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Semiologia Neurológica Flavia Kaori 1 Semiologia neurológicA • Neurologia: especialidade medica que se dedica ao estudo e tratamento das doenças que atingem o SNC e SNP • Poligono de willis foi descrito pelo thomas willis, que é o pai do termo neurologia • Primórdio da neurologia: pd ser rastreado ate o papiro de Edwin Smith (3500ac), que descreve o papel do cérebro no controle da postura, movimento, sensibilidade e continência (cita cérebro, meninges...) • Distonia do frontal: parkisonismo atípico (paralisia supranuclear progressiva) • É essencial conhecer a história natural das doenças Anatomia Cérebro • Crânio: fossa anterior, media, posterior e forame magno (por onde o tronco cerebral e a medula passam) • Cérebro tem vários revestimentos: pele, crânio, dura mater, aracnoide, pia mater, tecido cerebral • Divido em lobos: frontal (envolvido com a motricidade, com as funções refutivas, tomadas de decisões, controle dos esfincteres), temporal (participa da linguagem, da memoria e da função viso-espacial), parietal(associado com a sensibilidade, as diversas sensibilidades são integradas no parietal, tátil, dolorosa... tb ta envolvido na interpretação dos estímulos sensoriais), occiptal (dedicado totalmente pra visão e função viso-espacial) • Corpo caloso: comunica os hemisférios • Vascularização: cérebro é nutrido por duas artérias vertebrais (tronco cerebral, cerebelo e lobo occiptal) e duas artérias carótidas internas (as carótidas internas irrigam quase 70% do tecido encefálico, lobo frontal, parietal, temporal) • Neurônio: corpo celular (possui projeções que são os dendritos, que são importantes nas comunicações entre neurônios; fica na substância cinzenta do cerebro) e axônio (ficam na substância branca); revestimento de mielina (comunicação nervosa mais eficiente) • A mielina no SNC é produzida pelos oligodendrocitos (cels especializadas em fornecer esse revestimento) e no SNP é criada pelas cels de schwann • SNC é dividido de forma somatotopica, conseguimos rastrear onde esta a lesão de acordo com o tipo de déficit que a pessoa tem • Homúnculo motor e sensitivo; o MOTOR: os músculos da boca, da face, da língua estão mais na região lateral do lobo frontal, enquanto os músculos do tronco, da perna e da mao são um pouco mais mediais (devido a isso uma lesão mais medial vai causar uma fraqueza na perna, uma fraqueza crural, enquanto uma lesão mais lateral vai causar uma fraqueza mais facial ou braquial) – GIRO PRE CENTRAL o SENSITIVO: é similar ao motor, portanto uma lesão mais lateral vai causar uma perda de sensibilidade da face enquanto uma lesão mais central vai causar uma perda de senbilidade mais inferior ou do tronco – GIRO POS CENTRAL Medula espinhal • Encefalo se comunica com os nervos periféricos e por consequência com os músculos através da medula espinhal, que é uma estrutura tubular, longa, com duas intumescências (cervical e lombar), que existem pq nessas regiões tem os neurônios que inervam os músculos dos membros e eles são em grande numero e por isso causam o abaulamento da medula; cada nível da medula tem um nervo espinhal correspondente e a medula é protegida pela coluna vertebral • Os mesmos revestimentos encontrados no encéfalo são encontrados na medula espinhal, pia mater, aracnoide e dura mater • Na medula espinhal a posição da substância cinzenta é revertida (cinzenta é mais profunda/central enquanto a branca é mais lateral/periférica) • Saco dural/espaço subaracnoide que contem a medula espinhal tem um suprimento de liquor que amortece contra impactos mecânicos Nervos • As raízes espinhais vao se juntar de forma variadas pra formar os plexos e os nervos e cada nervo tem uma participação numa função sensitiva ou motora • Nervo motor: vai desde a raiz espinhal, passa pelo plexo e vai atingir o músculo que ele inerva, no musculo ele vai formar botões sinápticos pela conexão dos axônios dos motoneuronios com as fibras musculares e aqui vai existir a junção neuromuscular Semiologia Neurológica Flavia Kaori 2 • VIA MOTORA: córtex motor (neurônio motor superior) -> trato piramidal (axônio do neurônio motor superior) - > se comunica com o neurônio motor inferior (ou nar região do tronco, trato cortico nuclear ou na medula, trato corticoespinhal) -> emite raízes espinhais que formam plexos -> nervos -> junção neuromuscular -> musculo; cada nervo é responsável por um conjunto de músculos • Neurônio sensitivo: tem receptores no aspecto mais distal e esse receptor vai se comunicar com a terminação nervosa essa vai seguir com o nervo que vai se juntar com um plexo que vai se juntar com as raízes espinhais em direção da medula espinhal • Cada nervo espinhal tem uma representação cutânea – dermatomos • Num exame neurológico: o Lesão unilateral envolve as fibras que controlam a metade contralateral do corpo, que ocorre devido a decussação das pirâmides, córtex motor D controla o hemicorpo E e o córtex motor E controla o hemicorpo D; existe uma pequena parcela de fibras que não cruzam e elas participam da inervação do tronco, dos músculos axiais o Lesão medular no nível de T1: leva a uma paralisia dos músculos abaixo do nível dessa lesão, na maioria das vezes as lesões medulares ocorrem na medula inteira, pq a medula é mt pequena, mas podem ocorrer uma lesão de hemimedula que causa fraqueza somente do lado da lesão (ipsilateral) • Paraparetico: tem fraqueza muscular, mas ainda tem alguma movimentação muscular • Paraplégico: não tem nenhuma movimentação muscular voluntaria • Para ou tetra: depende do nível da lesão (2 membros: abaixo da medula cervical; 4 membros: no nível da medula cervical ou acima, no nível das pirâmides bulbares) • Hérnia discal pode comprimir raiz e vai causar uma alteração no dermatomo e pode alterar a força muscular e dar uma arreflexia ou hiporreflexia Diagnostico em neurologia • Colher anamnese e dados do exame neurológico e formular hipóteses de o DIAGNOSTICO SINDROMICO: considerando o conjunto de sinais e sintomas, em qual sindrome neurológica ele se enquadra o DIAGNOSTICO TOPOGRAFICO: qual ou quais regiões do sistema nervoso estão envolvidas? Onde está a lesão? o DIAGNOSTICO ETIOLOGICO: que tipo de doença está provocando os sintomas? o DIAGNOSTICO NOSOLOGICO: que doença o paciente tem? Anamnese • Os elementos básicos da anamnese neurológica: o Forma de instalação dos sintomas § Aguda: se instala em segundos/minutos; paciente tem há pouco tempo os sintomas; na maioria das vezes representa doença vascular (isquêmica ou hemorrágica) ou tb pode ser um fenômeno paroxístico como a epilepsia § Subaguda: em horas a dias; paciente tem os sintomas faz algumas horas, dias; pode ser por infeções, doenças autoimunes, intoxicações, alterações metabólicas § Crônica: semanas; paciente tem os sintomas faz semanas; neoplasias e doenças degenerativas o Duração o Evolução dos sintomas § Estáticos § Progressivos § Recorrentes Semiologia Neurológica Flavia Kaori 3 • Deve SEMPRE questionar sobre os sintomas associados o Alteração de comportamento o Alteração da memoria o Alteração do humor o Mudança da fala/tom da voz/compreensão/fluência o Alterações da visão (visão borrada/dupla/falhas no campo da visão) o Fraqueza (dificuldade de subir escadas, abrir garrafas) o Desequilíbrio (quedas, tonturas) o Dormência/formigamento o Dificuldade de caminhar o Movimentos anormais (tremores, crises convulsivas, postura anormal) o Controle sobre a bexiga e evacuação o Dor (cefaleia) o Febre • Antecedentes patológicos o HAS, tabagismo, aterosclerose, dislipidemia (doença cerebrovascular) o DM (doença cerebrovascular, demência, neuropatia diabética periferica) o Etilismo (deficiências vitamínicas, neuropatia periférica, epilepsia) o Uso de drogas ilícitas (epilepsia, doença cerebrovascular)o Imunossupressão (neuro-infecção) o Doenças reumáticas (costumam acontecer junto de doenças neurologias autoimunes como a esclerose múltipla, neuro lúpus, doença de devic) o Doença renal crônica (alterações metabólicas, doença cerebrovascular, neuropatia periférica) o Hepatopatia (encefalopatia hepática) o Traumatismo cranioencefalico (epilepsia, hidrocefalia) o Uso de medicamentos (intoxicações) o Neoplasia (metástases, síndromes paraneoplasicas) o Vacinações e infecções (síndromes pos vacinais, pos infecciosas, como a encefalomielite difusa aguda) o História do periparto (hipóxia perinatal, hemorragia intracraniana perinatal) e gestação (encefalopatias crônicas) o Dificuldade escolar (retardo mental) • Antecedentes familiares o Cefaleia o Epilepsia o Doença cerebrovascular o Demência o Internação psiquiátrica o Morte inexplicada, esclerose, atrofia o Retardo mental o Sintomas neurológicos recorrentes o Consanguinidade o Pais oriundos da mesma cidade (quando pequena e isolada) • Medicações em uso o Anti-emeticos (sintomas extrapiramidais) o Neurolepticos (sintomas extrapiramidais) o Antidepressivos (pernas inquietas) o Analgésicos (cefaleia crônica) o Anticolinérgicos (delirium, demência) o Corticoides (miopatia) o Tratamentos tentados no passado e doses Exame neurológico • ETAPAS 1. Estado mental (exame psiquiátrico, funções corticais e nível de consciência) 2. Linguagem 3. Nervos cranianos 4. Força muscular 5. Reflexos 6. Coordenação 7. Sensibilidade 8. Sinais de irritação meningorradiculares 9. Marcha Estado mental • Representa o nível de consciência de um individuo e funções corticais e o exame psiquiátrico • O nível de consciência pode ser subdivido em qualidade (mais associada com doenças psiquiátricas como delírios, paranoias, alucinações visuais e auditivas) e quantidade (mais associadas com doenças neurológicas, utiliza-se muitos as escalas) Escala de coma de Glasgow • Avalia abertura ocular, resposta verbal e resposta motora • As pessoas atentas, alertas e vigis estão com os olhos aberto, já as que estão sonolentas costumam manter os olhos fechados, alternar períodos de olhos abertos e fechados e as pessoas que estão em coma ou em estado torporoso mantem os olhos fechados, nas torporosas as vezes pode ocorrer a abertura em resposta a um estímulo doloroso • Na resposta verbal a pessoa pode estar orientada em tempo e espaço, pode estar confusa, não saber informar onde esta nem quem ela é, pode so falar palavras Semiologia Neurológica Flavia Kaori 4 desconexas, pode so imitir sons incompreensíveis ou pode não ter nenhuma resposta • Em relação a resposta motora a pessoa pode obedecer comandos, pode localizar a dor, em geral o estimulo doloroso que é feito é feito na região da glabela ou do esterno ou na articulação temporomandibular, ou também sobre a unha, localizar a dor é conseguir apontar onde é a dor, pode retirar o membro em resposta a dor, caso ocorra retirada inespecífica, padrão não varia de acordo do local que a dor foi aplicada, pode também ocorrer a decorticação e a descerebração ou nenhuma Funções corticais • Orientação no tempo e espaço o Capacidade de utilizar informações do meio para localizar-se no tempo e espacialmente o No tempo: que horas são? Que dia da semana é hj? Em que mês estamos? Qual é o ano? Quais são os eventos próximos e que já passaram? o No espaço: onde vc esta agr? Que caminho vc tomou pra chegar aqui? Qual o andar? Que prédio é este? Em que bairro estamos? Em que cidade? Em que estado? Em que pais? • Atenção o Capacidade de selecionar um estimulo e concentrar-se nele o Falar os meses do ano ao contrario o Digit spam e reverse digit spam o Teste de stroop Solicita pro paciente falar a cor da palavra e não a palavra propriamente dita o Bateria breve o Subtração seriada de setes o Repetição de palavras o Repetição de setenças o Bater na mesa – alfabeto • Cálculo o Capacidade de realizar operações matemáticas o Tem níveis variáveis, primeiro é a adição, depois a substração, depois multiplicação, depois divisão e por ultimo equações o Subtração seriada de setes • Função executiva o Conjunto de processos envolvidos no planejamento e execução de tarefas o Trail making (ato de fazer trilhas) o Fluência fonética e semântica o Digit span direto e reverso o Teste do desenho do relógio Pede pro paciente desenhar um relógio com todos os números existentes no relógio e pede pra ele colocar o ponteiro grande e o pequeno o Teste de stroop Semiologia Neurológica Flavia Kaori 5 o Comando de várias etapas • Memoria o Capacidade de resgatar informações de eventos passados ou conhecimento adquirido o A memoria humana se divide em memoria sensorial que dura menos de um segundo, a memoria de trabalho que dura menos de um minuto e a de longo prazo, que se divide em implícita que é constituída pela memoria procedural que é a capacidade de executar tarefas (escovar dentes, andar de bicicleta...) e explicita que é a declarativa (fatos e eventos) que se divide em episódica (capacidade de relatar eventos e experiências) e a semântica (capacidade de lembrar de fatos) o Questionamento sobre eventos recentes e remotos o Evocação de palavras o Lista de palavras o Memoria visual o Bateria breve Mostra a imagem abaixo e pede pro paciente nomear cada um desses, logo depois vc esconde a figura e o paciente tem que falar oq ele viu, depois deixa ele vendo por um minuto, tira a imagem por mais 5 minutos depois mostra uma imagem cheia de figuras, inclusive essas e pede pra ele identificar quais ele já viu • Processamento visuo-espacial o Sequencia de etapas através das quais um individuo consegue perceber e compreender um conjunto de estímulos visuais o Desenho do cubo o Desenho de figuras abstratas • Praxia o Processo neurológico através do qual a cognição dirige atos motores o Planejar e fazer o Imitar gestos o Reproduzir ações (pentear cabelo, escovar os dentes) o Usar objetos (carimbo, tesoura) • Gnosia o Capacidade de perceber e reconhecer um estimulo ou conjunto de estímulos o Fenômeno cortical o Quem enxerga de fato é o córtex, que determina o que está sendo apresentado a retina, a cóclea, ao bulbo olfatório, aos receptores da pele e da língua o Tem alteração de gnosia quando tem a via preservada, mas não é capaz de reconhecer o estimulo, por exemplo, um paciente com retina normal, nervo optico normal, trato optico normal, quiasma optico normal, mas tem alteração na junção parieto occiptal que faz com que ele tenha dificuldade de reconhecer cores, pessoas famosas, conhecidas (agnosia) o Mostrar formas, cores pessoas famosas o por exemplo essa pessoa tem prosopagnosia (pessaoa não consegue usando as informações como bigode, cabelo... dizer quem é quem, não consegue identificar a pessoa, reconhecem a família por exemplo pela voz) o Pode ocorrer agnosia visual, tátil, olfativa... • Musia o Capacidade de reconhecer e reproduzir notas musicais Linguagem • 6 etapas o Fluência verbal § Começa a testar durante a anamnese, se o paciente é capaz de contar a história dele, se ele é Semiologia Neurológica Flavia Kaori 6 capaz de produzir uma boa quantidade de palavras em determinado espaço de tempo § Jargonofasia: paciente so fala uma palavra o Nomeação § Pede pro paciente nomear 5 partes do corpo/objetos/cores durante o exame físico o Repetição § Pede pro paciente repetir palavras/setenças o Compreensão § Dar comando pro paciente § Toque a ponta do nariz com a ponta do dedo esquerdo e depois toque a sobrancelha direita o Escrita § Pede pro paciente copiar frases, escrever oq for ditado o Leitura § Pede pro paciente ler o comando feche os olhos por exemplo o Marco anatômico importante: fissura suviana que divide as estruturasanteriores e posteriores da linguagem, as anteriores, principalmente o giro frontal inferior estão envolvidos com a produção do discurso, Área de broca envolve as áreas 44 e 45 de broadman e se conecta com todo o córtex motor dos órgãos fono articulatórios (boca, língua, laringe), já as posteriores estão envolvidos com a compreensão do discurso e as regiões posteriores, giro temporal superior que contem o giro de Heschl, área auditiva primaria da copreensao das palavras, que se conectam com o lobo parietal que contem os lexemas (significados das palavras) o Cada função, tem uma representação cortical especifica o O alfabeto japonês possui um fonêmico (símbolos que representam fonemas) e um ideográfico (símbolos que representam coisas tipo um símbolo representa melancia, outro representa pato), pacientes com lesão em determinadas circunstancias que pegam regiões pequenas do córtex podem perder a capacidade de entender o alfabeto fonêmico e ser capaz de entender o alfabeto ideográfico, pq ele fica mt mais na transição occipto temporal, occipto parietal Nervos cranianos • Temos 12 pares e a maioria esta no tronco cerebral, menos o nervo optico e o olfatório tem conexões diretas com o córtex Olfatório- I par • Testa uma narina de cada vez • Escolhe um estimulo que seja facilmente reconhecido e que não seja facilmente confundido com coisas comuns, como exemplo café, canela • Não usar tipo orquídea de madagascar • Tapa uma narina, pede pro paciente falar o cheiro de olhos fechados, o paciente não pode ver oq ele ta cheirando • A perda olfatória pode ser condutiva (causada por rinite, sinusite, tumor nasal, tudo que obstrui o fluxo aéreo) ou neurossensorial (pode ser por lesão do bulbo olfatório ou do trato olfatório, pode ser causada por esclerose múltipla, traumatismo craniano, Parkinson, alzheimer) Semiologia Neurológica Flavia Kaori 7 Optico- II par • Mais complexo, 5 testes pelo menos • Testar reflexo fotomotor: projetar um estímulo luminoso em cada pupila e observar a reação das pupilas • Acuidade visual: testa um olho de cada vez e sempre testar o paciente com lentes corretivas, mostrar tabela e pedir pra ele ler cada linha da tabela de Snellen ou a de Rosenbaum • Oftalmoscopia/fundoscopia: visualizar o fundo de olho e ver o nervo optico, as arcadas vasculares, retina e macula o Sempre observar a cor do nervo optico, contorno/margem e escavação do mesmo (pode chegar no máximo da metade do diâmetro total do disco optico, se for maior pode ser glaucoma) o nervo optico é o ponto/bolinha amarelo, tem vasos saindo dele, o mais escuro envolto é a macula O da direita ta normal, tem a bolinha laranja e a bolinha menor amarela do meio (o amarelo + laranja é o disco optico, já a bolinha amarela é a escavação), já a imagem da esquerda esta representado o glaucoma, com a escavação maior que a metade do diâmetro total do disco optico Nervo optico inchado/edema, ta com os limites não bem delimitados Se o edema for bilateral e for associado a hipertensão intracraniana é chamado de papiledema Nervo optico atrófico, os capilares que nutriam atrofiaram pq o nervo morreu, nervo ta palido • Campimetria de confrontação: examinador instrui o paciente a fixar o olhar no nariz do examinador e fornece um estímulo na periferia do campo visual, o examinador tem que cobrir o olho que esta do mesmo lado do olho do paciente coberto pra ter um parâmetro de comparação, o valor de referência é o campo visual do examinador • Visão de cores: mostrar objeto vermelho, pedir pro paciente fechar um olho e olhar o objeto com um olho e depois ver com o outro olho e perguntar se altera a cor ou mostrar as placas de ishihara (placas com numero de daltonismo) Nervos da motricidade ocular- III, IV, VI pares • Testamos as 9 posições do olhar, com um estimulo, pode ser a ponta do dedo, pede pro paciente acompanhar e olhar igual a imagem abaixo • Existe um desses nervos que participa da constrição da pupila, que é o oculomotor III e faz elevação da pálpebra • Abducente so inverva musculo abducente/reto lateral, ele da dificuldade de abduzir o olho • Troclear causa dificuldade de mover o olho pra baixo quando ele esta em adução, paciente tem uma diplopia inclinada • RS – reto superior (III par) • RL – reto lateral (VI par) • RI – reto inferior (III par) • RM – retos mediais (III par) • OI – oblíquos inferiores (III par) • OS – oblíquos superiores (IV par) Semiologia Neurológica Flavia Kaori 8 Trigêmeo- V par • Tem componente motor e sensitivo • Pra testar o sensitivo tem que avaliar as três divisões do trigêmeo que é a oftálmica (verde), maxilar (rosa), mandibular (amarelo); a técnica correta é fazer o estimulo tátil, como exemplo pegar um algodão aplicar na região da face e fazer isso dos dois lados e perguntar se ele sentiu alguma diferença e fazer isso nas 3 regiões • Testar músculos que abrem e fecham a boca o Temporal e masseter – fecham a boca (pede pro paciente fechar a boca com forca e sentir o musculo por fora) o Pterigoides e digastricos – abrem a boca Facial- VII par • Participa da mimica da face, inverva andar suoerior e o inferior • Pede pro paciente levantar sobrancelha, sorrir, encher a boca de ar e se existir duvida da pra tentar abrir o olho dele contra a vontade (manobra de oposição) • Tb inerva os 2/3 inferiores/interiores da língua- gustação Vestibulococlear- VIII par • Testa na maioria das vezes utilizando um diapasão e aplica dois testes • Antes de fazer os testes tem que saber qual ouvido esta doente, tem que fazer um teste de triagem, que a pessoa roça os dedos numa distancia equivalente nas duas mãos comparando os dois ouvidos ao mesmo tempo perguntando pro paciente se tem diferença de um ouvido pro outro e vai afastando as mãos ate que ele pare de ouvir ou note uma assimetria • Teste de Rinnè o - Apoia- o diapasão no processo mastóide até o paciente referir não escutar mais o som, momento em que o diapasão é colocado próximo ao canal auditivo externo, com os arcos no sentido perpendicular ao ouvido o - Rinné positvo: quando o som é escutado por via aérea após não ser mais escutado por via óssea. Ocorre em condições normais e nas perdas neurossensoriais o - Rinné negativo: quando o som não é escutado por via aérea após não ser mais escutado por via óssea o Ocorre nas perdas condutivas onde a audição por via óssea é mais prolongada, onde o sistema amplificador da condução tímpano-ossicular está alterado • Teste de Weber o - O diapasão é colocado na linha média frontal da calota craniana o - Se o som for ouvido igualmente em ambos os ouvidos a audição é normal, ou a perda auditiva é similar bilateralmente (webber indiferente) o - Perda auditiva condutiva: unilateral quando o paciente ouve o diapasão com mais intensidade no lado do ouvido afetado (o problema de condução mascara o som ambiente enquanto que a condução por via óssea está prolongada, gerando som mais intenso do que o lado do ouvido não afetado o - Perda neurossensorial: quando o som se lateralizar para o ouvido de melhor audição (não afetado) pois o ouvido afetado é menos efetivo em absorver o som mesmo que ele seja transmitido por via óssea • A perda auditiva pode ser sensorial ou condutiva, o Condutiva é devido obstrução do meato acústico o Neurossensorial é pq existe uma lesão da cóclea ou do nervo coclear • O componente vestibular deve ser testado junto com as manobras de marcha e equilíbrio, observar movimentação dos olhos pra ver se tem nistagma • Olhar pra um ponto fixo e balançar a cabeça, olho deve fazer um movimento contrario ao da cabeça • Pede pro paciente acompanhar o dedo de forma lenta e ve se ele consegue acompanhar ou aparece um movimento involuntário Semiologia Neurológica Flavia Kaori9 Glossofaríngeo e vago- IX e X pares • Avalia os dois juntos • A forma de avaliar é pela elevação do palato, pede pro paciente abrir a boca e falar “a” e ve a posição da úvula; outra forma de avaliar é pelo reflexo do vomito cutucando a faringe posterior de um lado e depois do outro e ve se o paciente tem reflexo de vomito • Em lesão desses pode ocorrer alteração do tom da voz pq como o m elevador do palato fica hipotônico ele cai e faz com que o ar não consiga mais sair pelo nariz e o paciente fica com voz anasalada Acessório- XI par • Motor • Inerva dois músculos: esternocleidomastoideo e o trapézio • Testa contra a oposição do examinador a elevação do ombro e a rotação da cabeça Hipoglosso- XII par • Motor • Inerva músculos da língua • Pede pro paciente movimentar a língua de um lado pro outro, pra cima e pra baixo • Tem que avaliar dentro e fora da boca • Quando há lesão, dentro ela desvia pro lado oposto da lesão e quando ta fora desvia pro lado da lesão Força muscular • Fraqueza neurológica é a incapacidade de realizar movimento com a força adequada devido a redução do poder de contração muscular • A causa da fraqueza pode estar no musculo, na junção neuro muscular, no plexo, na raiz, na medula, no córtex,... • A força muscular é gerada pela interação da actina com a miosina, processo com alta demanda metabolica, qualquer alteração pode causar fraqueza muscular • Pode ser avaliada a partir de: o Manobras deficitárias o Avaliação do tônus e do trofismo Trofismo=quantidade de músculos Tônus é testado em toda a amplitude do movimento de uma articulação, então no pulso por exemplo vc tem q fletir e estender o punho repetidamente e rápido Hipotonia: menos resistência Hipertonia: aumento da resistência do movimento passivo da articulação § HIPERTONIA ELASTICA: vista nos pacientes com lesão no trato corticoespinal e ela se assemelha a um canivete, vc vai puxar o braço, no inicio é duro mas dps de certo estagio ele cede § HIPERTONIA PLASTICA: vista nas doenças extrapiramidais, como em parkinson, lesão dos gânglios da base e provoca rigidez conhecida como roda denteada, conforme vai movendo a mao do paciente ele tem uma resistência em serie, como se fosse uma engrenagem com dentes, rigidez, cede, rigidez, cede... o Testes de oposição O examinador vai tentar vencer a força do paciente, por exemplo vc pede pro paciente empurrar o pe pra frente e vc segura o pe pra traz Sempre testar o segmento de interesse no terço proximal e depois o distal Pelo menos 4 locais mmss prox e distal, mmii proximal e distal o Testes para déficit motor sutil • Prova de mingazzini: O paciente estende os braços com a palma da mao pra cima e deve mante-los nessa posição por durante um minuto, se dentro desse um minuto o paciente tiver uma queda da mao/de um dos braços, indica fraqueza, mas se o braço além de cair tem uma pronação ocorre queda em pronação isso indica uma fraqueza piramidal, pq o trato piramidal inerva os músculos que fazem supinação e extensão, se existe lesão nesse trato essas vao ser prejudicadas, ºredominando assim a pronação e flexão Pode ser dos membros superiores fazendo o mesmo com as pernas • Existe uma escala pra quantificar a força que vai de 0 a 5, 0 é paralisia total, não existe nenhuma contração muscular; 1 vc consegue palpar ou visualizar contrações musculares; 2 o paciente tem um movimento so quando é eliminado a gravidade, portanto so consegue realizar se não existe ação gravitacional; 3 o paciente tem Semiologia Neurológica Flavia Kaori 10 movimento que vence a gravidade; 4 o paciente tem movimento ativo durante toda a manobra de oposição, mas é uma força mais fraca; 5 normal • • Prova do rolamento dos dedos: paciente roda os dedos um em torno do outro Reflexos • O reflexo envolve uma via aferente dos receptores que estão nos tendões/órgão tendineo de golgi e dos fusos musculares e essa via vai pra medula, entra na medula na raiz dorsal e faz contato com um interneuronio que transmite o estímulo pro motoneuronio • Via aferente anormal: hiporrreflexia (lesões do SNP, lesões de 2º neurônio por ex) • Lesão no 1º neurônio tem motoneuronio hiperativo: hiperreflexia • Tendinosos profundos: o Biciptal A § Tendao do bíceps, tem sempre que apoiar o dedo pq existe pele sobre o tendão, tem que ter ctz q o tendão ta spm embaixo do seu dedo o Estilorradial B § Processo estilorradial, terço distal do radio o Tricipital C § Tendão do tríceps, palpado na inserção dele no olecrano o Patelar D § Tendão patelar o Aquileu E (tem que fazer leve flexão do pe pra tensionar o tendão aquileu) § Tendão aquileu no F ele ta testando um fenomemo chamado clonus • 0: arreflexo +: hiporreflexo ++: normorreflexo +++: reflexo vivo ++++: hiperreflexia (aumento da área reflexogena, reflexo policinetico, varias contrações musculares pra um único estimulo e coativação de músculos que normalmente não são ativados por aqueles reflexos) • Superficiais: obtidos a partir do estimulo de uma área da pele ou de uma membrana mucosa, sua ausência sugere anormalidade o Cutâneo-abdominal o Cremasterico o Escapular o Glúteo o Bulbo-cavernoso o Anal o Córneo palpebral o Reflexo do vomito Semiologia Neurológica Flavia Kaori 11 o Espirro o Obs: lesões periféricas eliminam o reflexo bulbocavernoso e nas lesões da própria medula ele ta presente Reflexos patológicos • Obtidos a partir do estimulo de uma área da pele, sua presença sugere anormalidade o Babinski e sucedâneos (reflexo cutâneo plantar com extensão)- indicam lesão piramidal o Glabelar o Palmar o Plantar o Snouting o Palmo-mentoniano Equilíbrio e coordenação • Estruturas envolvidas com a manutenção da postura (cabeça, tronco e membros em relação ao espaço) e precisao dos movimentos o Cerebelo o Sistema extrapiramidal o Vias sensoriais (propriocepção) • Ataxia: ausência de ordem Cerebelo • Fica na fossa posterior • Divido em lobo superior e inferior e tem folhas; tb tem lobo floculo-nodular e o verme (associado com o equilíbrio axial,c coordenação axial, marcha), possui dois hemisférios (coordenação das mãos e dos pes) • Provas cerebelares o Marcha em tandem: andar com um pe na frente do outro o Index-index: pedir pra ele encostar a ponta do index dele na ponta do seu index o Index-nariz o Testes de diadococinesia o Avaliação dos movimentos oculares o Rechaço o Romberg: pedir pro paciente ficar com os pes juntos e fechar os olhos, a resposta positiva da prova é o paciente cair • Tem decussação dupla, portanto sempre são déficits ipsilaterais Sensibilidade • Sensibilidade superficial o Dor o Temperatura o Tato protopatico (tato de pressão grosseiro) • Sensibilidade profunda o Tato epicritico (discrimição entre dois pontos, grafestesia, tato leve) o Palestesia (sensibilidade pra vibração) o Artretesia (capacidade de localizar a posição do próprio corpo) § Paciente com os olhos fechados, move a articulação do index e pergunta se ta pra cima ou pra baixo Dorsal medial: profunda Espinotalamica: superficial Sinais de irritação meningorradiculares • Sinais radiculares o Lasegue § Eleva perna ate 60 graus e o paciente vai sentir dor em choque que percorre algum dermatomo, dependendo de onde tiver hérnia § Unilateral é radicular, bilareral é meningorradicular • Sinais meningorradiculares o Brudzinsky § Flete o pescoço do paciente e se positivo observa dor e flexão das pernas o Kernig § Paciente decúbito dorsal, quadril a 90 graus, joelho a 90 graus, vai aumentando o ângulo entre a coxa e a perna, se positivo Semiologia Neurológica Flavia Kaori 12 provoca dor e paciente flete o pescoço o Lasegue Marcha • Grande importância pro diagnostico o Normal e suas variações o Doenças osteo-articulares o Funcionalo Em tesoura o Ceifante/hemiplégica o Miopatica o Parkinsoniana o Magnética o Ebriosa/cerebelar o Talonante o Distonia o Escavante Sindromes neurológicas Sindrome demencial • Caracterizada por perda de função cerebrais cognitivas (funções importantes no aprendizado e na realização de tarefas, como a memoria, linguagem, gnosia (reconhecimento), praxia (destreza), raciocínio, julgamento, personalidade) • Obs.: somente a perda de memoria não dá o diagnostico • Obs.: não depende da alteração do nível de consciência • Algumas causas: Doença de Alzheimer (50%), Demência vascular, Hipotireoidismo (reversível), Neurossifilis (reversível) Sindrome piramidal • Danos no feixe piramidal – primeiro neurônio motor • Os primeiros neurônios motores responsáveis pelos movimentos de uma determinada musculatura tem origem em uma mesma região do córtex motor. • Cruzamento das fibras o Lesão acima da decussação das pirâmides o Lesão abaixo da decussação das pirâmides o Lesão na decussação das pirâmides • Características: o Fraqueza muscular: plegia ou paresia o Trofia musculas: hipotrofia o Reflexos § Em lesão aguda – hiporreflexia/arreflexia no inicio que evolui para hiperreflexia § Em lesões insidiosas – hiperreflexia o Tônus § Em lesão aguda – hipotonia no inicio que evolui para hpertonia § Em lesões insidiosas – hipertonia espástica o Sinal de babinski: presente, caracterizando uma hiperreflexia tendiosa o Reflexos cutâneo-abdominais e cremasterianos ausentes o Clônus: presença de contrações musculares repetidas, após estiramento do tendão de aquileu ou patelar • Causas o Agudas: ave, trauma o Subagudas: em, ela, processos expansivos (tumores, abscessos bacterianos, tb, neurotoxoplasmose) Sindrome extrapiramidal • O sistema extrapiramidal é constituído por: o Córtex pre-motor frontal + gânglios da base + alguns núcleos do tronco cerebral (substância negra) • Esse sistema é responsável por: o Modulação do movimento o Ajuste fino do movimento o Automatização do movimento • O paciente pode apresentar: o Exacerbação dos movimentos § Distúrbios hipercinéticos, coreia, distonia, hemibalismo o Lentificação dos movimentos § Distúrbios hipocinéticos § Parkinson (bradicinesia, rigidez – hipertonia plástica, tremor de repouso, instabilidade postural – cair para frente em busca de seu centro de gravidade) Neuropatia periférica • Segundo neurônio motor lesado (fraqueza, atrofia muscular, hiporreflexia, miofasciculações) + alterações sensitivas (parestesia, hipoestesia, anestesia, disestesia) • Causas: o Nutricional (deficiência vitamina B12) o Endócrino o Urêmica o Reumatológico o Oncológico o Porfiria o Amiloidose o Trauma o Infecciosa o Álcool Semiologia Neurológica Flavia Kaori 13 o Síndrome de Guillian-Barré síndromes cerebelares • Cerebelo é formado por: o 2 hemisférios cerebelares – responsáveis pelo tônus muscular, coordenação, equilíbrio e aprendizagem motora ipsilateral o Vermis (central) – controla o tronco e a marcha • Sintomatologia: o Tremor de intenção – cessa no repouso o Disdiadococinesia – incapacidade de realizar movimentos alterados o Nistagmo vertical ou horizontal o Disartria cerebelar – fala escandida o Hiperreflexia tendiosa o Dismetria o Náuseas, vertigem e vômitos – ligação do cerebelo com o sistema vestibular o Hipotonia muscular • Causas: AVE cerebelar, neoplasias cerebelares, abscessos cerebelares, esclerose múltipla, etilistas crônicos (1%)
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