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Desenvolvimento Emocional em Winnicott

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WINNICOTT – DTP-NP2 – 6º SEM 
 
Slide 1: desenvolvimento emocional, ambiente facilitador, mãe 
suficientemente boa, processo maturacional, da dependência à 
independência 
 
Ele tem algumas diferenças com a Klein, Klein fala da agressividade do 
bebê, da natureza agressiva e sádica. Winnicott tudo começa muito mais cedo 
do que Freud e Klein falavam, para ele o bebê já recebe toda a projeção no útero 
da mãe, desde o início da gestação, já iniciando a introjeção dessa carga de 
projeção; para ele isso já reflete nas primeiras semanas de vida do bebê. Para 
Freud o início e desenvolvimento da psique é no complexo de édipo, é o ápice, 
onde acontece a castração, o desenvolvimento emocional, lá pelos 5/6 anos. 
Klein fala que tem a triangulação e para ela esse desenvolvimento acontece mais 
cedo, ao entrar a 3ª pessoa. Para Winnicott isso acontece muito mais cedo, no 
útero já se inicia esse desenvolvimento. 
Ele era pediatra e psicanalista (infantil). Todo contexto de sua teoria tem 
uma base médica, ele consegue ver um desenvolvimento fisiológico e 
emocional, enquanto Klein só vê um desenvolvimento pisco. Trabalhou na 
guerra e atendeu crianças e adolescentes que eram filhos dos pais que estavam 
na guerra e estavam desamparados; o que trouxe muita base para Winnicott. 
Foi muito mais tendencioso às teorias de Klein, foi seu supervisionando e 
terapeuta de Erick, filho de Klein. 
Ele considera também o ambiente. Seu marco foi as experiencias na 
guerra; começou a fazer análise com James Strachey (Tradutor das obras de 
Freud). Propôs o Midle Group (grupo do meio), que eram as pessoas que não 
tendiam nem para uma e nem para outra (Melanie Klein e Anna Freud), eles 
consideram que todas as teorias eram validas e tinham prós e contras. Cada 
teórico deu sua contribuição conforme suas vivencias, experiencias e visões, 
conforme experenciado no contexto de suas épocas. 
A teoria de Winnicott é baseada nos processos MATURACIONAIS, 
ligados aos aspectos fisiológicos do desenvolvimento e em paralelo com o 
desenvolvimento psíquico. 
Winnicott teve experiencia com criança e Freud não; Freud era 
neurologista e não atendeu crianças como psicanalista. 
O que mais chamou a atenção de Winnicott em relação a Melanie Klein 
foi a caixa lúdica. Klein fazia supervisão com Winnicott. 
O primordial na teoria de Winnicott é o ambiente, ele é de extrema 
formação e desenvolvimento para o nosso psiquismo. Para ele o mundo, a mãe, 
é que tem que se adaptar ao bebê. 
Ele fala da saúde mental do ponto de vista coletivo. Tudo depende de todo 
mundo, a saúde mental é coletiva. A saúde mental do bebê dependerá de todas 
as pessoas envolvidas (no núcleo familiar). Dentro desse ambiente 
suficientemente bom é que ele destrinchará toda sua teoria. 
Slide: Experiência Clínica de Winnicott: 
“Então, inumeráveis histórias clínicas me mostravam que crianças que se 
tornaram doente, seja neurótico, psicóticos, psicossomáticos ou anti-sociais, 
revelavam dificuldades no seu desenvolvimento emocional na infância, mesmo 
como bebês. Crianças hipersensíveis paranoides podiam até ter começado a 
ficar assim nas primeiras semanas ou mesmo dias de vida. Algo estava errado 
em algum lugar. Quando vim a tratar crianças pela psicanálise pude confirmar a 
origem das neuroses no complexo de Édipo, mas mesmo assim sabia que as 
dificuldades começavam antes.” (p. 157) 
 
Complexo de Édipo (Freud): É a descoberta do corpo. Castração (em 
relação a mãe e pai), diferenças fisiológicas entre meninos e meninas (pênis e 
vagina). Essa castração que dá início ao complexo de édipo, àquele sofrimento, 
início do desenvolvimento psíquico emocional, início do desenvolvimento da 
psique humana. 
Klein e Winnicott: o desenvolvimento emocional do indivíduo, as 
desestruturas emocionais, as psiques, as doenças, se iniciam muito antes do 
complexo de édipo; para Klein nos primeiros meses de vida; para Winnicot, 
inclusive as neuroses, psicoses, psicossomáticas, anti-sociais, dão início no 
útero. 
Para Winnicott é tudo muito precoce. É um salto grande para a 
psicanálise, com tanta base educacional quanto Freud. 
Influência Kleiniana: caixa lúdica. Para Winnicott é um modo diferenciado 
de tocar o inconsciente da criança, o que o fez dar muita importância ao brincar, 
sendo este através da associação livre, onde a criança consegue colocar todo 
conteúdo que está em seu inconsciente. No brincar a criança projeta seu SELF, 
tudo que ela tem dentro dela. Self sou Eu. 
Slide Influencia Kleiniana: 
• Winnicott achou valiosa a experiência do conjunto de brinquedos no 
setting, já que eram facilmente manipulados e se uniam à imaginação da 
criança de modo especial; 
• Winnicott percebeu que Klein tinha um modo de tornar a realidade 
psíquica interna muito real, pois para ela o brincar era uma projeção 
psíquica da criança, a partir dos conteúdos localizados dentro do self e no 
corpo. 
Então... 
• Então, Winnicott percebia que a base das ansiedades estava relacionada 
com impulsos pré-genitais (diferente do Édipo); 
• Em muitos casos, havia doença e uma organização de defesas 
pertencentes a períodos anteriores da vida da criança 
 
Impulsos pré genitais esta antes da fase da descoberta do corpo. A 
criança começa a se descobrir muito cedo. 
Valoriza a posição Depressiva, estar deprimido é muito bom. É 
importante. É uma conquista! É um salto no seu desenvolvimento, é reconhecer 
o outro. Faz com que restituímos e reparemos alguma situação com a pessoa. 
Slide “A chegada a este estágio...” 
A chegada a este estágio (p. depressiva) está associada com ideias de 
restituição e reparação, e na verdade o ser humano não pode aceitar as ideias 
destrutivas e agressivas em sua própria natureza sem a experiência da 
reparação, e por isso a presença continuada do objeto de amor é necessária 
nesse estágio, já que só assim há uma oportunidade de reparação; 
 
Para eu reconhecer o outro, o outro tem que estar vivo dentro de mim. 
Preciso ter afeto pela pessoa. Relacionado a ideias de reparação e restituição, 
assim consigo perdoar e reparar com a pessoa. Para isso acontecer o objeto de 
amor tem que estar vivo dentro de mim. 
Slide “Winnicott valorizava a Teoria Kleiniana...” 
• Winnicott valorizava a teoria Kleiniana, sobretudo no que se refere à 
posição esquizo-paranóide com seus mecanismos do medo de retaliação 
e a cisão (splitting) do objeto “bom” e “mau”; 
• Para Winnicott, se não há uma criação suficientemente boa então o 
resultado é o caos, mais do que o medo de retaliação e o splitting. 
 
Splitting: É a divisão entre bem e mau, bom e ruim. É como a cisão de 
Klein. O bebê não tem o entendimento da mãe, não consegue enxergar a mesma 
mãe que nutre com a mãe que falha. Ele tem medo de ser punido. Mecanismo 
de defesa do medo e da retaliação. 
Slide “Winnicott pôde estruturar sua clínica...” 
Winnicott pôde estruturar sua clínica apoiado em vários conceitos kleinianos, 
valorizando: 
• Os conflitos e ansiedades infantis e defesas primitivas; 
• A teoria da reação depressiva e na teoria de alguns estados 
caracterizados por expectativa persecutória; 
• O conceito de relacionamento a duas pessoas – lactente e mãe -, na 
posição depressiva, diferentemente do relacionamento a três pessoas, 
característico do Complexo de Édipo freudiano; 
 
Slide 2: desenvolvimento emocional, ambiente facilitador, mãe 
suficientemente boa, processo maturacional, da dependência à 
independência 
 
Tudo é o ambiente e a saúde mental depende da capacidade dos pais de 
oferecer cuidado, da capacidade da criança em receber o cuidado, provisão de 
necessidades físicas e emocionais, tendencia inata para integração e 
crescimento. 
Para ele todos nós nascemos com uma tendencia inata para nos 
desenvolvermos, mas precisamos de um ambiente suficientemente bom e uma 
mãe suficientemente boa. A mãe também precisa estar num ambiente 
suficientemente bom para conseguirprover coisas boas ao bebê, ela também 
tem que estar boa para conseguir prover. Sem isso, o desenvolvimento pode não 
dar certo. O desenvolvimento depende da ‘realidade’, do ambiente em que nos 
desenvolvemos, crescemos. Vindo de dentro da criança para que ela se 
desenvolva de forma equilibrada, coerente, psíquica e fisiologicamente bem. 
Quando a criança é podada, castrada, reprimida, isso pode destrui-la. 
 
 
 
A frustração para o bebê é muito boa, mas a mãe tem que ter o olhar 
sensível para prover àquilo que o bebê e ela são capazes de suportar. Pois se 
for algo superior as capacidades dele de suportar, ele pode adoecer. 
A mãe boa não precisa ser intelectual, o necessário é que exista uma 
identificação entre mãe e bebê. Essa identificação só ocorrerá se a mãe for 
suficientemente boa. O bebê se torna um sujeito subjetivo quando olha a mãe e 
ela se olha refletida nele. É através dessa identificação que eles se comunicam, 
que a mãe saberá do que ele precisa e quando precisa em relação as 
necessidades vitais. 
Quando ocorre a ausência acima do tempo que ele pode suportar, essa 
mãe acaba morrendo dentro dele, havendo uma grande tendencia de que ele se 
torne uma pessoa anti-social. Pois as relações objetais foram interrompidas 
antes que o bebê tivesse concluído a construção dessa relação. Na tentativa de 
a criança preencher esse vazio, poderá haver tendência ao furto (poderá ser 
capacidade cognitiva, comportamental etc.); é como se ele estivesse 
reivindicando àquilo que lhe foi tirado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Seja qual for o aspecto físico da questão, há sempre o lado emocional. Pode-
se dizer que nesse estágio o bebê já é capaz de mostrar, através do brincar, que 
ele compreende que tem um interior, e que as coisas vêm do exterior. Ele mostra 
que sabe que está enriquecendo com as coisas por ele incorporadas (física e 
psiquicamente). Mais ainda, ele mostra que sabe que é possível livrar-se das 
coisas uma vez obtido delas o que desejava. Tudo isto representa um enorme 
progresso.” (...) - Desenvolvimento Emocional Primitivo. IN: Da pediatria à 
Psicanálise. Página 221. 
 
Desenvolvimento emocional primitivo: começa bem cedo, é o 
desenvolvimento inicial, é assim que começamos a nos desenvolver como ser 
humano e emocionalmente para Winnicott. É muito primitivo, não é inato e não 
acontece do nada, isso vai acontecendo e depende do ambiente. Separamos 
didaticamente para compreender, mas acontecem tudo ao mesmo tempo, 
quando integralizado todos, não perdemos mais: 
• Integração: noção de tempo e espaço no mundo, ele não tem noção 
de onde está e de como esta, quando a criança nasce ela não tem 
isso. Bebê quando nasce não é um ser uno, ele é fragmentado e no 
seu desenvolver é que ele começa a adquirir essa noção de tempo e 
espaço. Regularidade ambiental, quando acolhido pelo ambiente ele 
consegue ter essa noção de tempo e espaço. 
• Personalização: Ter a noção que existo no meu próprio corpo. O bebê 
não tem essa noção, ele morde o dedo do pé e chora, por exemplo. 
Essa personalização é me identificar quanto pessoa, no meu próprio 
corpo. Experiência de saber existente no próprio corpo, quando me 
reconheço no espelho. É um potencial que depende do ambiente 
facilitador. 
• Realização: Relacionada ao mundo real, ao mundo concreto, fora da 
fantasia e imaginação. Algo que realmente existe e não é fantasioso. 
Experiencia que existe um mundo externo, e de que esse mundo é 
independente de mim, ele é real. 
 
 
 
Pode acontecer uma NÃO INTEGRAÇÃO PRIMÁRIA, é quando acontece 
uma falha no desenvolvimento primitivo e nos processos de integração, 
personalização e realização. Ocorre muito no início da vida da criança. É quando 
a pessoa não desenvolveu bem em algum desses processos ou em todos eles. 
Se não ocorreu essa integração primária, não ocorreu, não fica alternando entre 
uma e outra. Podemos observar nos casos de: Psicose, autismo (transtorno do 
neurodesenvolvimento), patologia da propriocepção (quando a pessoa não tem 
noção de tempo e espaço) e Depressões graves. Tudo tem uma pré-disposição 
genética, muitas das psicopatologias temos pré-disposição, o ambiente poderá 
facilitar o desenvolvimento delas ou não; ou ele facilita ou ele dificulta. 
Desintegração (Despersonalização – são a mesma coisa) – fenômeno 
psicótico: relacionado ao retardamento da personalização no início da vida. 
Pessoa que não se reconhece, não se vê, sentir-se sem controle sobre o que 
fala e faz. A pessoa não tem personalidade. Se dá no início da vida quando não 
tem o ambiente suficientemente bom, acolhedor. 
Slide “a desintegração da personalidade...” 
A desintegração da personalidade é um fenômeno psiquiátrico bem conhecido e 
complexo. O estado não integrado primário fornece a base da desintegração, e 
o atraso ou falha na integração primária predispõe à desintegração quando a 
regressão se dá, ou quando fracassa algum outro tipo de defesa. 
Assim, o fenômeno psicótico da despersonalização (a desintegração) também 
está relacionado ao retardamento da personalização no início da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissociação: mecanismo de defesa. Romper, afastar da realidade, tanto 
na fisiologia quanto no mental, busco outra “forma” para viver àquilo. Não é ruim. 
Ocorre tanto no neurótico quanto no psicótico. Neurótico: sabe que existe 
violência na rua, mas eu sei que não acontecerá nada comigo; sublima-se para 
outra coisa positiva; porém toma-se mais cuidado, usa-se mecanismos de 
defesa como mais cautela. Psicótico: não suporta a realidade e cria um outro 
mundo como mecanismo de defesa, para sua sobrevivência. O bebê faz a 
dissociação através do sono, ele não reconhece de forma consciente que ele é 
o mesmo que sente prazer quando cuidado e raiva quando privado no momento 
seguinte, ele ainda não está desenvolvido mentalmente para saber disso 
(splitting), ele não se vê uno; é um mecanismo de defesa e ele se defenderá 
desse problema através do sonho (sonhar dissociação do real). 
 
 
 
Para me defender do caos do mundo eu sonho, sonho que pinto a parede 
da escola, sonho que coloco uma bomba no meio da cidade, assim como sem 
sonhar, através da arte, eu posso mesmo pintar a parede da escola, ou um 
quadro, de forma artística, pois através da arte eu consigo sublimar e viver o 
caos do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concernimento (Ruthless): capacidade de perceber a dor ou sofrimento 
do outro; assim como de ter interesse pelo bem-estar do outro. Ruthless: sem 
Concernimento, ausência de compaixão, falta de se colocar no lugar do outro. A 
mãe tem que ser suficientemente boa para acolher, suportar o estado de não 
Concernimento (Ruthless) para então que ele tenha possibilidade de se 
desenvolver de forma sadia; caso ela não suporte, isso pode dar origem a outros 
estados como psicoses/autismo, é como se essa agressividade voltasse para o 
bebê. 
 
Slide 3: objetos transicionais e fenômenos transicionais, 
Agressividade e tendência Antissocial 
 
Objetos Transicionais (fenômenos transicionais): período de transição, 
é paradoxal, faz uma ponte dessa transição da fantasia para o real, antecede a 
realidade antes dele vivera realidade, passando da fantasia para o concreto; 
tendo um ambiente facilitador e suficientemente bom. Representa o seio ou o 
primeiro objeto de amor; acontece na consolidação do teste da realidade; o bebe 
passa de um controle onipotente (mágico) para controle por manipulação (real); 
pode vir a se transformar num objeto de fetiche e persistir na vida adulta e sexual 
adulta (isso já não é bom, não é normal o adulto ter objeto transicional, o bebe 
não conseguiu superar essa fase); em função de uma organização anal erótica, 
pode representar fezes (algo mais concreto, o bebe consegue realizar, consegue 
controlar). Ele será uma ponte para o desenvolvimento do bebê, é recheado e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
repleto de sentimentos e significados, repleto de simbolismo, podendo simbolizar 
o amor que ele recebe da mãe; fase em que tem uma mãe viva dentro do bebê, 
repleta de significados; e esse objeto tem que ser validado pela mãe (tutor). O 
bebê só pode ser desiludido se ele for iludido. Será uma ponte para a vida adulta. 
Ele só consegue fazer esse processo se o objeto está vivo dentro dele e 
é bom, saudável, acolhedor, gostoso, ter uma boa identificação com a mãe. Para 
ser vivo dentro do bebê/criança, dependerá de como é a relação com o externo 
(a relação com o pai, a mãe). O que está dentro depende do que está fora. 
Quando a pessoa está viva dentro de nós, não precisamos ficar grudado com 
ela, não precisamos nos apegar a várias coisas. 
Se a mãe está morta dentro dele, o objeto transicional será o medo do 
abandono, um vazio, e será de forma falhada, perdendo o sentido real. EX.: O 
adulto que não toma Rivotril, mas não o tira da bolsa. O desespero de se 
encontrar abandonado cria o objeto transicional. Perdendo seu real significado e 
o sentido de fato do objeto transicional. Não sendo saudável para passar bem, 
de forma coerente e equilibrada para a fase adulta, carregando esse vazio 
(Patologia da carência e apego na fase adulta). 
Ilusão e Desilusão: o bebê acha que ele é onipotente e acredita que o 
seio é dele, é parte dele, que tudo está a seu dispor. O bebê pensa que tem o 
controle mágico. A tarefa da mãe será futuramente de desiludir o bebê. O bebê 
só poderá ser desiludido se ele for iludido pela mãe. Se ele não viver a ilusão, 
ele não acreditará que ele é poderoso e pode tudo, se sentindo mais confiante. 
Aos poucos a mãe fara a desilusão nele, através das falhas, a frustração, 
conforme for possível para ele suportar, de forma gradativa. 
Slide “Então podemos dizer que:” (descatexado: retirado da energia 
psíquica de acordo com a introdução ao meio social) 
1. Os objetos transicionais relacionam-se tanto aos objetos externos (seio 
materno) quanto internos (o seio magicamente introjetado); 
2. Os objetos e fenômenos transicionais pertencem ao reino da ilusão; 
3. Esse estágio inicial no desenvolvimento deve sua existência à capacidade 
da mãe de adaptar-se às necessidades do bebê, permitindo-lhe a ilusão 
de que o que ele cria realmente existe; 
4. O objeto transicional de um bebê torna-se, em geral, gradativamente 
descatexado, à medida que se desenvolvem os interesses culturais. 
Analogamente é expresso na vida adulta por meio das artes, religião, 
imaginação, criatividade. 
 
 
Concernimento e posição depressiva: a criança já está com ego 
estruturado e consegue ter Concernimento. 
Saudável X Patológico: quando o ambiente/pessoa não recebe a 
reparação, essa rejeição, negação, volta para a criança. Na saúde a criança 
consegue dar conta da culpa e é capaz de conseguir reparar, assim uma boa 
parte da agressividade se forma em funções sociais. Quando ela se sente 
rejeitada, essa agressividade se volta para ela. 
De-Privação: privação todo mundo é privado de tudo o tempo todo, isso é 
normal (frustração). De-privação é quando a criança tem tudo e é retirado, 
quando tudo é tirado da criança; perda de algo bom, positivo para a pessoa. Algo 
existiu e se ausentou (é diferente de vazio, pois neste caso existiu). Pode ser o 
tempo de mamar, foi retirado por um tempo maior do que ela possa suportar. É 
caracterizado como traumático (experiencia excessiva ao qual o aparato 
psíquico não suporta). 
 
Slide 4: falso e verdadeiro self 
 
Falso e Verdadeiro Self: não são nem mau, nem bonito, eles se coabitam 
e está tudo bem. Ver o contexto e como esses selfs são criados. Primeiras 
relações objetais. O bebê ainda está se construindo com a mãe e vai depender 
do que essa mãe oferecerá para esse bebê. Só o ambiente modula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No início da vida é importante fortalecer o ego e criar um self verdadeiro. 
A capacidade da mãe ser suficientemente boa proporcionará através da 
identificação, acolhimento, a validação, ambiente saudável, no qual a criança 
possa ser ela mesma, existindo e não reagindo (mecanicamente); contribuirá 
para o desenvolvimento do verdadeiro self. 
Nós, quanto pessoas, não podemos viver o verdadeiro self o tempo todo, 
apenas o perverso (Psicopata - sem filtro e o que dá na telha, movido pelo ID), 
que vive o self verdadeiro constantemente. Em alguns momentos e locais na 
vida, não podemos ser o self verdadeiro. 
Falso self: a pessoa morre fisicamente, adoecimento, não ser você 
mesmo. Excesso do outro dentro de vc. É uma pessoa tão submissa que é 
anulada. É quando o bebê é muito polido, castrado e não pode ser ele nunca. É 
a mãe que manda e desmanda o filho, e o bebê vai cada vez mais sendo 
submisso à mãe, deixando de ser ele mesmo. Produz o que o ambiente solicita, 
mas não é autêntico. Não é ausência de objeto transicional, mas o adoecimento 
físico. Uma mãe não suficientemente boa, faz com que o bebê seja submisso a 
ela; ela não é capaz de complementar a onipotência do bebê. Pode ter ou não, 
objeto transacional, que pode ser a religião por exemplo. 
Self verdadeiro: gesto espontâneo do bebê são indícios do seu verdadeiro 
self, se ele for podado aqui, já começa a podar quem ele é verdadeiramente. 
Fortalecimento da autonomia do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Slide 5: transferência e contratransferência, continência e limites do 
setting 
 
Transferência e contratransferência, continência e limites do setting 
No setting: simbolizar é quando o paciente consegue simbolizar (dar 
significado, identificar, representar. Tira do concreto para o simbólico, sabe 
transformar sua queixa em palavra, sentido, conexão com a dor, outro sentido) 
o que ele sente, ele nomeia e depois do sentido, isso é indicativo de 
amadurecimento. Quando ele começa a simbolizar ele dá nome para o que ele 
sente. A linguagem é um símbolo, ajudamos o paciente quandoele consegue 
nomear o que sente. 
Slide “Certamente, no setting...” 
• Certamente, no setting (diferentemente do que acontece na 
observação direta do desenvolvimento infantil), não é possível datar 
ou prever o momento “adequado” para o surgimento de alguma 
resposta por parte do paciente, ao processo psicoterápico (por 
exemplo, insights, associações livres etc.); 
• Todavia, assim como o bebê que se desenvolve apresenta uma 
capacidade física e emocional para tal processo, no setting o paciente 
também demonstrará (ou não) sua capacidade para SIMBOLIZAR, 
como indicativo de seu desenvolvimento emocional, naquele 
momento!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neurose de transferência: o paciente vai atacar, manipular o terapeuta. 
É caracteristicamente derivada do ID (impulsivo, neurótico). Se comportará com 
o analista como se fosse a pessoa que o paciente está projetando no analista, 
percebendo isso o analista atuará com o paciente trazendo do inconsciente para 
o consciente. E o analista se adapta ao paciente. 
Slide “Neurose de transferência” 
• Na análise, a neurose de transferência é caracteristicamente derivada 
do id; 
• O paciente pode dizer ao analista: “Você me lembra minha mãe”. 
Então, percebemos que o analista recebe indícios de modo que possa 
interpretar não apenas a transferência de sentimentos da mãe para 
com ele, mas também: 
1 Elementos instintivos inconscientes; 
2 Conflitos; 
3 Defesas. 
• Desta forma, o inconsciente começa a ter um equivalente consciente 
e a se tornar um processo vivo, assim como a se tornar um fenômeno 
aceitável pelo paciente. 
O analista tem que ser suficientemente bom no processo transferencial 
para receber esse ataque para que através dessa dinâmica o paciente possa 
trazer os conteúdos do inconsciente para o consciente para compreender com 
quem e o porquê o paciente tem o problema. O analista tem que se adaptar ao 
paciente. 
 
Meu palpite para discursivas: Self verdadeiro e Falso e Neurose de 
transferência.

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