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Farmacocinética

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ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
 Farmacocinética
INTRODUÇÃO 
A farmacologia é o estudo dos efeitos 
das substâncias químicas sobre a função 
dos sistemas biológicos. 
A farmacocinética é o estudo do 
movimento que o medicamento administrado 
passa pelo organismo nas fases de 
absorção, distribuição, metabolismo e 
excreção. É o corpo agindo sobre a 
droga. 
A farmacodinâmica é o estudo dos 
mecanismos relacionados à ação do 
medicamento e seu efeito no organismo. É 
a droga agindo sobre o corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DO 
FÁRMACO 
A principais vias são: 
- Intravenosa, subcutânea, vaginal, 
sublingual e intramuscular: vão 
diretamente para a corrente sanguínea e 
assim, para o coração. Somente após isso 
eles vão para o fígado. 
- Oral, retal e inalatória: passam por 
algum sistema para então serem 
absorvidas na corrente sanguínea. 
O fármaco de via oral necessita ser 
absorvido no estômago e intestino 
primeiramente. Após essa etapa, o 
fármaco passa pelo fígado para ser então 
metabolizado ou excretado (pela bile) 
 
até chegar na corrente sanguínea. Dessa 
forma, observa-se que parte da dose 
administrada e absorvida será inativada 
ou desviada antes de alcançar a corrente 
sanguínea e ser distribuída para os 
locais de ação. Essa é um dos efeitos 
das primeira passagem, pois em vias de 
primeira passagem, a biodisponibilidade 
será reduzida pois haverá uma “perda” do 
fármaco durante o percurso. 
OBS: A via oral e via retal são vias de 
primeira passagem. Essa via ocorre 
quando há uma absorção no trato 
gastrointestinal do fármaco e que depois 
irá para o fígado (órgão 
biotransportador). 
OBS.: Os fármacos que não são de 
primeira passagem podem ser mais 
tóxicos. 
 
Em suma, a via oral é a via mais segura. 
Ela passa pela primeira passagem, passa 
por enterócitos, hepatócitos. 
 
 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
 
BIODISPONIBILIDADE 
A biodisponibilidade é a velocidade e a 
extensão do fármaco absorvido disponível 
em seu sítio de ação após alcançar a 
circulação sistêmica (importante 
salientar que cada fármaco atua sobre 
determinado sítio de ação). É a fração 
do fármaco inalterado que alcança a 
circulação sistêmica logo depois da 
administração por qualquer via. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores que alteram a biodisponibilidade: 
- Afetam o efeito de primeiro passo 
intestinal (EPS): transporte mediado por 
carreador, metabolismo de fase I (fase 
catalítica), metabolismo de fase II (fase 
de reações sintéticas – conjugação), 
indução ou inibição, janelas de absorção, 
motilidade intestinal/tempo de transito 
(quanto maior a motilidade, menor a 
absorção pois o sangue não terá tempo 
para absorver direito o fármaco por conta 
da velocidade de passagem) e perfis de 
expressão genética. 
- Afetam o efeito de primeiro passo 
hepático: transporte mediado por 
carreador, metabolismo de fase I (fase 
catalítica), metabolismo de fase II (fase 
de reações sintéticas – conjugação), 
indução ou inibição, fluxo sanguíneo, 
união a proteínas e perfis de expressão 
genética. 
Fatores que afetam a biodisponibilidade: 
- Características do fármaco, formulação, 
mecanismo de liberação, processo de 
fabricação, forma farmacêutica, idade, 
sexo e estado de saúde. 
EQUIPOTÊNCIA 
Potência terapêutica de fármacos 
diferentes com vias diferentes. 
Posologias (forma de se aplicar o 
medicamento) diferentes dos fármacos em 
comparação para se conseguir um objetivo 
terapêutico comum. 
BIOEQUIVALÊNCIA 
Estudo da equivalência biológica de dois 
fármacos iguais, mas produzidos em 
laboratórios diferentes. Se os dois 
fármacos são equivalentes, isso 
corresponde à uma biodisponibilidade 
parecida, além de terem tempos similares 
para alcançar o pico de concentração 
plasmática e então podem ser aplicados 
da mesma forma. 
TRANSPORTE DO FÁRMACO 
A translocação de um fármaco pode ser 
por fluxo de massa (independe da sua 
natureza química) ou por difusão. Há 
também a possibilidade de passagem 
combinando-se com um transportador de 
soluto ou de membrana ou por pinocitose. 
Na difusão, a natureza de cada molécula 
do medicamento é importante para saber 
se ele será bem ou mal difundido. 
Fármacos lipossolúveis e de menor 
tamanho são mais facilmente difundidos 
por conta das características da 
membrana celular (a membrana é grande 
parte hidrofóbica). 
OBS.: Apenas substâncias apolares e 
lipofílicas são capazes de atravessar a 
bicamada lipídica. 
IMPORTANTE!!! A barreira 
hematoencefálica é composta por células 
endoteliais + junções oclusivas entre as 
células, dificultando a entrada de 
fármacos. Além das células endoteliais, 
também há astrócitos, periquitos e 
diversas proteínas. 
IMPORTANTE!!! A barreira materno-fetal 
(equivalente a transplacentária) filtra 
o que pode passar para o feto. Também 
possui junções oclusivas e está 
envolvida por uma camada impermeável de 
células endoteliais, dificultando a 
absorção de fármacos. 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
A lipossolubilidade é o principal fator 
que determina a taxa de difusão passiva 
através da membrana. 
Há a necessidade do fármaco estar na sua 
forma livre (não ligada a proteínas) 
para atravessar a membrana celular. É 
importante dizer isso pois alguns 
fármacos necessitam das proteínas para 
serem transportados na corrente 
sanguínea. Mas, para entrar na célula, 
eles precisam se dissociar (fármaco e 
proteína). 
Todo fármaco ou é uma base fraca ou um 
ácido fraco. Caso moléculas ácidas 
estejam em meio ácido e básicas em meio 
básico, há maior disponibilidade das 
formas não-ionizadas, aumentando a 
capacidade de difusão pela M.P. 
Para uma molécula atravessar bem a 
barreira da membrana celular, ela deve 
estar apresentada na forma apolar (NÃO 
IÔNICA). 
As membranas celulares podem conter 
transportadores que regulam a entrada e 
saída de moléculas fisiologicamente 
importantes. Os transportadores podem 
ser: carreadores solúveis ou dependentes 
de ligação ao ATP. 
 
 
 
 
 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A 
ABSORÇÃO DE UM FÁRMACO 
 Fluxo sanguíneo: quanto maior o 
fluxo, maior a absorção. 
 Superfície disponível para 
absorção. 
 Tempo de contato com a superfície 
de absorção. Se um fármaco se 
desloca muito rápido pela 
superfície que será absorvido, não 
haverá uma boa absorção. 
 Estados patológicos: aumenta na 
inflamação e diminui com edema. 
 Interações medicamentosas ou 
alimentares 
 Solubilidade da droga 
 Concentração da droga 
 Ph da droga e ambiental 
 Natureza química 
 Forma farmacêutica 
 Dose administrada 
 Interação no TGI 
 Metabolismo de primeira passagem 
OBS.: quando você ingere o fármaco 
junto com o alimento, ele é diluído e 
então absorvido mais lentamente. 
OBS.: Se eu dou um medicamento oral 
para um paciente que está com 
estímulo do simpático, haverá uma 
menor absorção dele no intestino. Em 
contrapartida, em seu estado 
fisiológico (no parassimpático), a 
absorção será melhor. 
A ligação do fármaco com a proteína 
depende: concentração do fármaco livre, 
afinidade do fármaco com o sitio de ação 
e a concentração de proteínas. A maioria 
dos fármacos encontram-se no plasma 
ligados à uma proteína, pois ela é 
importante auxiliadora no carreamento 
dele no sangue. No entanto, para entrar 
na célula, a proteína se torna 
desnecessária e então se “desprende” do 
fármaco, ativando-o. 
Fármaco livre é que constitui a forma 
farmacologicamente ativa. Apenas ela é 
capaz de movimentar-se entre os 
compartimentos. 
Fármaco livre (forma apta a ligar-se aos 
sítios de ação e desempenhar ação 
farmacológica) + albumina = fármaco 
ligado (forma mais comum de transporte 
pelo plasma). 
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO 
Volume necessário para contera 
quantidade total do fármaco (Q) no 
organismo (plasma + tecido periférico) 
na mesma concentracao presente no plasma 
(Cp). Ele é calculado, também, dividindo 
a dose que alcança a circulação 
sistêmica pela concentração no plasma no 
tempo zero (C0). 
V = Q/Cp ou 
V = qntd de fármaco no organismo/C0 
 
 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
Volume de distribuição aparente: é o 
volume no qual o fármaco se distribui em 
vários compartimentos (com frequência 
ligando-se avidamente a componentes 
celulares como lipídeos, proteínas e 
ácidos nucleicos). 
Vd = dose/concentração de F 
Drogas muito 
lipossolúveis: Vd alto 
Drogas hidrossolúveis: 
Vd baixo 
 
Um alto valor de distribuição está mais 
nos tecidos periféricos, que é o destino 
final do fármaco. 
DOSE DE ATAQUE 
Dose necessária que o organismo precisa 
para conseguir elevar a concentração 
sérica a fim de atingir o limiar 
terapêutico. 
Dose de ataque = Concentração de F 
desejada x Vd 
Dose de manutenção - dose para manter o 
limiar terapêutico na corrente sanguínea 
e nos tecidos. 
Dosagem de manutenção = concentração 
desejada x depuração 
INTERAÇÃO FARMACOCINÉTICA: 
DISTRIBUIÇÃO 
Os fármacos que se ligam a proteínas 
para serem carregados no sangue podem 
competir por sítios nessas proteínas, 
aumentando a distribuição da droga. 
Fatores que afetam a distribuição: taxa 
de difusão, ligação em estruturas 
celulares e teciduais, ligação a 
proteínas plasmáticas, meia vida da 
droga, fluxo sanguíneo tecidual e volume 
de distribuição e patologias que afetam 
a permeabilidade das barreiras. 
SISTEMAS ESPECIAIS DE 
LIBERAÇÃO DE FÁRMACOS 
 Pró-fármacos - precisam ser 
biotransformados para executarem 
sua ação. Eles chegam na forma 
inativa. 
 Microesferas biologicamente 
erosíveis – permitem maior 
especificidade na ligação aos 
sítios de ação e maior tempo de 
liberação dos fármacos. 
 Conjugados anticorpo-fármaco. 
 Acondicionamento em lipossomas. 
 Dispositivos revestidos 
implantáveis. 
DEPURAÇÃO DO FÁRMACO 
Logo no momento em que o fármaco entra 
no organismo, já começa a acontecer o 
processo de sua eliminação. Esse 
processo envolve 3 vias: 
1. Biotransformação hepática 
2. Eliminação na bile (e então às 
fezes) 
3. Eliminação na urina. 
A depuração (clearence) estima a quantia 
de fármaco eliminada do organismo por 
unidade de tempo. 
CL = taxa de eliminação / C 
Locais de biotransformação de fármacos: 
fígado (principal), pulmões, rins, 
sangue e TGI. 
A biotransformação do fármaco é 
importante para terminar a ação do 
fármaco (detoxificar ou inativar 
compostos), facilitar a excreção (formar 
produtos mais hidrossolúveis), ativar 
pró-farmacos e formar metabólitos 
ativos. 
OBS.: Para encerrar o fármaco, eu 
preciso biotransformar ele, para evitar 
uma ação tóxica do fármaco. 
A biotransformação ocorre em 2 fases: 
Fase 1: as reações dessa fase convertem 
moléculas lipofílicas em moléculas mais 
polares. Ocorre via de regra no fígado. 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
Fase 2: consistem em reações de 
conjugação. Normalmente o que ocorre é: 
os metabólitos catalisados na fase 1 
permanecem muito lipofílicos, então uma 
reação de conjugação com um substrato 
endógeno produz um composto polar em 
geral mais hidrossolúvel e 
terapeuticamente inativo. 
 
DEPURAÇÃO RENAL 
Volume de plasma que contém a quantidade 
da substância removida pelos rins na 
unidade de tempo pela filtração 
glomerular, reabsorção tubular e 
secreção tubular. 
 
TEMPO DE MEIA VIDA (T1/2) 
Tempo necessário para que a concentração 
do fármaco reduza à metade do valor. 
 
Na prática, a concentração de estado de 
equilíbrio dinâmico é de 3 a 5 meia-
vidas. Essa concentração é equivalente 
ao ponto em que a taxa de eliminação do 
F é igual à taxa de biodisponibilidade. 
 
CINÉTICA DE EXCREÇÃO DO 
FÁRMACO 
 Cinética de primeira ordem: 
velocidade de biotransformação do 
fármaco é diretamente proporcional 
ao fármaco livre no sangue. Uma 
fração constante do fármaco 
presente no organismo é eliminada 
por unidade de tempo. 
 
 
 
 
 
 Cinética de ordem zero: sistema de 
eliminação do fármaco é saturável 
(enzimas metabólicas e/ou 
transportadores), não linear e não 
dependente da dose ou da 
concentração do fármaco. 
Inicialmente, a eliminação é 
crescente antes da saturação do 
sistema enzimático. A enzima é 
então saturada pela concentração 
elevada de fármaco livre, e a 
velocidade da biotransformação 
permanece constante no tempo. 
Velocidade é constante, 
independentemente da quantidade de 
fármaco livre. Diferente da cinética 
de primeira ordem, em que a 
velocidade depende da concentração do 
fármaco. 
 
 
 
 
 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
JANELA TERAPÊUTICA 
É a faixa de concentração de medicamento 
no organismo capaz de produzir efeitos 
terapêuticos adequados sem causar 
efeitos tóxicos. 
A janela terapêutica tem por objetivo 
fornecer parâmetros de concentração 
segura de determinado medicamento, 
orientando a dosagem a ser indicada para 
o paciente para um benefício terapêutico 
com efeitos adversos mínimos. 
Essa concentração é determinada 
pela dose, via de administração, horários e 
frequência da administração. 
Primeiro, ocorre a absorção a partir da 
via de administração e em seguida o 
fármaco é distribuído pelos tecidos do 
corpo. Ao passo que o fármaco vai ser 
absorvido, parte dele vai sendo 
metabolizado e excretado. 
 
 
 
 
 
 
INDUÇÃO E INIBIÇÃO ENZIMÁTICA 
Indução: aumenta a velocidade de 
biotransformação hepática dos fármacos, 
diminuindo a concentração do fármaco e 
seu efeito sobre o organismo. 
 Aumenta a toxicidade se os 
metabólitos forem tóxicos 
 Diminui a meia vida sérica do 
fármaco 
 Diminui o efeito farmacológico se 
o metabolito for inativo 
Inibição: aumenta a concentração do 
fármaco e seu efeito. 
 Aumenta a meia vida da droga 
 Aumenta o efeito farmacológico se 
o metabolito for inativo 
 Perda do efeito se o metabólito 
for ativo (pró-fármaco) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Introdução
	VIAS De administração do FÁRMACO
	BiODISPONIBILIDADE
	EQUIPOTÊNCIA
	BIOequivalência
	TRANSPORTE DO FÁRMACO
	Fatores que influenciam a absorção de um fármaco
	VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO
	Dose de ataque
	INTERAÇÃO FARMACOCINÉTICA: DISTRIBUIÇÃO
	Sistemas especiais de liberação de fármacos
	DEPURAÇÃO DO FÁRMACO
	cinética de excreção do fármaco
	janela terapêutica
	INDUÇÃO E INIBIÇÃO ENZIMÁTICA

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