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1 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES PULMONARES • Ocorre comumente em decorrência de tumores ricamente vascularizados. • Pacientes geralmente assintomáticos – principalmente na ausência de acometimento brônquico e pleural. • São citados dispneia aos esforços, respiração curta e superficial, hemoptise e atelectasias. • Broncoscopia não se mostra eficaz na detecção de metástases. • O diagnóstico é mais facilmente fechado quando se conhece o sítio do tumor primário ou com exames de citologia ou histologia. RADIOGRAFIA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Se a radiografia mostrar nódulos pulmonares múltiplos, métodos de imagem adicionais só são necessários para planejamento de biópsia ou analise mais precisa, como para um pré-operatório de metastasectomia. • Muito superior a RX na detecção; • A investigação com TC é recomendada diante de: Quando a RX revelar nódulo pulmonar solitário ou vários nódulos - para avaliar corretamente a extensão da doença, descartar presença de outros nódulos, avaliar a possibilidade de metastasectomia e para o tratamento sistêmico. Quando os achados na RX forem inconclusivos No estadiamento inicial em pacientes c/ neoplasia de alta propensão p/ metástase pulmonar (p.ex. mama, cólon, rim). • Tem acurácia inferior em relação a detecção de nódulos pulmonares, sobretudo os inferiores a 5mm; • Tem pior caracterização de lesões devido os artefatos de respiração, incapacidade de detectar calcificações e menor resolução espacial. VIA HEMATOGÊNICA Na imagem, pode-se dizer que há disseminação hematogênica quando houver associação de um nódulo com um vaso pulmonar. É comum em tumores de órgãos com drenagem direta para o pulmão. Aparece como lesões nodulares de distribuição randômica. ➔ ASPECTO CLÁSSICO: múltiplos nódulos ou massas arredondadas mais concentradas na periferia pulmonar, no terço externo ou em condição subpleural. Geralmente predominam nos lobos inferiores. Comum em CA de mama, CA de TGI, melanoma e sarcoma. ➔ ASPECTO MILIAR: micro nódulos de distribuição randômica, alguns com tendência a confluência. Comum em tumores de rim, melanoma e carcinoma papilífero da tireoide. VIA LINFÁTICA O padrão é de linfangite carcinomatosa, sendo os principais achados são: ➔ NA TC: espessamentos septais irregulares, esboçando arcadas poligonais, associados a nódulos e opacidades em vidro fosco. ➔ NO RX: padrão de infiltrado reticular e espessamento dos septos interlobulares (linhas B de Kerley) Metástases em Imagem PADRÃO DE IMAGEM NAS METÁSTASES PULMONARES Os achados radiológicos típicos de metástase dependem da via de disseminação. CARACTERÍSTICAS • Geralmente múltiplos nódulos parenquimatosos, subpleurais, não calcificados, bilaterais, de variados tamanhos, bem definidos, com bordas lisas e localização predominante basal. • A ocorrência de nódulos solitários ocorre para cânceres principalmente: colorretais, sarcomas (ósseos), renais, de testículos, mamas e melanoma. • O tempo de intervalo de entre o diagnóstico primário e metastático pulmonar é importante para deflagrar investigação de tumor primário pulmonar. • Malignos são maiores do que benignos (geralmente) • Calcificações indicam tumores benignos ou tratamento bem sucedidos. 2 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 3 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Mecanismo de disseminação linfática (1) disseminação anterógrada – acontece por meio da invasão linfática pelo diafragma ou superfície pleural (2) disseminação retrógrada – acontece pela doença linfonodal hilar. 4 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL DISTRIBUIÇÃO DOS NÓDULOS PADRÃO RANDÔMICO PADRÃO PERILINFÁTICO Caracteriza-se pela presença de pequenos nódulos distribuídos aleatoriamente em relação ao lóbulo secundário e uniformemente disseminados pelos pulmões. Doenças nodulares que se disseminam por via hematogênica apresentam padrão randômico de distribuição. Caracteriza-se por pequenos nódulos que se localizam preferencialmente no interstício peribroncovascular, nos septos interlobulares e nas regiões subpleurais (regiões que contêm o sistema linfático pulmonar). Esse padrão de distribuição é encontrado frequentemente na sarcoidose, na silicose e na linfagite carcinomatosa. METÁSTASE ÚNICA NÓDULO SÓLIDO COM HALO EM VIDRO FOSCO • Encontrada em pacientes com melanoma, sarcoma, coriocarcinoma • Faz diagnóstico diferencial com neoplasia primária de pulmão (mais incidente que metástase única). O sinal do halo é caracterizado por um nódulo ou massa circundado por um halo em vidro fosco. Caracteriza hemorragia resultante da trombose e necrose provocada pela presença das hifas dentro dos capilares. • Encontrado em melanoma, sarcoma de Kaposi, coriocarcinoma. • Diagnóstico diferencial com infecção, mal formação arteriovenosa etc. CALCIFICAÇÕES Nódulos totalmente ou parcialmente calcificados podem ser vistos em osteossarcoma, adenocarcinoma mucinoso de pâncreas, TGI e ovário, além de lesões secundárias após quimio e radioterapia. • Diagnóstico diferencial: amiloidose, hemartoma. Apesar da maioria dos nódulos calcificados serem benignos (granulomas), algumas metástases podem se calcificar. CENTRO-LOBULAR Apesar das metástases pulmonares geralmente terem esses padrões, há apresentações não usuais para elas: RANDÔMICA PERILINFÁTICA 5 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL NÓDULOS COM CAVITAÇÕES Encontrado em CA de cabeça e pescoço, carcinoma de células transicionais do TGU. • Diagnóstico diferencial: neoplasia pulmonar primária, micobasctéria, embolia séptica. METÁSTASE ENDOBRÔNQUICA • São raras (2 a 5%). • O achado na TC é de nódulo ou massa no interior dos brônquios, geralmente acompanhado de atelectasia distal. RESUMINDO METÁSTASE PULMONAR – CONSIDERAÇÕES PROF. LUCAS BOMFIM • A primeira coisa que em que ter em mente é: paciente tem história de neoplasia primária conhecida ou não? Se não: precisa pensar se é algo secundário ou se é primário. Se sim: as imagens podem sugerir risco de ser secundário, porém não diagnostica, apenas levanta a suspeita. • PADRÃO NORMAL NO RX: múltiplos nódulos pulmonares bilaterais (mas pode ser unilateral e apenas 1 nódulo também, apesar de menos comum). O mais comum é achar diversos nódulos de tamanhos diferentes e dispersos → achado mais típico de metástase pulmonar. Não é patognomonico!!! Lembrar de sempre levar em consideração diagnósticos diferenciais como doenças fúngicas que podem simular um padrão parecido, então a clínica é soberana. • PADRÃO NORMAL NA TC: múltiplos nódulos. Calcificação não é tão comum (porque pode ser sinal de benignidade, mas também não é patognomonico de benigno), porém a metástase é um “tumor filho”, que vai ter as características do tumor primário → se tiver um osteossarcoma, por exemplo, suas metástases podem calcificar. • PADRÃO MILIAR: são micronódulos, pode estar relacionado com tuberculose (mais frequente), doença fúngica e metástases (tireoide, renal, mama...) • LINFANGITE CARCINOMATOSA: fala a favor da disseminação linfática, então além de micro nódulos, pode ter espessamento dos septos. NORMAL RX NORMAL TC MILIAR LINFAGITE CARCINOMATOSA 6 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES LINFONODAIS • A TC é o exame de escolha para detecção do comprometimento linfonodal. Muitas vezes define o estadiamento do paciente pela TNM, apesar de não possuir valor na avaliação do tamanho do tumor. Seu desempenho quanto à detecção e quantificação do câncer é significativamentereduzido quando as lesões têm diâmetro menor que 1cm. • Geralmente a TC é utilizada para determinar o grau de invasão óssea, enquanto a RM e a PET/CT são exames mais utilizados para detectar metástases em linfonodos. O aumento de tamanho dos linfonodos é o critério para determinar se ele contém metástases, com melhor especificidade se for possível identificar imagens de necrose e/ou extravasamento extracapsular. 7 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES ÓSSEAS BLÁSTICAS, LÍTICAS E MISTAS • As metástases ósseas ocorrem em 30-70% dos cânceres. O CA de mama é a principal causa nas mulheres e o CA de próstata nos homens. O CA de pulmão está em segundo lugar. • A principal forma de metástase óssea é a disseminação hematogênica. Sistema venoso → esqueleto axial (local com maior concentração de medula óssea vermelha). O padrão de destruição na imagem varia conforme o balanço entre osteoblastos e osteoclastos, podendo ser: • LÍTICAS: tendem a ser lesões mais agressivas. Podem ser vista em praticamente todos os tipos de tumores (p.ex. bexiga, rim, mieloma múltiplo). Formam “buracos” nos ossos. • BLÁSTICAS: indica um tumor de crescimento lento ou sinal de melhora pós tratamento. Comum em CA de mama e próstata. Forma condensações ósseas malignas. • MISTA. METÁSTASE BLÁSTICA OU ESCLERÓTICA • Há estimulação de osteoblastos, resultando na substituição irregular do tecido esponjoso vertebral por massas ósseas densas e amorfas que podem se tornar confluentes. Tais achados apresentam-se nos exames de imagem com aumento da densidade vertebral. • Outras características, se presentes, aumentam a especificidade do diagnóstico. Acometimento de múltiplos níveis vertebrais, lesões blásticas nos elementos vertebrais posteriores e o histórico conhecido de alguma neoplasia primária como pulmão, rim, cólon e, principalmente, próstata ou mama. OBJETIVOS DO EXAME DE IMAGEM 1. Identificar lesões ósseas o mais precocemente possível. 2. Determinar a extensão do comprometimento ósseo. 3. Avaliar a ocorrência de complicações (p. ex. fraturas patológicas e compressão medular). 4. Monitorar a resposta terapêutica. 5. Guiar um sítio de biópsia. RX NORMAL RM: LESÃO BLÁSTICA NO CALCAR. Raio X frontal da pelve com áreas difusas, grosseiras e irregulares de hiper densidade observadas nos ossos visualizados. Metástase blastica em paciente c/ CA de próstata. Metástase blastica em paciente com CA de mama. Vértebra de marfim. Múltiplas metástases ósseas escleróticas em todo o esqueleto visualizado. 8 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES LÍTICAS RADIOGRAFIA SIMPLES • Apropriado para detectar lesões corticais; Não fornece dados a respeito da integridade da medula óssea. Paciente de 62 anos, com câncer de próstata. Imagens de tomografia computadorizada axial (A), sagital (B) e coronal (C) mostram lesões osteoblásticas com aumento da densidade do corpo e dos elementos vertebrais posteriores (B). As lesões estão dispersas por todo o arcabouço ósseo (setas). RX da pelve mostrando duas áreas geográficas de destruição óssea envolvendo o osso ilíaco esquerdo com adelgaçamento denso do córtex ósseo e ruptura cortical. Metástase lítica em paciente c/ CA de pulmão. TC da coluna lombossacra mostrando lesões metastáticas vertebrais líticas e escleróticas mistas. PADRÕES DE IMAGEM NAS METÁSTASES ÓSSEAS 9 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • Limitação → necessita que a lesão apresente destruição óssea considerável para que possa ser detectada, dificultando assim o diagnóstico precoce. • Além disso, estima-se que para uma lesão ser identificada deva-se reduzir em 30-70% a densidade mineral óssea, sendo possível retardar o diagnóstico em alguns meses. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Vantagens → boa resolução anatômica e bom contraste do osso em relação às partes moles, que tornam possível um bom estudo morfológico dos componentes cortical e trabecular ósseo. • Limitação → não é tão bom na detecção precoce: para a avaliação de metástase, é necessário ainda uma destruição óssea considerável. • Desvantagem → não tem boa sensibilidade para visualização de lesões medulares. • É importante na identificação de complicações ósseas relacionadas com as metástases (fratura, compressão medular ou envolvimento do forame neural). • Pode ajudar na definição da via mais apropriada para a realização de biópsia óssea, caso necessária. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA • Tem boa resolução espacial e de contraste. • É o método de escolha na avaliação de acometimento de medula óssea, permitindo inclusive diferenciar entre medula vermelha e amarela. • Pode detectar lesões medulares antes que exista qualquer processo reacional ou de destruição cortical. • A medula normal apresenta hipersinal em T1, enquanto metástases aparecem como áreas de hipossinal em T1 e T2, refletindo a substituição da gordura na medula por tumor. • É superior à TC na diferenciação de causas benignas ou malignas de compressão medular. • Limitação → Tem sensibilidade menor do que a TC e da cintilografia óssea na detecção de lesões com acometimento exclusivo da cortical óssea. • Só é rotineiramente mais utilizada na avaliação direcionada de uma lesão suspeita na cintilografia ou na TC. • A RM de corpo inteiro é semelhante à cintilografia óssea, pois, apesar de detectar mais lesões em alguns tipos tumorais, não é capaz de mudar o estadiamento. Apresenta menos resultados falso-positivos, pois detecta menos lesões benignas, e, além disso, tem a capacidade de avaliação extracorpórea, como sistema nervoso central, fígado e linfonodos. Paciente com CA de próstata. (A) TC no plano coronal da coluna dorsal mostrando lesões Blásticas difusas pela coluna e no esterno. (B) RM de plano sagital em T1. (C) RM de plano sagital em T2. (D) RM de plano sagital em T1 com supressão de gordura após contraste. Infiltração medular difusa com lesões apresentando hipossinal em T1 e T2 e discreto reforço pelo contraste, característico das lesões blásticas. A tomografia computadorizada mostra extensas lesões ósseas esclerótica- metástases avançadas de câncer de mama. 10 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL CINTILOGRAFIA ÓSSEA • É o método mais comumente utilizado devido sua disponibilidade, possibilidade de visualização de todo esqueleto com baixa dose de radiação e bom custo-benefício. • O radiofármaco utilizado é o MDP-99mTc, que tem afinidade por matriz óssea em formação. Sua captação é proporcional ao fluxo sanguíneo e atividade osteoblastica na região. Por isso, ele detecta mais lesões blásticas. • É o exame de escolha para pacientes c/ alto risco ou suspeita de metástases ósseas. • Não é específico. Outras alterações osteogênicas benignas podem captar o radiofármaco. • É o exame com maior sensibilidade global diante de todos os tipos de metástase: Detecta alterações 8-15 meses antes do RX. No caso de lesões blásticas, pode detectar antes da TC e RM. Superscan: padrão que indica envolvimento metastático difuso. Refere-se ao aumento difuso da captação associada a não visualização dos rins. Possui alta sensibilidade para lesões blásticas e baixa para líticas. PET CT • F-FDG: se liga aos cristais de hidroxiapatia nos ossos, formando fluorapatita, que é depositada nas áreas onde existe maior remodelação e turnover ósseo. • F-Flureto: apresenta maior permeabilidade capilar e maior clareamento sanguíneo, permitindo uma captação óssea duas vezes maior do que o Tc-MDP. • O PET-TC com F-flureto indicado para pacientes com risco de metástase óssea, principalmente tumores relacionados a lesões líticase que não tenha tido achados na cintilografia. Tem mais sensibilidade na detecção de lesões blásticas. O PET-TC com F-FDG tem vantagem na detecção de metástases em outros sítios, além dos ossos, em um único exame. Possui alta sensibilidade na detecção de lesões líticas. O F-FDG é um análogo à glicose, entra nas células através de transportadores de membrana e fica retido dentro das células tumorais, que, em geral, apresentam maior consumo glicolítico e maior expressão desses transportadores. • A sensibilidade do PET-CT com F-FDG para detecção de lesões ósseas varia de 62-100% e a especificidade de 96 a 100¨. Paciente tratado de câncer de próstata evoluindo com recidiva bioquímica. (A) cintilografia óssea revela captação única no ilíaco esquerdo, inespecífica. (B, C) SPECT- TC demonstra que a captação corresponde à lesão mista na TC, altamente suspeita de malignidade. A cintilografia e o PET-TC devem ser considerados métodos complementares. 11 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • A cintilografia óssea ou o PET-CT com F-fluoreto e o PET -T com F-FDG devem ser considerados métodos complementares, tendo os dois primeiros maior sensibilidade para lesões blásticas, enquanto o último seria mais acurado na detecção de lesões líticas. Paciente realizando controle de câncer de mama. (A) cintilografia óssea demonstra captação de Tc-MDP na diáfise distal do fêmur esquerdo. (B-E) Essa mesma área não teve captação de F-FDG no PET-CT, embora a TC tenha demonstrado tratar-se de lesão esclerótica. (F) Esse achado foi confirmado também na RM. 12 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL As metástases são responsáveis por 50% de todas as neoplasias intracranianas. Os tumores que resultam com frequência nessas metástases são: mama, pulmão, melanoma, tireoide, rim. • A principal via desse tipo de metástase é a hematogênica. • Além de metástases encefálicas (parenquimatosas), pode-se observar metástases meníngeas, que acontece tanto por disseminação hematogênica de uma neoplasia fora do SNC como por disseminação liquórica de uma neoplasia primária de SNC. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • As metástases são na maioria das vezes hipo/isoatenuantes em relação ao parênquima encefálico normal (sem contraste). • Por muitas vezes são circundadas por edema vasogênico (área hipoatenuante digitiforme). • Pode haver lesões hemorrágicas e calcificadas que aparecem hiperdensas (melanoma pode causar lesões hemorrágicas) • Após a administração de contraste, o realce também é variável e pode ser intenso, pontuado, nodular ou anel-realçando se o tumor cresceu fora do seu fornecimento de sangue. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA • As sequencias convencionais de RM têm maior sensibilidade para a detecção de lesões, em especial daquelas de pequenas dimensões. A RM, é, portanto, o método de escolha na busca ativa por metástases do SNC, em especial quando se propõe a intervenção cirúrgica de uma pretensa lesão única ou com efeito expansivo que ameace a vida. • T1 → lesões hipo/isointensa. • T2 e flair → lesões hiperintensas. • A impregnação pelo Gd é a regra para as lesões neoplásicas secundárias. São geralmente múltiplas e apresentam impregnação nodular e/ou anelar pelo agente paramagnético, caso haja sinais de necrose macroscópica. Variações das sequencias convencionais podem potencializar a sensibilidade do método. • As imagens FLAIR pós-contraste podem demonstrar mais facilmente as metástases adjacentes aos sulcos corticais, às cisternas basais ou às paredes ventriculares, particularmente no contexto da meningite carcinomatosa. PADRÕES DE IMAGEM NAS METÁSTASES DO SNC Lesões hiperdensas no encéfalo. Paciente com melanoma maligno. A TC sem contraste revela uma área hipodensa de edema vasogênico no lobo frontal direito com duas imagens densas arredondadas e dispersas. Após a injeção do meio de contraste intravenoso, elas aumentam significativamente 13 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL T1 T1 COM CONTRASTE • Tipicamente isso a hipointenso. • Se hemorrágico pode ter sinal alto intrínseco. • Metástases de melanoma não- hemorrágico também podem ter alto sinal intrínseco devido às propriedades paramagnéticas da melanina • Padrão de realce pode ser uniforme, pontuado ou realçador de anel, mas geralmente é intenso • Sequências atrasadas podem mostrar lesões adicionais, portanto MR com contraste é o padrão atual para detecção de pequenas metástases. T2 FLAIR • Tipicamente hiperintenso • Hemorragia pode alterar • Tipicamente hiperintenso • Edema peri- tumoral hiperintenso de quantidades variáveis. T1 SEM E COM CONTRASTE. Sem contraste, apenas duas das lesões maiores são imediatamente óbvias. Com contraste pelo menos oito lesões a mais passam a ser visíveis nestes cortes. T2 vs FLAIR. As sequências com TR (tempo de repetição) longo também destacam bem as lesões, que brilham devido ao grau de hidratação. O edema perilesional da substância branca é tanto mais acentuado quanto maior a lesão, com tendência a confluência entre lesões próximas. No FLAIR, há supressão do sinal da água livre, portanto o líquor dos ventrículos, sulcos e cisternas aparece escuro. 14 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL RESUMINDO METÁSTASE SNC – CONSIDERAÇÕES LUCAS BOMFIM • É difícil diferenciar uma metástase de uma lesão primária no SNC. Caso o paciente se queixe de alterações neurológicas, primeiramente deve saber se o paciente já tem algum câncer (mama, próstata etc.), e se tiver, investigar a possibilidade de metástase. MELHOR EXAME → A TC pode ser o método inicial, porém o melhor exame para avaliar metástase do SNC é a RM. É importantíssimo o meio de contraste porque ajuda a diferenciar se a lesão é infecciosa, secundária ou primária. ▪ RM com contraste: método ideal. ▪ Caso não tenha disponibilidade do RM com contraste, a TC com contraste dá para ver no caso de lesão mais grosseira, se for muito pequena pode ser que não veja na TC, pois a RM é melhor para avaliar. ASPECTO DE IMAGEM: multiplicidade, tamanhos diferentes. A metástase única não é tão comum, e quando acontece é mais difícil diferenciar de primária ou secundária, precisando do histopatológico. 15 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL METÁSTASES HEPÁTICAS • Metástase é a causa mais comum de doença maligna no fígado. Em séries de autópsias, as metástases no fígado são encontradas em 50% dos pacientes que morreram de câncer. • Os sítios primários mais comuns e em ordem decrescente: cólon e reto > estômago > pâncreas > mama > pulmão. • O comprometimento bilobar é mais frequente, seguido de lesões que acometem apenas o lobo direito. • O achado clínico mais comum é a hepatomegalia, seguida de ascite e icterícia. As metástases hepáticas são geralmente lesões nodulares. O aspecto de imagem varia conforme o suprimento vascular, hemorragia, necrose, diferenciação celular e fibrose. • O aspecto da metástase hepática aos diversos métodos de imagem é extremamente variada e depende do tumor primário. • Podem ser císticas, sólidas, hipo ou hipervascularizadas, com ou sem calcificação e o aspecto desta calcificação pode ser também bastante variável. • ASPECTO “EM ALVO” → Um sinal radiológico que caracteriza a maioria das lesões metastáticas e que pode ser observado em USG, TC e RM. É decorrente da compressão ou infiltração tumoral do parênquima hepático circunjacente e/ou da neovascularização (neoangiogênese) tumoral periférica. Também é decorrente da necrose tumoral central circundada por tecido neoplásico viávele indica um rápido crescimento da lesão. ULTRASSONOGRAFIA • A USG é a mais utilizada para detecção de metástases hepáticas por causa do seu baixo custo e ampla disponibilidade. • Tem sensibilidade limitada para a detecção (50-70%). A maioria das não detectadas são metástases pequenas, principalmente menores que 1cm ou as isoecoicas ao parênquima hepático. • Metástases hepáticas podem apresentar múltiplos aspectos ultrassonográficos, dentre eles: lesões hipoecoicas, hiperecoicas, em alvo, císticas, calcificadas e infiltrativa. LESÕES HIPOECOGENICAS ao parênquima circunjacente. São geralmentedecorrentes de tumores hipovasculares (mama, pulmão, estômago, pâncreas, esôfago e linfoma). HALO HIPERECOGÊNICO: confere a lesão o aspecto de “em alvo”. A presença de halo tem elevada sensibilidade para diagnóstico de malignidade (cerca de 85%). LESÕES HIPERECOICAS: menos frequentes, mas podem aparecer. Se originam mais frequentemente do TGI e mais comumente do cólon. INFILTRAÇÃO GORDUROSA: pode dificultar a caracterização da lesão, uma vez que lesões hiperecoicas (ex. hemangiomas) podem aparecer hipoecoicas. LESÕES ANECOICAS: são usuais e resultam de tumor primário de natureza cística ou de necrose tumoral. São complexas e apresentam paredes espessas, septações, níveis líquidos e nódulos murais. PADRÃO DE IMAGEM NAS METÁSTASES HEPÁTICAS Caracterização adequada das metástases 1. Localização segmentar; 2. Avaliação da relação vascular intra-hepática, ductos biliares e estruturas extra-hepáticas; 3. Detecção de fibrose, necrose, áreas císticas e hemorragias intralesionais. Geralmente, as características que diferenciam as metástases do parênquima hepático normal são: falta de glicogênio, maior conteúdo de água extracelular e m atriz do tecido tumoral. 16 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • É um excelente método para estudo abdominal, porém devem ser respeitadas as contraindicações do exame, características individuais do paciente e orientações de preparo. • A qualidade do exame deve ser ótima para caracterizar corretamente lesões focais, sobretudo benignas (não confundir com metástases, visto que o fígado é o principal órgão alvo). • O exame de estadiamento deve ser trifásico para caracterização e localização mais precisa da lesão. • O reestadiamento de tumores que cursam com metástases hepáticas, elimina-se a fase arterial e eventualmente a tardia, podendo ser realizada apenas a portal. • As metástases hepáticas podem aparecer na TC como hiperdensas, isodensas, hipodensas, hipodensas com realce anelar, císticas, calcificadas, infiltrativa e complexas. Essa variação depende do tamanho e da vascularização do tumor, da presença de necrose e hemorragia e do tipo de tumor primário. • A esteatose hepática pode dificultar a visualização de lesões. • Metástases com calcificação: incidência de até 2%. A TC é o método que melhor as caracteriza. A apresentação da calcificação pode ser grosseira, puntiforme, linear ou amorfa, dependendo, em parte, do tumor primário. Alguns tumores metastáticos, após tratamento quimioterápico, podem calcificar, como o linfoma e o CCR. A presença de calcificação pós-quimioterapia não é considerada resposta ao tratamento. Dois pacientes com metástases hepáticas apresentando lesões sólidas com halo hipoecoico. Lesões hiperecoicas no lobo direito. 17 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • Metástases císticas: apresentam baixa densidade na TC sem contraste e não demonstram realce pelo meio de contraste, ou, quando apresentam, isso ocorre por impregnação capsular. A necrose total da metástase tem apresentação similar à da metástase cística na TC. METÁSTASES HIPO/HIPERVASCULARES De acordo com o padrão de reforço pelo contraste, as metástases são divididas em: • HIPOVASCULARES → são a maioria das metástases; oriundas principalmente de ACCR, adenocarcinoma de próstata, estomago e pâncreas. Fase arterial: nódulos exibem realce anelar, porem incompleto; Fase portal: nódulo hipoatenuante em relação ao parênquima, com realce heterogêneo ou anelar. Fase tardia: tendência a enchimento lento, irregular e incompleto. Esse padrão representa a disposição tecidual das metástases, que apresentam um compacto de células tumorais na periferia e uma mistura de fibrose e necrose na região central. • HIPERVASCULARES → neoplasias mais comuns são tumores neuroendócrinos, mama, melanoma, tireoide e coriocarcinoma. Metástase com degeneração cística/necrose. Caracteriza-se por liquefação do seu conteúdo. Não há impregnação pelo meio de contraste, portanto não há incremento da densidade após a administração de contraste. (A) Estudo pré- contraste demonstra duas lesões nodulares e hipodensas representando metástase de carcinoma de mama no lobo direito. (B) O estudo após contraste mostra que as lesões se mantiveram marcadamente hipodensas, sobretudo em região central,, e não há aumento da densidade em relação ao estudo pré-contraste. 18 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Fase arterial: as lesões são bem visualizadas nessa fase. Fase portal e tardia: o efeito de washout (clareamento rápido) periférico nessas fases favorece o diagnostico diferencial de hemangioma e hepatocarcinoma, visto que todos podem apresentar realce arterial homogêneo e hipersinal em T2. Tendem a se tornar isoatenuantes em relação ao parênquima na fase portal. Nódulos hipoatenuantes pequenos, especialmente os menores que 1,0 cm, podem ser de difícil caracterização na TC. Nestes casos, a RM pode auxiliar na avaliação diagnóstica, tendo em vista a alta especificidade do método na caracterização de pequenos cistos e hemangiomas, lesões comumente presentes, inclusive no grupo de pacientes oncológicos. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA • Tem caracterização tecidual superior a TC. Enquanto a TC oferece informações sobre atenuação e fluxo vascular, a RM identifica informações sobre o tempo de relaxamento T1 e T2, hemorragias, gordura, perfusão etc. • A colaboração do paciente durante uma RM deve ser superior a TC. Isto é, a qualidade do exame muitas vezes é ruim pelo fato de pacientes serem idosos, ansiosos etc. • Geralmente, lesão com hipointensa em T1 e variável em T2. • LESÕES COM FIBROSE E NECROSE DE COAGULAÇÃO: redução do sinal em T2 • LESÕES HEMORRÁGICAS: hiperintenso em T1 • LESÕES HIPERVASULARES: hiperintensa em T2 Metástase única gigante e hipervascular. (A) T1 com supressão de gordura, a lesão é hipointensa e homogênea. (B) Realce pelo meio de contraste na fase arterial é intenso e heterogêneo. Nas fases portal (C) e tardia (D), há manutenção da impregnação pelo agente paramagnético configurando lavagem relativamente lenta do contraste, provavelmente relacionado com grande espaço intersticial tumoral. A supressão de gordura permitiu a correta interpretação da impregnação nas diferentes fases obtidas após a administração do meio de contraste. Metástase de melanoma. Paciente realizou TC do tórax (não mostrada) para avaliação de bronquiectasias e foram identificados nódulos hipodensos no aspecto superior do fígado. Na RM, ponderação T1 fora de fase (A, B), são identificados dois nódulos com sinal elevado. Os nódulos mantêm sinal elevado na sequência T1 com supressão de gordura (C, D).
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