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EPIDEMIOLOGIA ● O que é? - Estudo da distribuição das doenças e suas causas em populações humanas. - Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e fatores determinantes do risco de doenças, agravantes e eventos associados à saúde, propondo prevenção, controle ou erradicação das enfermidades, promovendo a recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e conhecimento. - Tríade: clínica (saberes sobre saúde-doença); estatística (diretrizes metodológicas quantitativas); medicina social (práticas de transformação da sociedade) ● Premissas: Os agravos à saúde não ocorrem ao acaso, ou seja: - A distribuição dos agravos à saúde se relacionam com a ação de fatores que se distribuem desigualmente na população. - O conhecimento dos fatores determinantes das doenças permite a aplicação de medidas preventivas e curativas, direcionadas a alvos específicos, cientificamente identificados, o que resulta em aumento da eficácia das intervenções. ● Principais aplicações: 1) Estudo dos determinantes de saúde e doença: A investigação epidemiológica possibilita o avanço do conhecimento sobre os determinantes do processo saúde/doença, contribuindo para o avanço correspondente no conhecimento etiológico-clínico. 2) Análise das situações de saúde: A disciplina epidemiológica desenvolve e aplica metodologias efetivas para descrição e análise das situações de saúde, fornecendo subsídios para o planejamento e organização das ações de saúde; isso corresponde ao que antigamente se chamava “diagnóstico de saúde da comunidade”. 3) Avaliação de tecnologias e processos no campo da saúde: A metodologia epidemiológica pode ser empregada na avaliação de programas, atividades e procedimentos preventivos e terapêuticos, tanto no que se refere a sistemas de prestação de serviços quanto ao impacto das medidas de saúde na população. Aqui consideramos desde estudos de eficiência e efetividade de programas e serviços de saúde até ensaios clínicos de eficácia de processos diagnósticos e terapêuticos, preventivos e curativos, individuais e coletivos. ⇨ “Dessa forma, a epidemiologia fornece conceitos, raciocínio e técnicas para estudos populacionais no campo da saúde”. ⇨ Se utiliza fortemente do raciocínio científico. ● Etapas do método científico: 1) Observação 2) Questionamento 3) Formulação de hipóteses 4) Experimentação 5) Conclusão 6) Divulgação E o ciclo se reinicia. ⇉ Como eram as condições sanitárias e de moradia de Londres em 1854? (Em 1854, Londres era a maior cidade industrial do mundo. Muitas pessoas moravam em favelas com até 40 pessoas na mesma casa. Era um verdadeiro esgoto a céu aberto.) ⇉ Como a comunidade médica da época acreditava ser a transmissão da cólera? Qual a hipótese do médico John Snow, quanto a transmissão da cólera? (Acreditavam que a cólera era transmitida pelo ar fétido. John Snow acreditava que a cólera estava na água, o que é uma visão revolucionária para a época. O Vibrio cholerae, eliminado pelas fezes e vômitos de pessoas infectadas, sintomáticas ou não, pode ser transmitido a outras pessoas por ingestão de água ou alimentos contaminados, o que possibilita a ocorrência de novos casos.) ⇉ Quais grupos de pessoas eram atingidos pela cólera? (Todos: crianças, jovens e adultos de ambos os sexos e de qualquer condição social) ⇉ Utilizando o raciocínio dedutivo, John Snow procurou um padrão de comportamento em suas vítimas. Descreva como ele sistematizou sua investigação. (Snow levantou informações sobre os casos, e analisou os dados que obteve, colocando as suas descobertas em um mapa (“mapa dos mortos”). Listou as bombas de água utilizadas, na busca de algum padrão espacial entre a sua distribuição e as 578 mortes ocorridas em um único bairro. Concluiu-se que a maior parte das mortes tinha ocorrido a uma curta distância de uma bomba da Broad Street. Cerca de 3.000 pessoas usavam essa bomba, e as autoridades se recusaram a fechá-la. Havia uma vítima que morava longe dessa bomba, a mulher pedia aos filhos para lhe trazerem diariamente a água dessa bomba, e então foi esclarecido como a mulher adquiriu a doença. Dessa forma, Snow comprovou que essa bomba era a responsável pelo surto. A bomba ficava a apenas 90 cm de um esgoto a céu aberto, que continha rachaduras e fendas que permitiam o vazamento de seu conteúdo para o sistema de abastecimento de água. Quando as autoridades retiraram a manivela da bomba, o surto parou. HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA: ● Grécia: - Mitologia - concepção mágico-religiosa. - Hipócrates: rompimento com a mitologia; visão racional da medicina; criou o termo epidemia. Seus discípulos, entretanto, não seguiram seus passos, mas por razões mercadológicas caminharam para a medicina curativa. Foi ele que antecipou a ideia de que um médico poderia prever a evolução de uma doença mediante a observação de vários casos. ● Roma: - Galeno: treinado e praticante da medicina em diversos locais, em Roma alcançou fama e riqueza como principal médico dos imperadores. Medicina curativa e individual: surgimento e utilização de muitos fármacos, disponíveis para poucas pessoas. - Estrutura sanitária: aquedutos; banhos públicos; esgotos abertos; registro compulsório de nascimento e óbitos. ● Idade Média: - Europa: foco no indivíduo. - Hegemonia da Igreja Católica e as invasões bárbaras deram retorno à concepção de saúde-doença mágico-religiosa. - Rezas e amuletos para o povo: para preservação da alma, pois o corpo morrerá. - Médicos curadores/envenenadores para a elite. - Tratamentos para doenças (além da igreja) ficava à cargo de leigos, barbeiros e boticários. - Oriente Médio: foco no coletivo. - Avicena. - Preservação da bibliografia de Hipócrates e Galeno. - Pregava o registro sistemático e abordagem numérica da ocorrência de doenças, dessa forma antecipando a epidemiologia. ● Renascentismo e modernidade: - Averróis. - Resgate dos elementos filosóficos gregos/romanos. - Processos naturais e históricos superando a metafísica religiosa medieval. - Desenvolvimento de métodos e técnicas para produção de conhecimento sistematizado e de tecnologias e práticas de intervenção, visando ampliar a capacidade humana de transformar o mundo em que vivemos. PERSONALIDADES DA EPIDEMIOLOGIA: ● John Snow (1813-1858): - Conduziu numerosas investigações com o intuito de esclarecer a origem das epidemias de cólera, ocorridas em Londres, entre 1849 a 1854: água contaminada como causadora da epidemia. - Coleta planejada de dados na comunidade. - Seu trabalho é considerado um clássico da “Epidemiologia de Campo”, dando a ele o título de “Pai da Epidemiologia”. ● Louis Pasteur (1822-1895): - Considerado o “Pai da bacteriologia”. - Criou as bases biológicas para o estudo das doenças infecciosas. - Identificou e isolou diversas bactérias. - Foi pioneiro no campo da imunologia. - Princípios da pasteurização. - Seus trabalhos desencadearam a teoria dos germes. ● Adolfo Lutz (1855-1940): - Trabalho no controle da febre amarela e de outras endemias em SP. - Deixou a direção do Instituto Bacteriológico (SP) para fazer parte do grupo de Manguinhos. ● Emílio Ribas (1862-1925): - Trabalhou com Adolfo Lutz no controle da febre amarela e de outras endemias em SP. ● Carlos Chagas (1879-1834): - Descreveu a doença de chagas. ● Oswaldo Cruz (1872-1917): - Após retornar do Instituto Pasteur (Paris), fundou em Manguinhos (RJ) o Instituto que leva seu nome. - Figura importante na luta contra a febre amarela, a peste e a varíola.
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