Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA ANEMIAS II HEMÁCIAS: QUEM SÃO? • Células anucleadas • Formato bicôncavo • Produzidas na medula óssea (eritropoese) • Estímulo para produção: eritropoetina (por feedback nos rins – DRC tem redução da eritropetina, causando anemia nesses pacientes) • Responsáveis pelo transporte de O2 aos tecidos • Vida média de 120 dias HEMATOPOESE o Formação das células sanguíneas dentro da medula óssea o Células altamente especializadas o Centrifugação: ERITROPOESE o Dentro da medula óssea o Reticulócitos já perdeu o núcleo HEMOGLOBINA o No interior das hemácias contém as hemoglobinas o Confere a cor vermelha das hemácias o Responsável pelo transporte de O2 o A hemoglobina é formada por 4 cadeias de globinas (2alfa e 2beta) e o grupo heme (átomo de ferro) o Eletroforese de hemoglobina: ▪ Teste do pezinho e outras doenças ▪ Pode surgir hemoglobinas “novas” que não sejam as normais, identifica as doenças LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA ▪ Pode haver aumento ou diminuição de certa hemoglobina, indicando patologia também HEMOGRAMA • Pensando em hemograma olha o eritrograma primeiro • VCM é o tamanho da hemácia • HCM e CHCM é a coloração da hemácia baseada na hemoglobina • Leucograma vê o diferencial dos leucócitos, pode indicar uma anemia secundaria a outra doença • Neutrófilos deve está acima de 1500: o ideal é não ter bastonetes e metamielócitos • Eosinófilos elevados pensa em verminoses, parasitoses e processos alérgicos ou intolerância (eosinofilia reacional) • Plaquetas importantes para a hemostasia, para que não sangre ERITROGRAMA o Hematócrito: porcentagem de eritrócitos por volume total de sangue o VCM: volume corpuscular médio (tamanho da hemácia) – Microcítica ou Macrocítica ▪ Normocítica: VCM normal ▪ Microcítica: VCM reduzido ▪ Macrocítica: VCM aumentado; anemia megaloblásticas o HCM: concentração média de hemoglobina (coloração das hemácias) – Hipocorada ou Hipercorada o CHCM: concentração da hemoglobina corpuscular médio (coloração das hemácias) – Hipocorada ou Hipercorada ▪ Normocromica: HCM e CHCM normais ▪ Hipocromica: HCM e CHCM reduzido ▪ Hipercromica: HCM e CHCM aumentado o RDW: amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, quando elevado significa presença de hemácias em tamanhos diferentes, a anisocitose SINTOMAS • Astenia • Tontura • Cefaleia • Sonolência • Queda de cabelo • Unhas quebradiças EXAME FÍSICO • Palidez cutâneo-mucosa • Taquicardia • Extremidades frias • Maior tempo para enchimento capilar • Hipotensão • Dispneia • Sopro sistólico PRINCIPAIS CAUSAS DE ANEMIA • Hipoproliferação medular: ▪ Principal ▪ Anemia carenciais ▪ Ferropriva ▪ Deficiência B12 e/ou ácido fólico LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA • Redução da sobrevida das hemácias: ▪ Tem substrato, forma hemácia, mas a hemácia é destruída na periferia ▪ Anemia hemolítica autoimune, drogas, malária e outras infecções, esplenomegalia • Perdas sanguíneas agudas: ▪ Trauma, ulcera gástrica O QUE PODE NOS AJUDAR A DIFERENCIAS AS CAUSAS? o Contagem de reticulócitos: ▪ Precursor direto das hemácias ▪ Não pode estar no sangue periférico, se tiver é um sinal de problema, deveria estar só na MO ▪ O primeiro a ser liberado é o reticulócito quando a hemácias não são suficientes ▪ São hemácias jovens, recém liberadas da MO ▪ Contém RNA ribossômico no citoplasma o que permite sua identificação pela coloração supravital (azul brilhante de cresil) ▪ Sua contagem reflete a taxa de produção de eritrócitos pela MO ▪ Anemias hipoproliferativas os reticulócitos vão estar baixo ▪ Aumento de reticulócitos geralmente tem um RDW aumentado por anisocitose HEMÓLISE • Redução da prova de vida das hemácias • Em geral, o VCM está aumentado, fazendo anemia macrocítica porque está liberando hemácias jovens na periferia e elas são maiores • Geralmente RDW elevado • Esquisocitos: hemácias destruídas, fragmentos de hemácias • Eritroblasto ou pró-eritroblasto: MO está trabalhando demais para compensar e liberando hemácias jovens na periferia PROVAS DE HEMÓLISE o Eritroblastos e esquizócitos no sangue periféricos o Desidrogenase láctica (DHL): aumentado indica destruição de células o Bilirrubina indireta: as bilirrubinas estarão aumentadas à custas da indireta, que aumenta LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA pela hemólise (BD aumentada é problema na vesícula biliar) o Contagem de reticulócitos o Haptoglobina: a única que estará baixa na hemólise o Coombs direta (para AHAI): não é prova de hemólise, vai pedir para saber se é por anemia hemolítica autoimune SINAIS E SINTOMAS o Anemia o Colúria o Icterícia CAUSAS o Anemia hemolítica autoimune: ▪ Anticorpo produzido contra a hemácia (autoanticorpo) ▪ LES e outras doenças autoimunes ▪ Medicações imunossupressoras ▪ Leucemias e linfomas ▪ Idiopática quando não descobre a causa da AHAI o Hemoglobinopatias: ▪ Hemácias de formato diferentes o Defeitos de membrana eritrocitária: ▪ Hemácia tem membrana de camada dupla ▪ Alteração genética pode alterar essa membrana o Reações transfusionais: ▪ Transfusão de grupo sanguíneo errado, faz hemólise das hemácias do doador ▪ Prova cruzada é importante mesmo que o tipo sanguíneo seja o mesmo, porque tem diversas proteínas na membrana da hemácia que podem causar hemólise, principalmente em pacientes politransfundidos o Circulação extracorpórea: ▪ Cirurgias cardiovasculares ▪ ECMO ▪ A hemácia passa por um meio externo e pode sofrer destruição mecânica o Infecções: ▪ Malária ▪ Parvovírus ANEMIAS HEMOLÍTICAS ANEMIA FALCIFORME • Mutação no cromossomo 11 • Hemácias em foice • Crise vaso oclusiva • Predileção por indivíduos da raça negra • As hemácias nascem em forma normal, por hipoxia, por diversos motivos, se transforma em foice. Pode ser por mergulho em profundidade, atividade física extenuante etc. • Depois que se transforma em foice, não volta a ser bicôncava • A hemácia em foice passa lesionando os vasos, gerando inúmeros processos inflamatórios, podendo causar obstrução local também com infartos na região • Dores osteoarticulares intensas • Crise álgica DIAGNOSTICO o Eletroforese LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA o AS: heterozigoto, tem o traço falciforme; o problema é cruzar com alguém com o traço ou hipoxemia severa o AA: saudável o SS: anemia falciforme típica, só tem hemoglobina S o SC: espectro da doença falciforme, também faz hemácia em foice, faz menos anemia com mais osteonecrose MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS o Vaso-oclusão o Necrose avascular da MO: crise álgicas, síndromes mão-pé, necrose da cabeça do fêmur o Filtração esplênica alterada: aumento do risco de infecções por germes encapsulados o Fibrose esplênica progressiva o Osteomielite o Síndrome torácica aguda o Vasculopatia cutânea (úlceras crônicas) o Priapismo o Retinopatias proliferativas (acompanhamento com oftalmo) o Acidentes vascular encefálico (acompanhamento com a neurologia) o Acometimento renal: tubolopatia, insuficiência renal crônica o Sequestro de glóbulos vermelhos (agudo ou crônico) o Crescimento e desenvolvimento puberal atrasados o Hemólise o Anemia: Hb entre 6 e 9 g/100mL o Hiperbilirrubinemia, icterícia e pigmento biliar o Expansão da MO o Crise de aplasia induzida pelo parvovírus humano B19 MANEJO o Diagnóstico precoce: ▪ Teste do pezinho ▪ Eletroforese de hemoglobina ▪ Prevenção de infecções: ▪ Imunização contra Pneumococos e Haemophilus ▪ Penicilina na infância: VO ou IM de 21/21 dias até os 5 anos o Tratar a crise: ▪ Hidratação vigorosa ▪ Analgesia: evitar a morfina pelo risco deviciar ▪ ATB se infecção TALASSEMIAS • Mais raras • Espectro clínico variado • Síntese desequilibrada da hemoglobina • Diminuição da produção de pelo menos uma cadeia polipeptídica da globina (beta; alfa) • Anemia microcítica, não pode ter hipercromia • Eletroforese de hemoglobina com aumento de Hb A2 (só é útil no diagnostico se for Talassemia Beta) • Ferritina elevada • Dividida em minor, intermédia e major • Na major o paciente é dependente de transfusão sanguínea, é muito diagnosticada na infância, chegando à vida da adulta com a pele cinza • Minor ou traço talassêmico: tem o gene e a microcitose, mas não tem sintomas nem anemia ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA • Anemia hemolítica crônica de intensidade variável • Icterícia intermitente • Esplenomegalia • Anemia microcítica com hipercromia • Aumento do CHCM • Doença de membrana TRATAMENTO DA ANEMIA HEMOLÍTICA • Tratar a doença de base • Transfusão de CH se necessário • Coombs direto positivo indica AHAI e a primeira linha é o corticoide • AHAI por anticorpos frios (IgM): não é bom respondedor de corticoide • AHAI por anticorpos quentes (IgG) • Esferocitose hereditária: esplenectomia LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA HIPOPROLIFERAÇÃO MEDULAR • Carenciais: anemia ferropriva, deficiência de vit B12 e ácido fólico • Infiltração da MO • Aplasia de MO ANEMIAS FERROPRIVA • Gestação, parto, puerpério • Dieta inadequada • Cirurgia bariátrica • Hemólise • Sangramentos: mulheres com anemia perguntar sobre o fluxo menstrual; adultos em geral solicitar endoscopia e colonoscopia • Parasitose • Não existe idiopática, precisa investigar a causa e não apenas passar ferro SINAIS o Coiloníquia: unha em formato de colher o Queilite angular: DIAGNÓSTICO o Microcítica: VCM diminuído o Hipocrômica: HCM diminuído o Ferritina: estoque do ferro o IST: índice de saturação da transferrina (proteína carreadora) o TIBIC: capacidade total de ligação do ferro a transferrina, avalia a capacidade de espaços livres, o quanto a transferrina ainda é capaz da carrear LABORATÓRIO TRATAMENTO o Tratar a causa base o Repor ferro elementar de 2 a 5 mg/kg/dia (Não ultrapassar 200mg/dia) o Transfusão se instabilidade hemodinâmica ANEMIA MEGALOBLÁSTICA POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 • Vegetariano • Anemia perniciosa (FI) • Gastrectomia • Insuficiência pancreática LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA • Doenças ileais MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS o Hematológicas: anemia, bicitopenia ou pancitopenia o Neuropsiquiátricos: parestesia em extremidades (formigamento), diminuição da sensibilidade profunda (proprioceptiva e vibratória), desequilíbrio, marcha ataxica, sinal de Romberg, sinal de Babinski, hiperreflexia profunda, déficits cognitivos, demência e psicoses o Glossite: sensação dolorosa na língua e atrofia de papilas HISTÓRIA PROLONGADA o Manifestações autoimunes o Sintomas neurológicos EXAME FÍSICO o Língua careca (atrofia das papilas) o Alteração da sensibilidade vibratória o HMG o Anemia macrocítica o Neutropenia e/ou plaquetopenia o Neutrófilo hipersegmentado/pleocariócito ANEMIA MEGALOBLÁSTICA POR DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO • Alcoolismo • Dieta inadequada • Gestação • Anemias hemolíticas crônicas • Drogas: fenitoína, bactrim HISTÓRIA RECENTE o Gestantes, anemia hemolítica o Etilismo o Droga EXAME FÍSICO o Língua careca o HMG o Anemia macrocítica o Neutropenia e/ou plaquetopenia o Neutrófilo hipersegmentado/pleocariócito EXAMES PARA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Dosagem de Vit B12 e ácido fólico • Hemocisteína serica (elevada) • Ácido metilmalônico: elevada na deficiência de cobalamina • Na deficiência de Vit B12 (gastrite atrófica) + Fator intrínseco + Anticorpo anti células parietais ANEMIA POR DOENÇA MEDULAR OU INFILTRAÇÃO DE MO • Leucemia, síndrome mielodisplásica • Mieloma múltiplo, linfomas • Neoplasias solidas APLASIA DE MEDULA ÓSSEA • Há substituição do tecido medula por tecido gorduroso, portanto não há formação adequada das células sanguíneas. Normalmente de etiologia imunológica • Tratamento: ▪ Imunossupressão ▪ Transplante de medula óssea halogênico (pacientes com até 45 anos) ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA • Distúrbios inflamatórios crônicos, infecciosos ou neoplásicos • Citocinas: TNF alfa, INF gama, IL1 • Redução da sobrevida das hemácias, resposta medular inadequada • Geralmente anemia normocítica e normocrômica RACIOCÍNIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS ANEMIAS LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA QUESTÕES: Paciente 1: normal Paciente 2: beta talassemia major porque não tem nada de A Paciente 3: não tem nenhuma das outras Paciente 4: homozigota, só tem a S e não tem A Paciente 5: traço falciforme, tem S, mas predomina A1
Compartilhar