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Problema 3: evidências sem disfarces 1. Definir a Medicina Baseada em Evidências P O MBE é caracterizado pela prática da medicina em um contexto em que a experiência clínica é integrada com a capacidade de analisar a informação científica para melhorar a qualidade da assistência médica; P Tem como intuito formar médicos com senso crítico e aptos a manter o processo de educação continuada; P Competências necessárias para a prática da MBE: q Identificar os problemas relevantes do paciente; q Converter os problemas em questões de forma que seja possível encontrar as respostas necessárias; q Pesquisar as fontes de informação; q Avaliar a qualidade da informação; q Chegar a uma conclusão correta; q Aplicar conclusões para melhoria dos pacientes. 2. Explicar os tipos de estudo científico utilizados no MBE P Estudos observacionais: q Estudo descritivo: não tentam analisar possíveis associações entre exposições e efeito, são baseados em estatísticas de mortalidade e podem analisar a ocorrência de óbitos de acordo com a idade, sexo ou grupo étnico durante um período específico de tempo ou em vários países; q Estudo de correlação: são analisados grupos ao invés de indivíduos, são úteis para gerar hipóteses. Podem ser feitos comparando populações em diferentes lugares ao mesmo tempo ou comparando a mesma população em diferentes momentos; q Estudo transversal: medem a prevalência da doença e são úteis para avaliar as necessidades em saúde da população. Enfatizam características pessoais e demográficas, doenças e hábitos relativos à saúde; q Estudo de casos e controles: consistem em uma forma relativamente simples de investigar a causa das doenças, particularmente doenças raras e esse tipo de estudo inclui pessoas com a doença e um grupo controle; q Estudos de coortes: iniciam com um grupo de pessoas livres da doença, que são classificadas em subgrupos, de acordo com a exposição a uma causa potencial da doença ou desfecho sob investigação com o objetivo de ver o surgimento de novos casos de doença. P Estudos experimentais: q Ensaio clínico randomizado: tem por objetivo estudar os efeitos de uma intervenção em particular, a qual os indivíduos selecionados são aleatoriamente alocados para grupos de intervenção e controle; q Ensaios de campo: ao contrário do ensaio clínico, envolvem pessoas que estão livres de doença, mas com risco de desenvolvê-la. Podem ser utilizados para avaliar intervenções que objetivam reduzir a exposição sem necessariamente medir a ocorrência dos efeitos sobre a saúde; q Ensaios comunitários: como o nome já diz, esse tipo de estudo é feito em comunidades, apropriado para doenças que tenham suas origens nas condições sociais. P Estudos com junção de vários estudos: q Revisão sistemática: revisão com critérios explícitos, sendo esses critérios claros para que outro pesquisador possa chegar ao mesmo resultado aplicando a metodologia; q Metanálise: processo dos dados da revisão sistemática; q Revisão bibliográfica: revisão sem critérios explícitos, normalmente realizada para escrever a introdução de artigos. 3. Compreender os graus de recomendação e os níveis de evidência P Níveis de evidência científica segundo a classificação de Oxford Centre for Evidence-Based Medicine: é dividido de acordo com o grau de recomendação (A-D) e aos níveis de evidência (1-5), sendo que 1A é o topo; q 1A: Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados; q 1B: Ensaio clínico controlado e randomizado com intervalo de confiança estreito; q 1C: Resultados terapêuticos do tipo “tudo ou nada”; q 2A: Revisão sistemática de estudos de coorte; q 2B: Estudo de coorte; q 2C: Observação de resultados terapêuticos e estudo de correlação; q 3A: Revisão sistemática de estudos caso-controle; q 3B: Estudo caso-controle; q 4: Relato de casos; q 5: Opinião desprovida de avaliação crítica ou baseada em matérias básicas. P Método GRADE (Grading Recomendations Assessment, Developing and Evaluation): a qualidade da evidência é classificada em quatro níveis (alta, moderada, baixa ou muito baixa) e todos os desfechos analisados devem ser listados com o seu grau de importância para a decisão clínica. A avaliação começa com o delineamento da pesquisa, assim com o método de classificação da Oxford, os ensaios clínicos randomizados possuem uma classificação alta, enquanto os estudos observacionais começam com baixa qualidade. Em seguida, é usado um sistema de ponderação para diminuir ou aumentar a qualidade da evidência contendo os seguintes itens: q Fatores que diminuem a qualidade da evidência: limitações do estudo, inconsistência dos resultados, evidência indireta, imprecisão, viés de publicação; q Fatores que aumentam a qualidade da evidência: grande magnitude de efeito, gradiente dose-resposta, confundidores ou vieses reduziam o efeito encontrado. P Após a avaliação, recomenda-se elaborar uma tabela, contendo os resultados do desfecho, resultado do julgamento de cada um dos fatores que alteraram a qualidade da evidência e o resultado da avaliação da qualidade para aquele desfecho. 4. Descrever os itens fundamentais de uma boa estratégia científica baseada na estratégia PICO P P – paciente ou problema; q Pode ser um único paciente, um grupo de pacientes com uma condição particular ou um problema de saúde. P I – intervenção; q Representa a intervenção de interesse, que pode ser terapêutica, preventiva, diagnóstica, prognóstica, administrativa ou relacionada a assuntos econômicos. P C – controle ou comparação; q Pode ser um procedimento padrão (tipo de intervenção mais utilizada), intervenção de comparação ou placebo. P O – desfecho. q Resultado esperado. 5. Relacionar o MBE com o PBL P Uma vantagem do MBE é sua integração natural com a metodologia PBL, dessa forma, o aluno acaba adquirindo uma atitude de autoaprendizagem e capacidade multidisciplinar, o que reflete em uma maior competência no exercício da profissão e na resolução de problemas; P Uma diferença entre o MBE e o PBL é que o MBE tem como objetivo solucionar um problema através de perguntas, enquanto o PBL não visa somente na solução do problema e sim utilizar o problema para aumentar o conhecimento. 6. Identificar o papel do Comitê de Ética em Pesquisa P O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegiado interdisciplinar e independente, com função pública, que deve existir nas instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro dos padrões éticos; P O comitê é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos; P O papel do comitê foi estabelecido nas diretrizes éticas internacionais e brasileiras que ressaltam a necessidade de revisão ética e científica das pesquisas envolvendo seres humanos, visando a salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem- estar do sujeito da pesquisa; P De acordo com a Resolução CNS 196/96, “toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa”; P Além disso, o comitê contribui para a qualidade das pesquisas e para a discussão do papel da pesquisa no desenvolvimento institucional e no desenvolvimento social da comunidade; P Por fim, o comitê exerce o papel consultivo e papel educativo para assegurar a formação continuada dos pesquisadores da instituição e promover a discussão dos aspectos éticos das pesquisas em seres humanos na comunidade. 7. Conhecer o Centro Cochrane do Brasil e as demais bases de dados P Centro Cochrane do Brasil: é um dos 13 Centro da Colaboração Cochrane, é uma organização governamental, sem finslucrativos e sem fontes de financiamento internacionais. Tem como objetivo de manter e divulgar revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados, o melhor nível de evidência para as decisões em saúde; P SciELO: é uma base de dados voltada para a publicação de artigos científicos, principalmente desenvolvidos em países da América Latina e do Caribe. Um dos pontos de destaque do SciELO é o desenvolvimento de métricas sobre o impacto dos artigos publicados, de acordo com o alcance; P MEDLINE: é uma base de dados em saúde que concentra o acervo da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. É o principal banco de dados do PubMed; P Portal de periódicos da CAPES: o CAPES é um órgão do governo federal, vinculado ao MEC, destinado ao apoio para cursos de mestrado e doutorado. A plataforma é destinada às instituições que possuem convênio com a CAPES, porém, mesmo que não esteja estudando ou trabalhando em uma instituição conveniada à CAPES, a pessoa ainda pode fazer o uso do portal, mas a aquisição do material não é gratuita; P LILACS: é um acervo contruído de forma colaborativa e reúne toda a literatura acadêmica da área da saúde produzida por pesquisadores latino-americanos e apresenta artigos em português e espanhol. q A vantagem do LILACS em relação aos demais é que ele possui exigência menores para submissão de trabalhos, em comparação com o PubMed, por exemplo, porém não tira a sua credibilidade e por se tratarem de temas locais ou prevalentes nos países latino-americanos, são mais relevantes internamente do que externamente.
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