Prévia do material em texto
Exame de Fundo de Olho LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA- @ESTETO.DA.LARA O exame de fundo de olho tem como função avaliar todo o fundo do olho e suas estruturas, dando atenção ao nervo óptico, vasos retinianos e a retina propriamente dita, especialmente sua região central (mácula). A retina é limitada anteriormente pelo humor vítreo e posteriormente pela coroide. Ele pode ser feito por meio de: • Oftalmoscopia direta • Oftalmoscopia indireta • Biomicroscopia de fundo Oftalmoscopia Direta O aparelho usado é simples e portátil e permite uma ampliação em até 15x da imagem, mas com restrito campo de visão (alcance até o equador- meio do olho). Em geral, pode ser realizada pelo clinico geral e não necessita de dilatação pupilar. Consegue ver: nervo óptico e mácula Dificulta ver: periferia Vê mais detalhes Segue o reflexo pupilar Oftalmoscopia Indireta É um exame feito exclusivamente pelo oftalmologista e requer dilatação pupilar ampla. Ele possui um campo de visão maior (30º) e alcance até a ora serrata (periferia da retina), porem com menor ampliação (cerca de 3,5x). Além disso, possui uma visão binocular, permitindo a estereopsia (visão em profundidade 3D). Deve-se ter atenção, pois a imagem é invertida. Consegue ver: retina (inclusive periferia) Vê imagens em tamanho menor, porem com maior campo Visão estereoscópica Biomicroscopia de Fundo Neste exame a lâmpada de fenda é utilizado para avaliar cada célula do olho, possibilitando a verificação de detalhes microscópicos nas estruturas. Necessita da dilatação pupilar e permite visualização de estruturas mais frontais, como a pálpebra, esclera, conjuntiva, íris, cristalino e córnea, assim como a retina. Estruturas da Fundoscopia MÁCULA: região escura localizada no centro do polo posterior, sendo responsável pela visão de cores e detalhes. FÓVEA: depressão no centro da mácula com aproximadamente 1,5 mm de diâmetro onde são encontrados bastonetes, principalmente. DISCO OU PAPILA ÓPTICA: área circular onde o nervo óptico se conecta com a retina. É o ponto de saída dos axônios das células ganglionares que saem do olho. • Estrutura oval ou arredondada • Diâmetro em torno de 1,5 mm • Borramento das margens • No lado temporal, vemos ocasionalmente um anel pigmentar ou cone de pigmento • Avaliar cor, forma, tamanho, margem, vasos e grau de escavação VASOS SANGUINEOS: veia retiniana central, artéria retiniana central e duas arteríolas e vênulas. Originam-se no centro do disco. HUMOR VÍTREO: massa gelatinosa e transparente que corresponde a 80% do volume do olho constituído de ácido hialurônico + colágeno + água. OBS: Como definir se o olho é direito ou esquerdo? Faz um C com a mão e vê com qual mão está se parecendo. Na imagem acima é um olho direito, por exemplo. Casos especiais EXSUDATO DUROS Lesões amarelo-esbranquiçadas, intra-retinianas, resultado do extravasamento de lipídios que se acumulam nas camadas mais profundas da retina. EXSUDATO ALGODONOSOS São resultado de isquemias, geralmente das camadas mais superficiais. HEMORRAGIAS EM CHAMA DE VELA Lesões superficiais sobre a camada de fibras nervosas onde o sangue se acumula. HEMORRAGIAS PROFUNDAS Pontos arredondados localizados nas camadas mais profundas da retina. RETINOPATIA HIPERTENSIVA Inicialmente vê-se uma tortuosidade vascular e na oftalmoscopia indireta pode observar-se um microaneurisma em cima do vaso, levando a começar os cruzamentos (afinamento, mudança de trajeto ou alteração da coloração do vaso) na tentativa de melhorar o fluxo sanguíneo. Existem alterações silenciosas, em que o paciente só vai saber quando começar a ter sintoma visual, ou seja, quando já tem liquido na retina, perto da macula e do nervo óptico. Exemplos: espasmos, edema retiniano, exsudatos algodonosos (devido a diminuição do fluxo axoplasmático da retina), hemorragia (hemorragia em chama de vela) e papiledema (liquido que se estendeu por toda a retina causa o papiledema). RETINOPATIA DIABÉTICA É a principal causa de cegueira e está relacionada com a duração do diabetes e controle glicêmico. Na doença, a microangiopatia leva ao aumento da permeabilidade vascular e os capilares retinianos se obliteram, formando microangiopatia intra-retiniana, regiões de microaneurismas e vasos tortuosos. Retinopatia não proliferativa: não há alterações intraretinianas, formando microaneurismas, hemorragias, alterações venosas e na permeabilidade vascular, resultando em edema de mácula. Retinopatia proliferativa: neovasos crescem da retina ou do nervo óptico e na superfície retiniana em direção à cavidade vítrea. OBS: A presença de 3 ou mais dos seguintes fatores indicam alto risco de perda visual: • Presença de neovasos • Localização dos neovasos sobre o nervo óptico ou a 1 diâmetro do disco do nervo • Neovasos de disco com extensão maior que ¼ ou 1/3 na área do mesmo • Neovasos em outra localização com extensão maior ou igual à área de ½ do disco óptico • Presença de hemorragia vítrea ou pré- retiniana