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ABERTURA PROBLEMA 2- AAS

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PROBLEMA 2- ABERTURA 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
- É uma nova especialidade médica, sendo que novas 
especialidades podem se iniciar de 03 modos: 
 Transformação de uma antiga especialidade: 
É o caso da Medicina da Família e 
Comunidade, o qual evoluiu de uma 
ramificação mais antiga da medicina, a clínica 
geral. 
 Criação de uma área completamente nova 
 Fragmentação de uma área mais ampla 
- Mudanças na sociedade geram mudanças na 
medicina e no atendimento médico. Sendo assim, os 
médicos, antigamente, estavam acostumados e 
preparados a lidarem com doenças graves agudas, 
como a febre tifoide, e atualmente enfrentam 
doenças crônicas, acidentes, doenças infecciosas. Esse 
novo padrão produziu uma mudança gradual do papel 
do médico: Uma pessoa afetada por uma antiga 
infecção ou se recuperava ou morria em um curto 
espaço de tempo, ao contrário da atualidade em que 
há a necessidade do médico buscar ajudar aos seus 
pacientes afetados por doenças crônicas atingirem 
um novo equilíbrio devido ao seu estado de saúde. 
- A realidade atual demonstra que muitas das 
situações encontradas pelos médicos são resultados 
de combinações, por vezes complexas, de fatores 
físicos e comportamentais. 
 A medicina preventiva também muda com o 
contexto atual: A saúde passa a depender 
mais de decisões individuais, como 
tabagismo, etilismo, planejamento familiar, 
do que de criações de novas legislações. 
Nesse sentido, o médico tem papel 
educacional fundamental. 
 
 Primeira metade do século XX 
- Foi a era da especialização, momento em que o 
progresso tecnológico era rápido e a educação 
médica voltou-se, cada vez mais, para as ciências 
laboratoriais e tecnologia da medicina. Houve um 
crescente prestígio aos especialistas e, em 
contrapartida, um decrescente prestígio aos médicos 
generalistas. Além da deterioração da classe médica 
generalista e da relação pessoal médico-paciente. 
- À medida que a era da especialização chega ao seu 
clímax, percebeu-se a necessidade de um novo tipo 
de médico generalista com mudanças em relação aos 
antigos clínicos gerais. 
 Movimento da Medicina 
Comunitária 
- Foi um movimento que lutou contra a 
hiperespecialização e foi uma forma de resistência à 
ênfase dada ao modelo Flexneriano, que preconizava 
o estudo científico e parcializado do paciente 
estritamente no ambiente dos hospitais 
universitários. Aquele movimento, ao contrário, tinha 
uma preocupação com as demandas psicossociais dos 
pacientes. Pressupunha que a prestação de cuidados 
de saúde aos indivíduos se desse em seu contexto 
epidemiológico e social. Assim teve início ao 
conhecimento das condições e necessidades de saúde 
e o seu manejo por meio de métodos e intervenções 
apropriadas sobre populações definidas e conhecidas. 
FATOR IMPORTANTE DA MFC 
- A ciência do comportamento. Essa área científica 
direciona o olhar para o modo com que as pessoas 
procuram atendimento médico, aumenta o 
entendimento acerca da relação médico-paciente, 
relacionamentos familiares e aspectos 
comportamentais da experiência com a doença. 
- A medicina de família e comunidade marca o 
ressurgimento do interesse no atendimento de saúde 
fora dos hospitais. 
 O médico de família e comunidade tem como 
campo de atuação a Atenção Primária a Saúde 
 A MFC é um componente primordial da APS 
- A MFC presta atenção ao marginalizado na 
sociedade. Talvez por trabalharem na comunidade, os 
médicos dessa área estão mais atentos para os 
efeitos das necessidades que não são satisfeitas. 
OBJETIVOS DA MFC 
- Atuar, de forma prioritária, no âmbito da APS, a 
partir de uma abordagem biopsicossocial do processo 
saúde-adoecimento. 
 Os médicos não se limitam pelo tipo de 
problema de saúde, eles estão disponíveis 
para qualquer problema, para qualquer 
gênero e para qualquer idade. O médico não 
define o problema, a pessoa define. 
 O médico não encerra seu comprometimento 
com a cura ou o fim de um tratamento. Isso é 
algo que será acompanhada 
- Desenvolver ações integradas de promoção, 
proteção, recuperação da saúde no nível individual e 
coletivo. 
- Priorizar a prática médica centrada na pessoa, na 
relação médico-paciente, com foco na família e 
orientada para comunidade, privilegiando o primeiro 
contato, o vínculo, a continuidade e a integralidade do 
cuidado na atenção à saúde. O método clínico 
centrado na pessoa se inicia desde o primeiro 
contato na consulta, existem alguns modelos de 
abordagem médicas interessantes nesse método. O 
MCCP tem 6 componentes: 
1. Explorar a doença e a experiência da pessoa 
em estar doente 
2. Entender a pessoa como um todo 
3. Elaborar um projeto comum ao médico e à 
pessoa para manejar os problemas 
4. Incorporar prevenção e promoção da saúde 
na prática diária 
5. Intensificar a relação médico-pessoa 
6. Realismo 
- Coordenar os cuidados de saúde prestados a 
determinado indivíduo, família e comunidade, 
referenciando, sempre que necessário, para outros 
especialistas ou outros níveis e setores do sistema, 
mas sem perda do vínculo. 
 
 
PRINCÍPIOS DA MFC 
 O médico da família e comunidade é um 
clínico qualificado: 
- O médico de família e comunidade deve ser 
competente no método clínico centrado na pessoa ao 
receber aqueles que buscam ajuda, devendo 
investigar suas queixas de maneira integrada, sensível 
e apropriada. Em um primeiro momento é possível 
que as queixas traduzidas do paciente não 
caracterizem um diagnostico imediato ou preencham 
os critérios de urgência e emergência dos protocolos 
da medicina tradicional. Nesses casos, é papel de MFC 
avaliar e dar uma resposta ao paciente. 
 A atuação MFC é influenciada pela 
comunidade: 
- O MFC deve conhecer bem a saúde coletiva do local 
em que está trabalhando para dominar com 
habilidade os problemas mais frequentes. Sendo 
assim, o MFC deve ser capacitado para a abordagem, 
de problemas de Saúde Mental, os quais, na APS, 
costumam assumir uma apresentação caracterizada 
por sintomas somáticos ou sem explicação médica 
 O MFC é um recurso de uma população 
definida: 
- O MFC deve atender entre 1800 e 2200 pessoas, o 
que lhe permitiria manter sua resolubilidade e 
disponibilidade. Seu compromisso com as pessoas é 
de uma responsabilidade contínua, independendo da 
condição de saúde em que se encontram. Deve 
aproveitar ao máximo cada consulta com o paciente a 
fim de identificar todos os pontos pendentes possíveis 
e assim evitar um posterior retorno. 
 A relação médico-pessoa é fundamental 
para o desempenho do médico de família 
e comunidade: 
- Um pilar fundamental é colocar a pessoa em 
primeiro lugar, e tendo uma relação clínica utilizando 
o método clínico centrado na pessoa. A visita 
domiciliar e a abordagem familiar são recursos de 
intervenção de que poucas especialidades ou 
disciplinas dispõem. Atender uma pessoa em sua casa 
proporciona informações diagnósticas, possibilita 
intervenções terapêuticas e fortalece o vínculo da 
relação clínica de uma forma especial e definitiva. Já 
em relação a abordagem familiar, utilizar a família 
como fonte de informações ou recurso de 
intervenção e outro aspecto fundamental no 
tratamento de um paciente 
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 
- A ESF visa à reorganização da Atenção Primária no 
país, de acordo com os preceitos do SUS, e é tida pelo 
Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais 
como estratégia de expansão, qualificação e 
consolidação da atenção primária. A ESF busca 
promover a qualidade de vida da população brasileira 
e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, 
como falta de atividade física, má alimentação, uso de 
tabaco, dentre outros. 
- Com atenção integral e contínua, a ESF se fortalece 
como a porta de entrada do SUS. A proximidade da 
equipe de saúde com o usuário permite que se 
conheça a família e a comunidade. Issogarante uma 
maior adesão do usuário aos tratamentos. O 
resultado é mais problemas de saúde resolvidos na 
AB, sem a necessidade de intervenção de média e 
alta complexidade em uma Unidade de Pronto 
Atendimento (UPA 24h) ou hospital. A 
- Equipe de Saúde da Família (eSF) está ligada à 
Unidade Básica de Saúde (UBS) local. Esse nível de 
atenção resolve 80% dos problemas de saúde da 
população. Entretanto, se a pessoa precisar de um 
cuidado mais avançado, a ESF faz este 
encaminhamento. ESF e outras estratégias 
organizativas da Atenção Básica devem seguir as 
diretrizes da Atenção Básica e do SUS, considerando 
as especificidades locorregionais. 
EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
- Para um número grande de pessoas, distribuído em 
um território, é preciso desenvolver tanto um 
trabalho colaborativo e conjunto, envolvendo todos 
os membros da equipe, quanto trabalhos específicos, 
seguindo as disposições legais que regulamentam o 
exercício de cada uma das profissões. 
- Cada equipe de Saúde da Família deve ser 
responsável por, no máximo, 4.000 pessoas de uma 
determinada área, que passam a ter 
corresponsabilidade no cuidado com a saúde. 
- Composta no mínimo por: 
1. Médico, preferencialmente da especialidade 
medicina de família e comunidade, 
2. Enfermeiro, preferencialmente especialista 
em saúde da família; 
3. Auxiliar e/ou técnico de enfermagem 
4. Agente comunitário de saúde (ACS). 
- Podendo fazer parte da equipe o agente de combate 
às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: 
cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em 
saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. 
- O número de ACS por equipe deverá ser definido de 
acordo com base populacional, critérios 
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de 
acordo com definição local. 
- Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de 
risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a 
cobertura de 100% da população com número 
máximo de 750 pessoas por ACS. 
- Há a obrigatoriedade de carga horária de 40 
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais 
de saúde membros da eSF. Dessa forma, os 
profissionais da ESF poderão estar vinculados a 
apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família. 
- Independente da modalidade adotada, os 
profissionais de Saúde Bucal são vinculados a uma 
equipe de Atenção Básica (eAB) ou eSF, devendo 
compartilhar a gestão e o processo de trabalho da 
equipe. 
- Para que as equipes que atuam na AB possam 
atingir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a 
coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é 
necessário adotar estratégias que permitam a 
definição de um amplo escopo dos serviços a serem 
ofertados na UBS, de forma que seja compatível com 
as necessidades e demandas de saúde da população 
adscrita, seja por meio da ESF ou outros arranjos de 
eAB. 
ATIVIDADES DE UMA EQUIPE 
 Conhecer a realidade das famílias pelas quais 
são responsáveis e identificar os problemas de 
saúde mais comuns e situações de risco aos 
quais a população está exposta; 
 Executar, de acordo com a qualificação de 
cada profissional, os procedimentos de 
vigilância à saúde e de vigilância 
epidemiológica, nos diversos ciclos da vida; 
 Garantir a continuidade do tratamento, pela 
adequada referência do caso; 
 Prestar assistência integral, respondendo de 
forma contínua e racionalizada à demanda, 
buscando contato com indivíduos sadios ou 
doentes, visando promover a saúde por meio 
da educação sanitária; 
 Promover ações e parcerias com organizações 
formais e informais existentes na comunidade 
para o enfrentamento conjunto dos 
problemas; 
 Discutir, de forma permanente, junto à equipe 
e à comunidade, o conceito de cidadania, 
enfatizando os direitos de saúde e as bases 
legais que os legitimam; 
 Incentivar a formação e/ou participação ativa 
nos conselhos locais de saúde e no Conselho 
Municipal de Saúde 
ATRIBUIÇÕES DE CADA 
PROFISSIONAL 
 Enfermeiro 
- Exerce privativamente a direção dos órgãos de 
enfermagem e integra a estrutura básica de 
instituições de saúde, e a chefia de serviço de 
enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do 
técnico. Ao enfermeiro cabe atender a saúde dos 
indivíduos e famílias cadastradas, realizando consulta 
de enfermagem, procedimentos, atividades em 
grupo e, conforme protocolos, solicitar exames 
complementares, prescrever medicações, gerenciar 
insumos e encaminhar usuários a outros serviços. 
Cabem a ele também as atividades de educação 
permanente da equipe de enfermagem, bem como o 
gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe, 
de maneira particular do ACS. 
 Médico 
- Se ocupa da saúde humana, responsabilizando-se 
pelo acompanhamento do plano terapêutico do 
usuário. Para que possa atender à demanda dos 
indivíduos sob sua responsabilidade, deve realizar 
atividades programadas e de atenção à demanda 
espontânea, de forma compartilhada, consultas 
clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, 
quando indicado na Unidade de Saúde, no domicílio 
ou em espaços comunitários, responsabilizando-se 
pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo 
acompanhamento do usuário. Além disso, o médico 
deve, em um trabalho conjunto com o enfermeiro, 
realizar e fazer parte das atividades de educação 
permanente dos membros da equipe e participar do 
gerenciamento dos insumos 
 ACS e ACE 
- O ACS exerce o papel de “elo” entre a equipe e a 
comunidade, devendo residir na área de atuação da 
equipe, vivenciando o cotidiano das famílias e 
comunidade com mais intensidade. É capacitado para 
reunir informações de saúde sobre a comunidade, 
através de visitas domiciliares, e deve ter condição de 
dedicar oito horas por dia ao seu trabalho. 
Estudos identificam que o ACS, no seu dia a dia, 
apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o 
excesso de trabalho, a preservação do espaço 
familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do 
seu trabalho e o cansaço físico. 
 
- A esses profissionais cabe cadastrar todas as 
pessoas do território, mantendo esses cadastros 
sempre atualizados, orientando as famílias quanto à 
utilização dos serviços de saúde disponíveis. Devem 
desenvolver atividades de promoção da saúde, de 
prevenção das doenças e agravos e de vigilância à 
saúde, mantendo como referência a média de uma 
visita/família/mês ou, considerando os critérios de 
risco e vulnerabilidade, em número maior. A eles cabe 
o acompanhamento das condicionalidades do 
Programa Bolsa Família ou de qualquer outro 
programa similar de transferência de renda. O ACS 
também é responsável por cobrir toda a população 
cadastrada, com de 12 ACS por equipe de Saúde da 
Família. 
- O agente de controle de endemias(ACE) deve 
executar ações de campo para pesquisa ou coleta de 
reservatórios de doenças; realizar cadastramento e 
atualização da base de imóveis para planejamento e 
definição de estratégias de prevenção, intervenção e 
controle de doenças, através de medidas de controle 
químico, biológico, manejo ambiental e outras ações; 
realizar e manter atualizados os mapas e o 
reconhecimento geográfico de seu território, além de 
executar ações de campo em projetos que visem 
avaliar novas metodologias de intervenção para 
prevenção e controle de doenças. 
 Técnico auxiliar de enfermagem 
- Cabe, sob a supervisão do enfermeiro, realizar 
procedimentos regulamentados no exercício de sua 
profissão, tanto na Unidade de Saúde, quanto em 
domicílio e outros espaços da comunidade; educação 
em saúde e educação permanente. 
 Dentista 
- O cirurgião-dentista deve desenvolver com os 
demais membros da equipe atividades referentes à 
saúde bucal, integrando ações de saúde de forma 
multidisciplinar. A ele cabe, em ação conjunta com o 
técnico em saúde bucal (TSB), definir o perfil 
epidemiológico da população para o planejamento e a 
programação em saúde bucal, a fimde oferecer 
atenção individual e atenção coletiva voltadas à 
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, 
de forma integral e resolutiva. Sempre que 
necessário, deve realizar os procedimentos clínicos, 
incluindo atendimento das urgências, pequenas 
cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados 
com a fase clínica da instalação de próteses dentárias 
elementares, além de realizar atividades programadas 
e de atenção à demanda espontânea. 
 Técnico em saúde bucal (TSB) e 
Auxiliar em saúde bucal (ASB) 
- Ao TSB cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista, 
o acolhimento do paciente nos serviços de saúde 
bucal, a manutenção e a conservação dos 
equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme 
e as fotografias e tomadas de uso odontológicos, a 
limpeza e a antissepsia do campo operatório, e as 
medidas de biossegurança de produtos e resíduos 
odontológicos. 
- O ASB realiza procedimentos regulamentados no 
exercício de sua profissão, como limpeza, assepsia, 
desinfecção e esterilização do instrumental, dos 
equipamentos odontológicos e do ambiente de 
trabalho, processam filme radiográfico, seleciona 
moldeiras, prepara modelos em gesso, além das 
demais atividades atribuídas ao TSB. 
DEMANDA ESPONTÂNEA 
- É o nome dado para qualquer atendimento não 
programado na Unidade de Saúde, ou seja, representa 
uma necessidade momentânea do usuário. Ela deve 
ser atendida porque: 
1. O usuário apresenta queixas que devem ser 
acolhidas e problematizadas 
2. A atenção básica consegue absorver e ser 
resolutiva em grande parte dos problemas de 
saúde 
3. Para criação e fortalecimento de vínculos 
4. Cria-se oportunidade para invenção de novas 
estratégias de cuidado e reorganização do 
serviço 
DEMANDA PROGRAMADA 
- A ESF tem como um dos principais desafios o 
desenvolvimento do processo de trabalho embasado 
em planejamento de ações. Foi implantado com o 
intuito de reorganizar o acesso ao SUS e dar 
direcionamento as demandas da população adstrita, 
além de ter como um de seus eixos a promoção de 
saúde e prevenção de agravos, por meio da 
longitudinalidade. Para isso, as agendas dos 
profissionais são organizadas de forma programada 
com períodos específicos para procedimentos e 
atividades. 
- De forma geral, a demanda programada é aquela 
que é agendada previamente, ou seja, toda demanda 
gerada de ação prévia a consulta, sendo um 
importante instrumento de ação quando se trata de 
um serviço que compõe a rede de Atenção Primária a 
Saúde pautada em ações preventivas. 
NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA 
FAMÍLIA (NASF) 
- Constitui uma equipe multiprofissional 
complementar às equipes que atuam na Atenção 
Básica. Poderão compor o NASF: 
 Acupunturista 
 Assistente social 
 Ginecologista/obstetra 
 Geriatra 
 Nutricionista 
 Psiquiatra, entre outros 
- Compete especificamente à equipe do NASF: 
 Participar do planejamento conjunto com as 
equipes que atuam na Atenção Básica à que 
estão vinculadas; 
 Contribuir para a integralidade do cuidado aos 
usuários do SUS principalmente por 
intermédio da ampliação da clínica. 
 Realizar discussão de casos, atendimento 
individual, compartilhado, construção 
conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente, intervenções no território e na 
saúde de grupos populacionais de todos os 
ciclos de vida, discussão do processo de 
trabalho das equipes dentre outros, no 
território. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
- A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida 
como uma condição clínica multifatorial caracterizada 
por níveis elevados e sustentados de pressão arterial 
(PA), associando-se frequentemente a alterações nas 
funções ou estruturas dos órgãos-alvo (coração, 
encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e no metabolismo, 
ocasionando o aumento do risco de eventos 
cardiovasculares fatais e não fatais. 
- No Brasil, os desafios do controle e prevenção da 
HAS e suas complicações são, sobretudo, das equipes 
de Atenção Básica, as quais são multiprofissionais, 
cujo processo de trabalho pressupõe vínculo com a 
comunidade e a clientela adscrita. Nesse contexto, o 
Ministério da Saúde preconiza que sejam trabalhadas 
as modificações de estilo de vida, fundamentais no 
processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. 
- Um dos problemas mais comum enfrentado pelas 
equipes de Saúde é a HAS e existem dificuldades em 
realizar o diagnóstico precoce, o tratamento e o 
controle dos níveis pressóricos dos usuários. 
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO NA 
ATENÇÃO BÁSICA 
- Estratégias vêm sendo utilizadas para otimizar o 
atendimento e acompanhamento de pacientes 
hipertensos na APS, como no Brasil, que faz uso do 
protocolo para diagnóstico da HAS proposto pelo 
Ministério da Saúde e o da Secretaria Municipal de 
Saúde de Curitiba. 
- A ESF deve realizar o acompanhamento dos 
hipertensos, através de: 
 Consultas mensais, por profissional médico ou 
enfermeiro, com aferição do peso, pressão 
arterial, orientações e prescrição do 
tratamento medicamentoso e não 
medicamentoso. 
- Percebe-se então a necessidade de um instrumento 
de consulta e acompanhamento para hipertensos, 
que possa ser utilizado pela eSF. Assim, o objetivo do 
estudo foi de construir e validar um protocolo para 
consulta e acompanhamento de hipertensos na AB. 
Dessa forma, o protocolo ficou organizado em VII 
dimensões e 50 itens: 
I. Caracterização do paciente: composta por 
10 itens que elencam dados do hipertenso, o 
que permite traçar um perfil 
sociodemográfico 
II. Indicadores de saúde: os 12 itens que os 
compõem permitem a identificação, registro e 
análise de fatores de risco cardiovasculares e 
metabólico 
III. Indicadores psicossociais: possui 7 itens 
que agregam condições contribuintes para o 
bem-estar social e mental 
IV. Sinais de cifras pressóricas elevadas: 
possui 5 itens compostos por sinais que 
indicam possíveis crises hipertensivas 
V. Ocorrências de complicações: possui 9 
itens provenientes do não controle pressórico 
VI. Solicitação de exames: possui 6 itens que 
destacam os principais exames para o 
acompanhamento da função metabólica 
VII. Condutas: possui apenas 1 item que permite 
o registro da assistência prestada 
- O protocolo foi pensado de forma que, após o 
diagnóstico, seja possível a vinculação do usuário com 
o serviço, permitindo o acompanhamento por parte 
da equipe de saúde da APS. 
CONSULTA MÉDICA NA AVALIAÇÃO 
INICIAL 
- A consulta de avaliação inicial de pessoas com 
diagnóstico de HAS deverá ser realizada pelo médico 
da UBS, com objetivo de identificar fatores de risco e 
considerar a hipótese de hipertensão secundária ou 
outra situação clínica para encaminhamento à 
consulta em outro nível de atenção. 
- É fundamental: 
 Investigar a história 
- Preciso ser dado destaque à obesidade, abuso de 
bebidas alcoólicas, predisposição familiar, uso de 
contraceptivos hormonais e transtornos do sono. 
- Também se deve dar especial atenção às síndromes 
clínicas como insuficiência cardíaca e acidente 
vascular cerebral prévios. 
- Ao avaliar a história, deve-se considerar que muitos 
pacientes com pressão arterial elevada têm queixas 
inespecíficas, como cefaleia, epistaxe e outras. 
 Realizar exame físico 
- O exame físico da pessoa com HAS é muito 
importante e não somente classifica a PA, como pode 
detectar lesões de órgão-alvo e identificar outras 
condições que, associadas, aumentam a 
morbimortalidade e influenciam no tratamento. 
- É importante ressaltar que a AB trabalha com o 
princípio da longitudinalidade e que o exame físico 
pode ser feito ao longo de outros encontros com a 
pessoa. 
 Solicitar exames laboratoriais 
- Sugere-se uma periodicidade anual destes exames 
rotina, sendo que devem ser avaliados alguns 
aspectos: 
 ECG 
 Proteinúria 
 Potássio sérico 
 Dosagem de colesterol e glicemia 
PLANEJAMENTO EM SAÚDE 
- Quando de pretende alcançarobjetivos complexos e 
de forma coletiva, torna-se imprescindível contar com 
um método de planejamento. Esse método deve 
possibilitar a compreensão e o compartilhamento de 
uma mesma “linguagem” (conceitos básicos, 
instrumentos utilizados, etc.) e deve contribuir para o 
dialogo e a efetiva participação de todos os 
envolvidos na operacionalização do plano. 
 Segundo Matus, o planejamento é um cálculo 
que precede e preside a ação. Ele deve ser 
um cálculo situacional e sistemático capaz de 
articular o presente com o futuro. 
- O planejamento normativo surgiu em 1960, na 
América Latina, quando a Organização Pan-americana 
de saúde (OPAS) e o Centro de estudos do 
Desenvolvimento da Universidade Central da 
Venezuela (CENDES) elaboraram um método de 
planejamento para a saúde, que ficou conhecido 
como método CENDES/OPAS. 
 Nesse método, a formulação do plano inicia 
com a realização do diagnóstico, e em 
seguida a seleção de prioridades, definindo as 
ações e recursos com o intuito de alcançar 
mais eficiência nas ações de saúde. 
- Na década de 1970 surgiram na América Latina as 
diferentes correntes do planejamento estratégico. 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
SITUACIONAL (PES) 
- O planejamento estratégico situacional foi concebido 
na década de 80 por Carlos Matus, economista 
chileno, como proposta teórico-metodológica para 
planejar e governar. Matus define o planejamento 
como uma ferramenta de liberdade e, devido à 
flexibilidade do PES, ele é utilizado e adaptado em 
áreas como saúde e educação. 
 Triângulo de governo 
- O Triângulo do governo é a forma que Matus utiliza 
para representar 3 aspectos importantes dos 
fundamentos teóricos do PES, os quais devem ser 
vistos em uma inter-relação dinâmica: 
 Projeto de governo: refere-se ao plano que 
uma equipe se propõe a realizar para alcançar 
seus objetivos 
 Governabilidade: são as variáveis ou 
recursos que a equipe controla ou não e que 
são necessários para implementar o plano 
 Capacidade de governo: diz respeito à 
experiência e à acumulação de 
conhecimentos que uma equipe domina e que 
são necessários para implementação do 
plano. 
 
- Esse triangulo procura refletir como essa relação é 
interdependente. Dessa forma, por exemplo, podem 
acontecer situações em que: 
 A equipe tem baixa governabilidade pra 
realizar o projeto, mas possui alta capacidade 
de governo, o que permite acumular recursos. 
 A equipe possui alta governabilidade, mas 
pode ficar isolada e impotente para realizar o 
projeto, devido à baixa capacidade de 
governo 
 
 Momentos do planejamento 
- O PES propõe quatro momentos em um processo 
sistemático, visando a organização de intervenções e 
a produção de resultados sobre uma determinada 
realidade. Quando adotado como ferramenta de 
gestão em saúde coletiva, o PES possibilita a 
organização do trabalho, com base nos princípios do 
SUS, pois promove a participação da comunidade, 
requer a divulgação de informações sobre o potencial 
dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário, 
exige a utilização da epidemiologia para o 
estabelecimento de prioridades, a alocação de 
recursos e a orientação programática, e tem como 
finalidade a resolutividade dos serviços. 
1. Primeira etapa: momento explicativo: 
- Propõe estratégias para identificar e explicar os 
problemas, considerando informações objetivos (p.ex. 
dados quantitativos) e subjetivas, como a percepção 
dos diversos atores sobre os problemas analisados. 
- Na prática pedagógica relacionada à área da saúde, 
faz-se o reconhecimento dos atores, que são 
trabalhadores de saúde, usuários e agentes que 
atuam no território adscrito ou não. Reconhecemos 
também o contexto do serviço, que inclui as 
instituições e organizações da comunidade. 
Para o PES, o valor atribuído pela população 
usuária aos problemas é critério fundamental e 
indispensável na seleção dos problemas 
prioritários à intervenção. 
 
2. Segunda etapa: momento normativo: 
- Propõe a definição de objetivos e resultados a 
alcançar, assim como estratégias e ações necessárias 
para seu alcance. Essa etapa requer uma análise, a 
qual considera as finalidades a serem alcançadas, 
preservado tanto a coerência interna, que diz respeito 
aos princípios da instituição, quanto à coerência 
externa, que se refere ao SUS. 
- Assim, nesse momento o planejamento requer a 
observação dos obstáculos e oportunidades internas e 
externas, bem como o tempo de resolução dos 
problemas. 
3. Terceira etapa: momento estratégico 
- Enfatiza a importância de analisar recursos 
econômicos, administrativos e políticos necessários 
ou disponíveis. A partir dos objetivos que já foram 
traçados na etapa 2, devem ser previstos projetos de 
intervenção, estabelecendo os efeitos esperados. 
- A análise dos recursos políticos avalia a motivação 
dos atores para se engajar e comprometer no 
processo. 
4. Quarta etapa: momento tático-
operacional 
- Prevê a programação da implementação das 
propostas, o que inclui cronograma, recursos, atores 
responsáveis e participantes na execução. É essencial 
rever os objetivos, definindo parâmetros e 
acompanhamento e avaliação dos resultados ou do 
processo. 
 Conclusão 
- Na visão do PES, planejamento e gestão são 
inseparáveis, dessa forma, o alcance dos resultados 
propostos exige formas adequadas de 
gerenciamentos e monitoramento. 
 
HIPERDIA 
- A Hipertensão Arterial (Hiper) e o Diabetes Mellitus 
(Dia) são doenças crônicas, apontadas como os 
principais fatores de risco para as doenças 
cardiovasculares. No Brasil, cerca de 60 a 80% dos 
casos da HAS e DM podem ser tratados na rede 
primária de saúde, porém a AB recebe diariamente 
uma grande sobrecarga de trabalho inesperada de 
pacientes com crises hipertensivas e complicações 
graves. 
- Dessa forma, cria-se o HiperDia em março de 2002 
(Portaria nº 371) por um Plano de Reorganização da 
Atenção à Hipertensão Arterial e Diabetes 
Mellitus, o qual objetiva estabelecer metas e 
diretrizes para ampliar ações de prevenção, 
diagnóstico, tratamento e controle dessas patologias, 
através da reorganização das unidades da rede básica 
dos Serviços de Saúde, que destina-se ao 
cadastramento e acompanhamento de portadores de 
HAS e DM. O sistema envia dados para o Cartão 
Nacional de Saúde, funcionalidade que garante a 
identificação única do usuário do SUS. 
- Os hipertensos e diabéticos que abandonarem o 
programa devem ser contatados para a identificação 
dos elementos dificultadores e para nova inserção no 
atendimento. 
 Deve ser realizado um fluxograma de 
atendimento e de informação aos pacientes 
sobre a rotina de atendimento, para maior 
compreensão e maior adesão. 
 
 Objetivos 
- O Programa HiperDia possui os seguintes objetivos: 
 Garantir as consultas: evitar desmarcações 
sucessivas de consultas 
 Diminuir o intervalo entre as consultas de 
controle 
 Prevenção, diagnóstico e terapêutica mais 
precoce possível das complicações 
 Diminuir a carga de trabalho inesperada 
 Aumentar o acesso aos cuidados e 
orientações complementares à terapêutica 
 Evitar o uso incorreto de medicamentos pelos 
pacientes 
 Criar banco de dados fiel para pesquisa 
 Criar uma rotina/ maior responsabilização dos 
pacientes 
 
 Como funciona? 
- É destinado uma semana ou dias para atendimento 
deste grupo, através de um atendimento 
sistematizado: 
1. Triagem feita pelo enfermeiro 
2. Avaliação médica 
3. Medicamentos na farmácia 
- Todos os dados devem ser devidamente anotados no 
cartão HiperDia. 
 Vantagens 
- Melhor gestão das consultas/escala. 
- Diminuição das demandas espontâneas 
- Diminuição do pedido de receitas 
- Banco de dados fiel, de fácil acesso 
- Identificação rápida dos faltosos 
- Baixo custo de implementação 
- Diminuição e controle das complicações e fatores de 
risco

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