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Lesão medular cateterismo vesical intermitente como auto-cuidado

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Caso 
M.O.P. 
62 anos 
Aposentado 
Anamnese 
Queixa principal 
Idoso, 62 anos, com necessidade de Cateterismo Vesical Intermitente. 
Histórico do problema atual 
M.O.P, 62 anos, internado por 3 meses devido a uma queda ao solo com Traumatismo 
Raquimedular (TRM) com lesão medular completa abaixo de T12, levando-o a uma 
paraplegia. Equipe da Unidade Hospitalar solicita à Equipe Multiprofissional de 
Atenção Domiciliar (EMAD- modalidade AD2) acompanhamento após a alta hospitalar. 
Na visita domiciliar da enfermeira e técnico de enfermagem são recebidos pela filha de 
M.O.P., sua cuidadora, que refere necessitar de orientações referentes aos cuidados com 
o idoso com TRM, assim como para a realização do cateterismo vesical intermitente. Na 
sala, a equipe encontra o idoso sentado em uma poltrona e observam que o espaço de 
circulação para a cadeira de rodas é muito restrito e possui degraus entre a sala e os 
outros cômodos. Ao ser avaliado, o idoso refere não conseguir movimentar os membros 
inferiores e a perda da sensibilidade abaixo da cicatriz umbilical, perda da sensibilidade 
das pernas, perda do controle normal do intestino tendo constipação e relata dificuldade 
para urinar. Tem sua mobilidade reduzida e necessita de auxílio da filha para higienizar-
se e locomover-se. 
Histórico 
História social 
M.O.P. morava sozinho em uma residência na área de abrangência da ESF de um bairro 
periférico da cidade. Há uma semana teve alta hospitalar após o TRM e foi morar com a 
filha devido sua restrição de mobilidade e necessidade de uma cuidadora para auxiliar 
em suas atividades diárias. A casa é de alvenaria, possui sala, cozinha, banheiro, área de 
serviço e dois quartos, sendo que o quarto do idoso possui espaço restrito, dificultando a 
passagem da cadeira de rodas. No domicílio reside sua filha e neta de quinze anos e a 
renda mensal da família é proveniente da aposentadoria do idoso e do emprego de sua 
filha que no momento trabalha como caixa de um supermercado, o total da renda 
representa cerca de três salários mínimos. Nos períodos em que a filha está trabalhando 
a neta é que cuida do idoso 
Antecedentes pessoais 
Hipertenso há 16 anos, em tratamento. Tabagista há 41 anos, com consumo diário de 20 
cigarros. Possui hábitos alimentares regulares, aderindo adequadamente à dieta para 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). 
Medicações em uso 
Captopril 12,5 mg, 1 comprimido pela manhã e noite 
AAS 100mg, 1 comprimido as 12h 
Antecedentes familiares 
Mãe HAS e diabética e pai faleceu de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com 68 anos. 
Exame Físico 
 
Verbalizando, lúcido e orientado. 
Eupneico. Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares presentes sem ruídos adventícios. 
Ausculta cardíaca: bulhas normofonéticas em 2t. 
 
Abdome: ruídos hidroaéreos presentes,dolorido à palpação e distendido. 
Sistema genitourinário e intestinal: apresentando retenção urinária. Presença de 
constipação intestinal há sete dias. 
Coluna vertebral e extremidades: Extremidades aquecidas, perfundidas e com discreto 
edema em membros inferiores. 
Pulsos periféricos cheios e simétricos. 
 
Frequência cardíaca: 64bpm 
Frequência respiratória: 20mrpm 
Pressão arterial: 150X80 mm/Hg 
Temperatura = 36,4ºC 
Peso: 66kg 
Estatura: 1,60m 
Saiba Mais 
 
A modalidade AD2 destina-se aos usuários que possuam problemas de saúde e 
dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde e que 
necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento 
contínuo, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção. Estando 
previsto o acompanhamento no caso da Sr.ª A.R. no artigo 19, Inciso VII - promover 
treinamento pré e pós-desospitalização para os familiares e/ou cuidador dos usuários; e 
no artigo 23, Inciso VI - adaptação de usuários ao uso de sondas e ostomias; da Portaria 
nº 963 de 2013. (BRASIL, 2013a). 
Questão 1 
Escolha múltipla 
Diante do caso do Sr M.O.P. quais os problemas 
levantados pela enfermeira durante a visita 
domiciliar? 
 Risco para úlceras de pressão (UPs) 
 Perda da motricidade e da sensibilidade das pernas 
 Perda do controle normal do intestino tendo constipação 
 Risco para hipotensão postural e trombose venosa profunda 
 Espaço adequado para locomoção com a cadeira de rodas 
 Dificuldade para urinar e déficit de contratibilidade 
 
100 / 100 acerto 
O dano na medula espinhal também causa perda da função de reflexo abaixo do ponto 
da lesão, interrompendo funções corporais como respiração, controle intestinal e 
controle da bexiga e perda da sensibilidade das pernas. O lesado medular necessita de 
um espaço maior para locomoção decorrente do uso de cadeira de rodas, assim como 
substituir os degraus por rampas. Devido ao tempo restrito ao leito ou cadeira de rodas 
tem risco para desenvolver UPs, hipotensão postural e trombose venosa profunda. 
Saiba mais 
 
A incidência de TRM, no Brasil, é de 40 casos novos/ano/milhão de habitantes, sendo 
que 60% se encontram entre a faixa etária de 10 a 30 anos de idade, e 80% das vítimas 
são homens. A segunda causa mais comum de casos de TRM está relacionada a 
ferimento de arma de fogo e acidentes de trânsito. (BRASIL, 2013b, p. 7). 
Conforme Brasil (2013b), o lesado medular pode desenvolver algumas complicações: 
trombose Venosa Profunda, hipotensão postural, bexiga Intestino neurogênico. 
A trombose venosa profunda pode ocorrer devido as alterações endoteliais, ao aumento 
da coagulação sanguínea e da estase venosa (tríade de Virchow). A paralisia associada à 
vasoplegia faz com que os pacientes com lesão medular tenham risco aumentado para 
de desenvolver tromboembolismos venosos, principalmente no primeiro mês após a 
lesão. Desta forma, deve-se atentar para edema da extremidade, elevação da temperatura 
local, cianose ou hiperemia, podendo haver queixa de dor quando a sensibilidade estiver 
mantida. A prevenção pode ser garantida com uso precoce de anticoagulantes, 
movimentação passiva dos membros inferiores e uso de meias compressivas elásticas. 
Hipotensão Postural 
A ocorrência de hipotensão postural se dá devido à vasodilatação abaixo do nível de 
lesão medular levando a um represamento de sangue nos membros inferiores, além da 
ausência ou diminuição dos reflexos vasomotores posturais. A mudança brusca de 
decúbito, principalmente ao sentar-se ou levantar-se causa a queda da pressão arterial 
sistólica e diastólica, o que pode levar a tontura, visão turva, zumbido e até desmaio. A 
prevenção é feita com a capacitação sobre a adaptação progressiva a mudança de 
decúbito, ingesta hídrica adequada, uso de meias elásticas compressivas e faixas 
elásticas para o abdome. 
Bexiga Neurogênica 
Para a equipe de reabilitação, os agravos urológicos decorrentes da lesão na medula 
espinhal são motivos de grande preocupação. Isso porque este tipo de problema quando 
assistido de maneira correta, pode ocasionar complicações como infecção urinária, 
cálculos vesicais até fístulas peno escrotais, refluxo vesico-ureteral, hidronefrose e em 
casos extremos, perda da função renal. Para o esvaziamento vesical adequado, deve 
haver relaxamento voluntário do esfíncter em sincronia com a contração do detrusor 
(involuntária). Se o relaxamento do esfíncter externo não é possível e ocorre contração 
involuntária do detrusor, há aumento da pressão intravesical com risco de refluxo vésico 
ureteral e falência renal a longo prazo por obstrução pós-renal. A estase urinária leva 
infecções urinárias de repetição e risco de cálculos urinários. O manejo da bexiga 
neurogênica deve garantir esvaziamento vesical à baixa pressão, evitar estase urinária e 
perdas involuntárias. Na maior parte dos casos, este esvaziamento deverá ser feito por 
cateterismo vesical intermitente. Além dos riscos clínicos (infecção e insuficiência 
renal), a incontinência urinária causa isolamento social e tem grande impacto naautonomia funcional do paciente. Infecções do trato urinário são extremamente 
frequentes nos lesados medulares sendo a principal doença infecciosa que os acomete 
tanto na fase aguda quanto na fase crônica da lesão medular. A principal causa 
relaciona-se com a retenção e esvaziamento incompleto da bexiga. (BRASIL, 2013b, p. 
27-28). 
Intestino neurogênico 
O trauma medular sofrido poderá afetar também a função intestinal, devido a redução 
ou inexistência dos reflexos. O esfíncter anal compõe-se de uma porção interna de 
controle involuntário e uma porção externa de controle voluntário. O esfíncter anal 
interno permanece contraído a maior parte do tempo. Seu relaxamento é determinado 
por arco reflexo desencadeado pela chegada das fezes à ampola retal. Nos pacientes 
com lesão no nível do cone ou da cauda equina, este reflexo está abolido ou diminuído, 
predominando a contração do esfíncter interno e consequente obstipação. (BRASIL, 
2013a, p. 29). 
Questão 2 
Escolha múltipla 
Sr M.O.P. apresenta uma disfunção vesical 
necessitando de sondagem vesical intermitente, 
nesse caso quais as orientações que a 
Enfermagem deve prestar quanto ao cuidado para 
a realização do procedimento? 
 A manutenção de registros exatos ajuda na avaliação da situação 
 Ensinar o cliente/cuidador a notificar sangramento pelo orifício uretral, urina 
escura, turva ou com cheiro forte 
 O procedimento deve ser realizado a cada 3 ou 4 horas durante o dia 
 Realizar o procedimento com técnica asséptica 
 A posição para realização do procedimento deve ser em decúbito dorsal, restrita ao 
leito 
 
100 / 100 acerto 
O cateterismo intermitente é um procedimento no qual é introduzido um cateter estéril 
através da uretra, para esvaziar a bexiga, a cada três ou quatro horas durante o dia, 
procurando manter a pressão dentro da bexiga em níveis normais e evitando as perdas 
urinárias. Por isso, é necessário ensinar o cliente/cuidador a manter um registro do 
horário de cateterização, da quantidade da ingesta de líquidos e da eliminação urinária, 
assim como, notificar o aspecto da urina e a presença de sangramentos. A posição para 
realização do procedimento pode ser deitado, sentado ou em pé (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2008). 
Saiba mais 
 
O cérebro e a medula espinhal são responsáveis pelo trabalho coordenado entre a bexiga 
e o esfíncter uretral garantindo o controle urinário. 
De acordo com Magalhães e Chiochetta (2002), se a lesão medular for incompleta, é 
possível haver recuperação parcial ou até total com o tempo. 
Dependendo do nível da lesão medular, a bexiga pode passar a ter dois tipos de 
comportamento: 
a) Passa a acumular uma quantidade menor de urina, do que antes da lesão medular e os 
músculos da bexiga passam a ter contrações involuntárias com perdas freqüentes de 
urina – bexiga espástica, comum nas lesões medulares acima do nível sacral (acima de 
T12). 
b) Passa a acumular uma quantidade maior de urina, do que antes da lesão medular 
porque os músculos da bexiga não se contraem mais e isto faz com que grande 
quantidade de urina fique retida dentro da bexiga, muito acima da capacidade normal 
bexiga flácida, comum nas lesões medulares ao nível sacral (abaixo de T12). Desse 
modo, a Enfermagem deve: 
- Ensinar medidas para ajudar a reduzir a atividade do detrusor resistir a urinar por tanto 
tempo quanto possível; beber líquido suficiente para distender a bexiga; programar a 
ingesta de líquidos de forma que a atividade do detrusor fique restrita às horas de 
vigília.Estas medidas visam aumentar o conforto, associado com a micção. O usuário 
deve condicionar o reflexo de micção ingerindo os líquidos em quantidade adequada e 
inibindo as contrações da bexiga. O urinar frequente causa a micção crônica de baixo 
volume aumenta a atividade do detrusor. Resistir à urgência de urinar pode aumentar os 
intervalos entre as micções e reduzir a atividade do músculo detrusor. 
- Ensinar a cateterização intermitente limpa ao cliente ou à pessoa que presta o 
atendimento. A cateterização intermitente limpa imita a micção normal, previne a 
infecção, e mantém a integridade da junção ureterovesical. (CARPENITO, 1999 apud 
MAGALHÃES E CHIOCHETTA, 2002, p. 11-12). 
Conforme Assis e Faro (2011) a maioria dos pacientes prefere realizar o auto 
cateterismo na cadeira de rodas, pois dessa forma podem executar a técnica em diversos 
locais, o que aumenta a liberdade de escolha e autonomia. As mulheres podem utilizar a 
posição semi sentada, pois a maioria relata ter dificuldade para a localização da uretra 
no espelho. É importante, acrescentar no material necessário, um jarro com água, e um 
recipiente para seu escoamento, para que a lavagem das mãos seja realizada no próprio 
local. 
Para auxiliar no esvaziamento da bexiga, pode-se utilizar manobras específicas não 
invasivas, como a estimulação suprapúbica (estimulação digital por leves toques com as 
pontas dos dedos na região suprapúbica),Credê (compressão em baixo ventre com a 
mão espalmada ou fechada), Valsalva (inspiração profunda seguida de expiração 
forçada, o que aumenta a pressão intra- abdominal), de acordo com a presença ou 
ausência de atividade vesical reflexa. É bom lembrar que tais estímulos sensitivos 
induzem ao esvaziamento vesical incompleto e sem o controle do paciente. (BRUNI et 
al., 2004, p. 76). 
Questão 3 
Escolha múltipla 
Sr. M.O.P necessita instruções para realizar o 
auto cateterismo intermitente. Quais orientações 
a enfermagem deve passar ao idoso e seu 
familiar? 
 Realizar a limpeza do meato uretral com água e sabão 
 Lubrificar o cateter com lidocaína gel antes de introduzir no meato uretral 
 Introduzir o cateter no meato uretral até que haja saída de urina por meio dele 
 Verificar o calibre do cateter 
 Introduzir todo o cateter no meato uretral 
 Lavar as mãos antes e depois do procedimento 
 Deixar ao alcance das mãos todo material necessário para a realização do 
procedimento 
 
100 / 100 acerto 
Os pacientes devem ser instruídos a lavar bem as mãos, antes e depois do procedimento, 
usar cateteres e lubrificantes não contaminados, além de limpar a região do meato 
uretral antes da introdução do cateter. A limpeza das mãos e do meato uretral pode ser 
feita com água e sabão. Os materiais devem estar no alcance das mãos para facilitar o 
procedimento. Deve-se selecionar o calibre (4 a 14 Fr) do cateter mais adequado para 
cada paciente, a fim de evitar lesão da uretra e deve-se introduzir o cateter até que haja 
saída de urina por meio dele (SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2008). 
Saiba mais 
 
Para a realização do cateterismo intermitente podem ser usados cateteres estéreis 
descartáveis, ou cateteres reutilizados, desde que os mesmos sejam lavados e secos após 
cada uso, sendo posteriormente armazenados em local limpo. 
O reaproveitamento de cateteres não parece aumentar a incidência de infecção do trato 
urinário. Diversos métodos de limpeza dos cateteres têm sido empregados, incluindo 
soluções antissépticas, água corrente, água fervente e fornos de micro-ondas. Não há 
evidência suficiente que permita determinar qual o melhor método de limpeza. 
O cateter deve ser suficientemente lubrificado, e introduzido suavemente através do 
meato uretral, até que haja saída de urina através dele. A urina pode ser drenada 
diretamente no vaso sanitário, ou em qualquer recipiente. O cateter deve ser mantido no 
local até que o fluxo de urina pare. Após isto, o cateter deve ser removido lentamente, 
enquanto uma das mãos faz pressão na região supra púbica, a fim de esvaziar a bexiga 
completamente. Existe também o cateterismo vesical intermitente estéril. Na qual 
necessita de um campo estéril para sua realização, no entanto, esse procedimento mais 
indicado aos lesados medulares é o cateterismo vesical técnica limpa por ser um 
procedimento considerado de fácil execução, que mais se aproxima da função vesicalnormal, reduz episódios de infecção urinária, preserva a função renal e promove a 
reeducação vesical. Na impossibilidade de realizar o cateterismo intermitente utilizam-
se sondas de demora que devem ser fixadas de modo a não originar fístulas. A sonda 
deve ser aberta a cada 3 ou 4 horas e trocada semanalmente.(SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2008, p. 5). 
Questão 4 
Escolha múltipla 
Quais as orientações a serem dadas ao Sr M.O.P 
e sua familiar em relação a disfunção intestinal 
que o idoso apresenta? 
 Fazer massagem abdominal durante e esvaziamento intestinal 
 Utilizar laxantes naturais e ou prescritos 
 Manter e uma dieta rica em fibras e acompanhamento com um nutricionista 
 Ingestão de pouca água, menos de um litro por dia 
 
100 / 100 acerto 
A equipe multiprofissional deve orientar o paciente com lesão medular a adotar uma 
dieta rica em fibras. Também deve ser orientado o aumento da ingesta hídrica. A 
realização de exercícios físicos diariamente, a utilização de massagem abdominal, 
laxantes naturais e ou prescritos beneficiam o paciente. 
Saiba mais 
 
Recomenda-se uma alimentação balanceada e uma hidratação adequada. Três refeições 
por dia (café da manhã/almoço/ jantar) são recomendadas para que se tenha massa fecal 
suficientemente volumosa. A ingesta hídrica (aproximadamente de 2,5 a 3 litros) torna 
menos consistente o bolo fecal facilitando sua eliminação. Quando ocorre constipação, 
deve-se ingerir mais líquidos, o que não se restringe somente à água mas também sucos 
de frutas, vitaminas, leite e iogurtes. 
Alimentos com fibras como quiabo, abóbora, beterraba, laranja, mamão, pera, melão, 
ameixa preta seca, figo, milho, frutas com casca, cereais integrais, pão preto, farelo de 
trigo, e iogurtes devem ser incentivados pois, por conterem maior quantidade de fibras, 
evitam a constipação e a flatulência. É recomendável que o paciente padronize seu 
horário para a evacuação considerando os hábitos e horários anteriores à lesão medular, 
e, dessa forma, estabeleça uma rotina. 
Caso as manobras não funcionem, está indicada a estimulação retal: introduz-se o dedo, 
se possível enluvado e lubrificado, suavemente no ânus com movimentos de “vaivém” 
durante 5 minutos. Caso não haja êxito com a prática, recomenda-se o supositório de 
glicerina. É aconselhável procurar assistência médica se não houver episódios de 
eliminação fecal por mais de três dias. O uso de laxantes sem orientação médica é 
desaconselhável. (BRUNI, et al., 2004, p.76-77). 
Questão 5 
Escolha múltipla 
O idoso com lesão medular aumenta os riscos de 
ter úlcera de pressão(UP), quais as orientações 
devem ser dadas ao idoso e seu cuidador para 
prevenção das UPs? 
 Realizar mudança de decúbito no idoso acamado a cada duas horas 
 Evitar superfícies duras em contato com a pele 
 Mudar de posição na cadeira a cada duas horas 
 Manter a pele hidratada 
 Manter a pele úmida 
 Evitar rugas nos lençóis 
 
100 / 100 acerto 
As causas mais comuns de UP são a pressão do colchão, de um assento de cadeira ou de 
alguma superfície dura em contato com a pele, assim como evitar dobras nos lençóis. 
Deve-se realizar mudança de decúbito a cada duas horas nos pacientes acamados ou em 
cadeiras por longo período. Manter a pele seca evitando ser lesionada. 
Saiba mais 
 
Uma das complicações comuns e debilitantes encontradas em pacientes com lesão 
medular são as úlceras por pressão, responsáveis por hospitalizações e longos períodos 
de imobilidade. Segundo o Manual de Assistência às Pessoas com Feridas de Ribeirão 
Preto (2013, p.17-19), deve-se ter alguns cuidados para prevenir as UPs: 
• Avaliação a pele periódica. 
• Higienização e hidratação: enfatiza-se o cuidado com a exposição da pele à 
umidade, devido à incontinência urinária e perspiração. Agentes tópicos que agem 
como barreira para a umidade como cremes, películas protetoras ou óleos também 
podem ser usados. 
A frequência da limpeza é individualizada de acordo com a necessidade do 
paciente. 
• Posicionamento: A mobilidade deve ser avaliada. Caso o paciente possua algum 
grau de independência deve-se reforçar a freqüência na mudança de decúbito, não 
havendo possibilidade, essa tarefa deve ser executada pelo cuidador a cada duas 
horas no mínimo. As intervenções de posicionamento são elaboradas para reduzir a 
pressão e a força de cisalhamento na pele. O primeiro passo é manter a cabeceira 
da cama com angulação igual ou inferior a 30°. 
Durante as mudanças de decúbito a fricção deve ser evitada, portanto, o paciente 
deve ser levantado ao invés de arrastado. É recomendada a posição lateral de 30° 
para que sejam evitados pontos de pressão, utilizando-se apoio de travesseiros 
entre os joelhos e para manter a lateralização do tronco, assim evitamos o apoio 
direto no trocânter do fêmur. 
Quando sentado, o tempo não deve exceder a 2 horas, pois a pressão nas 
tuberosidades isquiáticas é maior, sendo recomendado o uso de uma almofada de 
espuma caixa de ovo, gel ou ar, redistribuindo o peso, de forma a aliviar a pressão 
no ísquio. 
Para pacientes que possuem força muscular nos membros superiores, 
recomendamos alívio da pressão levantando-se na cadeira, apoiando-se com os 
braços e mãos, ou transferindo o peso de um lado para o outro a cada 15 minutos. 
Ressalta-se a importância do posicionamento correto dos pacientes em cadeiras, 
incluindo o alinhamento postural, a distribuição do peso, a estabilidade, bem como, 
o apoio dos pés a 90° (feito com almofadas ou travesseiros em flocos, colocados na 
base dos artelhos). 
Questão 6 
Escolha múltipla 
Para que o lesado medular tenha maior segurança 
dentro do domicílio e em locais de acesso nesse 
processo de adaptação, quais orientações devem 
ser dadas pelo enfermeiro ao familiar desse 
idoso? 
 O acompanhamento na reinserção ao ambiente de trabalho e/ou escola 
 Remoção de degraus e portas estreitas 
 Acesso aos eletrodomésticos 
 Não dirigir veículos automobilísticos 
 Disponibilizar barras de apoio no banheiro 
 
100 / 100 acerto 
A remoção de barreiras como degraus, terrenos irregulares, portas estreitas e grandes 
aclives ou declives, precisa ser providenciada para que o cadeirante tenha acesso 
irrestrito a todos os ambientes em casa ou no trabalho. As alturas dos elementos do 
banheiro e da cozinha e a disposição dos móveis e eletrodomésticos devem ser 
modificadas, pensando em favorecer o alcance e a usabilidade. Barras de apoio podem 
ser disponibilizadas, tanto para facilitar as transferências quanto para garantir a 
segurança durante o banho e na fase de treino de marcha/marcha domiciliar. O 
acompanhamento na reinserção ao ambiente de trabalho e/ou escola, bem como na 
escolha de adaptações para a direção de veículos e outras atividades de vida prática. 
Pode se fazer necessário, assim como todas as outras ações descritas, deve se pautar na 
capacidade funcional do paciente. (BRASIL, 2013b. p. 54). 
Saiba mais 
 
Algumas diretrizes de atenção à pessoa com lesão medular do Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2013b): 
O paciente com lesão medular, apesar de necessitar de procedimentos realizados por 
centros de especialidades/reabilitação, sabe-se que apresenta estreita relação com o 
nível da Atenção Básica (AB), uma vez que, deve ser atendido e acompanhado pelos 
profissionais da AB e direcionado, se necessário, aos demais atenção níveis hierárquicos 
de atendimento. Para garantir o cuidado integral as Equipes de Atenção Básica e 
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) se somam aos centros de reabilitação, 
centros de especialidades e às equipes de Atenção Domiciliar, para ampliar a 
resolutividade. 
Quando da proximidade da alta hospitalar, paciente e cuidadores precisam receber 
esclarecimentos quanto ao seguimento do tratamento. Devem ser reforçados os 
treinamentos que foram oferecidos com especial atenção às estratégias de prevenção de 
complicações. Instruções sobre o iníciodo atendimento no serviço especializado de 
reabilitação devem ser claras e objetivas. Estas informações devem ser reforças a cada 
retorno programado no centro de reabilitação. 
Quando a condição do indivíduo permitir, deve-se iniciar o programa de reabilitação 
baseado na Abordagem Orientada à Tarefa, na qual o paciente aprende enquanto prática 
as atividades cotidianas, mediadas pelo terapeuta. O treino básico de habilidades em 
cadeira de rodas (dessensibilização, alívio, prevenção de quedas, alcance), a 
independência no leito, as transferências, o vestuário, a alimentação, os autocuidados e 
o uso de ferramentas de tecnologia da informação, são as principais metas funcionais 
que precisam ser trabalhadas com a pessoa com lesão na medula. (BRASIL, 2013b, p. 
50-51). 
No que se refere a reabilitação física, é importante estabelecer uma rotina de exercícios 
e atividades funcionais, que traz benefícios fisiológicos, bem estar e diminuição da dor, 
potencializando o êxito das terapias instituídas. 
O acompanhamento psicológico desenvolve-se integrado a uma equipe multidisciplinar, 
cujo objetivo é a reabilitação biopsicossocial do paciente. Ele visa em suma, a 
reestruturação da autoimagem e autoestima, frente à nova situação de vida, exaltando 
principalmente as potencialidades residuais. (BRASIL, 2013b). 
Objetivos do Caso 
 
Instruir o idoso com lesão medular e seu cuidador a realizar o cateterismo intermitente e 
prestar orientações quanto aos cuidados durante esse procedimento. 
Orientar o idoso e seu familiar quanto ao risco de desenvolver úlceras de pressão e sua 
prevenção, assim como, outras complicações decorrentes da lesão medular. 
Orientar quanto a importância do acompanhamento psicológico eda interação social do 
lesado medular, além das barreiras arquitetônicas que podem dificultar o acesso. 
Referências 
1. ASSIS, Gisela M.; FARO, Ana Cristina M. Autocateterismo vesical intermitente 
na lesão medular. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 
45, n. 1, p. 289-293, 2011. Disponível 
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