeiros, Luciano Vieira, Luiz Ramos Filho, Marcelo 
Arar, Marcio Ribeiro, Marcio Santos, Marcos Braz, Monica Benicio, 
Paulo Pinheiro, Pedro Duarte, Prof. Célio Lupparelli, Rafael Aloisio 
Freitas, Reimont, Renato Moura, Rocal, Rosa Fernandes, Tainá de Paula, 
Tânia Bastos, Tarcísio Motta, Teresa Bergher, Thais Ferreira, Ulisses Ma-
rins, Vera Lins, Veronica Costa, Vitor Hugo, Waldir Brazão, Welington 
Dias, William Siri e Zico 50 (cinquenta), assume a Presidência o Sr. Ve-
reador Eliel do Carmo e ocupa o lugar de Secretário o Sr. Vereador Chico 
Alencar, ambos a convite.
 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Havendo número le-
gal, “Invocando a Deus pela grandeza da Pátria e a paz entre os Homens, 
dou por aberta a Sessão”.
Convido o nobre Vereador Chico Alencar para proceder à leitura da 
Ata da Sessão anterior.
Com a palavra, Sua Excelência.
 
(É lida e considerada aprovada, na forma regimental, a Ata da Sessão 
anterior)
 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Aprovada a Ata, pas-
semos ao Grande Expediente.
 
Passa-se ao
 
Grande Expediente
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Na Primeira Parte do 
Grande Expediente, o primeiro orador inscrito é o nobre Vereador Chico 
Alencar, que dispõe de 10 minutos.
O SR. CHICO ALENCAR – Muito obrigado, Senhor Presidente. 
Colegas de representação, todos que nos assistem, boa tarde!
Nesta Casa, quero registrar uma carta enviada pelo Presidente do Sin-
dicato Carioca dos Fiscais de Renda ao Senhor Prefeito. O Presidente 
Luiz Antônio Barreto enviou, no último dia 7 de maio, ao Prefeito Eduar-
do Paes, uma carta, pelo sindicato que preside, lembrando que, diante do 
Decreto que determina o trabalho presencial do funcionalismo, pede que 
Sua Excelência, o Prefeito, reavalie essa decisão. Diz o sindicato: 
“A pandemia não acabou. 
A cobertura vacinal na Cidade ainda é pífia e a lista elaborada pelo 
Ministério da Saúde não contempla todas as comorbidades existentes. 
Para piorar a situação, novas variantes do coronavírus circulam em nosso 
Município, segundo os principais infectologistas do país. Ignorar a reali-
dade é criminoso.”
Prossegue o dirigente Barreto: “A volta aos serviços, de forma pre-
sencial, ignora a Lei 6750, de 25 de junho de 2020”, de autoria do saudo-
síssimo ex-Vereador Fernando William, que lamentavelmente faleceu em 
decorrência da Covid-19. Tempos sombrios.
“A lei estabelece o conjunto de regras para o exercício laboral do 
funcionalismo diante da pandemia do coronavírus, com a indicação do 
trabalho remoto para proteção dos servidores e dos contribuintes.
Cabe ressaltar que o art. 7º do Decreto nº 48.815 menciona Proto-
colos de saúde a serem seguidos, que jamais poderão ser cumpridos, 
uma vez que o Poder Público desconhece suas próprias dependências, 
incluindo a sede da Prefeitura e seu anexo, sem ventilação, com jane-
las lacradas, sem sabonete, tantas vezes sem água inclusive, sem fun-
cionários para verificar o cumprimento de medidas básicas de distan-
ciamento e prevenção do contágio viral, com aferição de temperatura 
na entrada dos prédios e distanciamento em filas. Enfim, a Prefeitura 
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não tem como cumprir o protocolo para evitar a transmissão em massa 
da doença.
O inciso I do Decreto prevê o uso de máscara facial nos ambientes 
coletivos e compartilhados, entretanto, a Prefeitura jamais distribuiu o 
equipamento de proteção individual à população, muito menos aos seus 
funcionários, em que se incluiria obviamente a máscara que, tendo em 
vista as condições atuais da pandemia, teria que ser o modelo PFF2 para 
garantir alguma eficácia. A distribuição do equipamento de proteção é 
garantida no artigo 5º da, mais uma vez ignorada, Lei nº 6750, do nosso 
querido e sempre presente Fernando William.
Os fiscais de renda e muitos funcionários estão trabalhando em home 
office sem nenhum prejuízo às atividades desenvolvidas. O Decreto perde 
a oportunidade de regulamentar o trabalho remoto, modalidade que, res-
salte-se mais uma vez, deveria estar sendo priorizada durante a pandemia.
Outro fator é que a abertura geral do Centro Administrativo São Se-
bastião criará grande afluxo de pessoas criando aglomerações, multipli-
cando riscos da contaminação. Sem ampla cobertura vacinal, a vida de 
todos é ameaçada. Desta forma, pediria que o ofício encaminhado pelo 
Sindicato Carioca dos Fiscais de Renda seja publicado na íntegra no Diá-
rio da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 
Atenciosamente, Luiz Antônio Barreto, Presidente do SINCAF-Rio”.
Ele enviou esta carta a todos os vereadores, à Câmara Municipal e 
eu tenho o privilégio de ser o primeiro a mencioná-la, pela ordem de 
inscrição aqui na Sessão, e reforçar, não só a minha concordância, mas 
o empenho do nosso mandato, e tenho certeza que de toda a bancada do 
PSOL, para que o pleito do Sindicato Carioca dos Fiscais de Renda e 
dos servidores públicos em geral, inclusive os da Câmara, seja atendido. 
Ainda não é hora de abrir tudo e muito menos é hora de desprezar os equi-
pamentos de proteção individual e os protocolos determinados.
Além disso, Senhor Presidente, não posso deixar de registrar mais 
uma violência contra os trabalhadores. O Metrô do Rio hoje passa a cus-
tar R$ 5,80, tornando-se outro recorde triste para a nossa Cidade, o mais 
caro do Brasil. O bilhete do trem já tinha subido para R$ 5,00. As linhas 
de ônibus estão defasadas, escassas, precárias; por R$ 4,05. Assim como 
o BRT sucateado, cuja intervenção esperamos ser exitosa, mas a mobili-
dade urbana do Rio anda muito mal. 
A população carioca, em geral, e a população brasileira como um todo 
sofrem de muitas mazelas nos serviços públicos e em especial com a 
inflação; desde o início do Governo Bolsonaro, a inflação média foi de 
11,22%, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), 
bem maior que o reajuste, se é que houve e onde houve, dos salários – 
para quem tem hoje o privilégio do emprego nesse país. 
A inflação média dos alimentos, sobretudo, foi de 28,9%; um absurdo. 
A miséria está crescendo e aumentando. Os que mais perderam emprego, 
nessa cifra que chegou a 14,4% no Brasil, foram os mais pobres e eles 
são também os que compõem o contingente de milhões – 30 milhões – de 
subempregados. Eles também são os que mais morrem, mais adoecem da 
Covid-19. Isso é constatado facilmente. O maior problema brasileiro, que 
é a histórica desigualdade social, está se agravando com o desmonte de 
políticas sociais, que já eram insuficientes. 
Então, a gente vê que, enquanto isso, parlamentares e empresas, um 
velho consórcio com dinheiro públicodo orçamento, estão sendo aqui-
nhoados por apoiar o governo, o chamado escândalo do Bolsolão, ou 
Tratoraço, sendo revelado agora, gravíssimo. Eu diria que, assim como 
houve os anões do orçamento 28 anos atrás, agora nós temos os gigantes 
do orçamento, porque os aquinhoados, inclusive com superfaturamento 
de equipamentos agrícolas, sobretudo tratores, em quase 300% em alguns 
casos, são parlamentares poderosos. O ex-Presidente do Senado, Davi 
Alcolumbre, o atual Presidente da Câmara Arthur Lira e, como o Jornal 
O Globo mostrou hoje, uma lista de controle de fidelidade. Esse é o velho 
toma-lá-dá-cá. É a compra de votos, a compra de fidelidade. É como dizia 
meu saudoso amigo, o falecido Deputado Federal Nelson Trad, pai de um 
senador e de um deputado de hoje, mas ele dizia que isso é a governabi-
lidade do amor invulnerável; não vale.
Enquanto isso, pelo que li, no Palácio Alvorada, um churrasco, que 
é legítimo se fazer, claro, pois confraternização é até saudável, mas está 
no mundo da lua uma peça da picanha japonesa, a R$ 1.799 o quilo. Tem 
coisas que não dá para entender neste país e que vem de longe. Tem um 
lastro histórico que só aprofunda o abismo entre o Brasil das maiorias, 
sofrido, vivendo essa mortandade, maiorias que estão aqui na planície, no 
abandono, e a oligarquia do Planalto, dos palácios estaduais e municipais 
inclusive, que vivem numa outra realidade, parecendo não ter sensibilida-
de para com esses tantos desvalidos da nossa cidade, do nosso estado e do 
país. E mesmo do mundo. Drummond dizia: “Eu tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo.” O sentimento do mundo é algo que a devemos 
cultivar sempre para nos sentirmos parte da Humanidade e ajudarmos na 
sua salvação. É disso que se trata.
Muito obrigado, Presidente Eliel.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, nobre Ve-
reador Chico Alencar.
O próximo orador inscrito é o Senhor Vereador Cesar Maia, que dis-
põe de 10 minutos.
Boa tarde, vereador.
O SR. CESAR MAIA – Boa tarde. Muito obrigado, Presidente.
É um texto de Janaína Figueiredo, publicado no Jornal O Globo agora 
no dia 10 de maio. Peço para dar como lido e publicar no Diário Oficial. 
E eu vou postar na rede de vereadores, para facilitar a transcrição.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – A Presidência acolhe 
o pedido de Vossa Excelência.
O SR. CESAR MAIA – Obrigado, Senhor Presidente.
“Embates entre Executivo e Judiciário se multiplicam na América La-
tina e preocupam juristas e ONGs.”
Na Argentina, o governo acusou a Corte Suprema de golpe institucio-
nal, após decisão que derrubou o decreto presidencial sobre restrições na 
pandemia.
Tensão entre poderes é elevada no Brasil, em El Salvador, no México 
e no Peru.
“Depois da decisão da Assembleia Nacional de El Salvador, de maio-
ria governista, de destituir todos os juízes da Câmara Constitucional da 
Corte Suprema de Justiça e o procurador-geral, o governo da Argentina 
redobrou na semana passada os ataques à Corte Suprema de Justiça e deu 
aval ao funcionamento presencial das escolas da Cidade de Buenos Ai-
res, derrubando o ponto central de recente decreto do Presidente Alberto 
Fernández e se alinhando com a política sanitária do prefeito opositor 
Horacio Rodríguez Larreta. Para a vice-presidente Argentina, Cristina 
Kirchner, a ação da Corte foi um ‘golpe institucional’.
Os embates entre os Poderes Executivo e Judiciário em países da re-
gião, entre eles o Brasil, preocupam os juristas e organizações como a 
Human Rights Watch (HRW), que observam uma tendência autoritária de 
governos eleitos. Na visão de José Miguel Vivanco, diretor da divisão das 
Américas da HRW, Human Rights Watch, ‘não se trata de casos isolados. 
Pouco a pouco, está se impondo um discurso autoritário, de caudilhos 
que tentam convencer as sociedades de que devem ter a última palavra’.
— Estão sendo desafiados princípios básicos da democracia nos últi-
mos três séculos, entre eles o da separação de Poderes — enfatiza Vivan-
co, em entrevista ao GLOBO.
Depois de anunciada a decisão do Supremo argentino sobre as esco-
las, Fernández afirmou que a resolução refletia a ‘decrepitude’ da Justiça.
— A Justiça causou muito dano, o Estado de Direito precisa de uma 
institucionalidade adequada. Escolham o candidato a presidente que qui-
serem, mas não usem as sentenças para favorecer seus candidatos — de-
clarou Fernández, em referência à suposta tendência da corte em favor do 
ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).
Já Cristina, que enfrenta oito processos por suposta corrupção e nos 
últimos meses intensificou sua ofensiva contra os tribunais, escreveu em 
sua conta no Twitter que ‘está muito claro que os golpes contra as insti-
tuições democráticas eleitas pelo voto popular já não são como antes’.
A Associação de Magistrados e Funcionários da Justiça Nacional, o 
Colégio de Advogados e a ONG Seremos Justiça divulgaram comunica-
dos repudiando a atitude da Casa Rosada. O presidente da Associação de 
5
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Magistrados, Marcelo Gallo Tagle, disse sentir ‘profunda preocupação 
pela sucessão e o estilo de declarações das mais altas autoridades políti-
cas da nação’.
Na opinião de Daniel Sabsay, professor de Direito Constitucional da 
Universidade Nacional de Buenos Aires, “pela primeira a Corte Suprema 
tratou de atos de um governo em exercício, de forma constitucional, por-
que a sociedade está farta desse tipo de decretos e a palavra do presidente 
perdeu autoridade’.
— A cidade de Buenos Aires é autônoma, está em nossa Constituição. 
Várias câmaras inferiores deram razão ao chefe de governo portenho, e a 
corte simplesmente deu a última palavra — explica Sabsay.
O jurista lamenta que a vice-presidente ‘ataque para tentar garantir 
sua impunidade’.
— O maior problema de Cristina é que o governo não tem maioria 
parlamentar para lhe dar proteção e promover, por exemplo, uma am-
pliação do número de membros da Corte ou alguma outra reforma — diz 
Sabsay. — A Argentina é mais um exemplo de tentativa de cooptação do 
Judiciário na região.
A tensão entre Executivo e Judiciário tem se acentuado em vários 
países latino-americanos. Dirigentes de esquerda e direita questionam 
as decisões e posicionamentos dos mais altos tribunais de seus países. 
No México, o presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador, 
o AMLO, conseguiu aprovar uma reforma do Judiciário que ampliou o 
período de mandato do presidente da Corte Suprema, hoje seu aliado, de 
quatro para seis anos. A oposição considera a reforma inconstitucional.
— Cada vez que a corte faz alguma coisa que AMLO não aprova, o 
presidente acusa o tribunal de ser neoliberal e corrupto. Os presidentes 
da região têm um cardápio de ataques a serem usados contra os tribunais 
— ressalta Vivanco.
Segundo o diretor da HRW, governos como os de Bolsonaro, Fer-
nández e Nayib Bukele, em El Salvador, ‘usam argumentos fraudulentos 
para questionar os que colocam pedras em seu caminho’. Para este tipo 
de líderes, disse Vivanco, ‘quem ganha uma eleição leva tudo. (Hugo) 
Chávez foi o grande precursor da tese’.
— As democracias têm uma legitimidade de origem, que é o voto 
popular, mas também uma legitimidade que deve ser preservada no exer-
cício do poder. Caso contrário, os presidentes viram tiranos.
Ele lembrou que, na Bolívia, 90% dos juízes são provisórios, o que 
torna o Judiciário dependente dos governos de turno. No Brasil, onde o 
presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar o Supremo de baixar um de-
creto para garantir a circulação de pessoas na pandemia, desautorizando 
prefeitos e governadores, Vivanco acredita que “a democracia está sólida, 
em grande medida, pela atuação do STF frente a um governo despótico”. 
Na eleição presidencial peruana, também está em debate a independência 
dos tribunais. Antes do primeiro turno, o candidato de extrema esquerda, 
Pedro Castillo, que disputará o segundo turno com Keiko Fujimori em 6 
de junho, prometeu “desativar o Tribunal Constitucional”e promover a 
eleição popular de novos juízes e promotores”.
Era isso, Senhor Presidente. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado ao nobre 
Vereador Cesar Maia. Não havendo mais orador inscrito, a Presidência 
franqueia a palavra.
O SR. CESAR MAIA – Senhor Presidente, eu me inscreveria.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Com a palavra fran-
queada, o nobre Vereador Cesar Maia, que dispõe de 10 minutos.
O SR. CESAR MAIA – Esse é um texto de Leandro Machado, da 
BBC News Brasil, em São Paulo, no dia 8 de maio de 2021.
Senhor Presidente, peço para dar como lido e publicado no Diário 
da Câmara Municipal. Vou postar na rede de vereadores para facilitar a 
transcrição.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – A Presidência acolhe a 
solicitação de Vossa Excelência.
O SR. CESAR MAIA – “A desconhecida ação judicial com que advo-
gado negro libertou 217 escravizados no século 19
Luiz Gama foi figura-chave no movimento abolicionista brasileiro. 
Em um dia do mês junho de 1869, uma nota no jornal chamou a atenção 
de Luiz Gama, advogado considerado um herói nacional por seu ativismo 
abolicionista no século 19. A notícia relatava que a família do comenda-
dor português Manoel Joaquim Ferreira Netto, um dos homens mais ricos 
do Império, estava brigando na Justiça pelo espólio do patriarca, morto 
repentinamente em Portugal.
Ferreira Netto tinha uma grande fortuna: 3 mil contos de réis (cerca de 
R$ 400 milhões em valores atuais), distribuídos em inúmeras fazendas, 
armazéns comerciais, sociedade em empresas lucrativas, e centenas de 
pessoas negras escravizadas em suas propriedades.
Em uma linha de seu testamento, publicado em um jornal um ano 
antes, o comendador fez um pedido comum entre grandes proprietários 
de escravos da época: depois de sua morte, ele gostaria que todos os seus 
cativos fossem libertados. A “alforria post mortem” era vista como uma 
espécie de “redenção moral e de consciência”, pois, ao final da vida, os 
escravocratas também queriam garantir um espacinho no céu.
Ao ler a notícia, Luiz Gama procurou saber se a vontade do morto havia 
sido cumprida: as 217 pessoas escravizadas pelo comendador tinham sido 
libertadas como determinava o testamento? Logo descobriu que não, como 
ocorria com frequência em documentos do tipo. A família e alguns sócios 
brigavam pelos bens, mas os cativos continuaram na mesma situação. O ad-
vogado, em início de carreira, decidiu acionar a Justiça para que a liberdade 
e a vontade do empresário fossem respeitadas. O processo judicial que se 
seguiu, conhecido nos jornais da época como “Questão Netto”, é apontado 
por historiadores consultados pela BBC News Brasil como a maior ação 
coletiva de libertação de escravizados conhecida nas Américas. Por ora, 
não há registro de processo que envolva mais pessoas, segundo eles.
Essa ação de Luiz Gama foi encontrada recentemente pelo historiador 
Bruno Rodrigues de Lima, doutorando em História e Teoria do Direito 
pelo Max Planck Institute, em Frankfurt, na Alemanha. A peça de mais 
de mil páginas – toda escrita à mão – estava armazenada no Arquivo 
Nacional e não há registros de que ela tenha sido analisada em profun-
didade. ‘Não há grandes registros desse processo na historiografia sobre 
Luiz Gama. Encontrei citações nas décadas seguintes ao processo e uma 
nota de rodapé num livro dos anos 1990’, diz Lima, que há mais de uma 
década pesquisa a vida e a obra do abolicionista.
Lima fez uma cópia do processo e a levou para a Alemanha, onde 
passou meses decifrando as várias caligrafias presentes no calhamaço. 
‘Logo identifiquei a letra de Gama, que era de mais fácil leitura. Mas 
havia várias outras, como a de escrivães, promotores e juízes’, explica.
A análise do processo agora fará parte da tese de doutorado que o 
historiador vai apresentar ao final deste ano sobre a obra jurídica do abo-
licionista. Além desse, a tese contará com dezenas de outros processos 
ainda desconhecidos, diz.
A ‘Questão Netto’
Lima conta que o processo passou a correr em Santos, litoral sul de 
São Paulo, por causa de uma pendenga judicial do comendador Ferreira 
Netto com um sócio da cidade. Inicialmente, Luiz Gama se apresentou ao 
juiz da comarca apenas como um interessado no caso.
‘Ele fez uma petição ao juiz de maneira bastante escorregadia, porque 
ele não era parte naquela briga judicial pela herança. Ele entra no proces-
so como um cidadão que queria saber o que aconteceu com os escravi-
zados. O juiz respondeu que eles precisavam de um representante’, diz.
A princípio, Gama não foi nomeado ‘curador’ dos interesses do gru-
po, mas, depois de outros cidadãos se recusarem a participar da ação, ele 
foi indicado pelo próprio juiz para assumir a tarefa.
O abolicionista não sabia quem estava representando de fato, mas 
mandou emissários para descobrir os nomes, idades e há quanto tempo 
pertenciam ao comendador.
No total, havia 217 escravizados nas propriedades do fidalgo – gente 
de Angola, Moçambique, Congo, entre outras nações africanas. ‘Gama 
recebe informações com nome, idade, naturalidade, histórias de vida. Ha-
via famílias inteiras nas fazendas’, diz Lima.
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Mas como garantir que o direito à liberdade, recém-conquistado com 
a morte do comendador, fosse garantido? Lima acredita que a ‘Questão 
Netto’ tenha sido o primeiro grande processo de liberdade de Luiz Gama, 
que, na época, havia sido demitido de um cargo na polícia.
Quem era Luiz Gama?
Nascido em 1830 em Salvador, Luiz Gama teve de lidar com a escra-
vidão desde cedo. Sua mãe era uma mulher negra e seu pai, um fidalgo 
de origem portuguesa.
‘A vida dele foi singular em todos os aspectos. Muitos historiadores 
acreditam que ele era filho de Luiza Mahin, uma guerreira que partici-
pou de várias revoltas negras na Bahia’, diz Zulu Araújo, presidente da 
Fundação Pedro Calmon e ex-presidente da Fundação Palmares durante 
o governo Lula.
‘Mas não há certeza de que Mahin era sua mãe mesmo ou se foi uma 
história inventada por Gama. O fato é que a mãe dele desapareceu, e ele 
foi criado pelo pai.’
Aos 10 anos, Gama foi vendido pelo próprio pai a um contrabandista 
do Rio de Janeiro, que logo o repassou a um fazendeiro paulista. O di-
nheiro da venda serviria para o pai saldar uma dívida de jogo. Na adoles-
cência, ele foi escravizado, mas, com 18 anos, conseguiu provas de sua 
liberdade e fugiu do cativeiro.
Aprendeu a ler e escrever, foi poeta e trabalhou como jornalista, tipó-
grafo e escrivão de polícia, onde passou a lidar diariamente com a legis-
lação. Autodidata, o jovem tentou cursar Direito na tradicional Faculdade 
do Largo São Francisco, mas foi rejeitado pela elite que comandava a 
instituição. Ele só ganharia o título oficial de advogado, dado pela OAB, 
em 2015, quando sua morte completou 133 anos.
‘Gama era uma pessoa ‘improvável’ para a época, porque era negro e 
pobre. Ele aprende o Direito na prática, trabalhando na polícia e frequen-
tando a biblioteca particular de Furtado de Mendonça, chefe da polícia 
e amigo que o protegia”, explica Tâmis Parron, professor de História do 
Brasil da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Com-
mun (Núcleo de Estudos de História Comparada Mundial).
“A grande sacada dele foi perceber a centralidade do Direito na luta 
abolicionista e como estratégia para destruir a escravidão. O ativismo 
jurídico tinha sido muito importante para o abolicionismo na Inglaterra 
e nos Estados Unidos. Ele o trouxe para o Brasil. Gama percebeu que a 
própria legislação podia ser usada contra os senhores”, diz Parron.
Estima-se que o advogado tenha conseguido libertar centenas de es-
cravizados com ações na Justiça – há centenas de processos de liberdade 
com seu nome no arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo, material 
em boa parte desconhecido da historiografia. Muitas vezes, ele trabalhava 
de graça.
Mas como ele conseguia libertar tantas pessoas?
Primeiro, é preciso voltar um pouco no tempo. Em 7 de novembrode 1831, pressionado pela Inglaterra, o Império brasileiro assinou uma 
lei que proibia o tráfico de africanos ao Brasil. Ou seja, a partir daque-
le momento, qualquer africano trazido ao país deveria ser libertado 
imediatamente.
Mas isso não aconteceu na prática. Embora embarcações inglesas pa-
trulhassem a costa brasileira em busca de navios negreiros, o contrabando 
era bastante comum no país – essa discrepância entre o que estava na lei 
e a vida real fez com que a norma ganhasse o apelido de “lei para inglês 
ver”.
Estima-se que mais de 700 mil africanos foram trazidos ilegalmente 
para o Brasil entre 1831 e 13 de maio de 1888, quando a escravidão foi 
finalmente abolida pela Lei Áurea. Em todo o período de escravidão, fo-
ram cerca cinco milhões de pessoas.
Luiz Gama passou a atuar em casos de pessoas contrabandeadas ao 
país depois dessa legislação. “Ele reunia provas para demonstrar que, se 
a pessoa tinha nascido na África e foi trazida ao Brasil depois de 1831, 
ela fatalmente foi traficada e sua condição de escravizada era ilegal. Esse 
foi um dos argumentos que ele utilizou para conseguir libertar centenas 
de pessoas”, conta Bruno Lima.
Segundo Tâmis Parron, o tráfico negreiro ocorria com o consenti-
mento e a participação do Império, que dependia da economia escravista. 
“Para existir e atuar, o crime organizado precisa da participação ou da 
anuência de alguma esfera da burocracia estatal”, diz.
“O que Gama fez com seu ativismo foi escancarar que o Estado e o 
escravismo brasileiros, além de roubarem os direitos naturais e inaliená-
veis do homem, eram literalmente ladrões e criminosos, pois burlavam a 
lei que eles próprios criaram”, completa Parron.
Luiz Gama apresentou uma tese jurídica bastante simples, porém iné-
dita, para tentar ganhar a ação contra a família e os sócios do comendador 
Ferreira Netto, que queriam manter a propriedade de seus 217 cativos.
“Ele teve a sacada de usar a voz do senhor de escravos como argu-
mento jurídico contra ele próprio. O testamento havia sido publicado em 
vida na imprensa. Então, a estratégia dele foi a seguinte: se o próprio co-
mendador escreveu que gostaria que os escravizados fossem libertados, 
por que eles ainda não estavam livres?”, conta Bruno Lima.
Ou seja, o advogado argumentou que, quando Ferreira Netto morreu, 
os cativos ficaram livres imediatamente, pois o testamento assim o prega-
va. Para Gama, o papel da Justiça no caso não seria conceder a liberdade 
aos escravizados, mas devolvê-la a eles.
“Ele para de usar a palavra ‘escravo’ no processo, chama-os de liber-
tandos. Na época, havia o crime de redução de uma pessoa livre à condi-
ção de escravizado. Isso não era permitido pela lei. Então, Gama inverte 
o jogo, mostrando ao juiz que a família do comendador estava cometendo 
um crime ao escravizar pessoas que já eram declaradas livres. É um argu-
mento meticuloso e muito bem pensado”, explica Lima.
Os herdeiros da herança, temendo perder um bem tão valioso, con-
trataram um advogado renomado para representá-los no tribunal: José 
Bonifácio, poeta romântico, professor de Direito no Largo São Francisco, 
conhecido como “o Moço”.
Segundo o historiador, a ideia da família era ter como defensor um 
advogado que não fosse identificado com a escravidão. Bonifácio era um 
político liberal e abolicionista. De fato, anos depois do caso, ele partici-
paria como senador da campanha pelo fim do regime. No processo do 
comendador, porém, defendeu os escravocratas.
Curiosamente, o argumento jurídico de Bonifácio, que contestou o 
trecho do testamento que libertava os cativos, começava de maneira um 
pouco culpada: “Sem opor-me à liberdade, mas…”.
Para Lima, ao longo do processo, Bonifácio “jogou sua imagem de 
abolicionista no lixo”. “Se ele começou escrevendo que não se opunha 
à liberdade, no restante da ação agiu como um escravocrata confesso, 
defendendo de maneira ensandecida a família do comendador”, aponta 
o historiador.
No auge do processo, quando a causa ganhou repercussão em jornais 
da corte, Luiz Gama contou estar sofrendo ameaças de morte. Mencionou 
o fato em dois textos escritos em uma mesma semana de setembro de 
1870, quando houve uma audiência importante do caso:
Ao jornal Correio Paulistano, revelou uma trama da chefia da polí-
cia para matá-lo. Já em uma carta ao filho, que tinha apenas 11 anos na 
época, escreveu o seguinte: “Lembra-te de que escrevi essas linhas em 
momento supremo, sob ameaça de assassinato.”
Porém, apesar da pressão da elite escravocrata, o juiz de Santos deu 
ganho de causa ao argumento de Gama, em tese libertando os 217 cati-
vos. Mas Bonifácio apelou a outras instâncias no interior de São Paulo, 
numa chicana jurídica que prolongou o processo e adiou a libertação das 
vítimas.
Em 1872, o julgamento do mérito finalmente chegou ao Supremo 
Tribunal de Justiça, a última instância, no Rio de Janeiro. No tribunal, 
Gama foi representado por um amigo, o advogado Saldanha Marinho, 
pois a corte não aceitava sua atuação fora de São Paulo. O abolicionista 
escreveu a sustentação final, apresentada por Marinho, e acompanhou o 
julgamento no palácio da Justiça.
Os ministros concordaram com a tese de Gama, mas a vitória não foi 
completa. Eles determinaram um prazo de 12 anos para a libertação dos 
217 escravizados a partir da feitura do testamento, de 1866. Ou seja, os 
cativos tiveram que prestar serviços forçados para os herdeiros do co-
mendador até 1878, quando finalmente foram libertados.
“Essa liberdade condicional foi uma derrota para Gama, mas a vitória 
dele no mérito da causa, uma alforria coletiva, foi uma coisa escandalosa 
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para a época. Isso nunca tinha acontecido no Brasil. São raríssimas as 
libertações coletivas no sistema escravocrata das Américas, o que dirá de 
uma alforria de 217 pessoas”, explica Lima.
A vitória histórica de Gama na maior corte do país não foi noticiada 
com destaque na imprensa paulista, bastante ligada a fazendeiros escra-
vocratas. Temia-se que a repercussão da história pudesse gerar novos pro-
cessos. “Saiu apenas uma pequena nota em um jornal, e ela só informava 
o final da causa”, diz o historiador.
Ao final do prazo, em 1878, um jornal paulista noticiou uma grande 
festa em comemoração pela libertação dos cativos do comendador Fer-
reira Netto. No entanto, das 217 pessoas representadas por Gama, apenas 
130 ainda estavam vivas para gozar a liberdade finalmente conquistada, 
segundo a publicação.
“No fim das contas, Gama não se sentiu vitorioso, talvez por isso ele 
pouco tenha falado dela depois. Mesmo tendo ganho o mérito, 80 vidas 
foram perdidas”, diz Lima.
Maior ação coletiva
A “Questão Netto” foi a maior causa de libertação defendida por Luiz 
Gama. Segundo Bruno Lima, ela chegou a ser citada brevemente por his-
toriadores nas décadas seguintes, mas caiu no esquecimento.
A segunda maior ação de Gama, por exemplo, tinha 18 pessoas, e 
correu em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Portanto, dado que 
o advogado foi o maior ativista do abolicionismo jurídico do país, o caso 
dos 217 cativos pode ser o maior processo do tipo na história do Brasil.
O historiador Tâmis Parron, da UFF, vai mais longe: o catatau en-
contrado e analisado por Bruno Lima pode ser a maior ação coletiva de 
libertação de escravizados conhecida nas Américas até hoje.
“Nos Estados Unidos e no restante da América, os processos de alfor-
ria eram bem distintos. Nos EUA, por exemplo, a alforria não dependia 
apenas da vontade do senhor, como no Brasil, mas sim da autorização 
de várias instâncias da burocracia estatal. Era difícil ter ações coletivas. 
Nunca li nada na historiografia do abolicionismo sobre um processo que 
envolvesse tantas pessoas”, diz.
Para Lima, a descoberta abre brechas importantes nas pesquisas sobre 
o abolicionismo brasileiro e sobre a trajetória de um de seus maiores 
expoentes. Em seu doutorado, ele analisa principalmente os argumen-
tos jurídicos das partes,mas outros aspectos da ação ainda podem ser 
pesquisados.
“Há muito a se estudar ainda sobre esse processo: quem eram esses 
escravizados? O que aconteceu com eles depois? Outro ponto é que ele 
joga luz sobre a figura de José Bonifácio, visto historicamente como um 
grande abolicionista, mas que na ação defendeu escravocratas de maneira 
bastante enfática”, aponta o historiador.
Apagamento
Existem algumas biografias sobre Luiz Gama, mas sua obra completa 
e sua atuação como advogado ainda não são de todo conhecidas. Há di-
versas razões para explicar os motivos desse esquecimento.
“Primeiro, existe um problema estrutural da pesquisa acadêmica no 
Brasil que é o subfinanciamento. É uma vergonha que a obra de Luiz 
Gama não esteja toda publicada. Se ele fosse americano, dada a sua im-
portância histórica, tudo o que ele escreveu já estaria na vigésima edição. 
Qualquer assunto da história do Brasil ainda é um terreno a se desbravar”, 
diz Tâmis Parron.
Para ele, outro problema afeta os estudos sobre o abolicionismo. 
“Com o racismo estrutural e o negacionismo em relação à escravidão e 
às desigualdades sociorraciais, não é difícil entender por que esse grande 
abolicionista da história mundial não tem sua obra estudada no país”, 
completa.
Já Zulu Araújo, ex-presidente da Fundação Palmares e doutorando 
em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Bahia, acredita 
que a elite brasileira tentou “branquear” a história ao associar o fim da 
escravidão apenas à Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, e 
não ao trabalho incessante dos abolicionistas.
“Tentou-se apagar a escravidão da história do país com a assinatura 
de uma senhora da elite. Esse tipo de narrativa apaga a participação popu-
lar no processo abolicionista e as lideranças que tinham origem popular, 
como Luiz Gama”, diz. “Ele era um negro que viveu todas as instâncias 
da escravidão: nasceu livre, foi vendido pelo próprio pai, tornou-se escra-
vo e depois se libertou para defender outros escravizados.”
Segundo Zulu, o movimento negro, depois dos anos 1970, escolheu 
Zumbi dos Palmares como seu maior símbolo na luta contra o racismo. 
“Para se contrapor à Princesa Isabel, escolheu-se uma figura guerreira 
como referência. Foi uma escolha histórica. Acredito que hoje, com o 
maior acesso da população negra às universidades, outras pessoas impor-
tantes voltarão a ser estudadas. Acredito que uma das saídas para o mo-
vimento é resgatar outros símbolos da nossa história, como Luiz Gama”, 
diz.
Era isso, Senhor Presidente. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, Vereador.
A próxima oradora inscrita é a nobre Vereadora Thais Ferreira, que 
dispõe de 10 minutos. Boa tarde, Vereadora.
A SRA. THAIS FERREIRA – Boa tarde, Presidente. Muito boa tarde 
a todos que nos assistem.
Hoje também trago um texto escrito pela Flávia Ribeiro Rodrigo Ve-
loso, assessora da nossa mãedata, para que a gente possa compartilhar a 
educação política e também compartilhar conhecimento sobre a memória 
dos locais de nossa cidade.
Esse texto tem a motivação da chacina do Jacarezinho. Vamos conhe-
cer um pouquinho mais desse território tão importante no Rio de Janeiro:
“Do quilombo ao cativeiro social – A história do Jacarezinho revela 
um pacto social pendente.
A história do Jacarezinho nos remete ao período do Império. Toda 
a região onde se localiza a favela, até o século XVIII, era uma fazenda 
de missionários jesuítas que acabaram expulsos pela Corte portuguesa, 
dando lugar a um loteamento de terras para grandes engenhos que faziam 
uso da mão de obra de negros e índios escravizados.
Em 1808, com a mudança da Família Real para o Rio de Janeiro, e sua 
consequente instalação no casarão de um mercador de escravos na Quinta 
da Boa Vista, houve um impulso ao desenvolvimento da região, que se 
situava no entorno do que se tornaria o novo palácio real. Inclusive, a 
então comarca do Engenho Novo, aos quais pertenciam o Jacarezinho, o 
Engenho da Rainha e o Engenho de Dentro. 
Nas grutas dessa região, num lugar conhecido como Preto Forro, era 
onde se escondiam os negros que conseguiam escapar das fazendas dos 
senhores de engenho localizadas na Serra do Matheus e na Boca do Mato.
A região onde o Jacarezinho cresceu, portanto, como diversas outras 
da cidade, era como um quilombo urbano. Primeiramente, na parte alta do 
morro, hoje conhecida como Azul. Para dificultar as incursões dos capitães 
do mato, e, depois, as da Polícia Militar, criada pela Coroa, e que, aos pou-
cos, foi recebendo principalmente os desabrigados de sucessivos projetos 
urbanísticos com remoção das habitações de pessoas pobres, majoritaria-
mente negras, nos bairros centrais da cidade, onde havia cortiços e vilas.
No período da República e, mais fortemente, no Período Vargas, 
com impulso à industrialização nos arredores, a exemplo do Polo de São 
Cristóvão, a demanda por trabalhadores aumentou significativamente. A 
maior parte dessa demanda, no entanto, foi suprida pela imigração em 
massa de europeus católicos, para substituir os negros no trabalho. Uma 
prática financiada pelo Estado para ‘branquear’ a nação brasileira.
Para os negros, restou quase sempre o emprego formal (sic), precário, 
muitas vezes, sem pagamento regular de salários, ou pequenos escambos 
– tipos de ocupação que predominaram entre os primeiros moradores do 
Jacarezinho, enquanto a vigência da Lei de Terras na prática também im-
possibilitava, mesmo os negros que obtinham recursos de ocupar imóveis 
nas melhores localidades. 
Já na segunda metade do século, quando a indústria nacional entraria 
em declínio e em fase de reorganização da sua produção, esvaziando os 
antigos galpões, houve diminuição da oferta de bons empregos, levando 
à pobreza extrema uma parte considerável das pessoas que moravam por 
ali. Foram estes, talvez, os mais afetados pelo que os economistas chama-
ram de ‘desindustrialização’ do Brasil.
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Em 2010, o último levantamento do IBGE demonstrou que, dos 160 
bairros da capital fluminense, o Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH) do Jacarezinho era o quarto pior da lista. A métrica envolve aná-
lises de renda, escolaridade, condições de moradia, expectativa de vida, 
entre outros dados. A posição do Jacarezinho, então, reflete condições 
negativas em todas essas dimensões.
Olhando para essa história, é possível notar que a última operação po-
licial no Rio, que resultou em uma chacina, virá se somar a diversas ou-
tras; virá acrescentar continuidade histórica dos ossos que se encontram 
disponíveis para visitação, na Capela das Almas, construída na Região 
do Jacarezinho, em memória dos que foram assassinados nos quilombos 
da região.
A pobreza e a violência vêm se reproduzindo nesse território há pelo 
menos três séculos, maquiadas, muitas vezes, sob o discurso de mora-
lização e de modernização, sem que, na verdade, o Estado se preocupe 
com o desenvolvimento econômico sustentado, dando oportunidade de 
formação educacional, bons empregos e infraestrutura de moradia digna.
Está na hora de dizer ‘Basta!’. Não podemos falhar, como civilização, 
em modificar a perspectiva racista que vem perpetuando nessa localidade 
as tragédias sociais. Temos um pacto social pendente. O Rio de Janeiro 
não será bom para ninguém enquanto, no Jacarezinho, o único braço do 
Poder Público presente for a corporação de elite das polícias.
Assim encerro o texto”.
Seguindo os ensinamentos do Vereador Cesar Maia, peço que seja 
dado como lido e que seja publicado no Diário Oficial. Também vou co-
piar no grupo dos vereadores, para facilitar a transcrição.
Muito obrigado pelo espaço de fala, Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Ok, nobre Vereadora 
Thais Ferreira, a Presidência acolhe, então, o pedido de Vossa Excelência.
O próximo orador inscrito é o nobre Vereador Paulo Pinheiro, que 
dispõe de 10 minutos.
O SR. PAULO PINHEIRO – Boa tarde, Presidente, Vereador Eliel doCarmo. Boa tarde a todos os vereadores e vereadoras da Casa. Boa tarde 
para os nossos amigos, profissionais da Rio TV Câmara e da Câmara de 
Vereadores que estão no seu trabalho presencial, nos dando sustentação, 
para podermos conversar com vocês.
Vou compartilhar na tela, daqui a pouco, um vídeo. Mas eu queria me 
referir a esse vídeo. Eu queria que os senhores vissem e ouvissem com 
atenção o que vão dizer três médicos que aparecerão nesse vídeo. Eu 
queria falar sobre a necessidade de as pessoas entenderem o momento 
que estamos vivendo. Houve uma comoção nacional em relação à morte 
do ator Paulo Gustavo.
Houve o encantamento que as pessoas têm por esse ator, que é uma 
coisa muito importante – foi um grande artista da nossa vida; um gran-
de brasileiro que foi embora. E ele serviu de símbolo, e acho que essa 
matéria é um símbolo, para que as pessoas que não acreditam, para as 
pessoas que acham que isso é uma brincadeira, para as pessoas que 
acham que é um exagero que está acontecendo e que está para aconte-
cer, e o que vai acontecer com cada um de nós, nesses momentos, aqui 
no Brasil.
Nós estamos diante de um país onde a vacinação anda devagar, onde 
as vacinas estão faltando para todos e onde as pessoas estão muito iludi-
das com a questão da vacinação. Vacinam e acham que estão absoluta-
mente livres. Muitos acham que, por serem jovens, podem tranquilamen-
te fazer o que acham que devem fazer. O exemplo do Paulo Gustavo. Era 
um jovem sem comorbidades, com saúde, muita saúde, saudável, e nós 
vimos o que aconteceu, porque essa doença é muito grave. 
Vemos os nossos representantes, Presidente da República, governado-
res, prefeitos fazendo coisas que são indevidas, maus exemplos. Prefeito 
da cidade aparece cantando no final de semana, sem máscara, em um gru-
po enorme de pessoas, todo mundo sem máscara. Não é aceitável que a 
gente tenha esse tipo de conduta. O Prefeito pode se desculpar 400 vezes, 
mas é ele que sabe perfeitamente o que está acontecendo. Ele sabe como 
ninguém a importância de dar o exemplo à população. Foi um grave erro, 
um gravíssimo erro cometido pelo Prefeito Eduardo Paes. 
Eu queria que cada um de vocês ouvisse, agora, essa matéria que foi 
ao ar, no domingo, no Fantástico. São dois minutos e meio, e depois eu 
encerro, para que vocês prestem atenção no que essas pessoas estão di-
zendo. Acreditem nessas pessoas. 
Tem um problema de adaptação, aqui, da nossa rede, mas vai entrar 
rapidamente. A gente vai ouvir dois minutos de vídeo, agora. Nós es-
tamos tentando resolver esse problema com o pessoal da Assima. Vou 
passar esse vídeo a seguir, em outro horário, em outro momento. Vou só 
concluir: o que a gente queria mostrar para todos... Depois, a gente vai 
passar esse vídeo para vocês verem as opiniões que são dadas sobre a 
situação que nós vivemos hoje. 
Na opinião dada pela equipe médica que atendeu o Paulo Gustavo 
do início ao fim, eles mostram, com todos os detalhes possíveis, foram 
muitos detalhes, que a doença é traiçoeira. Essa doença é muito grave, 
pega pessoas que não estão acreditando nisso, pessoas que são quistas, 
não tinham nenhuma comorbidade. Nada deveria ter levado ele a uma 
situação tão grave, às complicações apresentadas. Ao final, a equipe mé-
dica fala e pede para entenderem esses casos como um exemplo na vida 
de todos nós. Pessoas jovens, pessoas fortes e sem comorbidades podem 
ter a doença. A única coisa que o salvaria, a única coisa que teria salvo o 
Paulo Gustavo e tantos outros aqui brasileiros, seria a vacina. A explica-
ção sobre isso, mesmo a gente vacinado, mesmo a gente tomando duas 
doses da vacina, mesmo passando o período, temos que entender que a 
transmissibilidade continua alta nas cidades brasileiras, continua sendo 
um risco de você contaminar ou ser contaminado pelas pessoas. Vacina-
do, você provavelmente não terá a doença tão grave, mas você continuará 
transmitindo às pessoas. 
É um cuidado, e é uma avaliação que esses profissionais de Saúde 
fizeram sobre um caso tão importante, mostrando para todos nós que os 
cuidados são essenciais. Nós não voltamos à vida normal neste momento, 
nós não temos como voltar à vida normal. Não adianta forçar a barra, 
porque isso vai trazer transtornos para muitas pessoas. Nós continuamos 
vendo que a transmissibilidade é muito alta, que a vacina é muito 
importante. Nós não podemos deixar de vacinar. 
Pessoas como o Paulo, e outras que estivessem vacinadas, provavel-
mente teriam a doença de uma forma mais branda. Mas a razão que nós 
temos em relação a isso é que a sociedade, que a população, indepen-
dente das suas posições, independente do que vocês acham, acreditem 
nas pessoas que estão, neste momento, convivendo com essa situação. 
Acreditem, acreditem, não tenham dúvidas, não se arrisquem, não façam 
essas loucuras que nós estamos vendo as autoridades fazendo por aí. Não 
façam, não façam isso, porque não dá para contar todas as pessoas que 
estão morrendo, por que morreram. 
A gente está vendo um caso como esse, um exemplo muito claro do 
que nós deveríamos ter feito, mas não fizemos: não compramos as vaci-
nas. Nós, hoje, temos um problema muito grave. 
Hoje, temos, vacinamos em torno de 35 milhões de brasileiros, 35 
milhões de brasileiros com a primeira dose. Temos em torno de 17 mi-
lhões de brasileiros com a segunda dose. Só a lista do Programa Nacional 
de Imunizações, as pessoas que necessitavam ter prioridade, as pessoas 
com alto risco de ter a doença, seriam 80 milhões de brasileiros. Nós não 
chegamos nem na metade da vacinação da primeira dose dos brasileiros 
que precisam muito, mais do que qualquer outro, dessa vacina. 
Nós estamos vendo que para vacinarmos 65% da população vai nos 
custar muito tempo, 70% da população vai nos custar muito tempo. E é 
esse o momento em que a gente pode fazer alguma coisa. É exatamente 
esse o momento, quando tivermos 70% da população vacinada, que nós 
vamos ter condições de começar a pensar em como é que nós vamos nos 
movimentar mais na rua. 
O que tentei fazer e vou tentar depois apresentar, quando tiver uma 
oportunidade, são essas explicações dos profissionais da Saúde, para 
mais uma vez tentar convencer, porque a gente acha que as pessoas estão 
convencidas e aí se surpreende com uma coisa dessas, com esse vídeo do 
Prefeito da Cidade. Isso é muito triste, porque as pessoas têm o exemplo. 
O exemplo vem de quem aparece mais, de quem tem mais exposição. 
Esse exemplo não pode deixar as pessoas nessa dúvida. É lamentável o 
que aconteceu e eu espero que o Prefeito não só peça desculpas, mas tam-
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bém participe um pouco mais, faça um pouco mais do seu Governo em 
relação ao isolamento das pessoas e à necessidade do isolamento social. 
Ainda tenho tempo ou terminou, Senhor Presidente? 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Ainda há tempo, nobre 
Vereador Paulo Pinheiro. 
O SR. PAULO PINHEIRO – Só vou tentar agora, o pessoal da Assi-
ma está me avisando que é para a gente passar o vídeo. Pessoal fala rápi-
do assim mesmo. É uma médica que era produtora do Paulo Gustavo, ela 
fala muito rápido. Parece que o vídeo está rápido, mas é assim mesmo. 
Pode passar, por favor. 
(Exibe-se o vídeo)
 O SR. PAULO PINHEIRO – Essa é a explicação dos profissionais, 
os três que falaram são médicos: a médica, o Doutor Drauzio Varella e o 
chefe do CTI do Copa Star. É só um lembrete para as pessoas acredita-
rem na ciência, para entenderem que nós não estamos exagerando; que 
não queremos prejudicar a economia. Nós não queremos fazer campanha 
contra o Governo Federal e nem contra o Governo Estadual, queremos fa-
zer uma campanha em favor da vida. E esse caso mostrou para os profis-
sionais que o atenderam a gravidade da doença, a maneira como a doença 
violentamente atacou o corpo de um jovem com saúde. 
 Portanto, meus amigos, o que estamos pedindo, mais uma vez, é que 
tenhamos calma, tranquilidade, e que aceitemos o que vem acontecendo 
no momentoe o que devemos fazer. Não adianta achar que, se vacinar-
mos, vamos para rua, estamos livres, vamos ao supermercado. Não é as-
sim que vai funcionar! Nós ainda temos uma população contaminando 
muito na rua, uma pessoa contamina duas ou três pessoas lá, ainda temos 
que ter o distanciamento social. 
 Eu sei que as crianças têm que voltar para escola, eu sei que as crian-
ças precisam estudar, mas é necessário entender que essas crianças, esses 
profissionais e seus familiares ficarão muito mais expostos nesse momen-
to; não adianta dizer que em casa a criança está largada, não é isso! A 
escola não é um depósito. 
 Então, eu queria fazer esse apelo e essa história que eu tentei passar 
aqui. Fico muito impressionado, muito preocupado em relação a um caso 
como esse, que é exemplar; é um caso que mostra para as pessoas enten-
derem que não é para ter medo, é para ter cuidado, acreditar e fazer aquilo 
que devemos fazer. 
Senhor, Presidente, muito obrigado pelo espaço e agradeço ao pessoal 
da Assima pela ajuda que nos deu.
 O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, nobre Ve-
reador Paulo Pinheiro. 
Não havendo mais orador inscrito, a Presidência franqueia a palavra.
Com a palavra franqueada, o nobre Vereador Cesar Maia, que dispõe 
de 10 minutos.
O SR. CESAR MAIA – Obrigado, Senhor Presidente; obrigado, Ve-
reador Paulo Pinheiro.
Trata-se de um texto que faz parte da série, no Diário do Rio, sobre 
ruas do Rio de Janeiro. É mais um texto de Altair Alves, publicado no 
dia 7 de maio, agora. Peço seja dado como lido e que seja publicado no 
Diário da Câmara Municipal. 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – A Presidência acolhe a 
solicitação de Vossa Excelência.
O SR. CESAR MAIA – “Quem foi Cesário de Melo? 
A Avenida Cesário de Melo é uma das principais e mais extensas vias 
da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ela atravessa diversos bairros da região, 
como Santa Cruz, Paciência, Cosmos, Inhoaíba, Campo Grande e Sena-
dor Vasconcelos. É parte integrante do antigo Caminho Imperial, uma via 
que unia o Rio ao Sertão, passando pela Fazenda dos Jesuítas, ao longo da 
então Capitania do Rio de Janeiro, nos séculos XVII e XVIII.
Na região, localizam-se as garagens de ônibus da Expresso Pégaso e 
das antigas Transportes Zona Oeste e Viação Algarve. Na avenida tam-
bém abriga o Colégio Nossa Senhora do Rosário, Hospital Estadual Ro-
cha Faria, Cemitério de Campo Grande.
Com intensa movimentação de veículos, sobretudo no trecho de Cam-
po Grande, a Cesário de Melo possui acessos para diversas estações do 
BRT TransOeste, entre elas: Vila Paciência, Três Pontes, Cesarinho, 31 
de outubro, Santa Eugênia, Júlia Miguel, Parque São Paulo.
 
Mas afinal, quem foi Cesário de Melo? 
 
Júlio Cesário de Melo foi um médico e político nascido em Pernam-
buco, em 1876. Aos 18 anos, já órfão de pai, viajou para o Rio de Janeiro 
para estudar Medicina. Sua mãe queria que ser tornasse padre. Sem voca-
ção, prometeu-lhe que faria da medicina um sacerdócio.
Quando chegou ao Rio, em 1894, começou a trabalhar numa farmácia 
e acabou formando-se Farmacêutico, por ser um curso mais rápido e que 
lhe traria os meios financeiros para custear o curso de Medicina.
Cesário de Melo continuou os estudos e passou a ser interno da Santa 
Casa de Misericórdia, tendo se graduado doutor em medicina pela Uni-
versidade do Brasil, em 1905. 
Apesar de ter sido convidado para tornar-se o primeiro cirurgião da 
Santa Casa, preferiu dar outro rumo à carreira. Pelos braços do Sr. Au-
gusto Frederico Burle, foi apresentado a Santa Cruz e as visitas ao bair-
ro apresentaram ao médico a grave situação da saúde pública local. Em 
1906 foi convidado a tornar-se médico microscopista do Matadouro de 
Santa Cruz e aceitou a proposta. Nesse mesmo ano, entrou para a vida 
política filiando-se ao Partido Libertador.
Ao ingressar na política, Dr. Júlio entendeu que somente represen-
tando o povo de Santa Cruz junto ao Governo, conseguiria despertar a 
vontade política para transformar o bairro. Após ser eleito por dois man-
datos em 1924 e 1930, Júlio Cesário de Mello chegou a Senador em 1935 
e ainda se elegeu a vereador em 1948, mas renunciou por já estar muito 
doente. 
Viveu da política, porque em virtude da promessa feita à mãe, não co-
brava seus serviços médicos; em seu consultório e nas visitas domicilia-
res que frequentemente realizava pelo “sertão carioca”, eram igualmente 
atendidos aqueles que podiam e que não podiam pagar. 
O ex-senador faleceu em 28 de dezembro de 1952, aos 76 anos. Seu 
corpo foi velado na sua residência por mais de 15 mil pessoas e o cortejo 
fúnebre tinha mais de cinco mil pessoas.
Júlio Cesário de Melo foi casado com Maria Antonieta Rodrigues Ce-
sário de Mello, com quem teve 7 filhos.”
Obrigado, Presidente.
 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, nobre Ve-
reador Cesar Maia. 
 Não havendo orador inscrito, a Presidência franqueia a palavra.
 O SR. REIMONT – Senhor Vereador, por favor.
 O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Com a palavra fran-
queada, o nobre Vereador Reimont, que dispõe de 10 minutos.
 O SR. REIMONT – Senhor Presidente, senhores vereadores e verea-
doras, nós ainda estamos sobre o impacto daquilo que nos aconteceu na 
semana passada: o massacre, a matança, a chacina na Favela do Jacarezi-
nho. No dia do massacre, à noite, eu conversava com algumas lideranças 
do Jacarezinho e uma delas me trouxe uma frase que não tenho condições 
de esquecer nem se por duzentos anos viver. Dizia ela: “o Estado vê a 
favela pela mira do fuzil”. 
 Há muitas perguntas a serem feitas e nós precisamos talvez com-
preender para onde que a humanidade está caminhando, qual o lugar que 
nos está reservado, se fazemos esse caminho de barbárie, de matança, de 
chacina, de massacre. 
O Governador do Estado vem aos meios de comunicação dizer que 
a Polícia estava cumprindo o seu papel de atender a uma demanda do 
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Ministério Público. O Governador do Estado, como as autoridades da 
segurança pública – porque aquela ação não foi uma ação de segurança 
pública, porque segurança pública se faz de forma diferente, se faz com 
inteligência – têm responsabilidade sobre o massacre do Jacarezinho. 
Nós não podemos deixar que isso caia no esquecimento. Nós precisa-
mos compreender, primeiro, que o Brasil não tem no seu Código Penal a 
pena de morte. Nós precisamos compreender que, no Brasil, quando nós 
falamos dos empobrecidos, nós falamos de uma história de um racismo 
estrutural, de uma estruturação de cidades, de grandes cidades onde o 
povo trabalhador vive nas periferias e nas favelas. 
Tenho um amigo da favela do Chapéu Mangueira/Babilônia que, ao 
contrário do que algumas pessoas dizem, e as pessoas andam dizendo 
isso: o dia que a favela descer..., mas esse meu amigo do Chapéu Man-
gueira/Babilônia diz exatamente o contrário: o dia em que a favela não 
descer, o dia em que os moradores das periferias cruzarem os braços, o 
dia em que a favela disser “hoje não desceremos”, a nossa cidade entra 
em colapso.
 Então, compreender isso é compreender que o estado não pode 
olhar para a Cidade do Rio de Janeiro, que é uma cidade com quase sete 
milhões de habitantes, onde a cada três cariocas um deles mora em favela, 
em periferia, e compreender que o único caminho a ser feito da segurança 
pública é fazer o que aconteceu no Jacarezinho. Não é, definitivamente 
não é. Não é essa a sociedade que queremos, não é essa a segurança pú-
blica que desejamos, não é esse o estado por que nós ansiamos. O estado 
que nós queremos construir é um estado que representa sim, os direitos 
humanos, um estado que compreende que há possibilidades de que as 
pessoas que cometem crimes tenham o direito de pagar por seus crimes e 
não pagar com o rompimento da própria vida. Então, nós estamos ainda 
muito impactados com tudo isso.
Está correta a minha amiga do Jacarezinho que dizia para mim, na 
quinta-feira passada: “Reimont, o estado nos vê pela mira do fuzil”.A 
pergunta é simples, precisamos responder a essa pergunta. Depois do que 
aconteceu no Jacarezinho, acabou o tráfico de drogas e o tráfico de armas 
no Rio de Janeiro? Depois do que aconteceu no Jacarezinho, será que nós 
sentimos a nossa ira aplacada porque 28, 29 pessoas, um policial e 28 
civis perderam a sua vida no confronto do Jacarezinho? Será que alguém 
pode dizer que essa foi uma operação exitosa? Êxito é combate à fome. 
Êxito é ter oportunidade para as pessoas viverem com dignidade. O esta-
do pode dizer-se exitoso quando ele provê as necessidades do cidadão ou 
luta para que políticas públicas provejam as necessidades dos cidadãos e 
cidadãs e não quando o seu aparato policial entra na favela e tira a vida 
de 28 pessoas, de 29 pessoas, 28 civis e um policial. 
O estado, portanto, é preciso dizer isso com todas as letras, o estado 
cometeu um massacre, uma matança, uma chacina, o Estado do Rio de 
Janeiro, no dia 6 de maio, e isso não tem borracha que apague, não tem 
tinta que cubra, não tem história que desmonte esta história! O Estado 
cometeu um crime! O Estado abateu 29 pessoas: um policial e 28 civis.
E nós precisamos, como parlamentares que somos, compreender qual 
é o nosso papel nessa história toda. Compreender quando falamos aqui do 
aumento do armamento na cidade; compreender quando falamos do com-
bate às drogas, que, no fundo é combate aos pobres. Quando a gente fala 
de “guerra às drogas”, ao fim e ao cabo, está falando de guerra aos pobres. 
Porque nós temos clareza! Nenhum de nós aqui é pouco inteligente a 
ponto de achar que a plantação de maconha ou o refino de cocaína se dê 
em algum galpão das favelas do Rio de Janeiro! Nenhum de nós aqui é 
pouco inteligente para achar que em uma favela no Rio de Janeiro exista 
uma subsidiária, uma filial, da Taurus. Nós somos inteligentes o bastante 
para compreender que nas nossas favelas existem trabalhadores! 
E, aí, está correto o meu amigo do Chapéu-Mangueira, Morro da Ba-
bilônia: no dia em que a favela não descer, no dia em que os pobres 
cruzarem os braços, se nós olharmos a situação da sociedade brasileira, 
nós haveríamos de compreender que vivemos ainda – e oxalá esse tempo 
passe – sob a égide de um racismo estrutural.
Em uma blitz armada pela Polícia Militar, em qualquer lugar dessa 
cidade, se eu passo dirigindo, e ao lado, ou à minha frente, ou atrás de 
mim, passa um amigo meu, negro, dirigindo, a opção é parar o meu ami-
go, e não a mim! 
Todos nós nos lembramos o que aconteceu na Estrada do Galeão, com 
o Evaldo, músico, que levou mais de 100 tiros no seu carro, por soldados. 
Um senhor negro, com sua família dentro do carro. Esse racismo estru-
tural precisa parar.
Eu quero lembrar aqui uma grande figura da América Latina, um bis-
po salvadorenho, Dom Oscar Romero, mártir da América Latina; para 
nós, católicos, elevado à honra de Santidade pelo Papa Francisco. Dom 
Oscar Romero foi assassinado dentro da sua igreja na hora da elevação 
da eucaristia. Pistoleiros adentraram a sua igreja e o alvejaram. Tiraram a 
sua vida quando ele estava no altar celebrando a missa! 
Em um dos últimos discursos feitos por Dom Oscar Romero, ele tinha 
uma palavra de ordem, que hoje está nas favelas do Rio de Janeiro, em 
um movimento que o povo negro tem cunhado e feito, na Cidade do Rio 
de Janeiro, de maneira muito coerente! Dom Oscar Romero dizia: “Em 
nome de Deus, parem de matar!” E nas favelas do Rio de Janeiro, o grito 
do povo – e eu me associo a esse grito, muitos de nós nos associamos: 
parem de nos matar! Parem de nos matar!
Então, quando nós viemos discutir, Vereador Eliel, vereadoras e ve-
readores, discutir o tema, é preciso compreender que Segurança Pública 
não é para tirar a vida do outro! “Ah, mas o outro é criminoso!” Ele é 
criminoso, que pague pelo seu crime! E, no Brasil, que eu saiba, pelo que 
eu entendo, não há pena de morte!
Eu me lembro muito bem quando houve uma apreensão de 117 fuzis 
num condomínio na Barra da Tijuca, uma amiga minha, Dona Sônia, mãe 
de um garoto que foi assassinado na chacina do Borel, virou para mim, 
botou a mão nos meus ombros e disse assim: “Se descobrissem um fuzil 
na minha favela, pelo menos três meninos desceriam mortos na mala dos 
carros.”
Senhor Presidente, senhores vereadores e vereadoras, a minha fala, 
aqui, hoje, é uma fala de reflexão, para a gente entender qual a sociedade 
que nós estamos construindo. E quero afirmar: nenhum de nós, aqui, é 
pouco inteligente para achar que a “guerra às drogas” é guerra às drogas. 
Não é! É guerra aos pobres!
Para achar que na favela do Rio existe um refino de cocaína ou plan-
tação de maconha para exportação. Ou de achar que na favela do Rio tem 
uma filial da Taurus produzindo armas. 
Nenhum de nós é pouco inteligente. Todos nós sabemos que nada 
disso é verdade. O que há é extermínio do povo pobre. E eu preciso en-
tender que cada um de nós tem um papel importantíssimo para fazer do 
Parlamento que ocupamos.
Muito obrigado, Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, Vereador.
Não havendo orador inscrito, a Presidência fraqueia a palavra.
O SR. CESAR MAIA – Senhor Presidente, Cesar Maia.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Com a palavra, o no-
bre Vereador Cesar Maia, que dispõe de 10 minutos.
O SR. CESAR MAIA – Senhor Presidente, recebi de uma mãe da 
Escola Municipal Doutor Cícero Penna um comunicado, um WhatsApp, 
que a mim me mobilizou muito.
Hoje mesmo e ontem entrei em contato com o Presidente Carlo Caia-
do, que me asseverou que a lei de tombamento irá para a pauta na pró-
xima terça-feira. Com certeza, palavra do Vereador Carlo Caiado é algo 
que ninguém discute.
Peço para dar como lido na íntegra e publicar no Diário Oficial da 
Câmara Municipal. Vou postar no grupo de vereadores para facilitar a 
transcrição.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – A Presidência acolhe a 
solicitação de Vossa Excelência.
O SR. CESAR MAIA – Obrigado, Presidente.
Diz ela assim: 
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“Para Cesar Maia. Escola Municipal Doutor Cícero Penna. Mãe e re-
presentante do CEC, Conselho Escola Comunidade.
Excelentíssimo Senhor” – ex- – “Prefeito Cesar Maia.
Já nos falamos anteriormente através de ‘e-mails’ quando estávamos 
sem professor generalista no início do ano passado. E, graças ao seu 
apoio indispensável, conseguimos vencer esse obstáculo.
Mais uma vez recorri a seu apoio dias atrás quando tivemos a notícia 
de que o terreno da Escola Municipal Doutor Cícero Penna seria vendido 
para a construção de um imóvel residencial, e o senhor deu início ao pro-
jeto de tombamento da escola.
Agora venho através deste pedido dizer-lhe que sou mãe represen-
tante do CEC, Conselho Escola Comunidade, e mãe de Carolina N. C. 
Melito, que hoje se encontra matriculada na Escola Municipal Doutor 
Cícero Penna, situada na Avenida Atlântica, nº 1.976, em Copacabana.
Informo que minha filha, neste ano de 2021, encontra-se cursando o 
3º ano do Ensino Fundamental. Porém, iniciou os seus estudos na referi-
da escola desde a Educação Infantil, onde foi criteriosamente escolhida 
como a primeira escola para a vida dela por ter um ensino de qualidade, 
mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos nas escolas do Muni-
cípio do Rio de Janeiro.
Venho pelo presente manifestar a minha discordância com a proposta 
da Prefeitura de vender o terreno onde está localizada a escola. 
Nossa escola possui mais de 50 anos de existência e possui 622 alunos 
matriculados. Dentre esses alunos constam os de Educação Especial, do 
Peja, que atende também, portanto, a adultos. Funciona durante todo o 
dia, com turmas na parte da manhã e da tarde, e à noite para os adultos.
Sendo assim, venho por meio desta pedir o seu apoio para retirar a 
referida escola do rol dos imóveis que fazem parte do Anexo 1, item 8, do 
Projeto de Lei Complementar nº 16, de 2021, de autoria do Poder Execu-
tivo, que pede autorização da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para 
vender o referidoterreno.
Sem mais, aguardamos sua atenção e, se possível, uma breve respos-
ta” – coisa que fiz imediatamente.
“Atenciosamente, Cláudia C. Melito.”
Já temos 35 assinaturas no pedido de tombamento da escola, e solicito 
às senhoras e aos senhores vereadores que se acrescentem. O ideal mes-
mo é de chegarmos, em vez de 35, a todos os vereadores, dada a impor-
tância histórica e educacional da Escola Municipal Doutor Cícero Penna.
Diria que basta mandar uma mensagem de WhatsApp dizendo: “Que-
ro me agregar ao tombamento da Escola Municipal Cícero Penna.” Nem 
precisa enviar aquela lista toda. Basta uma informação para o WhatsApp 
que, imediatamente, será incluído.
Era isso, Senhor Presidente. Agradeço. 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Ok. Obrigado, Verea-
dor Cesar Maia. 
A palavra continua franqueada.
Com a palavra franqueada, o Senhor Vereador Reimont, que dispõe 
de 10 minutos.
O SR. REIMONT – Presidente, eu quero aproveitar esse momento, 
ainda no calor da fala do Vereador Cesar Maia, para parabenizá-lo. Já sou 
signatário do pedido de tombamento de Vossa Excelência. Pedi inclusive 
a coautoria, porque acho esse projeto muito importante.
Eu tenho falado inclusive com familiares do Doutor Cícero Penna, 
que têm nos procurado: a Ana Penna, o Leandro Penna, tem um morador 
do Pará e outra moradora de Petrópolis. Todos estão muito sensibilizados. 
A família do Doutor Cícero Penna reconhece exatamente isso que Vossa 
Excelência coloca: a importância de fazer o tombamento. Ficamos muito 
felizes. Eu, pelo menos, me sinto muito feliz de saber que há esse com-
binado com o Vereador Carlo Caiado para que o projeto seja votado na 
próxima terça-feira. Portanto, daqui a uma semana.
Oxalá, Vereador Cesar Maia – acho que os vereadores têm essa sensi-
bilidade – nós tenhamos as 51 assinaturas. Que nós tenhamos a totalidade 
dos vereadores. Para que isso aconteça, acho que há uma necessidade de 
sensibilidade do Prefeito Eduardo Paes, que poderia também retirar o 
projeto daquele rol de 15 projetos. Isso, de maneira nenhuma, prejudican-
do a proposição de Vossa Excelência. A proposição de Vossa Excelência 
para o tombamento da escola já de certa forma sinaliza o que a Câmara 
Municipal pode fazer.
Eu quero entender. Não sei como a Prefeitura está demorando. Não 
sei o motivo pelo qual está demorando tanto em reconhecer que a co-
locação desse terreno no rol de terrenos/prédios a serem alienados não 
tenha se configurado como um equívoco da Prefeitura. É inadmissível! 
Ali, naquele espaço onde tem aquela belíssima escola, uma construção 
belíssima de 1920, cujo terreno e prédio foram doados à antiga Prefeitura 
do Distrito Federal e, depois, construída aquela escola. A intenção do 
doador era exclusivamente para uso educacional.
Quero aproveitar aqui o espaço que estava disponível logo após a fala 
de Vossa Excelência, Vereador Cesar Maia. Quero parabenizá-lo e me 
juntar a essa luta, que considero muito importante.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, Vereador 
Reimont. 
A palavra continua franqueada.
Com a palavra franqueada, o Senhor Vereador Paulo Pinheiro, que 
dispõe de 10 minutos.
O SR. PAULO PINHEIRO – É só para seguir na mesma linha do 
Vereador quando falou sobre a proposta do Vereador Cesar Maia. Eu tam-
bém, no sábado, tive uma reunião com um grupo de mães, profissionais 
de educação e moradores daquela área. Estão todos muito preocupados.
Eu, da mesma maneira que o Vereador Reimont, estou ainda impres-
sionado e querendo saber por que o Governo ainda não se apresentou. O 
Secretário Ferreirinha, eu tenho cobrado constantemente. Cobrei inclusi-
ve nas redes sociais. Em vez de ser o Secretário Ferreirinha a responder, 
foi o Secretário de Saúde quem respondeu. O Secretário de Saúde não é o 
de Educação, mas ele foi em defesa do seu colega dizendo que lá se pode 
construir uma escola melhor do que aquela.
Não existe escola melhor do que aquela. Não existe. Essa conversa 
não vai nos enrolar. Não existe escola melhor do que aquela. Aquela es-
cola está pronta há muito tempo. Ela faz um trabalho brilhante de inclu-
são, um trabalho com o PEJA, que é superimportante e tem mais de 120 
pessoas.
Eu acho que é muito importante que os vereadores entendam a reper-
cussão disso. A repercussão disso, o simbolismo de tirarmos uma escola 
para construirmos um prédio. Não é possível! O Secretário Pedro Paulo 
deu uma entrevista dizendo que era normal isso. Eu quero dizer que não 
é normal, não, Secretário. Não é normal! Poder ser normal para o senhor, 
mas não é normal para a maioria das pessoas entender que você vai abrir 
mão de uma escola que funciona bem dessa maneira e vai construir ou-
tra. Se tem dinheiro para construir outra, resolve aquelas que estão para-
das, que estão precisando ser consertadas, conserte as outras que estão 
precisando ser consertadas, ao invés de gastar dinheiro numa escola que 
está pronta, e apenas por um interesse imobiliário nós estamos com essa 
discussão. 
Eu queria lembrar que também já assinei, quero confirmar, pedir tam-
bém a coautoria ao Vereador Cesar Maia e lembrar que nós precisamos 
um pouco mais, nós precisamos exigir a retirada desse projeto. Inclu-
sive, eu estou preparando, eu quero conversar com os vereadores que 
quiserem, não quero tumultuar o ambiente já da assinatura do pedido de 
tombamento. Tenho muito medo de tombamento. Acho que tombamento 
é importante, mas eu não sei se daqui a quatro, cinco anos algum vereador 
resolve destombar, e a gente tem essa preocupação que é muito grande. 
Eu queria propor, ver se a gente consegue entrar em acordo, aqueles 
vereadores que acham que isso é importante, além em primeiro lugar do 
tombamento, assinando o tombamento, e eu queria propor e vou apresen-
tar uma proposta de uma emenda. Vou apresentar uma emenda. Espero 
que consiga as assinaturas suficientes. Vereador Reimont, vereadores da 
bancada do PT, do PSOL, Vereador Cesar Maia e outros vereadores. Uma 
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emenda que é muito simples, uma emenda retirando aquele terreno da 
lista de terrenos que podem ser vendidos. 
Estou preparando essa proposta, vou apresentar nos próximos dias 
para aqueles que quiserem assinar, como coautores, não tem de ser uma 
coisa pessoal. Eu estava aguardando que a Prefeitura tivesse o bom senso 
de fazer isso, retirar isso. Mas se não tirar, é outro caminho que nós te-
mos junto com o tombamento, é retirar, apresentar uma emenda retirando 
aquele imóvel da lista de imóveis a serem vendidos pela Prefeitura. 
Eu espero que os vereadores que concordam possam assinar esse docu-
mento junto. É um documento coletivo, não é um documento individual, 
para que a gente possa ter mais um elemento para impedir esse crime que, 
infelizmente, a Prefeitura do Rio não tem necessidade. Infelizmente o Se-
cretário de Educação não se posiciona. Eu queria saber o que o Secretário 
Ferreirinha acha da retirada, da venda daquela escola da sua secretaria. 
Obrigado, Senhor Presidente. 
 
O SR. PRESIDENTE (ELIEL DO CARMO) – Obrigado, nobre Ve-
reador Paulo Pinheiro. 
A palavra continua franqueada. 
Não havendo quem se manifeste, a Presidência suspende a Sessão até 
as 15h40. 
Está suspensa a Sessão. 
(Suspende-se a Sessão às 15h23 e reabre-se às 15h40, sob a Presidên-
cia do Sr. Vereador Marcio Santos, a convite)
O SR. PRESIDENTE (MARCIO SANTOS) – Está reaberta a Sessão.
Terminada a Primeira Parte do Grande Expediente, passemos à Se-
gunda Parte.
O orador inscrito é o nobre Senhor Vereador Cesar Maia, que dispõe 
de 20 minutos.
O SR. CESAR MAIA – Senhor Presidente, é um texto do editorial 
do Estado de São Paulo, de 2 de maio de 2021. Peço para ser dado como 
lido.
O SR. PRESIDENTE (MARCIO SANTOS) – A Presidência acolhe a 
solicitação de Vossa Excelência.
O SR. CESAR MAIA – “Uma oportunidade para a América Latina.
Ao longo do século XX, a América Latina estava associada aos maio-
res índices de desigualdade. Mas, nas últimas

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