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07/12/2018 1 Profa.: Lauriane Almeida Pombal – Paraíba Novembro de 2018 Drenagem agrícola UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR - CCTA UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAGRA CAMPUS DE POMBAL Drenagem e o sistema solo-planta Retirada do excesso de água do solo à uma taxa que permita uma exploração econômica das culturas e utilização por longo tempo da área. Extensas superfícies agrícolas localizam-se em terrenos com problemas de drenagem. CO2 O2 Efeitos da deficiência de drenagem Características físicas do solo Aeração Difusão Coeficiente de difusão Gradiente de concentração do gás Respiração radicular Efeitos da deficiência de drenagem Características físicas do solo Estrutura • Compactação • Redução na decomposição da matéria orgânica • Permeabilidade comprometida Textura • Predominância de silte e argila Temperatura • Energia radiante • Maior calor específico da água Efeitos do excesso de água sobre as plantas A deficiência de drenagem afeta as culturas Desenvolvimento do sistema radicular; A absorção de nutrientes; e A síntese de compostos orgânicos. Os sintomas mais comuns são: Definhamento das plantas; Amarelecimento Queda das folhas mais velhas Técnicas de drenagem Sistemas naturais – drenagem natural Sistemas artificiais Superficial Subterrânea 07/12/2018 2 Parâmetros hidrodinâmicos do solo Condutividade hidráulica do solo saturado (Ko): representa a capacidade do solo de transmitir água. Porosidade drenável (f): compõe a fração do volume do solo por onde a água se movimenta e drena após exceder a capacidade de campo. Aplicação: equações para o cálculo do espaçamento entre drenos e coeficiente de drenagem. Parâmetros hidrodinâmicos do solo Métodos de laboratório Métodos de campo Condutividade hidráulica do solo saturado Permeâmetro de carga constante e variável Método do poço ou auger-hole Condutividade hidráulica do solo saturado Permeâmetro de carga constante 𝐾020 = 𝐾0 𝑥 𝜇𝑇 𝜇20 Em que: K0 20 = condutividade hidráulica na temperatura de 20 °C (cm min-1), µT = viscosidade absoluta da água à temperatura T, medida durante o teste µ20 = viscosidade absoluta da água à temperatura de 20 °C Permeâmetro de carga constante Condutividade hidráulica do solo saturado Método do poço ou auger-hole O método do poço ou furo do trado (Auger-Hole) é utilizado para a estimativa da condutividade hidráulica no campo, na presença do lençol freático. É adequado para solos homogêneos (não estratificados) e solos altamente estratificados, onde não se tem condições de estimar a condutividade hidráulica em cada camada. Condutividade hidráulica do solo saturado 1. Estabelecer a camada de impedimento 2. Abertura dos poços de observação 3. Drenar e aguardar 24h para estabilização 4. Preparar os instrumentos de medida, estaca, trena com flutuador 5. Medir altura inicial do LF 6. Drenar o poço 7. Iniciar as leituras de nível em relação ao tempo 8. Converter as leituras em K por gráficos e equações segundo o tipo de camada de impedimento encontrada 12 h H Condutividade hidráulica do solo saturado 07/12/2018 3 13 K : condutividade hidráulica do solo saturado, m.dia-1; H : profundidade do poço, abaixo do nível freático, cm; Y : distância entre o nível freático e o ponto médio dos níveis de água no intervalo de tempo Δt, cm; r : raio do poço, cm; ΔY : intervalo de altura no tempo Δt, cm; Δ t : intervalo de tempo entre duas leituras, seg. EQUAÇÕES EMPIRICAS 1. ERNST (1950) Para solo homogêneo e a camada impermeável muito abaixo do fundo do poço (S ≥ 0,5 H) Condutividade hidráulica do solo saturado 14 Porosidade drenável A porosidade drenável ou porosidade efetiva (f) representa o volume de poros de um volume previamente saturado, quando o teor de umidade cai de saturado (potencial mátrico zero) para um teor de umidade em equilíbrio com uma tensão de 6 kPa (ABNT, 1998). Funil de Haines com amostra de solo a uma tensão de 6 KPa 15 Porosidade drenável A porosidade drenável é a fração da porosidade total através da qual a água se move livremente, cujo valor equivale ao conteúdo de ar presente no solo na capacidade de campo (PIZARRO, 1978; BELTRAN, 1986): μd = p − Uv60 Em que: µd = porosidade drenável do solo (%) p = porosidade do solo (%) Uv60 = teor volumétrico de água no solo correspondente à tensão de 6 KPa (%) 16 Diagnóstico do problema de drenagem • Levantamento topográfico; • Atributos físicos e químicos do solo; • Estudos hidrológicos quanto a precipitações intensas e sua previsão; • Escoamento superficial; • Regime dos cursos d’água; • Planejamento de uso da terra; • Variação dos níveis freáticos. Generalidades 17 Diagnóstico do problema de drenagem Poços de observação do lençol freático O acompanhamento da variação da profundidade freática é fundamentalmente importante às regiões de climas úmidos e áridos. 18 Diagnóstico do problema de drenagem Rede de fluxo do lençol freático • Curvas de nível do lençol freático; • Equipotenciais; • Gradientes hidráulicos; • Direção do fluxo subterrâneo; • Regiões de recarga; • Regiões de descarga; • Estimativa de fluxo subterrâneo. 07/12/2018 4 19 Diagnóstico do problema de drenagem Rede de fluxo do lençol freático 20 Diagnóstico do problema de drenagem Rede de fluxo do lençol freático DRENAGEM AGRÍCOLA TIPOS DE DRENAGEM DRENAGEM SUPERFICIAL Escoa as águas que se acumulam na superfície do terreno, impedindo que ela se infiltre. DRENOS ABERTOS CAUSAS NECESSITA Excesso de precipitação ou de água de rega. A regularização do terreno; A abertura de valas; A limpeza, alargamento e/ou aprofundamento das linhas de água. DRENAGEM AGRÍCOLA DRENAGEM SUBTERRÂNEA Retira o excesso de água no interior do solo (baixar o nível freático), de modo a que as culturas não sofram. DRENOS FECHADOS → Em geral são revestidos com materiais porosos: Sintético (bidim) ou abundantes na região (pedras, bambu, etc). DRENAGEM AGRÍCOLA TIPOS DE DRENAGEM TIPOS VANTAGENS DESVANTAGENS ABERTOS (superficiais) Baixo custo inicial Constante manutenção Diminui a área de plantio Dificultam a mecanização COBERTOS (subterrâneos) Pouca manutenção Não reduz a área de plantio Custo inicial mais elevado DRENAGEM AGRÍCOLA DRENOS 07/12/2018 5 Drenagem superficial Drenagem superficial Os sistemas de drenagem superficial, em áreas planas, são projetados para eliminar, dentro de um limite de tempo econômico, o excesso de água que se acumula na superfície. Sistemas de drenagem superficial Natural Camalhão Interceptor Drenos rasos e paralelos Sistematização do terreno Drenagem superficial Sistema natural Interconectar depressões do terreno É indicado para depressões grandes e relativamente profundas Drenagem superficial Sistema em camalhão Camalhões largos e em sequência É indicado para áreas úmidas e com pouca declividade. Sistema interceptor Drenagem superficial Sistema com drenos rasos e paralelos Sistematização do terreno Drenagem superficial Vazão a ser drenada No caso da eliminação de águas de chuva é comum o uso da equação racional. 𝑄𝑚𝑎𝑥 = 𝐶 𝑥 𝐼𝑚 𝑥 𝐴 360 Em que: Q = vazão máxima de escoamento (m-3 s-1); C = coeficiente de escoamento superficial; Im = intensidade máxima média de precipitação para duração igual ao tempo de concentração e determinado período de retorno (mm h-1); A = área de drenagem que contribui com o escoamento superficial para o dreno (ha). 07/12/2018 6 Drenagem superficial Drenagem superficial Dimensionamentode sistemas de drenagem Em que: Q = vazão (m-3 s-1) n = coeficiente de rugosidade R = raio hidráulico S = declividade do dreno (m m-1) A = área do dreno (m2) Q = 1 𝑛 𝑥 𝑅 2 3 𝑥 𝑆 1 2 𝑥 𝐴 Equação de Manning Drenagem superficial Seção mais eficiente de um dreno É aquela que mais se aproxima da forma semicircular a) Talude b) Profundidade c) Largura CANAIS ABERTOS Caçamba trapezoidal, ideal para canais sem revestimento. Canais escavados atuam também na drenagem da água presente na superfície. CANAIS ABERTOS A estabilidade do solo onde será escavado o canal, vai determinar o talude de inclinação. Solos mais estáveis, permitem que se abra canais mais estreitos, sem que haja desmoronamentos das paredes. Devem ter forma trapezoidal; Sem revestimento para permitir a entrada da água pelas paredes e fundo; Atuam conjuntamente na drenagem superficial (coletando água do escoamento superficial) e na drenagem subterrânea; Permitem inspeção fácil, com pronta identificação e correção de problemas de obstrução ou desmoronamento; Tem menor custo de implantação que drenos enterrados. CANAIS ABERTOS: CARACTERÍSTICAS 07/12/2018 7 Sua manutenção é trabalhosa devido aos desbarrancamentos e ao crescimento da vegetação, principalmente no verão; Ocasiona perda de área cultivável; O trânsito de máquinas é dificultado. CANAIS ABERTOS: CARACTERÍSTICAS DRENAGEM SUBSUPERFICIAL OU SUBTERRÂNEA DRENAGEM SUBSUPERFICIAL OU SUBTERRÂNEA DRENAGEM SUBSUPERFICIAL OU SUBTERRÂNEA Componentes de uma rede de drenagem subterrânea: drenos primários ou laterais; drenos coletores; dreno principal. DRENOS PRIMÁRIOS 07/12/2018 8 LAYOUT DE UM SISTEMA DE DRENAGEM Coletores Laterais Dreno Principal CONFIGURAÇÕES DA REDE DE DRENAGEM DRENAGEM SUBSUPERFICIAL OU SUBTERRÂNEA Drenos primários: Paralelos entre si; controlam a profundidade do nível freático. Drenos coletores: Recebem a água dos drenos primários e a conduzem até o dreno principal. Dreno principal: Transporta a água coletada para fora da área de drenagem, em direção a um dreno natural. TIPOS DE DRENOS CANAIS ABERTOS DRENOS COBERTOS: Tubos plásticos; Manilhas cerâmicas e de concreto; Drenos feitos com varas de bambu. DRENOS TUBULARES PLÁSTICOS Cotas Valores L 6000 DE 65,2 Di 58,8 Cotas Valores L 6000 DE 110 Di 101,4 Cotas Valores L 6000 DE 150 Cotas Valores DE 101,6 L 3000 Custo de aquisição elevado; Vida útil longa; Instalação rápida (mecanizada); Flexíveis e com corrugação; Perfurações pequenas e em grande número; Necessitam envoltório sintético ou granular; Diâmetros comerciais de 50 mm a 200 mm. DRENOS TUBULARES PLÁSTICOS 07/12/2018 9 TUBOS PLÁSTICOS MÁQUINAS PARA INSTALAÇÃO DE DRENOS TUBULARES ETAPAS DE UM PROJETO DE DRENAGEM 1. DELIMITAÇÃO DA ÁREA AFETADA Experiência local; Observação do nível do lençol freático; Análises de solo. Camada Impermeável D Superfície do solo Y0 Estaca 2. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA • Topográfico; • Pedológico (solos pouco permeáveis ou impermeáveis); • Hidrológicos. 3. ELABORAÇÃO DO PROJETO • Levantamento de dados: topográficos (levantamento planialtimétrico, climáticos (precipitação, evapotranspiração), pedológicos, agronômicos (tolerância das culturas a instalar). • Trabalho de gabinete: escolha das culturas, estudo da frequência das chuvas, cálculo da vazão de drenagem e dimensionamento do sistema de drenagem (valas, drenos, coletores, etc.). ETAPAS DE UM PROJETO DE DRENAGEM • DRENOS MENORES → MANUAL (pequenos trabalhos) RETROESCAVADEIRA • DRENOS DE GRANDES DIMENSÕES → DRAGAS (Acompanhamento topográfico → cotas de fundo) CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DE DRENOS DRENOS ABERTOS → paredes cobertas com vegetação de porte rasteiro para evitar a erosão de seus taludes. LIMPEZA DE VEGETAÇÃO DESASSOREAMENTO ETAPAS DE UM PROJETO DE DRENAGEM 07/12/2018 10 TUBO DE DRENAGEM DRENO DRENO 07/12/2018 11 DRENO
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