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Petição inicial Revisão Pensão por morte

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MERITÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
NOME COMPLETO, ambos já cadastrados eletronicamente, vêm, com o devido respeito, por meio dos seus procuradores, perante Vossa Excelência, propor,
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE REVISÃO DE PENSÃO POR MORTE
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos fundamentos fáticos e jurídicos que ora passa a expor:
I - DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A parte Autora recebe o benefício de pensão por morte nº XXXXXXXXXX, desde DATA.
O benefício foi calculado sobre o valor da aposentadoria recebida pelo segurado instituidor (NB XXXXXXXXXXXX).
Todavia, em razão de serem dois dependentes do segurado falecido, o INSS calculou o benefício de acordo com a regra prevista no art. 23, da Emenda Constitucional nº 103/2019, que prevê o pagamento de uma cota familiar de 50%, acrescida de 10% por dependente, até o máximo de 100%.
Ocorre que, conforme amplamente demonstrado por meio dos atestados médicos juntados no processo administrativo (em anexo), o Sr. ${cliente_nome} é dependente inválido, razão pela qual o valor do benefício deveria ter correspondido a 100% do valor da aposentadoria a que o de cujus teria direito, não havendo que se falar em qualquer redução.
TaL decisão indevida motiva a presente demanda.
I.1. PENSÃO POR MORTE E REQUISITOS LEGAIS
Da qualidade de dependente:
A pensão por morte tem previsão no art. 74 da Lei 8.213/91, a qual regula que será devido o benefício ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou não.
De mesma banda, o artigo 16 da mesma lei define aqueles que são dependentes do segurado. Veja-se (grifei):
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;   (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
(...)
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
Assim, considerando que a Sra. XXXXXX era casada com o segurado falecido (certidão de casamento em anexo) e considerando que o filho do casal, Sr. XXXXXXXXXXX, tornou-se incapaz há vários anos, de maneira definitiva e irreversível, impossibilitado de prover sua subsistência, tem-se configurada a condição de dependentes nos termos da legislação.
Nesse sentido, o fato de o Autor encontrar-se incapacitado antes do óbito de seu pai já permite reconhecer sua qualidade de dependente do falecido. Tal entendimento já é pacificado, veja:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHO INVÁLIDO. INVALIDEZ POSTERIOR À MAIORIDADE. CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. POSSIBILIDADE. MARCO INICIAL. 1. Na vigência da Lei nº 8.213/91, dois são os requisitos para a concessão de benefício de pensão por morte, quais sejam: a qualidade de segurado do instituidor e a dependência dos beneficiários que, se preenchidos, ensejam o seu deferimento. 2. Comprovado que a invalidez da parte autora remonta a período anterior ao óbito de seus pais, não sendo exigida prova de que exista desde o nascimento ou tenha sido adquirida até aos 21 anos para que o filho possa ser considerado beneficiário, é de ser reconhecida a dependência econômica exigida para a concessão do benefício. 3. Inexiste vedação legal à cumulação de pensão por morte com o benefício de aposentadoria por invalidez. Inteligência do art. 124 da Lei 8.213/91. 4. A invalidez do autor não se confunde com a incapacidade prevista no art. 3º do Código Civil, razão pela qual, transcorridos mais de 30 dias entre a data do óbito e o requerimento administrativo, incide o disposto no art. 74, II, da Lei 8.213/91. (TRF4, AC 0016765-24.2010.404.9999, Sexta Turma, Relator João Batista Pinto Silveira, D.E. 09/07/2014)
 
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. REQUISITOS. DEPENDENTE ABSOLUTAMENTE INCAPAZ AO TEMPO DO ÓBITO. PRESCRIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. 1. A concessão do benefício de pensão por morte depende do preenchimento dos seguintes requisitos: (1) ocorrência do evento morte, (2) condição de dependente de quem objetiva a pensão e (3) demonstração da qualidade de segurado do de cujus por ocasião do óbito. 2. Considerando que a invalidez do autor foi fixada em agosto de 2010, ou seja, anteriormente à data do óbito de seu pai (18-10-2010), restam atendidos os requisitos previstos para a concessão da pensão por morte nos termos dos artigos 16 e 74, ambos da Lei nº 8.213/91. 3. O fato de o início da incapacidade ter sido fixado após o autor completar 21 anos não é empecilho à concessão da pensão, uma vez que a lei apenas exige que a invalidez seja preexistente ao óbito. 4. O absolutamente incapaz não pode ser prejudicado pela inércia de seu representante legal. Desta sorte, contra o absolutamente incapaz não corre a prescrição, nos termos do art. 198, I, do Código Civil e os arts. 79 e 103, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, não se aplicando o art. 74, inciso II, da Lei de Benefícios. 5. Declarada pelo Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, os consectários legais comportam a incidência de juros moratórios equivalentes aos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicáveis à caderneta de poupança (STJ, REsp 1.270.439/PR, 1ª Seção, Relator Ministro Castro Meira, 26/06/2013) e correção monetária pelo INPC e demais índices oficiais consagrados pela jurisprudência. (TRF4, APELREEX 5008222-53.2011.404.7107, Quinta Turma, Relator p/ Acórdão Luiz Carlos de Castro Lugon, juntado aos autos em 07/11/2013, com grifos nossos)
Ademais, importante destacar o que aduziu o Exmo. Relator do processo federal nº 0016765-24.2010.404.9999, firmando entendimento de que a invalidez diagnosticada à época do óbito do segurado é suficiente para verificar a situação de dependência, veja (grifei):
No caso em apreço, a constatação da dependência está condicionada à verificação da invalidez do requerente à época dos óbitos dos instituidores da pensão e, se existente, será aquela presumida, nos termos do artigo 16, I e §4º da Lei nº 8.213/91.
Outrossim, cumpre salientar que a própria pericia administrativa reconheceu a incapacidade do Autor, desde  DATA, veja (recortado do processo administrativo em anexo, página XXXX, com (grifos nossos):
XXXXXXXXX
Por fim, constata-se que, conforme CNIS em anexo, o Sr. XXXXXXX também é aposentado por invalidez desde DATA DA PERÍCIA, NB XXXXXXX.
Nesse sentido, resta comprovada a dependente do filho maior de 21 anos inválido.
· Da qualidade de Segurado:
Segundo a lei 8.213/91, a concessão do benefício de pensão por morte depende da ocorrência do evento morte e, além da dependência de quem objetiva a pensão, a demonstração da qualidade de segurado do de cujus.
Na presente demanda, tal requisito restou plenamente demonstrado, visto que o falecido gozou de benefício previdenciário até a data do seu óbito, conforme comprova o extrato do INFBEN acostado à presente demanda (página 39 do processo administrativo).
Destarte, fundamental seja deferido o benefício ora pretendido ao Requerente, conforme atinem os dispositivos relacionados à matéria, e o entendimento jurisprudencial e doutrinário.
Guisa-se que ante o narrado, deparamo-nos com situação carecedora de apreciação peculiar, uma vez que o Demandante se encontra sem condições de sustento,tornando imperiosa a concessão do benefício pretendido.
· Do valor do benefício de pensão por morte
Considerando que o óbito do segurado ocorreu em DATA, verifica-se que se aplicam as regras previstas na Emenda Constitucional 103/2019.
Nesse sentido, em havendo mais de um dependente e sendo um deles inválido, a EC assim prevê:
Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valorda aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).
[…]
§ 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte de que trata o caput será equivalente a:
I – 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; […]
Isto significa dizer que, em havendo qualquer dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte será de 100% da aposentadoria do instituidor ou do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente na data do óbito.
Nesse sentido, veja-se o que dispõe o Ofício SEI Circular nº 064/2019/DIRBEN/INSS, de 30 de Dezembro de 2019:
3.5.4.2.2 A regra de cotas estabelece que o valor do benefício da pensão por morte partirá de 50% (cinquenta por cento) do valor apurado do benefício precedente ou do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente a que faria jus o instituidor, equivalente a uma cota familiar, e a ela são acrescidos 10% (dez por cento) por dependente limitado o total a 100% (cem por cento).
3.5.4.2.2.1 Exceção à regra é a pensão por morte ao dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, hipótese em que o valor do benefício será de 100% (cem por cento) do valor apurado do benefício precedente ou do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente a que faria jus o instituidor.
Nada diferente foi regulamentado na Portaria nº 450, de 3 de Abril de 2020:
Art. 49. A regra de cotas estabelece que o valor do benefício da pensão por morte partirá de uma cota global de 50% (cinquenta por cento) do valor apurado do benefício precedente ou do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente a que faria jus o instituidor, equivalente a uma cota familiar, acrescida de 10% (dez por cento) por dependente, limitado o total a 100% (cem por cento).
Parágrafo único. A regra do caput não se aplica à pensão por morte devida ao dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, hipótese em que o valor do benefício será de 100% (cem por cento) do valor apurado do benefício precedente ou do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente a que faria jus o instituidor, nos termos do inciso I do § 2º do art. 23 da EC nº 103, de 2019.
Portanto, se há qualquer dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, a aplicação da regra de pensão de 100% rateada entre os dependentes é imperativa.
Ocorre que o INSS calculou o valor do benefício em 70% sobre o valor que o segurado falecido auferia a título de aposentadoria, aplicando a regra geral ao caso.
Todavia, uma vez comprovado que o Sr. XXXXXX é dependente inválido, deve ser concedida pensão por morte no valor de 100% do montante percebido a título de aposentadoria pelo de cujus, a ser rateada entre a viúva e o filho inválido.
III – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
Considerando a política atual de acordo zero adotada pelos procuradores federais, o Autor vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII, do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
IV – DO PEDIDO
ANTE O EXPOSTO, requer:
A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que a parte Autora não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo do seu sustento próprio e da sua família;
O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como a concessão de prioridade na tramitação, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso);
A não realização de audiência de conciliação ou mediação;
A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, apresente defesa;
A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental;
O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a: 
Revisar a pensão por morte nº XXXXXXXXXX para que o cálculo da RMI seja efetuado  na forma prevista no art. 23, §2º, inciso I, da EC 103/2019, correspondendo a 100% do valor percebido a título de aposentadoria pelo segurado falecido;
Pagar aos Autores as parcelas vincendas e as diferenças vencidas e não prescritas decorrentes da presente revisão a partir da data do inicio do benefício, devidamente atualizadas até a data do efetivo pagamento, observada a prescrição quinquenal das parcelas vencidas.
Nesses Termos,
Pede e espera Deferimento.
Cidade – UF, data.
Dr. Xxxx
OAB/UF nº

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