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PROBLEMA 4- INTERMEDIÁRIA SISTEMAS DE SAÚDE SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL - Os sistemas de proteção social emergiram no final do século XIX e consolidaram-se no pós-guerra, assumindo as funções de reprodução social, onde o Estado ocupa-se de tudo. - A dinâmica capitalista produz dois processos de formas simultânea: homogeneização social, cuja base é o assalariamento de massa e o de heterogeneidade, quando o mercado fomenta a produção de diferenças sociais. A forma encontrada para proteger os cidadãos das desigualdades foi a responsabilização pelo estado em financiar e prover um grande número de bens e serviços que os cidadãos não poderiam acessar por meio da sua renda obtida no trabalho ou quando ,sem trabalho, necessita desses bens, como é o caso da saúde - O modelo de proteção social conseguiu que o social e o econômico se conjugassem em favor de uma maior igualdade e integração social O modelo de proteção social da América Latina foi baseado no emprego formal, garantindo dois tipos básicos de benefícios: assistência à saúde, individual e curativa, e aposentadoria, pensões e benefícios ligados aos acidentes de trabalho. - A proteção social na saúde retira a visão mercantil do acesso aos bens e serviços (quem tem dinheiro, tem atendimento médico) e passa a saúde como uma responsabilidade de todos e direito do cidadão. A proteção social não visa erradicar a pobreza e sim atenuar as desigualdades, pois essas questões são definidas e ocorrem a depender dos diferentes modelos econômicos. - O modelo de proteção social possui alguns tipos, sendo eles: Residual ou liberal – Exemplo: EUA Corporativista ou meritocrático – Exemplo: França Institucional Redistributiva ou socialdemocrata -Exemplo: Inglaterra - A proteção social do tipo socialdemocrata ou institucional redistributivo busca a aplicação da justiça social e resultou nos sistemas nacionais de saúde, de caráter universal e financiado por impostos. Justiça social: é uma construção baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. Em termos de desenvolvimento, a justiça social é vista como o cruzamento entre o pilar econômico e o pilar social. - Um exemplo desse tipo de assistência à saúde é o National Health Service (NHS). Esses sistemas, também são conhecidos como beveridgianos, dado sua referência histórica ao Relatório Beveridge, de 1942, na Inglaterra No Brasil, o sistema público de proteção social orienta-se, atualmente, nos termos da Constituição Federal de 1988, por um modelo securitário que conjuga elementos da filosofia beveridgiana (seguridade social pura, universal e gratuita) e da filosofia bismarckiana (seguro social, individualização dos riscos) BRASIL - O Brasil representa o modelo de saúde de contrato público, o qual se caracteriza pela universalização do acesso por financiamento público com alocação de recursos para uma pluralidade de prestadores. Se destaca, pois conseguiu unificar a cobertura dos serviços dos beneficiários do seguro social com a outra parcela da população que não está inserida no mercado formal de trabalho. - Atualmente, a saúde no brasil se divide em pública e suplementar A saúde pública está estruturada dentro do SUS A saúde suplementar é a saúde privada - O sistema de saúde brasileiro se divide em: SUS (Público) SAMS – O sistema de atenção médica supletiva SDD (Privado) – Sistema de desembolso direto: As pessoas podem ir diretamente aos médicos, aos hospitais, às farmácias com dinheiro e comprar. É o sistema de desembolso direto, que é utilizado por 35% da população, 67% dos quais com renda familiar mensal de menos de 1 salário mínimo. A utilização é extremamente concentrada em duas áreas – medicamentos e em atenção odontológica. - Indicadores importantes PIB: 1,605 trilhão de dólares IDH: 0,761 Índice de Gini: 53,3% Expectativa de vida: 76,3 anos EUA - O Estados Unidos possui uma organização política- administrativa caracterizada por um governo federal, estados, condados e municípios. Além disso, possui o sistema de saúde do tipo pluralista empresarial permissivo. Há uma variedade de instituições privadas e públicas, configurando um sistema plural com múltiplos subsistemas para clientelas distintas. A grande importância dada ao liberalismo na cultura americana pode explicar, em parte, a diversidade de cobertura e de modalidades de cuidados existentes no país. - Século XVIII: surge uma rede hospitalar mantida por comitês comunitários e, depois, com hospitais religiosos ou de grupos étnicos. - No final do século XIX surgiram os hospitais privados com fins lucrativos, os quais recebiam subsídios e isenção de impostos, devido a destinarem uma parte de seu atendimento aos pobres. Assim, eram considerados filantrópicos e, atualmente, representam a maior parcela dos leitos existentes. Nesse mesmo século, foram criados os Departamentos de Saúde estaduais ou locais, dirigidos ao controle de epidemias, doenças transmissíveis e para educação sanitária, se iniciando, assim, a estruturação das ações de saúde pública. Essa divisão de trabalho, com o Estado restringindo-se às atividades preventivas e repassando ao setor privado a prestação de serviços curativos persiste até os dias atuais. - Atualmente, o EUA possui o Department of Health and Human Services (DHHS), que o órgão federal, equivalente ao Ministério da Saúde. O DHHS coordena as diversas áreas de atuação do setor público. Existem intervenções clássicas de saúde coletiva feitas pelos Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) e pelo Food and Drug Administration (FDA), por exemplo. - Os programas Medicare e Medicaid surgiram na década de 1960 a partir de reformas que visavam ampliar o acesso aos serviços, sobretudo para idosos, desempregados e trabalhadores de pequenas empresas. O Medicare é um seguro social de responsabilidade federal, destinado à cobertura médico-hospitalar de aposentados e seus dependentes e de portadores de doença renal terminal. Possui 2 sistemas de coberturas: Básico obrigatório: é o plano financiado pela contribuição compulsória de empregados e empresas sobre a folha de salários e cobre apenas parcialmente os gastos de hospitalização com copagamento por parte dos usuários. Complementar de adesão voluntária: cobre os honorários médicos entre outras coisas. O Medicaid é um programa assistencial sob responsabilidade dos governos estaduais, sendo financiado com fontes fiscais e subsídios federais. - A maior parcela da população americana obtém serviços a partir de formas de seguro saúde privado, sendo que ocorreram reformas de saúde nos anos 1980 que determinaram novos arranjos financeiros e gerenciais no seguro privado, dando origem ao Managed Care. - Além dos serviços governamentais e do seguro privado, há ainda instituições não-governamentais que atuam no contexto de agravos ou grupos como câncer, saúde mental, drogas, entre outros. RESUMINDO - Um usuário americano pode recorrer aos seguintes serviços: Clínicas de saúde pública; ambulatórios de hospitais; serviços de saúde escolar; serviços médicos de bases militares; serviços para militares veteranos; serviços para população indígena; Clínicas de instituições voluntárias: incluem as “Free Clinics” que oferecem atenção primária para adultos jovens de baixa renda; Centros Comunitários de Saúde Centros de Pronto-atendimento- setor privado - Apesar dos avanços tecnológicos e de resultados de grandes pesquisas na área da saúde, o sistema de saúde americano possui custos crescentes e a desigualdade predominante no modelo assistencial. CANADÁ - Em 1957, a estruturação do sistema de saúde canadense iniciou-se com o seguro hospitalar,seguido pelo seguro universal, em 1966, chamado de Medical Care Act. É um sistema fortemente descentralizado, baseado no financiamento compartilhado entre o governo federal e as províncias. - O sistema é definido como um seguro nacional de saúde. A maior parte dos médicos atuam de forma liberal, atendendo em clínicas particulares ou hospitais, sendo remunerados por serviços prestados pelas agências que gerenciam o seguro saúde. Alguns poucos contratados diretamente pelo governo estão concentrados nos Centros de Saúde Comunitários, prestando serviço para populações mais vulneráveis. - A principal origem dos recursos é provincial, com importante parcela vinda do Governo Federal. - Em 1956, o governo federal aprovou legislação na qual passou a compartilhar em 50% os gastos hospitalares e de apoio diagnóstico com as províncias. - Em 1968, foi promulgada a lei que instituiu o Medicare, sistema de saúde canadense financiado pelo setor público com prestação e serviços privados. - Em 1979, foi realizada uma pesquisa para avaliar o sistema de saúde, que advertiu o risco de copagamentos em algumas províncias. Assim, em 1984, foi promulgado o Canada Health Act (CHA), que desencorajou a cobrança de taxas e de faturamento complementar aos usuários do sistema. Sob os termos do Canada Health Act, todas as "pessoas seguradas", basicamente todos os residentes legais do país, incluindo imigrantes recentes sem cidadania canadense, possuem o direito de receber "serviços segurados", sem precisar pagar diretamente pelos serviços. - A aprovação do CHA também demarcou os princípios que unificaram os planos de saúde das províncias e dos territórios, configurando-se definitivamente o Medicare como um sistema nacional: 1. Administração pública: governo provincial ou territorial 2. Abrangência: todos os serviços de saúde fornecidos devem estar assegurados previamente 3. Universalidade: todos os residentes intitulados em uma província ou território são cobertos pelo seguro saúde 4. Portabilidade: residentes que se transferem de uma província a outra ou mesmo para fora do país, sob determinado período, têm cobertura garantida. 5. Acessibilidade: todos os residentes de uma província ou território devem obter acesso razoável aos serviços - O sistema canadense não cobre saúde bucal, medicamentos extra-hospitalares e outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas e psicólogos. As exceções vão variar entre as províncias, com cobertura parcial às vezes para crianças, idosos e inscritos num programa de bem- estar. - A rede de atenção primária é a base do modelo e o profissional médico é o médico de família, com atuação altamente centrada na clínica e focada no indivíduo. - Indicadores importantes: IDH: 0,926 em 2017 Expectativa de vida: 82,25 anos, em 2017 PIB: 1,713 trilhão de dólares em 2018, sendo que cerca de 7,66% é voltado para saúde Taxa de mortalidade infantil: 4,6 para cada mil nascidos vivos, em 2016 PROVÍNCIA DO QUÉBEC - Québec é a mais extensa das 10 províncias canadenses e foi a última a implantar o seguro saúde universal, mas ultrapassou em muito os princípios propostos pelo governo federal. Na década de 70, se destacou devido ao caráter inovador na organização dos serviços de saúde. - Possui hospitais, centros de reabilitação e clínicas de repouso pertencentes à rede pública, recebendo orçamento anual e possuem funcionamento regulamentado em lei. O seguro privado serve apenas para o financiamento de serviços não cobertos pelo sistema público, como cirurgias estéticas e tratamentos dentários. - A trajetória do seu sistema de saúde pode ser dividida em 3 fases: 1971-1984: IMPLANTAÇÃO - Em 1971 foi iniciada a reforma dos serviços sociais e de saúde, sendo criadas 13 regiões sócio-sanitárias para hierarquizar uma rede de estabelecimentos públicos cuja porta de entrada seriam os Centros Locais de Serviços Comunitários (CLSC). - Durante esse período, a corporação médica do Québec era representada por duas Federações: 1. Especialistas: queriam manter a autonomia 2. Generalistas: buscavam ascensão de status devido à grande ênfase na atenção primária, dessa forma, concordaram em participar da experiência do CLSC. - Essas organizações foram gradativamente assumindo posição marginal nas redes de serviços, sendo que, no início da década de 1980, haviam apenas 100 CLSC implantados. As atividades de porta de entrada acabaram sendo realizadas pelas policlínicas, pelo CLSC, pelos ambulatórios e serviços de emergência dos hospitais. Essa fase foi marcada pelo discurso de expansão do acesso, integralidade da atenção e estímulo à participação popular. 1984-1994: AVALIAÇÕES E AJUSTES - No Québec, o marco dessa etapa foi a constituição de uma Comissão que realizou encontros, consultou organismos representativos e encomendou um conjunto de pesquisas. Essa Comissão sugeriu uma nova dinâmica de poderes e a importação dos sistemas de informação e da alocação de recursos. - Posteriormente, o governo instituiu uma nova reforma, a partir do documento conhecido com Orientations, foram fixados objetivos: Somar anos à vida: percentuais de reduções de mortalidade por doenças cardiovasculares, câncer de mama, acidentes, etc. Somar saúde à vida: percentuais de redução de dor lombar, doenças sexualmente transmissíveis, fumantes, etc. Somar bem-estar à vida: autonomia, saúde mental, redução da violência, etc. - Outro documento também foi criado articulando a política social com a de saúde, garantido os direitos a serviços mais acessíveis e contínuos num sistema público fortemente descentralizado. - Apesar desses documentos, apenas na segunda metade dos anos 90 que realmente ocorreram mudanças, através da divulgação do relatório chamado “A saúde no Canadá: uma herança para fazermos frutificar”. 1995 EM DIANTE: CONTROLE DE CUSTOS - Com a nova reforma citada anteriormente, o número de regiões de saúde aumentou e os Conselhos passaram a ter atribuições gerenciais importantes. Ocorreram a implantação de diversas medidas para reduzir a procura de recursos voltados para doenças agudas: Aumento da disponibilidade nos CLSC (60 hrs/semana) Informações por telefone 24 horas Rede integrada de hospitais universitários - Houve também aumento da regulação do trabalho médico mediante o estabelecimento de uma lista de atividades obrigatórias, criando-se um Departamento de Medicina Geral em cada região de saúde, com remunerações diferenciadas para incentivar o exercício em locais específicos, como regiões distantes. Foi prevista a criação de 95 redes locais de serviços em toda Québec. - Ocorreu também a criação de Grupos de Medicina de Família (GFM), compostos por até 10 médicos e pessoal de enfermagem. Esses GMFs foram implantados para melhorar o acesso na porta de entrada. A análise das reformas realizadas no Québec mostra a manutenção de direitos em saúde pela redução da atenção hospitalar em favor de novos modos de prática de saúde, com ênfase na medicina de família e integração de serviços. INGLATERRA - O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (National Health Service- NHS), desde a sua criação, em 1948, é considerado o modelo de socialização de serviços de saúde, garantindo acesso universal com financiamento fiscal e modelo assistencial regionalizado. O sistema provê cobertura universal baseado no princípio de equidade e integralidade, com algumas exceções (tratamento dental, oftalmológico e dispensação de medicamentos). - A maior parte do financiamento do sistema de saúde britânico advém do setor público, principalmente de impostos gerais, com uma pequena contribuição do sistema de Seguridade Social> semelhante ao SUS. Deacordo com documento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 2003), o único gasto dos cidadãos britânicos no sistema público de saúde refere-se ao pagamento de US$ 9,00 por prescrição medicamentosa ambulatorial. - Indicadores importantes IDH: 0,965 em 2017 Expectativa de vida: 81 anos, em 2017 Taxa de mortalidade infantil: 4,2 para cada mil nascidos vivos, em 2018 PIB gasto em saúde: 7,6% do PIB gasto em saúde no ano de 2001 e, em relação ao gasto per capita, o Reino Unido possui um dos menores gastos entre países desenvolvidos. - Em relação às reformas do NHS da Inglaterra, o mais populoso dos 4 países do Reino Unido, são divididas em 3 períodos. 1948 A 1982: ESTRUTURA TRIPARTITE À REGIONALIZAÇÃO - Em 1948, o NHS foi estruturado de maneira centralizada, composto por 3 partes independentes: Hospitais Serviços de saúde pública Serviços de porta de entrada ou atenção primária - Em sua origem, o NHS era composto de 14 Autoridades Sanitárias Regionais e 3 Escritórios Provinciais. - Era centrado na figura do General Practitioner (GP), médicos de atenção primária que recebiam por captação, isto é, conforme o número de pacientes que compunham sua lista de pacientes. 1991: REFORMA CONSERVADORA - Em 1991, o Partido Conservador que estava no poder propôs a reforma do NHS, sendo que a principal alteração foi a introdução do conceito de “mercado interno”, separando os “compradores” dos “provedores” de serviços de saúde. Os provedores competiriam em qualidade e custos, de forma a atrais os compradores, que estavam a partir de então livres para comprar serviços fora de seus limites geográficos. O Partido Trabalhista, a Associação Britânica de Medicina e os Conselhos Comunitários de Saúde afirmavam que as “inovações” eram estratégias para acelerar o processo de privatização do NHS, e que o Governo estaria muito mais preocupado com a saúde de sua contabilidade financeira do que com a saúde da população. - A principal reclamação dos pacientes era quanto a demora na marcação de consultas e exames emergenciais. 1997: NOVA REFORMA - O partido trabalhista assumiu o governo iniciando mudanças na forma de gestão do NHS, que passou a ser mais descentralizada e integrada. Foi apresentada uma nova proposta de reforma do NHS, a qual foi implantada em 1999, e buscou garantir a universalidade do sistema. A separação entre compradores e provedores foi mantida, mas a ideia central era “substituir a competição pelo monitoramento do desempenho”. - Duas inovações foram introduzidas na atenção primária: 1. NHS Walk-in Centres: centros onde não é necessário o agendamento, oferecendo conselhos de saúde e atendimentos menos complexos como tratamento para gripes, resfriados, pequenos acidentes. 2. NHS Direct: linha telefônica operada por enfermeiras, que funciona 24 horas por dia fornecendo informações de saúde e fazendo encaminhamento aos serviços apropriados quando necessário. - Através dessa reforma também foi definido o nível de Atenção Secundária, compreendida como o atendimento ambulatorial especializado e os procedimentos de alta complexidade, a ser realizado em hospitais. FRANÇA - A França é uma república composta administrativa e politicamente por regiões (equivalente aos estados), departamentos, cantões e comunas (municípios). Possui o sistema de seguro público baseado em 3 grandes princípios: 1) Solidariedade: o seguro social garante um financiamento compartilhados, no qual a contribuição independe dos riscos individuais 2) Pluralismo 3) Medicina liberal - O financiamento dos serviços advém de impostos e contribuições de empregados e empregadores, por isso é um seguro público, regulamento pelo Estado. A atenção à saúde é garantida em consultórios privados e em hospitais públicos e privados (lucrativos ou filantrópicos). - Em 2000, foi votada uma lei de cobertura universal, a qual incluiu a pequena parcela da população que dependia da assistência pública e, atualmente, todos os residentes legais na França são cobertos por esse regime. Para ser reembolsado ou coberto por um serviço, ele tem de ser prescrito por médico, dentista ou instituição cadastrada. Isso se aplica aos serviços de hospitais privados e consultórios onde o paciente paga a consulta, remetendo o comprovante para fins de reembolso. - Há um copagamento para um conjunto de procedimentos com taxas variadas pagas diretamente pelos usuários, como 30% para consulta com generalista e especialistas, 0 a 65% para medicamentos, entre outros. Isso explica o fato que em 2000, 86% da população possuía algum seguro complementar voluntário. COMO SE DÁ ACESSO? Os Hospitais Universitários e os hospitais regionais pertencem ao setor público, constituindo uma rede coordenada pelo Ministério da Saúde. Esse setor assume os casos mais sérios, que exigem hospitalização prolongada e de alto custo. Mais da metade dos leitos do setor privado situa- se em hospitais de médio e pequeno porte dirigidos para cirurgia e obstetrícia. Existem ainda os hospitais filantrópicos, com perfil semelhante ao setor público. CONTEXTO HISÓRICO - A medicina francesa desenvolveu-se com base numa estrutura hospitalar, dessa forma, os hospitais parisienses foram muito importantes para a constituição do saber médico. - Somente em 1958, ocorreu uma reforma da saúde francesa, criando os Centros Hospitalares Universitários (CHUs) que combinam pesquisas, ensino e atendimento médico. - Antes, o acesso era baseado na livre escolha, sem necessidade de referência e limite de consultas. A partir de julho de 2005, foi introduzida a necessidade de referência para consultas especializadas. CUBA - Antes da do triunfo da Revolução Cubana de 1959, Cuba possuía um quadro sanitário caracterizado pelo tétano, sarampo, poliomielite, tuberculose e outras doenças. A taxa de mortalidade infantil era superior a 60 por cada 1000 nascimentos e a expectativa de vida era de apenas 60 anos, para uma população de cerca de seis milhões de habitantes. Em 2010, Cuba atingiu uma taxa de mortalidade infantil de 4,5 por cada 1000 nascimentos, a mais baixa das Américas. A expectativa dos cubanos atingia quase 80 anos. - A taxa de mortalidade infantil é o mais crítico para a sobrevivência de um ser humano e expressa a qualidade com a qual o país atende e protege suas crianças, sua saúde, sua segurança material, sua educação e sua socialização. - Um dos fatores que contribuíram para esses resultados favoráveis foi a vontade política do governo de oferecer atendimento sanitário gratuito para todos os cidadãos, com especial esmero para as mães e seus filhos e um programa nacional de vacinação com uma cobertura de praticamente 100% das crianças. Dependendo da situação social das gestantes, elas ingressam em um Hogar Materno (Maternidade) onde recebem apoio nutricional e um amplo programa de educação para a saúde. A atenção com as crianças começa desde o nascimento, com uma amostra de sangue do cordão umbilical e do calcanhar para determinar a possível existência de doenças que, diagnosticadas a tempo, podem ser tratadas com sucesso, como o hipotireoidismo congênito. O desenvolvimento de um programa nacional de vacinação permite manter o país livre de 15 doenças transmissíveis, como o sarampo e a rubéola. - Assim, Cuba possui um Sistema Nacional de Saúde constituído na década de 1960 e tem as seguintes diretrizes: É único, integral, universal e regionalizado Entende a saúde pública como de caráter estatal e social Acessibilidade e gratuidade nos serviços Orientação profilática com aplicação dos avanços da ciência e da técnica Participação da comunidade - A Constituição de Cuba, publicadaem 1976, e revisada em 1992, dispõe que todos têm direito à atenção e proteção da sua saúde, cabendo ao Estado garanti-la por meio de prestação de assistência médica e hospitalar gratuita. O Sistema Nacional de Saúde é fundamentado na estratégia de atenção primária, que é baseada no modelo da Medicina Familiar. - Indicadores importantes IDH: 0,777 em 2017 Expectativa de vida: 78, 66 anos, em 2017 PIB: 100 bilhões de dólares em 2018, sendo que cerca de 10,57% é voltado para saúde Taxa de mortalidade infantil: 3,9 para cada mil nascidos vivos, em 2018 CHILE - Possui um sistema de saúde, o qual a trajetória foi marcada por mudanças radicais. - Em 1950, foi iniciado um programa voltado para a consolidação de um serviço nacional de saúde, o que até então era uma ideia precoce no continente americano, passando posteriormente por um processo de privatização e atomização (segmentação em porções muito pequenas). Em sua origem, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) incorporou todos os serviços assistenciais prestando atenção curativa para indigentes e trabalhadores formais e serviços de prevenção na forma universal, por meio de uma rede distribuída em 13 zonas de saúde. A corporação médica negociou o seu apoio por meio da criação de um plano de cargos e salários com jornada de trabalho de 06 horas - Em 1970, a maior parte dos leitos do país pertencia ao SNS e os seus serviços cobriam a maior parcela da população. - 1973: Ocorreu o golpe militar chileno e houve profundas mudanças, como: Livre escolha entre setor público ou privado Criação de um Fundo Nacional de Saúde: FONAS, para a arrecadação, administração, credenciamento e honorários. Criação de novas instâncias gestoras privadas (Instituciones de Salud Previsional- ISAPRES), os quais receberam estímulo para o seu desenvolvimento. Descentralização da atenção primária para os municípios – Tanto os serviços regionais como os serviços municipalizados podiam ser financiados tento pela FONASA como pela ISAPRES Aumento do valor das contribuições para a saúde com diminuição do aporte fiscal. - Foram criadas três modalidades de prestação de serviços: Modalidade institucional Modalidade de livre escolha Modalidade Isapres - Com o processo de redemocratização do país, tem- se uma busca concentrada na recuperação da capacidade instalada na rede pública com manutenção do sistema público- privado misto. Desenvolveram ações com a finalidade de diminuir desigualdades com estabelecimento de gratuidade na APS e da atenção à saúde para maiores de 60 anos inscritos na FONASA - Em 2004, foram aprovados 02 instrumentos legais para consolidar uma nova reforma do sistema de saúde misto chileno: o Lei da autoridade sanitária e de gestão: aumenta o papel político e de direção do Ministério, cria subsecretarias para promover a integração do sistema e ações de saúde pública e uma superintendência para regular FONASA e Isapres o Régimen General de Garantías explicitas: visa a cobertura obrigatória de 56 problemas de saúde a serem atendidos pelos dois sistemas. Amplia o acesso com investimentos para que atenção primária sirva de porta de entrada, mas permite convênios com prestadores fora da rede pública. RESUMINDO - O sistema de saúde chilena é extremamente diferente do brasileiro, No Chile existem 2 sistemas de saúde: Fonasa, que é a rede pública e Isapre que é a rede particular. Todo cidadão é automaticamente inscrito ao sistema de saúde pública, ou seja, ao Fonasa. Apenas quando ele decide ter um plano de saúde particular, é que esse cadastro é modificado. Todo cidadão, seja chileno ou estrangeiro, tem 7% do seu salário mensal descontado e destinado para a saúde. É uma lei! Fonasa: Além da contribuição de 7% mensal, você vai pagar uma porcentagem por cada procedimento que realize (consultas médicas, exames, cirurgias e etc). Essa porcentagem, no caso da saúde pública, é determinada de acordo com o grupo de classificação que a pessoa esteja. ISAPRE: os 7% descontados vão automaticamente para ela. Você vai ter uma clínica ou hospital como principal, onde nele já está incluído praticamente tudo. Quando você usa a clínica referência discriminada no seu plano, o Isapre cobre praticamente 90% dos gastos e você arca com 10% dos custos. Quando você opta por usar qualquer outro local da rede credenciada do seu plano, a Isapre vai pagar em torno de 75% dos gastos e os outros 25% ficam por sua conta. - Indicadores importantes PIB: USS 25.891,13 IDH: 0,843 Indice de GINI: 45,90% Expectativa de vida: 79,7 anos ARGENTINA - Em 1993, o Banco Mundial recomendou que fosse dado ênfase na privatização e descentralização administrativa nas estruturas de saúde como forma de melhorar a qualidade: estado deveria apenas prover os serviços mais básicos e privatizaria o resto Os países latino-americanos não aderiram essa proposta – TEVE CONSEQUÊNCIA NEGATIVA! - A prestação de serviços na argentina é por meio do sistema de Obras Sociais, a qual é do tipo de corporativa, tenda em vista que a divisão ocorre em função dos diferentes grupos ocupacionais. A base dessa forma de prestação de serviços são as contribuições de empregados e empregadores. De forma geral, podemos dizer que é assim: Ao começar a trabalhar, será descontado do pagamento do mês o imposto integrado pela categoria (Educação, saúde, direito e etc) e o valor da obra social. Ou seja, a começar a trabalhar, a pessoa automaticamente estará inserido na Obra Social. A Obra Social tem valores diferentes de acordo com a categoria profissional e com ela, além do atendimento médico hospitalar, a pessoa também pode solicitar uma visita médica domiciliar e pagar todos os remédios com descontos, desde que apresente a receita médica e o número da O. Social nas farmácias. - A partir de 1997, foram implementadas uma série de medidas foi implantado um Plano Médico Obrigatório (PMO), o qual deve ser oferecido tanto pelas obras sociais quanto por seguradoras do setor privado, com incentivo da competição entre esses agentes e liberdade de escolha para os beneficiários. Aparentemente, o PMO parece ter favorecido melhorias nas coberturas com o fortalecimento de redes de atenção primaria e centros orientados para a medicina da Família. - O sistema de saúde continua, essencialmente, com foco na atenção médica curativa e centrado na instituição hospitalar. Setor público: presta serviços por meio de uma rede própria, realizando também atividade de atenção primária com maior atenção em alguns municípios Hospital público: possui papel fundamental na prestação de serviços, atendendo assim indigentes, beneficiários das Obras sociais, pacientes da rede privada, emergências e etc. - Desde 1991, foi iniciado um processo de descentralização. O ministério da saúde centrou suas ações em um planejamento consensuado entre as províncias (municípios), enfatizando a necessidade de mais políticas de APS com adscrição de clientela e melhoria no acesso, além de melhorar a distribuição de medicamentos. Sendo assim, o mercado de saúde da argentina possui 3 sistemas coexistentes: Público Sistema de Obras sociais Sistema privado - Indicadores importantes IDH: 0,825 > Quanto mais perto de 1, melhor o desenvolvimento Expectativa de vida: 76,7 anos PIB: USS 14.402 Taxa de mortalidade infantil: 9,9 bebês a cada 1000 nascidos Quase 95% da população argentina têm acesso à rede sanitária, índice parecido na área urbana e na rural Índice de GINI: 38,60% (Quanto mais perto de 100%, maior a desigualdade de renda entre a população) - Atualmente, uma das principais dificuldades a serem superadas no sistema de saúde argentino é a descentralizaçãoexacerbada, pois cada comuna (estado) e na capital existe um ministério da saúde autônomo que decide como e onde será gasto o dinheiro. Existe ainda a questão do investimento federal, que é bastante polarizado, oferecendo muitos recursos para poucas comunas, sobrando poucos recursos às demais.
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