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FISIOLOGIA II 04 - ECG Básico
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intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Avalia uma regio intermediria. V5: 5 Espao intercostal esquerdo, na linha axilar anterior. Avalia o corao esquerdo. V6: 5 Espao intercostal esquerdo, na linha axilar mdia. Avalia o corao esquerdo. Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1 8 ANLISE DOS TRAADOS As reas mais importantes a serem consideradas depois de obtido o grfico do ECG so: frequncia cardaca, ritmo cardaco, eixo cardaco, sobrecarga de cmaras cardacas (e hipetrofia) e infarto. Como este Captulo visa revisar apenas o ECG Bsico e Normal, faremos uma abordagem apenas dos pontos mais importantes no que diz respeito anlise dos traados de um ECG eventualmente normal, como mnimas consideraes patol gicas. DETERMINAÇÃO DA FREQUENCIA CARDÍACA A frequência cardíaca ou ritmo cardaco o nmero de vezes que o corao bate por minuto. O controle da Freqncia cardaca depende de vrios fatores, entre eles: nvel de atividade do sistema nervoso autnomo; aes hormonais; automaticidade cardaca. O corao humano bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Quando o nmero de batimentos abaixo de 60 vezes por minuto, excluindo o valor 60, por conveno tem-se a chamada bradicardia. Quando o nmero de batimentos acima de 100 vezes por minuto, incluindo o 100, por conveno tem-se a chamada taquicardia. A medio correta da frequncia cardaca por meio do ECG deve ser feita por meio dos seguintes passos: 1. Mtodos para a sua determinao a) Método Correto: 1500/n de quadrados pequenos entre duas ondas R (intervalo RR), sabendo que 1 minuto tem 1500 quadrados pequenos (0,04 segundos x 1500 = 60 segundos). b) Método Prático: 300/n de quadrados grandes entre duas ondas R, sabendo que 1 minuto tem 300 quadrados grandes (0,20 x 300 = 60 segundos). c) Método por observação das linhas verticais e a onda R: um modo que se leva em considerao as linhas escuras verticais que delimitam um lado do quadrado grande e a onda R. Esse mtodo feito da seguinte forma: primeiramente deve- se procurar no eletrocardiograma uma onda R que coincida exatamente na linha vertical escura. Achado a linha escura rente a onda R, marca-se as linhas escuras adiante delas com nmeros decrescentes: 300 – 150 – 100 – 75 – 60 – 50, que correspondem ao nmero de batimentos cardacos por minuto. Caso a pr xima onda R coincidir na linha vertical escura (como na figura, 50), siginfica a frequncia cardaca do corao no momento do registro (como na figura, 50 bpm). Caso no haja uma relao direta entre a onda R e a linha, faz-se uma aproximao. d) Regra de Três: Cada intervalo RR corresponde a um batimento. Para facilitar o clculo, o papel composto tambm de “quadrades”, que possuem cinco “quadradinhos” de 1 mm cada. Logo, 5 X 0,04 s = 0,2 s. A onda percorre o “quadrado” em 0,2 s. Precisamos saber a distncia em “quadradinhos” ou “quadrades” do intervalo RR. Imaginemos uma distncia entre o intervalo RR sendo de, aproximadamente, 4 quadrades, ou 4 X 0,2 s = 0,8 s. Se eu sei que um batimento (intervalo RR) gasta 0,8 s, quantos batimentos eu terei em um minuto (60s)? 1 batimento ---- 0,8 s x batimentos ---- 60 s x = 60/0,8 = 75 batimentos 2. Observar se h frequncias atrial (onda P) e ventricular (QRS) distintas. 3. Ritmo: Normal – frequncia entre 60 a 100 bpm. Frequncia superior a 100 bpm – taquicardia sinusal. Frequncia inferior a 60 bpm – bradicardia sinusal. 4. Presena de ritmos pr prios (provocados por marca-passos ect picos). DETERMINAÇÃO DO RITMO SINUSAL O ritmo sinusal o ritmo dominante no corao normal. O ritmo sinusal normal (RSN) definido fisiologicamente por freqncia atrial normal (60-100 bpm, quando o indivduo se encontra acordado e em repouso) e pela presena de vetor de onda P ao eletrocardiograma (ECG), indicando origem na poro lateral alta do trio direito (onda P positiva em DI, DII, DIII, AVL e AVF). O ritmo sinusal geralmente resulta de impulso iniciado pela despolarizao espontnea das clulas P, localizadas no interior do n dulo sinoatrial (SA) e pela conduo do mesmo atravs do n dulo e para fora, rumo ao no atrioventricular. Um ritmo sinusal adequado demonstra um sistema de conduo cardaco ntegro. Para que haja um ritmo sinusal, deve-se avaliar os seguintes passos: 1. Existncia de uma onda P: arredondadas e com freqncia regular. Na fibrilao atrial, h ausncia da onda P. 2. Existncia de um complexo QRS: estreitos e com freqncia regular. 3. Correlaes (1:1) constantes entre a onda P e o complexo QRS: se h uma onda P para cada complexo QRS. Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1 9 DETERMINAÇÃO DO EIXO CARDÍACO O eixo se refere à direção da despolarização que se difunde através do coração para estimular a contração miocárdica. A direção dessa despolarização é representada por um vetor resultante principal (vetor médio do QRS ou eixo elétrico cardíaco) que nos mostra por onde a maior parte do estímulo elétrico está caminhando. Normalmente, esse vetor se dirige de cima para baixo e da direita para a esquerda, com relação ao próprio indivíduo: a origem do vetor médio do QRS é sempre o nódulo AV e, como os vetores que representam a despolarização do ventrículo esquerdo são maiores, o vetor médio do QRS aponta levemente para o ventrículo esquerdo. O eixo serve para verificar se a movimentação de ondas do coração está no sentido normal. Se o indivíduo tem um infarto em uma determinada área, há um espaço morto naquele local. Neste caso, a onda não repercute neste espaço e se desvia, desviando o eixo como um todo. Para uma melhor interpretação da posição do eixo vetorial cardíaco, devemos considerar alguns conceitos que foram apenas citados anteriormente, mas que serão necessários neste momento. O triângulo de Einthoven nada mais é que a representação vetorial dos sentidos das derivações bipolares do plano frontal (DI, DII e DIII). Se deslocarmos todos os lados deste triângulo para um centro comum, formaremos um sistema de três eixos. Se considerarmos agora todas as linhas de derivações do plano frontal para o centro do triângulo de Einthoven, formamos um sistema de eixos hexa-axial (a chamada rosa-dos-ventos do ECG), de forma que o centro do sistema representa o nódulo AV (local de origem do vetor médio de QRS). Para determinação do eixo, o procedimento básico inicial é observar as derivações DI e aVF, que são as derivações que estão direcionadas para o sentido normal da despolarização cardíaca. Se o QRS for positivo (isto é, estiver voltado para cima) em DI, o vetor aponta para o lado positivo (isto é, lado esquerdo do indivíduo). Se QRS for positivo em aVF, o vetor aponte para baixo na metade positiva da esfera. Neste caso, a localização do vetor resultante principal será na faixa normal entre 0 a 90º. Qualquer situação diferente desta, haverá um desvio de eixo. Além disso, caso o QRS seja negativo em V2, o vetor aponta para trás (situação normal). Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1 10 Em resumo, a localizao do eixo mdio do QRS pode ser facilmente obtido seguindo os seguintes passos: 1. Observar a polaridade do complexo QRS nas derivaes DI e aVF. 2. Determinar o quadrante do vetor de ativao. 3. Procurar uma derivao isoeltrica (+/-). 4. O eixo estar na derivao perpendicular derivao isoeltrica: DI ∟ aVF (DI perpendicular a aVF) DII ∟ aVL (DII perpendicular a aVL) DIII ∟ aVR (DIII perpendicular a aVR) 5. Caso no haja derivao isoeltrica, deve-se observar as derivaes que cruzam por fora do quadrante determinado no passo 2 e selecionar o eixo perpendicular a ele que estiver mais pr ximo da polaridade de DI ou aVF no traado do ECG. Por exemplo: Determinado que o eixo est no quadrante