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Filosofia Medieval Santo Agostinho e Patrística FIL0653 - (Uece) O filósofo, teólogo e padre cearense Manfredo Ramos, um grande estudioso do pensamento de Agos�nho de Hipona (354-450), afirma o seguinte sobre a relação entre liberdade humana e graça divina. “Deus não salva ninguém obrigado. Ele nos criou sem pedir licença, mas não nos salva sem a nossa vontade. [...] Ele nos fez à sua imagem e semelhança, dotados de inteligência, por isso nos dá a liberdade. Toda a natureza criada é determinada para Deus. [...] Deus criador põe, em tudo o que faz, a sua marca, que é uma marca de bondade. Tudo é dirigido para o bem, porque Deus é bom. Mas o homem é chamado por Deus de uma maneira diferente, com liberdade. [...] o pobre do homem, ferido pelo pecado, ele quer o bem, quer fazer aquilo que está na marca dele, e não consegue. Por isso que essa perspec�va de salvação deve ser abraçada, deve ser querida, mas não sem a graça de Deus. Aqui é que está o mistério.” RAMOS, Manfredo. A ressurreição de Cristo e a perspec�va da Salvação. Entrevista ao site da Paróquia Nossa Senhora da Glória em 04-04-2018. Disponível em h�ps://www.paroquiagloria.org.br/confira-entrevista- com-monsenhor-manfredo-ramos-a-ressurreicao-de- cristo-e-a-perspec�va-da-salvacao/. Acessado em 05-11- 2022. Com base na passagem anterior, é correto afirmar, sobre a teoria agos�niana da liberdade e da graça, que a) a liberdade humana se conquista contra a graça divina. b) a liberdade humana não se relaciona com a graça divina. c) é preciso renunciar à liberdade para obter a graça divina. d) a liberdade humana age bem se conforme a graça divina. FIL0679 - (Fuvest) “Mas não medimos os tempos que passam, quando os medimos pela sensibilidade. Quem pode medir os tempos passados que já não existem ou os futuros que ainda não chegaram? Só se alguém se atrever a dizer que pode medir o que não existe! Quando está decorrendo o tempo, pode percebê-lo e medi-lo. Quando, porém, já es�ver decorrido, não o pode perceber nem medir, porque esse tempo já não existe”. Santo Agos�nho. Confissões. O tempo �sico e o tempo psicológico se diferenciam na medida em que o primeiro se firma na obje�vidade e o segundo, na subje�vidade. De acordo com os argumentos de Santo Agos�nho, pode-se dizer que, no romance Angús�a, de Graciliano Ramos, a passagem que melhor exprime a duração interior é: a) “– 1910. Minto, 1911. 1911, Manuel?” b) “Os galos marcavam o tempo, importunavam mais que os relógios.” c) “Julião Tavares ia afastar-se, dissipar-se, virar neblina.” d) “Mas no tempo não havia horas.” e) “O espírito de Deus boiava sobre as águas.” FIL0130 - (Ufu) Na medida em que o Cris�anismo se consolidava, a par�r do século II, vários pensadores, conver�dos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filosofia greco-romana que eles conheciam bem, começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos da filosofia grega ou u�lizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega para melhor expor as verdades reveladas do Cris�anismo. Esses pensadores ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais importante a escrever na língua la�na foi santo Agos�nho. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado) Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século X, ficou conhecido como 1@professorferretto @prof_ferretto a) Escolás�ca. b) Neoplatonismo. c) An�guidade tardia. d) Patrís�ca. FIL0132 - (Ufu) Segundo o texto abaixo, de Agos�nho de Hipona (354- 430 d. C.), Deus cria todas as coisas a par�r de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como também são chamadas, não existem em um mundo à parte, independentes de Deus, mas residem na própria mente do Criador, [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas, antes de serem criadas [...]. Sobre o Gênese, V Considerando as informações acima, é correto afirmar que se pode perceber: a) que Agos�nho modifica certas ideias do cris�anismo a fim de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele considerava a verdadeira. b) uma crí�ca radical à filosofia platônica, pois esta é contraditória com a fé cristã. c) a influência da filosofia platônica sobre Agos�nho, mas esta é modificada a fim de concordar com a doutrina cristã. d) uma crí�ca violenta de Agos�nho contra a filosofia em geral. FIL0608 - (Fer) “Embora o cris�anismo não seja uma filosofia, ele afeta de forma profunda o pensamento filosófico da época [Idade Média], uma vez que o filósofo cristão se depara com o problema da sua realidade finita e imperfeita diante da divindade infinita e perfeita.” ARANHA, M. L. de A. Temas de filosofia. 3ª. ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p.110. Sobre a Filosofia Medieval, assinale a alterna�va CORRETA. a) O período denominado Patrís�ca teve Santo Agos�nho como seu maior representante e foi marcado pela tenta�va de união da filosofia de Platão à fé cristã. b) O período denominado Patrís�ca teve São Tomás de Aquino como seu maior representante e foi marcado pela tenta�va de união da filosofia de Aristóteles à fé cristã. c) O período denominado Escolás�ca teve Santo Agos�nho como seu maior representante e foi marcado pela tenta�va de união da filosofia de Aristóteles à fé cristã. d) O período denominado Escolás�ca teve São Tomás de Aquino como seu maior representante e foi marcado pela tenta�va de união da filosofia de Platão à fé cristã. e) Durante o período da Patrís�ca predominou a ideia de que fé e razão eram inconciliáveis. Posição somente alterada no período da Escolás�ca, quando há uma tenta�va de reconciliar a fé cristã com a filosofia grega. FIL0602 - (Fer) A patrís�ca surge no séc. II d.C. e estende-se por todo o período medieval conhecido como alta Idade Média. É considerada a filosofia dos Padres da Igreja. Entre seus obje�vos encontramos a conversão dos pagãos, o combate às heresias e a consolidação da doutrina cristã. A patrís�ca deixa de ser predominante como doutrina do cris�anismo quando, a par�r do séc. IX, surge uma nova corrente filosófica denominada escolás�ca, que a�nge o apogeu no séc. XIII. Sobre a Filosofia Medieval e sua periodização, assinale a alterna�va correta: 2@professorferretto @prof_ferretto a) A Escolás�ca dedicou-se, preponderantemente, a produzir teses e discussões inaugurais sobre filosofia, uma vez que, sob a supervisão da igreja, os filósofos não �nham acesso a textos de autores clássicos. b) Vários pensadores da patrís�ca, entre eles Santo Agos�nho, tomam ideias da filosofia clássica grega, par�cularmente de Platão, que são adaptadas às necessidades das verdades expressas pela teologia cristã. c) A Patrís�ca configura um novo horizonte filosófico, proposto por Santo Agos�nho, inspirado em Platão, de modo a resgatar a importância das coisas sensíveis, da materialidade. d) A Patrís�ca considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus. e) O período dominado pela filosofia escolás�ca foi marcado pela condenação dos textos de Aristóteles, vistos como heré�cos, por negarem a existência de um plano superior ao mundo sensível. FIL0142 - (Ufu) A Patrís�ca (séculos II ao V d.C.) é o movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja, des�nado a jus�ficar a fé cristã, tendo em vista a conversão dos pagãos. Sobre a Patrís�ca pode-se afirmar, com certeza: I. assume cri�camente elementos da filosofia platônica na tenta�va de melhor fundamentar a doutrina cristã. II. considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus. III. incorpora as teses da meta�sica aristotélica para fundar uma teologia estritamente racionalista. IV. considera a razão como auxiliar da fé e a ela subordinada, tal como expressa a frasede Sto. Agos�nho "creio porque entendo". a) II e IV são corretas. b) I e IV são corretas. c) III e IV são corretas. d) Apenas II é correta. FIL0139 - (Ufu) Agos�nho formula sua teoria do conhecimento a par�r da máxima “creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio conheço”. A posição do autor não impede que cada um busque a sabedoria com suas próprias forças; o que ainda não é conhecido pode ser revelado mediante a consulta da verdade interior. Com base neste argumento, assinale a alterna�va correta. a) É incorreto afirmar que a verdade interior que soa no ín�mo das pessoas seja o Cristo; e o arbítrio humano é consultado sobre o que não se conhece. b) As coisas que ainda não conhecemos só podem ser percebidas pelos sen�dos do corpo e podem ser comunicadas facilmente por intermédio das palavras. c) A verdade interior está à disposição de cada um e encontra-se armazenada na memória, de modo que o uso da memória dispensa a contemplação da luz interior. d) A verdade interior só pode ser percebida pelo homem interior, que é iluminado pela luz desta verdade interior, que é contemplada por cada um. FIL0134 - (Ueg) Os primeiros séculos da era cristã são os da cons�tuição dos dogmas cristãos. A tarefa da filosofia desenvolvida pelos padres da Igreja nesta época é a de encontrar jus�fica�vas racionais para as verdades reveladas, ou seja, conciliar fé e razão. Santo Agos�nho é o principal representante deste período que ficou conhecido como a) racionalismo. b) escolás�ca. c) fideismo. d) patrís�ca. FIL0141 - (Ufu) "Assim até as coisas materiais emitem um juízo sobre as suas formas, comparando-as àquela Forma da eterna Verdade e que intuímos com o olhar de nossa mente." (Sto. Agos�nho, A Trindade, Livro IX, Capítulo 6. São Paulo, Paulus, 1994. p. 299) Esta frase de Sto. Agos�nho refere-se à a) teologia mís�ca de Agos�nho, que se funda na experiência imediata da alma humana com Deus; b) moral agos�niana que propõe ao homem regras para uma vida santa e ascé�ca, apartada do mundo; c) doutrina da iluminação que afirma que o conhecimento humano é iluminado pela Verdade Eterna, isto é, Deus; d) esté�ca intelectualista de Agos�nho, que consiste num profundo desprezo pela sensibilidade humana. FIL0133 - (Ufu) A filosofia de Agos�nho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plo�no e de Por�rio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cris�anismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, 3@professorferretto @prof_ferretto influenciados por Plo�no, que Agos�nho venceu suas úl�mas resistências (de tornar-se cristão). PEPIN, Jean. Santo Agos�nho e a patrís�ca ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval.Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77. Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plo�no, o pensamento de Agos�nho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alterna�va que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças. a) Para Agos�nho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano. b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agos�nho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos. c) Para Agos�nho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo. d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agos�nho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um. FIL0129 - (Enem) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, exis�u e exis�rá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a par�r do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam- se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a par�r de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego an�go, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) �nham origem nos mitos das civilizações an�gas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. FIL0601 - (Fer) Não foram poucos, porém, aqueles que dispensaram até mesmo essa comprovação racional da fé. Foi o caso de religiosos que desprezavam a filosofia grega. Mas houve também aqueles que defenderam o conhecimento da filosofia grega, percebendo a possibilidade de u�lizá-la como instrumento a serviço do cris�anismo. Conciliando com a fé cristã, esse estudo permi�ria à Igreja enfrentar os descrentes e derrotar os hereges, empregando as armas da argumentação lógica. COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 241. (Adaptado) De acordo com o texto e com o seu conhecimento sobre o pensamento de Agos�nho de Hipona, assinale a alterna�va correta. a) Agos�nho nega a possibilidade de conciliação entre fé e razão. b) Para Agos�nho, fé e razão podem ser conciliadas, mas a razão deve prevalecer e servir como guia à fé. c) Agos�nho foi um defensor da conciliação entre fé e razão, desde que a razão es�vesse subordinada à fé. d) A interpretação da frase “(...) creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio também entendo” corrobora o que foi dito no texto da questão, pois Agos�nho afirma a impossibilidade do conhecimento racional. e) Embora defendesse a conciliação entre fé e razão, Agos�nho não via bene�cio no uso da lógica. Por isso, dedicou sua vida às questões da fé, sem preocupar-se com o conhecimento racional. FIL0126 - (Ufu) Agos�nho, em Confissões, diz: "Mas após a leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que 'as perfeições 4@professorferretto @prof_ferretto invisíveis são visíveis em suas obras' (Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20)". Agos�nho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por: MARCONDES, Danilo.Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor. Nesse trecho, podemos perceber como Agos�nho a) se u�lizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica. b) u�liza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos. c) separa ni�damente os domínios da filosofia e da religião. d) foi despertado para o conhecimento de Deus a par�r da filosofia platônica. FIL0128 - (Enem) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admi�r que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza. AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro:Sé�mo Selo, 2005 (adaptado). Para Agos�nho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus. b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus. c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má. d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal. e) Deus se limita a administrar a dialé�ca existente entre o bem e o mal. FIL0138 - (Ufu) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agos�nho à filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu aspecto central. Assinale a alterna�va abaixo que explicita esta diferença. a) A filosofia agos�niana compar�lha com a filosofia platônica do dualismo, tal como este foi definido por Agos�nho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna. b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sen�dos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior. c) Agos�nho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmá�ca do filósofo cristão quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil. d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de Agos�nho afasta-se da filosofia platônica, ao admi�r que a alma possui uma existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência. FIL0140 - (Ufu) A Patrís�ca, filosofia cristã dos primeiros séculos, poderia ser definida como a) retomada do pensamento de Platão, conforme os modelos teológicos da época, estabelecendo estreita relação entre filosofia e religião. b) configuração de um novo horizonte filosófico, proposto por Santo Agos�nho, inspirado em Platão, de modo a resgatar a importância das coisas sensíveis, da materialidade. c) adaptação do pensamento aristotélico, conforme os moldes teológicos da época. d) criação de uma escola filosófica, que visava combater os ataques dos pagãos, rompendo com o dualismo grego. FIL0549 - (Uece) Atente para o seguinte diálogo entre Agos�nho de Hipona e Evódio, seu amigo e conterrâneo: “Agos�nho – Mas se julgamos com razão ser feliz o homem de boa vontade, não se deveria também, com boa razão, declarar ser infeliz aquele que possui vontade contrária a essa? Evódio – Com muito boa razão. Agos�nho – Logo, que mo�vo existe para crer que devemos duvidar – mesmo se até o presente nunca tenhamos possuído aquela sabedoria – que é pela 5@professorferretto @prof_ferretto vontade que merecemos ser e levamos uma vida louvável e feliz; e pela mesma vontade, que levamos uma vida vergonhosa e infeliz? Evódio – Constato que chegamos a essa conclusão fundamentando-nos em razões certas e inegáveis”. AGOSTINHO. O livre arbítrio, III, 13, 28. Trad. bras. Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995. Com base no diálogo acima e no que se sabe sobre o pensamento de Agos�nho de Hipona, assinale a opção que completa corretamente o seguinte enunciado: Que seja pela vontade que o homem se torne virtuoso e feliz e, igualmente, pela vontade que caia no vício e na infelicidade, isso significa que o homem a) nasce ou com boa vontade ou com má vontade, tendo determinado um des�no feliz ou infeliz. b) está condenado, após o pecado original, a agir sempre no vício, portanto, a ser infeliz. c) mantém a liberdade, apesar do pecado original, de ser virtuoso, podendo, por si só, ser feliz. d) pode decidir sua ação, mas deve contar com a Graça divina para ser virtuoso e feliz. FIL0127 - (Unesp) Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer �po de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força �sica, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser �da em maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos significa�va que a noção de jus�ça. Diria que a jus�ça não é coisa real, mas um nada? Por conseguinte, se a jus�ça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material? (Santo Agos�nho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.) No texto de Santo Agos�nho, a prova da existência da alma a) desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões obje�vas. b) antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias. c) serviu como argumento an�teológico mobilizado contra o pensamento escolás�co. d) é fundamentada no argumento meta�sico da primazia da substância imaterial. e) é acompanhada de pressupostos rela�vistas no campo da é�ca e da moralidade. FIL0123 - (Enem) De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta caracterís�ca, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usar para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre �vesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse da sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada? AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de é�ca.Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. Nesse texto, o filósofo cristão Agos�nho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a) a) desvio da postura celibatária. b) insuficiência da autonomia moral. c) afastamento das ações de desapego. d) distanciamento das prá�cas de sacri�cio. e) violação dos preceitos do Velho Testamento. FIL0136 - (Ufu) Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agos�nho, marque a alterna�va correta. 6@professorferretto @prof_ferretto a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é con�ngente e mutável. b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o a�vo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo. d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. FIL0605 - (Fer) Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. ConfissõesIX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agos�nho, julgue os itens. I. A doutrina da iluminação divina é uma transcriçãofiel da teoria da reminiscência platônica, uma vez que Agos�nho afirma que a epistemologia do filósofo grego está inteiramente de acordo com a concepção cristã de conhecimento. II. Segundo Santo Agos�nho, as verdades provêm da iluminação divina sobre a mente humana. Nesse sen�do, não pode haver oposição entre verdades pagãs e verdades cristãs, uma vez que todas provêm da mesma fonte de conhecimento, ou seja, de Deus. III. A razão humana é iluminada pela luz interior da verdade. Assim, Agos�nho formulou, pela primeira vez na história da filosofia, a teoria das ideias inatas, cuja existência e certeza são independentes e autônomas em relação ao intelecto divino. IV. A teoria da iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas, que não são conhecidas pelos sen�dos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior. Assinale a alterna�va que contém as asser�vas verdadeiras. a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. e) Todas estão corretas. FIL0500 - (Enem) É preciso usar de violência e rebater varonilmente os ape�tes dos sen�dos sem atender ao que a carne quer ou não quer, mas trabalhando por sujeitá-la ao espírito, ainda que se revolte. Cumpre cas�gá-la e curvá-la à sujeição, a tal ponto que esteja disposta para tudo, sabendo contentar-se com pouco e deleitar-se com a simplicidade, sem resmungar por qualquer incômodo. KEMPIS, T. Imitação de Cristo. Petrópolis; Vozes. 2015. Qual caracterís�ca do asce�smo medieval é destacada no texto? a) Exaltação do ritualismo litúrgico. b) Afirmação do pensamento racional. c) Desqualificação da a�vidade laboral. d) Condenação da alimentação impura. e) Desvalorização da materialidade corpórea. FIL0131 - (Uncisal) A filosofia de Santo Agos�nho é essencialmente uma fusão das concepções cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agos�nho de Hipona afirma exis�rem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras compreendidas a par�r da ação de Deus. Como se chama a teoria agos�niana que afirma ser a ação de Deus que leva o homem a a�ngir as verdades superiores? a) Teoria da Predes�nação. b) Teoria da Providência. c) Teoria Dualista. d) Teoria da Emanação. e) Teoria da Iluminação. FIL0550 - (Uece) “Agos�nho faz um contraponto ao dualismo maniqueísta ao refutar que o mal não existe enquanto ser. Ele refuta o dualismo ontológico dobem e do mal dos maniqueístas e desenvolve a teoria da origem do mal como uma negação do Sumo Bem, na qual o mal não tem ser, não existe, mas é resultado do livre-arbítrio da vontade do homem que o u�liza em vista de si mesmo. Ou seja, o mal é moral; é um ato voluntário do homem ao negar seu Criador, Deus, Bem universal, em vista de si mesmo.” 7@professorferretto @prof_ferretto GOMES, I. S. G. A origem do mal no pensamento de agos�nho de hipona. In: Anais do III Congresso Nordes�no de Ciências da Religião e Teologia. Disponível em: h�p://www.unicap.br/ocs/index.php/cncrt/cncrt/paper/viewFile/277/61. Acessado em 18-10-2021 – Adaptado. Segundo essa passagem, a origem do mal está a) na liberdade do homem, dotado por Deus de livre- arbítrio. b) na ação sobre os homens de um ente que personifica o mal. c) na natureza humana, que, por ser finita, é próxima do mal. d) no mau uso do livre-arbítrio, orientado pelo amor- próprio. FIL0122 - (Uece) Em diálogo com Evódio, Santo Agos�nho afirma: “parecia a �, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com re�dão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a jus�ça, da qual ninguém pode se servir a não ser com re�dão”. AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47. Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agos�nho, é correto afirmar que a) o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus. b) o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta. c) é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado. d) a ação justa é aquela que foi pra�cada com o livre- arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio. FIL0125 - (Enem) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se exis�u em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não exis�a?” AGOSTINHO.Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) a) essência da é�ca cristã. b) natureza universal da tradição. c) certezas inabaláveis da experiência. d) abrangência da compreensão humana. e) interpretações da realidade circundante. FIL0603 - (Fer) “Quem me criou? Não foi o meu Deus, que é bom, e é também a mesma bondade? Donde me veio, então, o querer, eu, o mal e não querer o bem? Qual a sua origem, se Deus, que é bom, fez todas as coisas? Sendo o supremo e sumo Bem, criou bens menores do que Ele; mas, enfim, o Criador e as criaturas, todos são bons. Donde, pois, vem o mal?” AGOSTINHO, Santo. Confissões; De magistro. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os Pensadores”. Livro VII. Adaptado. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o livre-arbítrio e a origem do Mal em Santo Agos�nho, assinale a alterna�va CORRETA: a) Em concordância com a tradição dos pensamentos maniqueísta e neoplatônico, Santo Agos�nho defendia a visão dualista de um mundo em perpétua luta entre o Bem e o Mal, ambos incriados e eternos. b) Agos�nho derruba a tese sobre a existência do Bem e do Mal, ao afirmar que as coisas simplesmente são o que são e, portanto, é a interpretação humana que chama de Bem o que nos é vantajoso e de Mal o que nos é nocivo. c) O livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus. d) De acordo com o pensamento do bispo de Hipona, Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal absoluto. e) O livre-arbítrio foi concedido ao homem para que pudesse agir corretamente. Assim, de acordo com Santo Agos�nho, a concessão do livre-arbítrio ao homem foi um ato de bondade. FIL0137 - (Ufu) Considere o trecho abaixo. “Quando, pois, se trata das coisas que percebemos pela mente (...). estamos falando ainda em coisas que vemos 8@professorferretto @prof_ferretto como presentes naquela luz interior da verdade, pela qual é iluminado e de que frui o homem interior. Santo Agos�nho. Do Mestre.São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 320. (Os Pensadores) Segundo o pensamento de Santo Agos�nho, as verdades con�das na filosofia pagã provêm de que fonte? Assinale a alterna�va correta. a) De fonte diferente de onde emanam as verdades cristãs, pois há oposição entre as verdades pagãs e as verdades cristãs. b) Da mesma fonte de onde emanam as verdades cristãs, pois não há oposição entre as verdades pagãs e cristãs. c) De Platão, por ter chegado a conceber a ideia Suprema do Bem. d) De Aristóteles, por ter concebido o Ser Supremo como primeiro motor imóvel. FIL0135 - (Ufu) Leia o texto a seguir. “No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa de fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pela palavra a consultá-la.” De Magistro, Cap. XI, 38, In Os Pensadores, SANTO AGOSTINHO. São Paulo: Nova Cultural,1987. p. 319. Marque a afirma�va incorreta. a) Segundo Agos�nho, a verdade não se descobre pela consulta das palavras que vêm de fora. O processo da descoberta da verdade dá-se através da interioridade. b) Segundo Agos�nho, a linguagem humana não tem um poder causal, mas apenas uma função instrumental de u�lidade. c) Segundo Agos�nho, a linguagem humana é a condição para conhecer a verdade que dentro de nós preside à própria mente. d) Segundo Agos�nho, a verdade que dentro de nós preside à própria mente pressupõe a iluminação divina e não o recurso à memória. FIL0604 - (Fer) “Isto agora é límpido e claro: nem as coisas futuras existem, nem as coisas passadas, nem dizemos apropriadamente ‘existem três tempos: o passado, o presente e o futuro’. Mas talvez pudéssemos dizer apropriadamente ‘existem três tempos: o presente das coisas passadas, o presente das coisas presentes, o presente das coisas futuras’. Pois os três estão de alguma maneira na alma e eu não os vejo em outro lugar: o presente das coisas passadas é a memória, o presente das coisas presentes é o olhar, o presente das coisas futuras é a expecta�va”. SANTO AGOSTINHO, Confissões, in: MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curi�ba: Seed, 2009, p. 43. Assinale a alterna�va que apresenta corretamente a concepção de Tempo, de acordo com o pensamento de Santo Agos�nho: a) Para Agos�nho, o Tempo existe na alma humana fundamentalmente enquanto presença. b) Para Santo Agos�nho, existem três tempos dis�ntos: passado, presente e futuro. c) O Tempo, enquanto realidade ontológica, foi criado por Deus juntamente com todas as coisas que existem. d) Passado, presente e futuro existem somente na memória do homem. e) Por exis�r na eternidade, a alma humana cria, para si mesma, a concepção de Tempo. FIL0124 - (Uece) “O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincré�ca e dualís�ca fundada e propagada por Manes ou Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adje�vo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.” Wikipédia. Disponível em: h�ps://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo. Contra o maniqueísmo, Agos�nho de Hipona (Santo Agos�nho) afirmava que a) Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal absoluto. b) as criaturas só são más numa consideração parcial, mas são boas em si mesmas. c) toda a criação era boa e tornou-se má, pois foi dominada pelo pecado após a Queda. d) a totalidade da criação é boa em si mesma, mas singularmente há criaturas boas e más. 9@professorferretto @prof_ferretto