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Apostila Concreto Armado

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Concreto
Armado
Liana 
Parizotto
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
P231c Parizotto, Liana.
 Concreto armado / Liana Parizotto. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 220 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-090-0
 1. Concreto armado – Engenharia civil. I. Título. 
CDU 624.012.45
Revisão técnica:
Shanna Trichês Lucchesi
Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS)
Professora do curso de Engenharia Civil (FSG)
Iniciais_Concreto armado.indd 2 09/06/2017 17:36:38
Materiais: concreto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Avaliar as propriedades mecânicas do concreto.
  Identi� car os principais tipos de concreto conforme sua composição.
  Determinar as exigências para o controle tecnológico do concreto. 
Introdução
A maioria das obras da construção civil é composta por elementos de 
concreto armado. O concreto tem as principais funções de resistir aos 
esforços de compressão e proteger as armaduras contra intempéries, 
garantindo a durabilidade dos elementos. Além do concreto conven-
cional, formado geralmente por agregados graúdos, agregados miúdos, 
cimento Portland e água, existem outros concretos com aditivos, adições 
ou mesmo diferentes agregados e dosagens que buscam modificar suas 
propriedades para adaptá-las conforme sua demanda de utilização. Além 
disso, todo o processo de construção, desde a fase de produção do 
concreto até a sua execução, deve contar com um controle rigoroso para 
que a união de seus componentes atenda as propriedades esperadas.
Neste capítulo você vai conhecer as propriedades mecânicas do 
concreto, os diferentes tipos de concreto e suas exigências de controle 
tecnológico.
Propriedades mecânicas do concreto
Denominamos concreto o material de construção composto pela mistura de 
cimento, agregado graúdo (brita ou cascalho), agregado miúdo (areia) e água. 
Os materiais de construção precisam apresentar, dentre outras características, 
resistência e durabilidade, e isso explica o porquê de o concreto ser o material 
mais usado na engenharia. 
U2_C07_ Concreto armado.indd 101 09/06/2017 17:06:32
As principais propriedades mecânicas do concreto são:
  resistência à compressão simples;
  resistência à tração; e
  módulo de elasticidade.
Você vai ver a seguir uma breve descrição de cada uma dessas propriedades. 
Resistência à compressão
A resistência à compressão é a propriedade mecânica mais importante do 
concreto, isso porque há outros parâmetros físicos experimentais relacionados 
com a resistência à compressão. Para que seja medida, são moldados corpos de 
prova cilíndricos para ensaio, de acordo com a ABNT NBR 5738:2015, “Con-
creto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova” e ensaiados 
conforme a ABNT NBR 5739:2007, “Concreto – Ensaios de compressão de 
corpos de prova cilíndricos”.
Realizado o ensaio em um número grande de corpos de prova, é encontrada 
a curva de distribuição normal (curva de Gauss), que fornece o valor médio 
da resistência do concreto à compressão (fcm), bem como o valor do desvio-
-padrão (s). Com isso, a resistência característica do concreto à compressão 
(fck) pode ser calculada:
fck = fcm – 1,65 × s
Veja na Figura 1 a curva de Gauss para a resistência do concreto à com-
pressão, com a indicação das resistências e do desvio-padrão.
 Concreto armado 102
U2_C07_ Concreto armado.indd 102 09/06/2017 17:06:33
Figura 1. Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão.
Fonte: Pinheiro, Muzardo e Santos (2004, p. 2).
A quantidade de água utilizada para a elaboração do concreto está direta-
mente relacionada com a sua resistência. O concreto mais durável e resistente 
é aquele que possui a menor quantidade de água possível para dada quanti-
dade de cimento, oferecendo, assim, uma trabalhabilidade que permita a sua 
compactação. De modo geral, quanto menor for a relação água/cimento do 
concreto, maior será a sua resistência (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Resistência à tração
A resistência à tração do concreto é obtida por meio de 3 ensaios: tração 
di reta (fct), tração na compressão diametral ou tração indireta (fct,sp) e tração 
na fl exão (fct,f). De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, as resistências à 
tração indireta e na fl exão são obtidas por ensaios realizados segundo a norma 
ABNT NBR 7222:2011, “Concreto e argamassa – Determinação da resistência 
à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos” e a norma 
ABNT NBR 12142:2010, “Concreto – Determinação da resistência à tração 
na fl exão de corpos de prova prismáticos”, respectivamente. 
A resistência à tração direta (fct), e o consequente valor da resistência média 
à tração (fctm), são obtidos pela correlação de valores dos outros dois ensaios. 
No entanto, na falta deles, os valores são determinados utilizando a resistência 
à compressão (fck) em outras fórmulas.
Módulo de elasticidade
O módulo de elasticidade (E) é determinado pela relação entre a tensão (σ) e 
a deformação específi ca (ε) obtidas no ensaio de corpos de prova conforme 
103Materiais: concreto
U2_C07_ Concreto armado.indd 103 09/06/2017 17:06:33
a norma ABNT NBR 8522:2008, “Concreto – Determinação do módulo es-
tático de elasticidade à compressão”. Sabe-se que o concreto apresenta um 
comportamento não linear quando submetido a certas tensões, no entanto, 
a relação entre a tensão e a deformação pode ser suposta como linear para 
alguns intervalos, com o material obedecendo à Lei de Hooke (σ = E x ε). Veja 
o módulo de elasticidade, ou módulo de deformação longitudinal, no gráfi co 
tensão-deformação da Figura 2 (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2004).
Figura 2. Módulo de elasticidade/deformação longitudinal (E).
Fonte: Pinheiro, Muzardo e Santos (2004, p. 6).
Quando não houver uma parte retilínea, o módulo é defi nido como a tangente 
da curva do gráfi co tensão-deformação, como mostrado na Figura 3, chamado 
módulo de deformação tangente inicial (Eci). 
Figura 3. Módulo de deformação tangente inicial (Eci).
Fonte: Pinheiro, Muzardo e Santos (2004, p. 6).
 Concreto armado 104
U2_C07_ Concreto armado.indd 104 09/06/2017 17:06:34
De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, quando não existirem ensaios 
ou dados precisos sobre o concreto, é possível estimar o valor do módulo de 
elasticidade usando o valor da resistência característica à compressão (fck). 
A fórmula define o módulo de deformação tangente inicial (Eci), sendo esse 
valor o especificado em projeto (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2014):
Eci = αE 5600 × fck
1/2
O coeficiente αE é um parâmetro em função da natureza do agregado 
presente na mistura, que influencia o módulo de elasticidade.
Para o caso de análises lineares, em que se admite o comportamento 
elástico-linear para os materiais, os resultados são comumente utilizados 
para verificar os estados limites de serviço (ELS). Deve-se, em princípio, 
utilizar o módulo de elasticidade secante (Ecs), que multiplica o módulo de 
elasticidade tangente inicial (Eci) por um fator (αi) que depende da resistência 
à compressão do concreto (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2014).
Veja na Figura 4 um diagrama tensão-deformação idealizado para o concreto 
submetido à compressão e utilizado para análises no estado limite último 
(ELU) para concretos com fck de até 50 MPa. O valor de 0,85 multiplicando a 
resistência de cálculo à compressão do concreto (fcd) é devido ao efeito Rüsch, 
que é a consideração da diminuição da resistência do concreto para cargas 
de longa duração.
Figura 4. Diagrama tensão-deformação idealizado para a compressão do concreto.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014).
105Materiais: concreto
U2_C07_ Concreto armado.indd 105 09/06/2017 17:06:35
Concretos especiais
Com o intuito de melhorar alguns aspectos do concreto convencional, feito 
com cimento Portland e agregados comuns, foram desenvolvidos concretos 
especiais a partir de inúmeros avanços tecnológicos.Você vai ver aqui alguns 
tipos de concretos especiais e as suas defi nições, as principais propriedades 
(como a trabalhabilidade, a massa específi ca e a resistência) defi nidas pela 
dosagem, além de suas aplicações e vantagens como material de construção.
A dosagem do concreto é o processo pelo qual é estipulada a proporção 
ideal dos seus materiais componentes para determinadas características de 
desempenho. Com a dosagem é possível obter um produto que atenda aos 
principais requisitos previamente estabelecidos: a trabalhabilidade (para o 
concreto fresco) e a resistência (para o concreto endurecido). A trabalhabi-
lidade é a propriedade que determina a facilidade de manuseio do concreto 
para ser lançado, adensado ou acabado, sem que haja segregação nociva. Ela 
depende, principalmente, da relação de água/materiais secos e do tipo de 
cimento e agregados. A consistência (em inglês, slump), avaliada pelo ensaio 
de abatimento do concreto, e a coesão, avaliada pela resistência à segregação, 
são os fatores que determinam a trabalhabilidade. A resistência, que está 
diretamente relacionada com a durabilidade, depende da relação água/cimento 
do concreto e do teor de ar incorporado.
Veja agora algumas informações do concreto convencional em comparação 
com os concretos especiais abordados a seguir (MEHTA; MONTEIRO, 1994):
  resistência à compressão aos 28 dias: 21 a 42 MPa;
  massa específica: em torno de 2400 kg/m³; e
  relação água/cimento: 0,4 a 0,7.
Concreto leve
Os concretos leves possuem peso específi co reduzido, pois são produzidos 
com agregados leves, e elevada capacidade de isolamento térmico e acústico. 
Como o objetivo dos concretos leves é justamente ter um peso reduzido, o 
peso específi co máximo admissível é limitado. No entanto, como a diminui-
ção da densidade afeta a resistência do concreto, as especifi cações exigem 
uma resistência mínima para que sua qualidade seja garantida (MEHTA; 
MONTEIRO, 1994).
A trabalhabilidade para esses concretos requer atenção especial, pois 
misturas com fluidez elevada podem fazer o agregado graúdo flutuar na 
 Concreto armado 106
U2_C07_ Concreto armado.indd 106 09/06/2017 17:06:35
superfície, já que ele é geralmente poroso, com baixa densidade e textura 
áspera. Para evitar isso, podem ser usados aditivos incorporadores de ar. A 
massa específica de concretos leves é limitada ao valor máximo de 1850 kg/
m³, sendo que o valor para os concretos convencionais é bem mais elevado. A 
resistência à compressão dos concretos leves de uso estrutural deve ser maior 
que 17 MPa aos 28 dias (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Apesar de o custo por metro cúbico desse concreto ser maior do que o do 
concreto convencional, a estrutura pode custar menos, já que há a redução 
do peso próprio, acarretando um menor custo com as fundações. Embora 
sejam utilizados em edifícios e obras de arte, a maioria das aplicações dos 
concretos leves é na produção de elementos e painéis pré-fabricados, uma 
vez que o manuseio, o transporte e a construção ficam facilitados (MEHTA; 
MONTEIRO, 1994).
Concreto de alto desempenho
Os concretos de alto desempenho possuem uma baixa relação água/cimento, 
e, como consequência, redução de porosidade e, portanto, maior durabilidade. 
Para a sua produção, de modo a harmonizar a sua consistência e resistência, é 
necessário o uso de aditivos redutores de água. É prática comum que parte do 
cimento seja substituída por adições (pozolanas), pois, além de reduzir o custo, 
os riscos de fi ssuração térmica são minimizados (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Inicialmente, os concretos de alta resistência tinham a sua trabalhabi-
lidade comprometida, já que contêm grande quantidade de materiais finos 
(cimento e adições) e baixa relação água/cimento, tornando-se viscosos e rijos 
e dificultando o seu lançamento e adensamento. Com o uso de aditivos do 
tipo superplastificantes, a trabalhabilidade é muito melhorada, mesmo para 
relações de água/cimento muito baixas, da ordem de 0,3 ou menos. Para que 
um concreto seja denominado de alta resistência, ele precisa ter um valor de 
resistência à compressão superior a 40 MPa aos 28 dias. No entanto, valores 
muito mais altos que esse são praticados, chegando a 120 MPa (MEHTA; 
MONTEIRO, 1994).
Edifícios, pontes e pré-moldados são construídos com esse tipo de concreto 
e podem apresentar vantagens econômicas, já que a resistência elevada permite 
que as dimensões estruturais sejam reduzidas (seção de pilares, por exemplo). 
Esse concreto viabiliza a construção de edifícios muito altos.
107Materiais: concreto
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Concreto autoadensável
Os concretos autoadensáveis possuem consistência fl uida, a qual permite que 
eles sejam lançados e compactados sem vibração, apresentando a habilidade 
de contornar obstáculos, como peças com elevadas taxas de armadura ou de 
difícil acesso. Ao mesmo tempo, os concretos autoadensáveis precisam ser 
sufi cientemente coesos para resistir à segregação e à exsudação, por isso, 
requerem o uso de aditivos redutores de água.
Além dessas características, esse tipo de concreto apresenta alta trabalha-
bilidade sem que o fator água/cimento seja elevado e sem que haja a perda 
de coesão. Os aditivos superplastificantes são os responsáveis por tais ca-
racterísticas, pois a fluidez aumenta (alto abatimento) sem que haja redução 
na resistência. Muitas vezes, a dimensão dos agregados graúdos é limitada, 
tornando-o mais homogêneo e facilitando o bombeamento (MEHTA; MON-
TEIRO, 1994).
Entre as aplicações dos concretos autoadensáveis estão as peças pré-fabri-
cadas, mas eles também são empregados no local no canteiro, principalmente 
para estruturas muito armadas. O uso desses concretos reduz custos, pois, 
apesar de os aditivos serem caros, os vibradores são dispensados (eliminando 
os gastos relativos à sua manutenção), diminuindo também a quantidade de 
trabalhadores na obra.
Concreto compactado a rolo
O concreto compactado a rolo (CCR) nada mais é do que uma variação do 
concreto massa e consiste na compactação de camadas de concreto por meio 
de rolos compressores vibratórios. O concreto massa é utilizado em estruturas 
de grande volume e, por isso, requer atenção especial para o excesso de calor 
gerado (e consequente fi ssuração) e as mudanças posteriores de volume. O 
CCR e o concreto massa convencional possuem aparência física e propriedades 
semelhantes, mas o CCR exige menos cuidado (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
A consistência de concretos compactados a rolo deve ser tal que impeça 
que o equipamento de rolo afunde, mas que permita a distribuição adequada 
dos materiais. Por isso, tanto o consumo de cimento quanto o de água são 
baixos. Nesse caso, a minimização do fator água/cimento para uma melhor 
resistência não é primordial. De fato, é possível praticar fatores elevados, já 
que a melhor compactação se dá para uma mistura mais úmida. A consistência 
do CCR é o fator mais importante para obter uma boa resistência (MEHTA; 
MONTEIRO, 1994).
 Concreto armado 108
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Os concretos compactados a rolo são utilizados na construção de barragens 
e comportas, bem como em obras rodoviárias (como base de pavimentos). 
Apresentam alta produtividade e reduzido consumo de cimento, tornando-se 
uma opção vantajosa financeiramente.
Concreto projetado
Os concretos projetados são transportados através de uma tubulação e são 
lançados, sob pressão, em alta velocidade, diretamente sobre a superfície. Há 
dois modos de projetar o concreto: via seca e via úmida. A diferença entre 
eles é que, no processo por via seca, a água é adicionada no momento da 
projeção, ao passo que no processo por via úmida, todos os componentes são 
previamente misturados antes de serem projetados.
Os concretos projetados possuem relação água/cimento baixa para ga-
rantir a aderência e a resistência. O uso de aditivos aceleradores de pega é 
imprescindível, mas também podem ser usados aditivosredutores de água 
(superplastificantes). Em geral os concretos projetados são empregados para 
o revestimento de obras subterrâneas (como túneis) e no reparo de estruturas, 
e apresentam vantagens na sua aplicação, pois dispensam o uso de fôrmas, e 
o lançamento e adensamento são realizados com grande velocidade.
Controle tecnológico do concreto
O concreto está sujeito, desde o momento da produção de suas matérias-primas 
até a sua aplicação, a sofrer muitas variações de qualidade, pois há inúmeras 
variáveis que podem intervir nas características do concreto e na determinação 
do produto fi nal para as suas diversas aplicações. O controle tecnológico do 
concreto é estabelecido, fundamentalmente, pela ABNT NBR 12655:2015, 
“Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação 
– Procedimento”, mas é complementado por outras normas específi cas para 
materiais e ensaios.
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (2010), as 
construções atuais, por envolverem uma grande quantidade de áreas de co-
nhecimento, são difíceis de serem dominadas por um mesmo profissional. 
Portanto, os projetistas estruturais precisam dominar melhor a norma de projeto 
(ABNT NBR 6118:2014); os construtores, a norma de execução (ABNT NBR 
14931:2004); as empresas de concretagem, a norma de dosagem do concreto 
109Materiais: concreto
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(ABNT NBR 7212:2012); e os tecnologistas, a norma de controle (ABNT 
NBR 12655:2015).
De modo sucinto, o controle tecnológico do concreto é dividido em 3 etapas:
1. controle da composição (materiais constituintes);
2. controle do concreto fresco e da sua produção;
3. controle do concreto endurecido.
Para a construção de uma edificação, é fundamental que as responsabi-
lidades dos diferentes profissionais envolvidos sejam previamente atribuí-
das. No projeto estrutural, deve ser estabelecida a resistência característica à 
compressão do concreto, tanto o valor final quanto os valores para as etapas 
construtivas, além das exigências para a durabilidade (incluindo a classe de 
agressividade adotada). Com relação à parte de execução da obra, o profis-
sional precisa escolher o modo de preparo do concreto (em obra ou central), 
o tipo do concreto (e os materiais utilizados) e sua consistência. Por fim, é 
necessário um responsável para receber e aceitar (ou não) o concreto que 
chegar à obra, junto com a documentação que comprove o cumprimento dos 
requisitos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Controle da composição do concreto
Os materiais que compõem o concreto (cimento Portland, agregados, água, 
aditivos e adições) têm de ser escolhidos de acordo com as condições defi nidas 
em uma série de normas específi cas para cada um desses materiais. O concreto 
precisa estar apto para as operações de mistura, transporte, lançamento e 
adensamento, sendo atendidas as suas especifi cações para consistência, massa 
específi ca, resistência, durabilidade e proteção das armaduras (ASSOCIAÇÃO 
BRASILIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
As estruturas precisam atender às condições de segurança, estabilidade e 
aptidão em uso durante a sua vida útil, ou seja, elas precisam ter durabilidade. 
É preciso determinar a classe de agressividade ambiental a que a estrutura 
estará submetida e, a partir dela, definir a qualidade do concreto que será usado 
por meio da relação água/cimento, da classe de resistência do concreto (de 
acordo com a NBR 8953, sobre concretos para fins estruturais) e do consumo 
de cimento. Todos os dados são obtidos ao consultar tabelas da ABNT NBR 
12655:2015, inclusive para o caso de estruturas sob condições especiais de 
exposição, sujeitas ao contato com agentes químicos, à agua, etc.
 Concreto armado 110
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Os materiais constituintes do concreto devem ser armazenados de maneira 
correta, conforme estipulado pela norma. Os documentos referentes à origem 
e às características dos materiais têm de permanecer arquivados.
Controle do concreto fresco e da sua produção
É preciso defi nir como será feita a medida (em massa, em volume, ou combi-
nada) dos componentes do concreto. A mistura tem de obedecer às regras de 
fabricação do equipamento utilizado e, no caso de concreto feito em central, 
deve seguir o que está disposto na ABNT NBR 7212:2012, sendo a mistura 
feita em caminhão-betoneira ou em centrais misturadoras.
A ABNT NBR 12655:2015 prevê a realização de um estudo de dosagem, 
antecedendo o momento da concretagem, seguindo as mesmas condições 
que serão aplicadas na obra, com o intuito de definir um traço adequado. 
Antes de a concretagem iniciar, é necessário comprovar o traço estipulado 
no estudo de dosagem por meio de uma amassada do concreto fresco na obra 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
O transporte do concreto dosado em central até a obra deve ser feito por 
veículo que possua estanqueidade, equipado ou não de mecanismo de agitação, 
obedecendo a um tempo máximo de transporte. As limitações de tempo para 
as operações seguintes, de lançamento e adensamento, também estão previstas 
na ABNT NBR 7212:2012.
Para saber mais sobre o processo de produção do concreto em central, consulte a 
norma ABNT NBR 7212:2012 – Execução de concreto dosado em central – Procedimento.
Para o recebimento do concreto produzido em central na obra, é preciso 
verificar a sua consistência por meio do ensaio de abatimento (slump test), de 
modo a assegurar o seu lançamento. Os ensaios têm de ser realizados de acordo 
com a ABNT NBR NM 67:1998, “Concreto – Determinação da consistência 
pelo abatimento de tronco de cone” e repetidos a cada nova betonada que 
chega à obra.
111Materiais: concreto
U2_C07_ Concreto armado.indd 111 09/06/2017 17:06:36
Controle do concreto endurecido
Outro ensaio de controle que precisa ser feito é o de resistência à compressão, 
e ele está previsto na norma ABNT NBR 5739:2007, “Concreto – Ensaios de 
compressão de corpos de prova cilíndricos”. Assim que o concreto chega à 
obra, são preparadas amostras com corpos de prova de diferentes betonadas 
para serem, posteriormente, rompidas nas idades preestabelecidas.
Os valores obtidos nos ensaios à compressão dos corpos de prova servem 
para estimar o valor da resistência característica à compressão do concreto 
empregado na obra. Tal valor precisa atender à resistência especificada no 
projeto estrutural para ser aceito, caso contrário, deve-se consultar a ABNT 
NBR 7680-1:2015, “Concreto – Extração, preparo, ensaio e análise de teste-
munhos de concreto”.
 Concreto armado 112
U2_C07_ Concreto armado.indd 112 09/06/2017 17:06:37
1. Conforme sua dosagem, o concreto 
atingirá diferentes resistências e suas 
propriedades serão modificadas. 
Com relação às propriedades 
mecânicas do concreto, 
assinale a alternativa correta:
a) O concreto não é um material 
muito resistente à tração; 
sua resistência à tração é, 
inclusive, ignorada para fins 
de dimensionamento.
b) Quanto maior for o teor água/
cimento, maior será a resistência 
à compressão do concreto.
c) A resistência à tração do 
concreto só pode ser medida 
por meio de 3 ensaios: tração 
direta; tração na compressão 
diametral; e tração na flexão.
d) O módulo de elasticidade 
do concreto depende de sua 
resistência à compressão, visto 
que, na falta de ensaios, seu valor 
pode ser avaliado por meio da 
sua resistência à compressão.
e) No diagrama tensão-deformação 
idealizado do concreto, 
encontra-se um coeficiente 
multiplicando sua resistência 
à compressão para considerar 
o aumento da resistência do 
concreto ao longo do tempo.
2. Conforme o tipo de concreto e as 
características de seus componentes, 
assinale a alternativa correta: 
a) O concreto convencional 
atinge, normalmente, 
resistência à compressão 
da ordem de 50 MPa.
b) O concreto leve possui 
limitação de sua massa 
específica de 2400 kg/m3.
c) O concreto de alto 
desempenho e o concretoautoadensável possuem 
aditivos superplastificantes na 
sua composição, para atingir 
a trabalhabilidade necessária 
para cada um deles.
d) O concreto compactado a rolo 
deve possuir baixa relação 
água/cimento para permitir a 
sua compactação por meio de 
rolos compressores vibratórios.
e) O concreto projetado possui 
aditivos retardadores de 
pega, já que seu processo de 
execução pode ser demorado.
3. Conforme o tipo de concreto 
e a sua utilização, assinale 
a afirmação correta:
a) O concreto autodensável é 
utilizado em obras onde se 
deseja obter um peso próprio 
reduzido da estrutura.
b) O concreto compactado a rolo 
é muito utilizado como base de 
pavimentos em obras rodoviárias.
c) O concreto de alto 
desempenho é muito utilizado 
no revestimento de obras 
subterrâneas, como túneis, 
devido à sua elevada resistência.
d) O concreto leve é indicado 
em obras diferenciadas, onde 
elevadas resistências são 
esperadas para os elementos.
e) O concreto convencional 
é utilizado em elementos 
113Materiais: concreto
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muito armados ou com difícil 
acesso para vibração.
4. O concreto pode ser produzido no 
próprio canteiro de obras ou ainda 
por centrais de dosagem. Quanto a 
essas duas formas de produção do 
concreto e levando em consideração 
o controle tecnológico do concreto, 
assinale a resposta correta: 
a) O concreto produzido no local, 
com auxílio de betoneiras, é 
normalmente utilizado em 
grandes obras, com grande 
volume de concreto.
b) Para realizar o pedido do 
concreto dosado em central, 
são necessárias algumas 
especificações, que podem 
ser: especificações pela 
resistência característica do 
concreto; especificação pela 
composição da mistura; e por 
exigências suplementares.
c) O concreto produzido no 
local pode ser utilizado para 
elementos que devam possuir 
elevadas resistências.
d) Para concretos produzidos 
em central de dosagem, o 
transporte até a obra pode ser 
realizado por caminhões sem 
dispositivos de agitação somente 
para concretos segregáveis.
e) Quando o concreto dosado 
em central é transportado por 
caminhões-betoneira, não é 
necessário se preocupar com o 
tempo de percurso, visto que 
esse tipo de caminhão oferece 
agitação contínua ao concreto.
5. Quanto ao controle tecnológico 
do concreto e suas etapas, 
é correto afirmar que:
a) O teor água/cimento é o 
que define a resistência à 
compressão final do concreto.
b) No momento do recebimento 
do concreto na obra, devem 
ser verificadas sua consistência 
e trabalhabilidade por meio do 
ensaio de corpos de prova.
c) O controle tecnológico do 
concreto ocorre durante todas 
as suas etapas, desde sua 
dosagem e produção até a 
cura. No momento do pedido 
do tipo de concreto para uma 
determinada estrutura, devem 
ser levadas em consideração 
a trabalhabilidade necessária, 
a resistência do concreto à 
compressão, assim como sua 
classe de agressividade.
d) Após a concretagem dos 
elementos e sua cura, caso 
o concreto tenha atingido 
a resistência almejada nos 
corpos de prova moldados 
em seu recebimento, já não 
é mais necessário arquivar os 
documentos referentes à origem 
e às características dos materiais.
e) Os corpos de prova conhecidos 
como “testemunhos” são 
aqueles moldados no momento 
do recebimento do concreto, 
quando produzido em central.
 Concreto armado 114
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. O que construtores, concreteiras, 
projetistas e laboratórios podem fazer para manter a qualidade no controle tecnológico 
dos concretos? São Paulo: ABCP, 2010. Disponível em: <http://www.abcp.org.br/cms/
perguntas-frequentes/o-que-construtores-concreteiras-projetistas-e-laboratorios-
-podem-fazer-para-manter-a-qualidade-no-controle-tecnologico-dos-concretos/>. 
Acesso em: 06 abr. 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5738:2015. Versão Cor-
rigida:2016. Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5739:2007. Concreto – 
Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014. Projeto de 
estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7212:2012. Execução de 
concreto dosado em central – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7222:2011. Concreto e 
argamassa – Determinação da resistência à tração por compressão diametral de 
corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7680-1:2015. Versão cor-
rigida:2015. Concreto – Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estru-
turas de concreto Parte 1: Resistência à compressão axial. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8522:2008. Concreto 
– Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12142:2010. Concreto – 
Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos. Rio 
de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12655:2015. Concreto de 
cimento Portland – preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento. Rio 
de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14931:2004. Execução de 
estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM 67:1998. Concreto – 
Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro: 
ABNT, 1998.
115Materiais: concreto
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http://www.abcp.org.br/cms/
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: 
Pini, 1994.
PINHEIRO, L.B.; MUZARDO, C. D.; SANTOS, S. P. Estrutura de concreto: capítulo 2. Cam-
pinas: Unicamp, 2004. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~almeida/ec702/
EESC/Concreto.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2017.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14026:2012. Concreto 
projetado – especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
PFEIL, W. Concreto armado 1: introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
 Concreto armado 116
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http://www.fec.unicamp.br/~almeida/ec702/
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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