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Filosofia 
Filosofia Medieval 
Objetivo 
Você aprenderá sobre o contexto histórico em que se desenvolveu a Filosofia Medieval (ou filosofia cristã), 
bem como alguns dos principais conceitos das obras de Agostinho de Hipona (ou Santo Agostinho) e Tomás 
de Aquino (ou Santo Tomás de Aquino). 
Se liga 
Para que você possa entender a base do pensamento de Agostinho de Hipona, é recomendável que você 
compreenda a Teoria das ideias de Platão, aqui. Porém, se você quer entender melhor o pensamento de 
Tomás de Aquino, é recomendável que você compreenda alguns aspectos da Metafísica de Aristóteles, aqui. 
Curiosidade 
O período medieval também ficou conhecido como "Idade das Trevas". Essa expressão foi cunhada por 
Francesco Petrarca (1304 - 1374) para descrever aquilo que ele considerava um declínio na qualidade da 
literatura, da filosofia e das artes em relação à antiguidade clássica. Essa concepção, pejorativa, da Idade 
Média como sendo um período de trevas, marcado pela superstição e pelo obscurantismo, durou até o século 
XX, quando foi questionada por uma nova historiografia proposta pela Escola de Annales. Essa nova 
concepção reconheceu os avanços importantes que ocorreram durante a Idade Média, tais como a 
Renascença Carolíngia, com a expansão educacional, a arquitetura gótica e o surgimento das universidades. 
Teoria 
 
O que é Patrística? 
Patrística, do latim pater que significa “pai”, diz respeito ao surgimento da filosofia cristã e à atividade dos 
chamados “Pais da Igreja”, bem como ao período de transição entre a Antiguidade e a Idade Média. Embora 
não haja consenso sobre as datas de início e término desse período, podemos compreendê-lo a partir de 
alguns eventos importantes. Por um lado, as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João (séc. I d.C.), 
como um marco inicial. Por outro lado, a morte de Santo Agostinho, bispo de Hipona (séc. V d.C.), considerado 
um dos principais nomes da Patrística, como o ponto final. 
Divide-se a Patrística em patrística grega (ligada à Igreja de Bizâncio) e patrística latina (ligada à Igreja de 
Roma) e seus nomes mais importantes foram: Justino, Tertuliano, Atenágoras, Orígenes, Clemente, Eusébio, 
Santo Ambrósio, São Gregório Nazianzo, São João Crisóstomo, Isidoro de Sevilha, Santo Agostinho, Beda e 
Boécio. 
 
 
 
https://descomplica.com.br/cursos/todas-as-carreiras-intensivo-basico-2020-d/aulas/ao-vivo-socrates-e-teoria-das-ideias-do-platao-02-03-2018-18h-15/videos/socrates-e-teoria-das-ideias-do-platao-020318-18h15/?q=teoria%20das%20ideias&s=false
https://descomplica.com.br/cursos/descomplica-top-turma-de-abril-2021/aulas/ao-vivo-metafisica-de-aristoteles-01-03-2019-20h-15/videos/metafisica-de-aristoteles-01032019-20h15/?q=metaf%C3%ADsica&s=false
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) 
Nascido em 354 d.C., em Tagaste (atual Argélia), Aurelius Augustinus, Santo Agostinho ou simplesmente 
Agostinho de Hipona, foi o maior nome da Patrística. De origem pagã, por parte de pai, e cristã, por parte de 
mãe (Santa Mônica), Agostinho teve acesso a uma educação clássica, isto é, ao chamado trivium (Lógica, 
Gramática e Retórica). A partir de sua prática intelectual teve contato com diversas doutrinas do pensamento 
como o ecletismo, o maniqueísmo, o estoicismo, o ceticismo e o neoplatonismo (sobretudo através de Plotino 
e Porfírio). 
Diz-se que após a leitura de Hortensius, diálogo de Cícero que não chegou até nós, Agostinho passou a 
empreender uma busca pela verdade. Não encontrando a verdade que buscava no Maniqueísmo (seita 
teológico-filosófica que pregava o materialismo e o dualismo entre Bem e Mal), ele se converte ao 
cristianismo em 387 d.C., tocado pelas pregações de Santo Ambrósio. No momento da conversão, Agostinho 
contava 33 anos e era pai de um filho, fruto da sua relação com uma concubina (termo usado para designar 
uma mulher que vive maritalmente com um homem, sem estar casada com ele). Em sua obra intitulada 
Confissões, ele narra toda a trajetória anterior e posterior à conversão, demonstrando como Deus havia 
conduzido a sua vida. 
 
Influência platônica 
No pensamento filosófico de Agostinho podemos identificar componentes das várias correntes com as quais 
o autor teve contato. A mais importante delas é o pensamento platônico, majoritário nas concepções 
agostinianas. Podemos citar, por exemplo, a primazia da ideia sobre a matéria, que aparece no dualismo entre 
a alma e o corpo, sendo a alma o caminho para se alcançar a iluminação divina, que permite o conhecimento 
verdadeiro e o corpo imperfeito, tal como no mundo sensível de Platão. 
Outra dualidade importante é aquela entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, o que também nos 
remete à divisão entre o mundo inteligível e o mundo sensível. Para Agostinho, a Cidade dos Homens, terrena 
e guiada pelos interesses humanos, é o lugar da desarmonia, da injustiça, da corrupção e da morte. A Cidade 
de Deus, por sua vez, celeste e guiada por princípios divinos, é o lugar da harmonia, da justiça, da felicidade e 
da paz. Segundo Agostinho, um dia a Cidade de Deus irá prevalecer sobre a Cidade dos Homens. 
 
Fé e razão 
Baseando-se na passagem bíblica: “Se não crerdes, não compreendereis”, (Isaías, 7:9), Agostinho soluciona a 
dicotomia entre fé e razão. Para ele, não se trata de coisas opostas, mas sim complementares. A razão, 
entendida como uma luz natural, é um dom divino e, por isso mesmo, deve ser utilizado. Porém, por sua 
natureza corrompida pelo pecado original, a mente humana não é capaz de alcançar a verdade apenas com 
o auxílio da racionalidade. Por isso, o homem necessita da fé, que corresponde à luz divina, que ativa o 
intelecto humano para que ele possa alcançar a verdade revelada. Note-se que embora a razão explique 
logicamente o conteúdo da verdade, ela está a serviço da fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
Doutrina da iluminação divina 
A partir dessa relação entre fé e razão, bem como da teoria platônica da reminiscência, Agostinho nos 
diz: ”Não te dirijas para fora, regressa a ti mesmo; no homem interior habita a verdade (...)”. Na teoria platônica 
da reminiscência, a alma traz consigo o conhecimento da verdade, isto é, das ideias perfeitas e eternas que 
contemplou no mundo inteligível, porém ao se unir ao corpo, ela se esquece desse conhecimento e, para 
acessá-lo novamente, precisa da dialética e da filosofia. Agostinho, por sua vez, descreve um processo muito 
semelhante, no qual ao criar o homem, Deus lhe deu uma centelha divina, essa centelha nada mais é do que 
a verdade colocada no interior de sua alma. Porém, a nossa natureza pecaminosa limita a razão, que precisa 
ser iluminada pela fé para ter acesso à verdade. Desse modo, a razão explica aquilo que, anteriormente, foi 
revelado pela fé. 
 
 
Problema do mal 
O problema acerca da origem e da existência do mal é anterior ao próprio Agostinho e pode ser formulado 
pelo Trilema Paradoxal atribuído a Epicuro, que consiste em três afirmativas, onde a aceitação da validade de 
duas delas exclui, necessariamente, a validade da terceira. Vejamos as afirmativas: 
● Deus é Onibenevolente: (absolutamente bondoso); 
● Deus é Onisciente: (tem absoluta ciência de tudo, conhece tudo); 
● Deus é Onipotente: (tem poder ilimitado, pode tudo). 
 
Partindo da premissa de que o mal existe, se tentarmos unir essas três afirmativas numa mesma realidade 
encontraremos os seguintes problemas: 
● Se Deus é Onisciente e Onipotente: Ele possui conhecimento da existência do mal e poder para acabar 
com ela; logo, se não o faz ele é porque não é Onibenevolente, pois não pode ser absolutamente bom 
permitindo a existência do mal. 
● Se Deus é Onipotente e Onibenevolente: Ele possui poder para acabar com o mal e desejo de assim fazê-
lo; logo, se não o faz é porque não é Onisciente, pois não tem conhecimento da existência do mal. 
● Se Deus é Onisciente e Onibenevolente:Ele tem conhecimento da existência do mal e desejo de acabar 
com ela; logo, se não o faz é porque não é Onipotente, pois não tem poder para tal. 
 
Assim, Epicuro parece ter provado que, caso o mal exista, não é possível que Deus tenha, ao mesmo tempo, 
três dos seus atributos mais importantes, quais sejam, Onipotência, Onisciência e Onibenevolência. Note-se 
que, para que o paradoxo de Epicuro funcione, é necessário admitir a existência do mal. É exatamente por aí 
que Agostinho começa a refutá-lo. Opondo-se à ideia de que Deus, sendo fonte de todas as coisas, teria criado 
o mal, bem como à concepção maniqueísta, segundo a qual Bem e Mal existem enquanto entidades 
concretas, Agostinho contra-argumenta, basicamente, nos seguintes termos: primeiro, sendo Deus a fonte da 
Suprema Bondade, Ele jamais poderia criar o seu contrário, portanto, o mal não é uma obra de Deus; segundo, 
o mal não possui existência real, pois é apenas a ausência do Bem. Desse modo, o mal moral sucede ao 
homem quando ele, por escolha própria, se afasta de Deus e passa a buscar as coisas do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
O livre-arbítrio 
 Outro problema central no pensamento agostiniano, a questão da liberdade surge articulada com a questão 
da vontade. Para ele, a vontade não é racional. A vontade está ligada à natureza humana que é pecaminosa. 
Por estar submetida à vontade, ela nos afasta de Deus na medida que nos aproxima do pecado. A defesa feita 
pelos pensadores clássicos da racionalidade como caminho para se alcançar a virtude, o bem e a felicidade 
não encontra respaldo no pensamento agostiniano. Como autônomo, o julgamento humano é falho e sempre 
estará inclinado ao mal. Por isso, devemos buscar, através da racionalidade, a graça divina. A verdadeira 
liberdade se manifesta então no caminho em direção a Deus, pois servir e obedecer a Deus não é não ter livre-
arbítrio, mas usar a racionalidade para ser abençoado pela graça. Pecar não é ser livre, pois o pecado 
escraviza a alma. Nessa perspectiva, o livre-arbítrio é a garantia de que Deus não interfere nas nossas 
escolhas. No entanto, todas as nossas ações serão, em algum momento, julgadas. 
 
 
O que é Escolástica? 
Após a consolidação do cristianismo como religião e de sua relevância política expressa na entidade mais 
influente do medievo, a Igreja Católica — era o Papa que coroava e legitimava o poder dos reis — a filosofia 
cristã passou do período de defesa e disseminação da fé para o da sistematização e organização dos dogmas 
religiosos. Questões cada vez mais profundas surgiam e os pensadores buscavam dar conta da necessidade, 
cada vez maior, de explicar a origem e a natureza da religião cristã e de sua divindade suprema. Tais 
explicações constituem a teologia. 
No século VIII, a Europa passou por um processo de expansão educacional iniciado por Carlos Magno, rei dos 
francos. Esse período, que ficou conhecido como a renascença carolíngia, deu origem a diversas escolas 
ligadas às instituições católicas, com o objetivo de retomar e difundir a cultura greco-romana. Baseando-se 
no modelo de educação romana, o currículo de tais escolas era composto pelo conjunto das artes liberais, ou 
seja, o trivium (gramática, retórica e lógica) e o quadrivium (geometria, aritmética, astronomia e música). A 
partir do século XII, por ter sido ensinada nas escolas, a Filosofia medieval recebeu também o nome de 
Escolástica. 
Outra característica marcante da educação Escolástica foi o método por ela inventado para expor ideias 
filosóficas, conhecido como disputa. Esse método consistia na apresentação de uma tese que devia ser 
defendida ou refutada com base em argumentos retirados da Bíblia, de Platão, de Aristóteles ou de outros 
Padres da Igreja. Desse modo, uma ideia era considerada verdadeira ou falsa de acordo com a qualidade dos 
argumentos encontrados na tradição. Por isso, costuma-se dizer que, na Idade Média, o pensamento estava 
fundamentado no princípio de autoridade. Ou seja, uma ideia só é considerada verdadeira se for baseada nos 
argumentos de uma autoridade reconhecida (Bíblia, Platão, Aristóteles, papas e santos). 
A Escolástica abrange pensadores europeus, árabes e judeus. Por isso, dentre os teólogos medievais mais 
importantes foram: Abelardo, Duns Scoto, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomás de Aquino, Santo 
Alberto Magno, Guilherme de Ockham, Roger Bacon, São Boaventura. Do lado árabe: Avicena, Averróis, 
Alfarabi e Algazáli. Do lado judaico: Maimônides, Nahmanides, Yeudah bem Levi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
Tomás de Aquino (São Tomás de Aquino) 
Nascido em 1225, em Roccasecca, no condado de Aquino (atual região do Lácio, Itália), Tomás de Aquino é 
considerado um dos mais importantes Doutores da Igreja. Ao lado de São Paulo e Santo Agostinho, ele 
configura um dos grandes pilares de sustentação da doutrina cristã. Principal nome da Escolástica, sua vasta 
contribuição intelectual e sua vida austera ainda hoje servem de modelo para todos aqueles que se dedicam 
ao estudo da teologia e ao sacerdócio. 
 
 
Fé e razão 
Durante a Escolástica, o problema básico da filosofia cristã, qual seja, a relação entre fé e razão continuou 
preponderante, sendo, inclusive, reformulado pelo tomismo. Se em Santo Agostinho o lema era “crer para 
entender”, em São Tomás de Aquino o lema é “entender para crer”, pois a compreensão racional dos dogmas 
fortalece a fé. Note-se que em ambos os casos fé e razão são conciliáveis. Embora São Tomás de Aquino dê 
maior autonomia à razão do que Santo Agostinho, ela só é importante na medida em que cumpre a finalidade 
de nos preparar para a fé. Ou seja, a razão continua subordinada à fé. 
Destaca-se ainda a distinção tomista entre a filosofia e a teologia. Tanto a filosofia quanto a teologia devem 
buscar a compreensão de Deus. Porém, a filosofia nos fornece um conhecimento imperfeito, já a teologia nos 
proporciona o esclarecimento, a revelação. Para São Tomás de Aquino, a razão precisa ser aperfeiçoada pela 
fé, para que se possa alcançar um conhecimento completo sobre as coisas. Assim, a teologia corrige a 
filosofia. Desse modo, a graça aperfeiçoa a natureza. 
 
 
Teoria das cinco vias 
Durante muito tempo a Igreja impediu a divulgação das obras de Aristóteles, por entender que o seu caráter 
científico se opunha aos dogmas cristãos. Porém, Tomás de Aquino, um estudioso notável, teve acesso a 
essas obras através dos pensadores árabes, como Avicena, Averróis e Alfarabi, que já traduziam e 
comentavam os textos aristotélicos. Esse contato com o pensamento aristotélico foi fundamental para a 
formulação da sua teoria das cinco vias, isto é, dos cinco argumentos que ele apresenta com o objetivo de 
demonstrar racionalmente a existência de Deus. Nesses argumentos encontramos diversas concepções 
aristotélicas, tais como a teoria das quatro causas, o princípio da não-contradição e as noções de substância, 
ato e potência. Obviamente, para adaptar o pensamento de Aristóteles às doutrinas cristãs foram necessárias 
algumas adaptações. Por exemplo, a passagem do Ato para a Potência, mesmo em seres da natureza, não é 
autodeterminada, pois quem define essa mudança é Deus. Dessa adaptação surgiu o chamado aristotelismo 
cristão, que colocou o pensamento aristotélico a serviço da fé cristã. 
Passemos agora às cinco vias de Tomás de Aquino: 
● Motor imóvel: tudo que se move precisa ser movido por algo ou alguém, mas quem moveu esse alguém? 
Tal regressão iria ao infinito se não houvesse um motor imóvel, ou seja, algo que dê origem a todo 
movimento, mas que não é movido. Tomás de Aquino diz que esse motor é Deus. 
● Causa primeira: tudo que existe precisa ter sido criado, não é possível que tudo tenha em si mesmo sua 
origem, mas se uma coisa dá origem à outra é preciso que algo tenha causado a sucessão dos efeitos, 
essa causa primeira é Deus. 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
● Necessário econtingente: tudo que existe um dia não existiu e pode se extinguir, mas se tudo é 
contingente nada poderia existir. Já vimos que, para que algo exista, é preciso que alguma coisa anterior 
lhe dê origem, logo, há um ser que sempre existiu sem ter sido gerado por nada, um ser necessário, que 
é gerador de todos os seres. 
● Graus de perfeição: todas as coisas são melhores ou piores quando relacionadas a outras, precisa haver 
um paradigma de comparação. Se uma coisa é mais ou menos quando comparada com outras, é preciso 
admitir que há um ser que contém em si todas as perfeições em seu máximo grau, esse ser é Deus. 
● Finalidade do ser: todas as coisas na natureza obedecem a uma ordem e se orientam a um fim, como a 
flecha orientada pelo arqueiro. Assim existe um ser que ordena todas as coisas e faz com que tudo 
chegue a seu fim, esse ser é Deus. 
 
 
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Filosofia 
Exercícios de fixação 
 
1. Agostinho sofreu forte influência do Neoplatonismo, sobretudo através de: 
a) Plotino 
b) Tertuliano 
c) Pedro Abelardo 
d) Tomás de Aquino 
 
2. Como ficou conhecida a união, feita por Agostinho, entre o pensamento grego e os dogmas cristãos? 
a) maniqueísmo 
b) aristotelismo cristão 
c) platonismo cristão 
d) neoplatonismo 
 
 
3. Assim como Justino, Agostinho defendia o uso da razão, por entendê-la como: 
a) um dom divino 
b) uma fonte de heresia 
c) uma coisa pagã 
d) aquilo que nos faz superior a Deus 
 
 
4. Para Tomás de Aquino, a fé deve: 
a) Desmentir a razão 
b) Superar a razão 
c) Aperfeiçoar a razão 
d) Negar a razão 
 
 
5. O aristotelismo cristão consiste na: 
a) Adaptação do cristianismo às ideias de Aristóteles 
b) Adaptação de Aristóteles ao cristianismo 
c) Canonização das obras de Aristóteles 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
Exercícios de vestibulares 
 
 
1. “A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas 
traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia 
aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho 
venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão)” 
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CH TELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar 
Editores: 1983, p.77. 
 
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento 
de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças: 
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, 
a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano. 
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não 
existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos. 
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a 
forma do corpo. 
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela 
contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, 
a centelha de Deus que existe em cada um. 
e) Para Agostinho, é possível alcançar o conhecimento verdadeiro através dos sentidos, enquanto 
para Platão, apenas através da fé. 
 
 
2. Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo 
de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na 
composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, 
porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em 
maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É 
certo que uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, 
mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que 
é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material? 
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.) 
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma 
a) desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas. 
b) antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias. 
c) serviu como argumento antiteológico mobilizado contra o pensamento escolástico. 
d) é fundamentada no argumento metafísico da primazia da substância imaterial. 
e) é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da moralidade. 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
3. Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus 
existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que 
lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no 
pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, 
desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus 
é evidente. 
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002. 
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por 
a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos. 
b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé. 
c) explicar as virtudes teologais pela demonstração. 
d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados. 
e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas. 
 
 
4. Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo 
Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, 
como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da 
Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza. 
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado). 
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque: 
a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus 
b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus. 
c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má. 
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal. 
e) Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
5. Leia o trecho extraído da obra Confissões. 
Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, 
Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que 
sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. 
SANTO AGOSTINHO. ConfissõesIX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores. 
Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta. 
a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. 
Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é 
contingente e mutável. 
b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o 
conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do 
homem. 
c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma 
possuía antes de se unir ao corpo. 
d) A metáfora daluz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma 
possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. 
e) A metáfora da luz divina remete, em Santo Agostinho, ao momento em que a alma sai do mundo 
inteligível. 
 
 
6. Em sua teoria do conhecimento, Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação divina pela da 
abstração, de raízes aristotélicas: a única fonte de conhecimento humano seria a realidade sensível, 
pois os objetos naturais encerrariam uma forma inteligível em potência, que se revela, porém, não aos 
sentidos que só podem captá-la individualmente - mas ao intelecto.” 
INÁCIO, Inês C. e LUCA, Tânia Regina de. O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74. 
Considerando o trecho citado, assinale a alternativa VERDADEIRA. 
a) O texto faz referência à influência de Aristóteles no pensamento de Tomás de Aquino, que se opõe, 
em muitos pontos, à tradição agostiniana, que tinha influência de Platão. 
b) O texto expõe a doutrina da iluminação, formulada por Tomás de Aquino para explicar a origem de 
nosso conhecimento. 
c) Para Tomás de Aquino, a realidade sensível é apenas uma cópia enganosa da verdadeira realidade 
que se encontra na mente divina. 
d) Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação pela teoria da abstração aristotélica, a fim de 
mostrar que a fé em Deus é incompatível com as verdades científicas. 
e) Por se opor a matriz platônica da patrística, a escolástica representa uma ruptura com o período 
anterior da filosofia cristã, revogando todas as suas afirmações sobre Deus e o cristianismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
7. A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência 
humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de 
certas questões da religião. Discorrendo sobre a "possibilidade de descobrir a verdade divina", ele diz 
que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que 
a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. 
A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe. 
 
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino. 
a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. 
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. 
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais. 
d) A filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. 
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 
 
 
8. Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus 
antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre 
assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo 
movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver 
verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?” 
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. 
A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) 
a) essência da ética cristã. 
b) natureza universal da tradição. 
c) certezas inabaláveis da experiência. 
d) abrangência da compreensão humana. 
e) interpretações da realidade circundante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
9. Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livre-arbítrio da 
vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas se servem dele para pecar. Eu opunha à tua 
opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus 
no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido 
dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com 
retidão”. 
AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47. 
Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinho, é correto afirmar que: 
a) o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus. 
b) o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta. 
c) é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu 
amor pelo homem é maior do que o pecado. 
d) a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por 
meio do livre-arbítrio. 
e) A ação moralmente boa é aquela que decorre da própria noção de dever e que se expressa na forma 
de um imperativo categórico. 
 
 
10. Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão 
humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem 
ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. 
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de descobrir a verdade divina. Tradução de 
Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 61. 
 
Tomás de Aquino (1225 – 1274) foi um filósofo medieval do período da Escolástica. Uma grande 
importância em sua teoria é a análise da natureza divina através de conceitos aristotélicos. Em sua 
teoria das cinco vias, a existência de Deus se prova: 
a) através do uso da argumentação retórica para convencer os fiéis. 
b) pelo uso exclusivo da razão como fonte de todo conhecimento e sabedoria. 
c) pela comprovação científica para as certezas da fé. 
d) através da rejeição da fé cristã que não é compatível com o uso da razão. 
e) pelo movimento do Universo, já que todo movimento é causado por uma força exterior. 
 
 
 
 
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Filosofia 
Gabaritos 
 
Exercícios de fixação 
 
1. A 
A grande influência do neoplatonismo em Agostinho se deu, sobretudo, através das obras de Plotino e 
Porfírio. Ambos, como era comum à época, não se limitavam a traduzir os textos clássicos (Platão e 
Aristóteles), mas extraíam deles novas interpretações. 
 
2. C 
A união, feita por Agostinho, entre o pensamento grego e os dogmas cristãos é chamada de platonismo 
cristão. Note-se que nessa relação Agostinho preserva o cristianismo e adapta as teorias de Platão. Ou 
seja, as ideias platônicas é que devem se submeter à Bíblia e não o contrário. 
 
3. A 
Tanto para Justino quanto para Agostinho, a razão, entendida como luz natural, é um dom divino e, por 
isso mesmo, precisa ser exercitada e aplicada. Tertuliano, por sua vez, condenava a conciliação entre 
razão e fé, bem como a conciliação entre o cristianismo e a filosofia grega. Para ele, ambas (razão e 
filosofia) eram fontes de heresia e não deviam ser incorporadas à doutrina cristã. 
 
4. C 
De acordo com Tomás de Aquino, a razão precisa ser aperfeiçoada pela fé, para que se possa alcançar 
um conhecimento completo sobre as coisas. 
 
5. B 
O aristotelismo cristão consiste na adaptação de Aristóteles ao cristianismo, pois Tomás de Aquino 
corrige ou reformula algumas concepções da teoria aristotélica para adequá-la à fé cristã. Note-se que, 
nesse processo, a doutrina cristã é completamente preservada. 
 
 
Exercícios de vestibulares 
 
1. D 
Na teoria platônica da reminiscência, a alma traz consigo o conhecimento da verdade, isto é, das ideias 
perfeitas e eternas que contemplou no mundo inteligível, porém ao se unir ao corpo, ela se esquece desse 
conhecimento e, para acessá-lo novamente, precisada dialética e da filosofia. Agostinho, por sua vez, 
descreve um processo muito semelhante, no qual ao criar o homem, Deus lhe deu uma centelha divina, 
essa centelha nada mais é do que a verdade colocada no interior de sua alma. Porém, a nossa natureza 
pecaminosa limita a razão, que precisa ser iluminada pela fé para ter acesso à verdade. 
 
2. D 
Para Agostinho de Hipona, se é da natureza humana pecar, essa natureza está materializada no corpo. 
A alma, que recebe a iluminação divina, deve reinar sobre o corpo, que tende à vontade e ao pecado. 
Sendo assim, a alma é superior ao corpo e deve, portanto, governá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
3. B 
A Filosofia medieval foi marcada pela tentativa de conciliação entre o pensamento racional e a fé cristã. 
Tomás de Aquino é um dos maiores expoentes desse período, sobretudo daquilo que ficou conhecido 
como Escolástica. 
 
4. D 
Opondo-se à ideia de que Deus, sendo fonte de todas as coisas, teria criado o mal, bem como à concepção 
maniqueísta, segundo a qual Bem e Mal existem enquanto entidades concretas, Agostinho contra-
argumenta, basicamente, nos seguintes termos: primeiro, sendo Deus a fonte da Suprema Bondade, Ele 
jamais poderia criar o seu contrário, portanto, o mal não é uma obra de Deus; segundo, o mal não possui 
existência real, pois é apenas a ausência do bem. 
 
5. B 
Para Santo Agostinho, a doutrina da iluminação corresponde à irradiação da luz divina que atua 
imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. 
Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. Por isso, ele nos diz Não te dirijas 
para fora, regressa a ti mesmo; no homem interior habita a verdade (...)” 
 
6. A 
Santo Tomás afirmou que a teoria agostiniana da iluminação divina só era verdadeira no campo do 
conhecimento sobrenatural. Quanto ao saber puramente natural, Aristóteles estaria certo: nosso 
conhecimento não dependeria de qualquer auxílio divino, mas sim seria fruto de nosso próprio intelecto, 
a partir dos dados fornecidos pelos sentidos. 
 
7. C 
A afirmativa A está incorreta porque Tomás de Aquino também acredita na razão para se chegar a 
algumas verdades, por exemplo, que Deus existe. A alternativa B está incorreta pelo mesmo motivo; não 
só através de Deus o homem chega à revelação. A alternativa C está correta, pois o homem pode alcançar 
certas verdades por meios naturais, sem necessidade da revelação divina. A alternativa D está incorreta 
porque, para Tomás de Aquino, algumas verdades só são alcançadas pela revelação divina, como o fato 
de Deus ser uno e trino ao mesmo tempo. E a afirmativa E está incorreta porque nega a possibilidade do 
ser humano conhecer algo sobre Deus, o que contraria o pensamento do filósofo. 
 
8. D 
A questão da eternidade, tal como abordada no trecho destacado da obra de Santo Agostinho, diz respeito 
à abrangência da compreensão humana. Ou seja, Agostinho apresenta uma crítica com relação à tentativa 
de interpretação das ações divinas a partir do intelecto humano. 
 
9. B 
Para Agostinho, é o livre-arbítrio que permite a ação moralmente reta. Em outras palavras, é o fato de 
Deus não interferir nas suas ações que possibilita ao homem escolher, por si mesmo, o caminho do bem. 
Note-se que o texto apresenta dois pontos de vista distintos sobre o livre-arbítrio, o de Evódio e o de 
Agostinho. Para determinar o gabarito da questão é extremamente importante não confundi-los. Desse 
modo, o trecho: " Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio 
da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem (...)", é o que melhor representa 
o pensamento agostiniano. 
 
 
 
 
 
 
Filosofia 
10. E 
Influenciado pelo pensamento de Aristóteles, Tomás de Aquino desenvolveu a teoria das Cinco Vias, por 
meio das quais é possível provar a existência de Deus. Uma das vias é a do primeiro motor imóvel, que 
pressupõe que tudo que se move precisa ser movido por algo ou alguém, mas quem moveu esse alguém? 
Tentando responder a essa pergunta regressaríamos ao infinito se não houvesse, em algum momento, 
um motor imóvel, ou seja, algo que dê origem a todo movimento, mas que não seja movido. Tomás de 
Aquino diz que esse primeiro motor é Deus.

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