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1 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Radiologia hepática: lesão focal OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Citar os tipos de contrastes utilizados nos exames de imagem, reconhecendo farmacocinética, indicações, contraindicações e efeitos adversos. Enumerar as vantagens e desvantagens dos diversos exames empregando esse conhecimento na prática médica. Citar as principais lesões hepáticas benignas e malignas, reconhecendo suas principais características epidemiológicas, clínicas, radiológicas e indicações terapêuticas. CONTRASTES Contrastes ENDOVENOSOS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO DA VASCULARIZAÇÃO DA LESÃO: Iodado → TC Gadolínio → RM Farmacocinética semelhante − O contraste entra no vaso, passa pelo interstício dos tecidos, passa pelos capilares; e tem excreção renal Contrastes extracelulares − Sempre estará no extravascular – sempre vasos e capilares Caracterizam a vascularização da lesão − Se a lesão “impregna muito” ou se “impregna pouco”; e como a lesão impregna, poque a lesão pode impregnar apenas nas periferias (forma de anel), em toda a sua extensão, etc. Existem várias formas de impregnação − Caracteriza como o contraste chega na lesão na fase ARTERIAL, VENOSA e TARDIA. Aumentam detecção (↑ sensibilidade) e caracterização das lesões (↑ especificidade) − A caracterização da vascularização e a informação sobre como o contraste é impregnado aumenta a especificidade do método porque existem critérios mais sugestivos para cada lesão Obs: Ao utilizar contraste, se existir uma lesão dentro de um órgão e, quanto mais próxima for a densidade da lesão da densidade do órgão em que ela está, menor será a capacidade de visualização da lesão – porque as densidades estão muito próximas. Quando se faz o uso do contraste, o objetivo é fazer com que os órgãos e as lesões realcem de formas diferentes para facilitar a visualização → Aumento da diferença entre a densidade da lesão e do órgão → Mais chance de visualizar a lesão → Aumenta a sensibilidade do método AVALIAÇÃO DE ACHADOS FUNCIONAIS NA RM: Partículas de óxido de ferro superparamagnéticas (células do sistema reticulo- endotelial) → Células do retículo endotelial – partículas muito pequenas de ferro que serão fagocitadas principalmente pelos macrófagos e pelas células de Kupffer, que reveste os hepatócitos → Excelente para linfonodo e para fígado; não é usado no Brasil ou EUA, usado na Europa. Contrastes hepatobiliares → Entram no hepatócito; usado no Brasil CONTRASTES EXTRACELULARES Iodo e Gadolínio “A investigação de nódulo hepático SEMPRE deve ser realizada com CONTRASTE VENOSO” Mesma farmacocinética Excreção renal Aumentam a sensibilidade e especificidade dos métodos 2 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Tipo e intensidade da vascularização Aquisições seriadas em intervalos específicos FASES DOS CONTRASTES EXTRABILIARES (1) Sem contraste (2) Arterial (± 30-40 segundos após injetar o contraste) (3) Portal ou Venosa (± 60-90 segundos) (4) Tardia, de equilíbrio ou de excreção Relação da densidade em função do tempo Tempo 0: Ejeção do contraste Obs: Para avaliar nódulo hepático precisa das 4 fases. As fases são pré-determinadas em tempos específicos. → A aorta já tem densidade alta por causa da grande quantidade de sangue e consequentemente de ferro. O ferro tem muito elétron, então a densidade sera maior. Quando se injeta o contraste, ele terá o seu PRIMEIRO PICO na aonde, estará bem concentrado/contraste puro e, a partir daí, ele vai se misturar com o resto do sangue do corpo, até que passe pelo sistema porta e posteriormente comece a ser excretado pelos rins. Então, sua concentração vai diminuindo ao longo do tempo. → Logo, o fígado não terá o mesmo contraste da aorta. O contraste chega primeiro e mais concentrado na aorta e, no fígado, chegará mais lentamente → Por isso a diferença da coloração do contraste (e consequente diferença de densidade). → Apenas 25% do sangue hepático é arterial. Por isso, observa-se no gráfico uma curva menos intensa, porque ele começa a receber o sangue e entra em “platô”, porque receberá muito mais pelo sistema portal (mais lento) e depois vai decaindo. Uma LESÃO HIPERVASCULARIZADA é aquela que NA FASE ARTERIAL IMPREGNA MAIS DO QUE O FÍGADO. Uma LESÃO HIPOVASCULARIZADA é aquela que NA FASE ARTERIAL IMPREGNA MENOS DO QUE O FÍGADO. Lesão hipervascularizada → Fase arterial se impregna mais que o fígado: Lesão hipovascularizada → Fase arterial menos impregnada do que o fígado FASE ARTERIAL LESÃO HIPERVASCULARIZADA *Aorta mais contrastada do que a lesão hepática Lesão hepática focal FASE ARTERIAL Lesão bem penetrada (observar diferença de contraste entre o fígado e a lesão) *RM porque o osso está preto O contraste é injetado, passa para o meio intravascular dos vasos, arteríolas e capilares e, QUANTO MAIS VASCULARIZADA FOR A LESÃO, MAIS CONTRASTE CHEGA. Posteriormente excretado pelos rins. Densidade Tempo de ejeção do contraste 3 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Na ressonância, o gráfico estaria com a “densidade” trocado por SINAL. Então, o sinal de uma lesão hipervascularizada é maior do que o sinal do fígado. Na investigação de lesão focal hepática, deve-se fazer as 4 fases, então, o paciente sofrerá radiação 4x para completar o exame. Mas não é todo paciente que precisa das quatro fases. Pacientes com linfoma fazendo controle após quimioterapia SÓ FAZ UMA FASE (fase venosa) para que ele receba menos radiação. CONTRASTE HEPATOBILIAR Gadolínio acoplado a um ligante (quelante) que o carregará para dentro do hepatócito, uma vez que se liga à proteína de transporte da membrana do hepatócito (OATP1B3) e leva o gadolínio para dentro do hepatócito → CONTRASTE INTRACELULAR Excreção pela via biliar (50% via biliar e 50% renal) CONTRAINDICAÇÕES Mesmas do Gadolínio Bilirrubina > 3mg/dl (não pode ser feita com a bilirrubina alta porque as moléculas usam o mesmo transportador – competição pelos receptores FASES DO CONTRASTE HEPATOBILIAR Na fase extracelular → FASE ARTERIAL e FASE PORTAL Lesão levemente hipoatenuada do que o fígado Lesão hipervascu- larizada A lesão tem uma espécie de cápsula ARTERIAL PORTAL TARDIA/EQUILÍBRIO/EXCREÇÃO Fase arterial Fase portal Fase arterial Fase de excreção “Pontinho branco” na frente da veia porta → Colédoco (o contraste está nas vias biliares 4 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 O fígado normal é repleto de hepatócitos, então, com o contraste hepatobiliar ele estará branco. Como o contraste só entra nos hepatócitos, ele evidenciará TUMORES QUE POSSUEM HEPATÓCITOS NA FASE DE EXCREÇÃO (intracelular e biliar). “Pontinhos brancos” → Contraste nas vias biliares e nas → Excreção biliar e renal FASE INTRACELULAR E VIA BILIAR Fígado mais branco e outros órgãos pretos – contraste dentro das células do fígado, dentro dos hepatócitos. Entra dentro dos tumores que possuem hepatócitos Contraste não circula dentro dos vasos (observar os vasos hepáticos mais escuros do que o fígado – seta azul) Se a lesão for uma metástase de outro órgão (ex. mama), a lesão não “acenderá” nessa fase porque não possui hepatócitos. Pode acender na fase arterial / venosa dependendo da vascularização. O CONTRASTE HEPATOBILIAR: → Aumenta caracterização das lesões → Aumenta detecção de pequenas lesões (metástases passíveis de ressecção cirúrgica) → Avalia se existe retenção do contraste hepatobiliar na fase hepatobiliar (se o tumor tem ou não hepatócitos – “diagnóstico patológico por imagem”)TUMOR HIPERVASCULARIZADO, LESÃO HEPATOVASCULAR → Observar a área central do tumor mais escura na 2ª imagem Obs: o colédoco e os rins podem “acender” porque o contraste está sendo excretado. “Todo exame para avaliar uma lesão hepática focal deve começar com o contraste EXTRACELULAR (iodo na TC e gadolínio na RM)” O contraste hepatoespecífico tem indicações muito delimitadas, então, ele não deve ser o primeiro indicado ao paciente porque, como primeiro exame, ele não consegue caracterizar bem o final da fase tardia. É ideal que o paciente já tenha realizado exame com contraste extracelular, e a partir de dúvida já levantada, repetir o exame. ATENÇÃO: CONTRASTE E DOENÇA RENAL CRÔNICA - TC → A TC com contraste (iodo) PODE ser feita em pacientes com DRC que fazem diálise (porque ele será excretado na diálise) → O paciente com lesão renal aguda OU não-dialítico com clearance < 60 e > 30 (função renal limítrofe) pode fazer TC com contraste, mas, precisa receber maior cuidado porque pode sofrer uma nefropatia aguda, lesar ainda mais o rim e precisar iniciar a diálise (protocolo com maior hidratação para poder receber o contraste com menor risco de sofrer uma LRA) - RM → O GADOLÍNIO NÃO É NEFROTÓXICO e NÃO LEVA À INSUFICIÊNCIA RENAL → Pode ser feito em paciente com DRC que fazem diálise → Mas, o gadolínio está associado com a fibrose nefrogênica, uma fibrose multissistêmica, que pode acontecer em pacientes com clearance < 30 Se o paciente tem clearance acima de 60, pode-se usar qualquer método de contraste. Se clearance entre 30 e 60, é mais provável que se indique ressonância. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Diferenciar lesão hepatocelular e lesão não hepatocelular Diferenciação hiperplasia nodular focal x adenoma hepático Fase arterial Fase hepatobiliar 5 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Detecção de metástases hepáticas nos pacientes com câncer colorretal (CCR) candidatos a ressecção *Nem toda metástase hepática pode ser abordada cirurgicamente Detecção Carcinoma Hepatocelular (CHC) pequeno (< 2,0 cm) Avaliação pré-transplante de pacientes com CHC CONTRASTE MICROBOLHAS Não liberado pelo FDA. Contraste endovenoso utilizado nos exames ultrassonográficos → Fica com o transdutor parado em cima da lesão, injeta o contraste, espera cerca de 20seg, e observa como o contraste chega e como sai para caracterizar a impregnação – NÃO pode mover o transdutor do lugar da lesão Também faz fase arterial, portal/venosa e tardia Aumenta a refletividade do ultrassom, acentuando o contraste vascular Inerte ao organismo Eliminado via respiratória → Não utilizar com doenças respiratórias graves (prova de alteração pulmonar importante) Estudo realizado com pacientes que não podem fazer RM ou TC contrastados e que só têm uma lesão → Acredita-se que será indica para estudos em pacientes com única lesão e que são alérgicas aos contrastes venosos DIFUSÃO Técnica funcional da RM NÃO UTILIZA CONTRASTE VENOSO A formação da imagem depende do movimento das moléculas de água nos tecidos → Avalia a difusão das moléculas da água entre as células e dentro das células A restrição na difusão depende da celularidade tecidual e da integridade da membrana A difusão aumenta sensibilidade e especificidade da RM Tecidos de maior celularidade → Difusão dificultada *Isso também acontece em edemas causados por AVCi → Tecido normal: Difusão de velocidade média → Lesão benigna proliferativa: Difusão lentificada → Lesão maligna proliferativa: Difusão muito lenta 6 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 NORMAL TUMOR IMAGEM PRETA IMAGEM BRANCA Obs: A difusão faz parte da rotina. Todo exame de abdome, crânio e pelve fazem a difusão. Nos outros exames é menos comum. A DIFUSÃO É UMA SEQUÊNCIA DA RM, ASSIM COMO T1/T2/FLARE etc. Mas, ela traz uma resposta diferente “a lesão tem alta celularidade” → Por isso, é uma técnica funcional, porque dá informações sobre o TECIDO A difusão aumenta a sensibilidade porque o fígado fica muito mais escuro do que a lesão e dá maior possibilidade de detecção de micrometástases. Ela também aumenta a especificidade à medida que restringe as regiões de alta celularidade Obs: Os abscessos também restringem as regiões de alta celularidade porque eles têm viscosidade muito grande. NÃO É SÓ TUMOR QUE RESTRINGE. Quem provoca restrição? − AVCi, tumor e abscesso TC OU RM? 1) RM tem acurácia superior (por causa da difusão e do contraste hepatoespecífico) 2) Para fígado, ambos devem seguir protocolos em relação às fases, dose e velocidade de administração do contraste 3) As diretrizes colocam os dois métodos para escolha 4) RM: Gadolínio, contraindicações absolutas, claustrofobia, exame demorado 5) TC: Iodo, radiação ionizante, exame rápido TC RM Nefrotoxicidade e anafilaxia do iodo Fibrose nefrogênica do gadolínio Contraindicação relativa: Radiação ionizante Contraindicações absolutas: Marcapasso cardíaco, clip ferromagnético e prótese coclear Pode fazer iodo na gestação Não pode fazer gadolínio na gestação (atravessa a barreira placentária, risco de depósito – metal pesado) Mais rápido Demorado, precisa de mais artefatos Mais disponível, menor custo Difusão e contraste hepatobiliar Doenças difusas Lembrar: GADOLÍNIO NÃO É NEFROTÓXICO PET-CT Leitura do PET-CT: → Captou o radiofármaco (FDG) ligado ao material radioativo (flúor-18) → FDG-18 → O FDG é um ANÁLOGO DA GLICOSE Então, → ÁREAS DE ↑ CONSUMO DE GLICOSE = ÁREAS DE HIPERCAPTAÇÃO do FDG-18 IMAGEM 1: RM contrastada Em fase arterial, impregna mais que o fígado → Tumor hipervascularizado e heterogêneo (algumas áreas mais brancas e outras mais escuras) IMAGEM 2: RM, sequência de difusão Difusão dificultada pela presença do tumor → Restringe o tumor (dificuldade da passagem de água). O fígado está da cor normal. 7 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Observar o resto do fígado e analisar o metabolismo basal do órgão. ÁREAS DE HIPERCAPTAÇÃO → TUMORES AGRESSIVOS ↑ metabolismo do tumor e turnover celular, ↑ a captação [SINAL DE AGRESSIVIDADE TUMORAL = GRAU DE CAPTAÇÃO DO FDG] AVALIAÇÃO DO METABOLISMO CELULAR a partir do grau de captação do FDG Estadiamento Infrequente ser realizado para diagnóstico O radioisótopo mais utilizado é o FDG-18 SUV → Grau de captação do FDG em relação à dose feita de FDG e MARCADOR TUMORAL LESÕES INCIDENTAIS No fígado não cirrótico lesões benignas são mais frequentes, independente do paciente ter neoplasia extra-hepática conhecida. Geralmente assintomático. Descobre por exame aleatório, normalmente sem sintomas hepáticos. Principais lesões (ordem decrescente): 4. Cistos 3. Hemangiomas 2. HNF 1. Adenoma hepatocelular TC (1º) CARACTERIZAR IMPREGNAÇÃO Algumas lesões possuem realce característico. FASE PRÉ-CONTRASTE Tomografia (osso branco) Tumor hipovascularizado, grande, hipodenso em relação ao fígado 8 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 → Faz o contraste e observa: FASE ARTERIAL FASE PORTAL OU VENOSA FASE TARDIA Obs: O wash in da lesão é a entrada do contraste e o wash out, quando acontece, pode acontecer na fase portal ou na tardia Diagnóstico: HEMANGIOMA HEPÁTICO Apresentação clássica. Existem lesões que apresentam realce característico, como o HEMANGIOMA, e algumas que não apresentam realce característico. LESÕES QUE NÃO POSSUEM REALCE CARACTERÍSTICO Lesão com limites irregulares, aparentemente com realce periférico. É possível acreditar que se trate de um carcoma, de uma metástase, de várias coisas. LESÕES TIPICAMENTE MALIGNAS Achados radiológicos de malignidade Fica a critério do cirurgião a conduta: Biópsia percutânea x ressecção Corpo vertebral branco → TC Osso escuro → RM (está mais branco na imagem do meio porque está em T2) Captação periférica do contraste, descontínua, “algodonosa” No início realça perifericamente e na fase venosa o contraste coalesce e depois chega ao meio da lesão → Impregnação centrípeta (de fora para dentro) Lesão hiperdensa em relação ao fígado → Lesão que ainda não tem há lavagem do contraste (“não tem wash out”) 9 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 LESÕES QUE NÃO SOFREM INTERVENÇÃO 1) CISTO 2) HEMANGIOMA 3) HIPERPLASIA 4) ADENOMA CISTO HEPÁTICO Pode ser simples ou composto. SIMPLES Coleção líquida, bem delimitada, paredes imperceptíveis, sem realce, sem comunicação com a via biliar, sem componente sólido. Podem ser solitários ou múltiplos DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO USG: Imagem anecoica com reforço TC: Imagem com densidade de água RM: Sinal de líquido → Não precisa pedir TC/RM para complementar ou fechar diagnóstico COMPLEXO Septado, loculado, heterogêneo, com calcificações, paredes irregulares e espessadas → Cistos complexos: grande sintomático (dor, massa palpável, icterícia), hemorrágico, processo neoplásico, cisto infectado ou roto → Necessitam avaliação através de TC/RM → Diagnóstico diferencial com neoplasias císticas Tumor? Abscesso? Avalia clínica + Exame HEMANGIOMA HEPÁTICO Tumor sólido benigno mais comum do fígado Mais incidente em mulheres, 50% múltiplos, 20% associados a outras lesões (com HNF) Obs: Todas as lesões benignas são mais comuns nas mulheres Formado a partir de vasos Espaços vasculares preenchidos por sangue Fluxo lento Trombos Cistoadenocarcinoma O cisto simples só evolui para um complexo se aumentar muito de tamanho (dor, massa palpável etc.) ou se romper ou se infectar. Cisto simples NÃO vai malignizar 10 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 HEMANGIOMA CLÁSSICO FASE ARTERIAL 1) Realce periférico, globular e descontínuo Realce IGUAL ao da aorta → O branco da aorta é o mesmo do realce da lesão FASE PORTAL 2) Progride “de fora para dentro” Confluem primeiro na periferia e depois para o centro da lesão (lagos venosos) FASE TARDIA 3) Hiperintenso em relação ao resto do fígado (mais denso) → CLÁSSICO DE HEMANGIOMA! Com essas características, é impossível ser outro diagnóstico “Pode fica todo branquinho ou persistir com áreas sem impregnação (branco com áreas mais escurinhas)” Fluxo do contraste extremamente LENTO → Quanto maior a lesão, mais lenta será a impregnação O HEMANGIOMA “ENGANA” A RESSONÂNCIA : Em T2 o hemangioma parece um cisto. Imagem em T2: Semelhante a um cisto (porque os lagos venosos serão interpretados como água parada e fica extremamente branco) Geralmente assintomático, não maligniza O hemangioma gigante (>10cm) pode levar à CID (síndrome de coagulação disseminada) – Síndrome de Kasabach-Merrit Aspecto clássico: USG: Hiperecogênico RM T2: Hiperintenso como a água – parece cisto TC/RM: Realce periférico, descontínuo, centrípeto, tendendo a homogeneização, não lava na fase tardia (sem wash-out/sem clareamento) → O contraste que entra, fica dentro da lesão e demora muito a sair Não capta contraste hepatoespecífico (NÃO tem hepatócito – É um tumor formado a partir de vasos) Patologia: Lagos venosos O contraste entra pela periferia e vai preenchendo os lagos venosos, e depois confluem até chegar no centro. 1 2 HEMANGIOMA MÚLTIPLO FASE ARTERIAL: Realce periférico, globular e descontínuo FASE PORTAL: Realce confluindo para o centro FASE TARDIA: Hemangioma mais denso que o fígado 11 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 TRATAMENTO Só trata se: → Crescimento exacerbado → Presença de sintomas → Dúvida diagnóstica Hemangioma gigante = > 10 cm (hemácias mais irregulares, ativação da cascata de coagulação e possibilidade da síndrome de coagulação intravascular disseminada). HIPERPLASIA NODULAR FOCAL Segundo tumor hepático benigno mais comum NÃO é um tumor verdadeiro – não tem células displásicas; é um PSEUDOTUMOR → Resposta hiperplásica do parênquima devido má formação arterial pré- existente (hiperplasia do tecido hepático adjacente à lesão vascular) Possui hepatócitos funcionantes → Realça com contraste hepatoespecífico Mais comum em mulheres jovens (8:1) Não maligniza, tratamento conservador Lesões grandes, hipervascularizadas CICATRIZ CENTRAL: Faz impregnação do contraste na fase tardia → Região do vaso malformado A HIPERPLASIA NODULAR FOCAL: 80% subcapsular, 20% múltiplos Achados radiológicos: Na TC − FASE ARTERIAL: Realce intenso e homogêneo, com exceção da cicatriz central − FASE PORTAL: Lesão iso ou hipointenso em relação ao fígado − FASE TARDIA: Realce da cicatriz central Na RM − Sinal quase igual ao fígado em T1 e T2 (VERMELHO) Lesão clássica → Impregna na fase tardia ↓ CICATRIZ CENTRAL Região da lesão vascular com a formação de tecido fibrótico e muita inflamação LESÃO BEM DEFINIDA COM TECIDO HEPÁTICO DESORGANIZADO AO REDOR 12 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 CONTRASTE HEPATOESPECÍFICO Na fase de excreção biliar: A tem uma cicatriz e houve retenção de contraste hepatobiliar no seu interior, configurando a presença de hepatócito funcionante na lesão → 100% de certeza de que tem hepatócito em seu interior ADENOMA HEPÁTICO Proliferação benigna dos hepatócitos (mas pode ser pré-maligno). Tem aspecto de imagem mais amplo → É uma lesão HIPERVASCULARIZADA, mas mais heterogênea Mais incidente em mulher jovem, POTENCIAL PRÉ-MALIGNO, geralmente solitário 20% possuem outras lesões associadas (HNF associado), 12-30% múltiplos Uso de ACO, esteroides, sobrepeso, obesidade, doença depósito glicogênio – HORMÔNIOS. Pode sangrar (> 5 cm) → Como o adenoma hepático é uma lesão que pode complicar (sangrar e malignizar), as diretrizes recomendam que ele será retirado se > 5cm Hipervascularizado Pode-se indicar abordagem cirúrgica em casos < 5 cm, mas com paciente sintomático, com lesão de crescimento muito rápido etc. Também é indicado fazer biópsia com histopatológico para avaliar o subtipo molecular do adenoma. ➔ Melhor conduta para o adenoma hepático: Suspender ACO e cirurgia se > 5cm (todo hormônio tem efeito trófico sobre os adenomas) Obs: Hiperplasia nodular focal não precisa suspender o anticoncepcional oral – Exemplo: Paciente jovem com lesão hipervascularizada e cicatriz central. Diante deste achado, qual a melhor conduta para o caso? Manter controle, observar. Não precisa operar, suspender CLÁSSICO: Massa hipervascular heterogênea, com gordura, sangue e calcificação Possui quatro subtipos moleculares (e apenas um deles é pré-maligno) ADENOMA HEPÁTICO - Mulheres jovens - Gordura no interior - Pode sangrar - Pré-maligno 13 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 HEPATOCARCINOMA (HCH) Neoplasia hepática maligna primária mais comum Fatores de risco: → Hepatite viral (HBV***, HCV) → Toxinas (álcool e cirrose alcoólica***, tabaco, aflatoxina) → Doença hepática hereditária (hemocromatose, alfa-1-antitripsina) → Hepatite autoimune: estados de resistência insulínica (obesidade, diabetes, doença hepática gordurosa não alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica e cirrose***) Rastreamento com USG (6-6 meses, busca de nódulo dominante) − Se nódulo acima de 1cm → Indicaçãode TC/RM Nódulo dominante, sem ecogenicidade característica HEPATOCARCINOGÊNESE CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA LESÃO NODULAR FÍGADO CIRRÓTICO Nódulo de Regeneração Nódulo Displásico Hepatocarcinoma (CHC) Obs: CIRROSE = NÓDULO + FIBROSE O processo regenerativo do fígado leva à formação de nódulos benignos. Mas, esse nódulo pode se transformar em displásico, e consequentemente em um hepatocarcinoma (CHC). As alterações histológicas são bem definidas e são acompanhadas de alterações vasculares que podem ser observadas no processo de impregnação dos nódulos. São as ALTERAÇÕES VASCULARES que guiam a classificação no diagnóstico do HEPATOCARCINOMA. ADENOMA HEPÁTICO IMAGEM 1: Adenoma = Imagem altamente inespecífica no USG IMAGEM 2: Adenoma = Gordura central na TC IMAGEM 3: Adenoma = Sangue → Áreas mais densas também na TC USG As três imagens contêm HEPATOCARCINOMAS Observar as diferenças de ecogenicidade Obs: Na IMAGEM 1, a vesícula está indicada por uma estrela VERMELHA e o hepatocarcinoma pela seta BRANCA 14 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 EXAMES DE IMAGEM Classificação deve ser realizada por TC OU RM com contraste Caracterização → São LESÕES HIPERVASCULARIZADAS COM WASH-OUT Estudos demonstram que a RM tem resultados um pouco melhores em relação a TC, mas não é indicada como rotina EVOLUÇÃO *Terminologia das lesões hepatonodulares Grande Nódulo Regenerativo → +5% de suprimento portal CHC → 0% de suprimento portal Diretrizes utilizadas na UE e nos EUA: RASTREIO COM USG Deve ser feito a cada 6 meses Se for encontrado um NÓDULO DOMINANTE: <1cm: − Repete USG após 3 meses − Se após esse período o nódulo estiver estável, repetir novamente após 3 meses − Se crescendo ou mudando de característica, investigar de acordo com o tamanho Se nódulo < 1cm − TC de 4 fases (pré, arterial, portal e tardia) OU; RM contrastada de 4 fases − Se no exame (TC/ RM) o nódulo apresentar hipervascularização na fase arterial E wash-out na fase venosa ou tardia → 80% dos casos são HEPATOCARCINOMA − Se no exame (TC/RM) a lesão só apresentar uma das características (hipervascularização OU wash-out) → Pode-se escolher se faz biópsia ou outro exame (se fez RM, faz TC; se fez TC, faz RM). Se após a biópsia ou outro exame foi encontrado hipervascularização + wash-out, é CHC (e, se foi escolhido um outro método de exame de imagem com o mesmo resultado do primeiro, solicitar biópsia) 1 2 15 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 HEPATOCARCINOMA: TC E RM 85%: Lesão hepática hipervascularizada na fase arterial com wash-out portal e/ou tardio → Biopsiar casos não característicos – É maligno, então precisa ter certeza do diagnóstico Hipervascularização + wash-out = HEPATOCARCINOMA Então, SOLICITAR EXAME APENAS COM FASE PORTAL NÃO DÁ DIAGNÓSTICO. Lembrar: O WASH-OUT PODE ACONTECERNA FASE PORTAL E/OU NA FASE TARDIA *Acontece a perda da tríade portal → Via biliar + veia porta + artéria hepática *Artérias anômalas = artérias não-pareadas → No fígado corre a artéria hepática com ramo portal e o ramo biliar, então, a artéria não-pareada é aquela que está “solta”, que só existe para nutrir o tumor RM EM T2 X TC COM CONTRASTE HEPATOBILIAR No FÍGADO CIRRÓTICO (precisa dizer), na fase pré-contraste a lesão é hipointensa (em T2 é mais branco), na fase arterial a lesão é impregnada pelo contraste e na fase arterial acontece o wash out. Então, trata-se de uma lesão hipervascularizada com wash out. Qual a leitura da fase hepatobiliar? É UM TUMOR QUE NÃO TEM HEPATÓCITOS. O hepatocarcinoma é sim um tumor derivado dos hepatócitos, entretanto, ele é tão diferenciado que suas células não se assemelham mais com os hepatócitos e, consequentemente, não são impregnadas pelo contraste hepatobiliar. É um contexto CLÁSSICO de um HEPATOCARCINOMA indiferenciado, porque na fase hepatobiliar não há qualquer captação do contraste. LI-RADS The Liver Imaging Reporting And Data System Lesão hipoatenuada pré-contraste Lesão hipervascularizada em fase arterial Não é possível ver a lesão na fase portal Wash-out Lesão hipodensa em relação ao fígado Quando o nódulo vai se transformando em CHC, ele vai perdendo a vascularização da porta (AZUL) e da artéria hepática (MARROM) porque acontece a neoangiogênese (ROSA), que é a formação de artérias anômalas produzidas a partir de fatores liberados pelo tumor para que ele seja nutrido. 16 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 É um documento que padroniza a terminologia, técnica, interpretação, o relatório e a coleta de dados das imagens de fígado. → O LI-RADS SÓ É UTILIZADO EM PACIENTES CIRRÓTICOS OU PORTADORES DE HEPATITE B Categoriza as lesões de 1 a 5: LR-NC: Não categorizado, não foi possível analisar 1. LR-1: Lesão definitivamente benigna (Ex: cisto hepático) 2. LR-2: Provavelmente benigna (A lesão benigna que está um pouco diferente. Ex: cisto hemorrágico – você tem certeza que é um cisto, mas tem um pouquinho de sangue) 3. LR-3: Probabilidade intermediária de malignidade 4. LR-4: Provável CHC 5. LR-5: Definitivamente CHC LR-M: Probabilidade ou definitivamente malignidade, mas não necessariamente CHC (Ex: Paciente cirrótico que tem uma metástase ou um colangiocarcinoma) LR-TIV: Tumor intravascular (contraindicação para realização de transplante) Existe LI-RADS para USG, USG com contraste, TC e RM e TC e RM para acompanhamento da resposta terapêutica. ATENÇÃO! O LI-RADS só pode ser usado em pacientes CIRRÓTICOS ou portadores do vírus da HEPATITE B. NÃO PODE SER UTILIZADO EM PACIENTES COM CIRROSE CAUSADAS POR DISTÚRBIOS VASCULARES/LESÕES HIPERVASCULARIZADAS porque a lesão hipervascularizada vai atrapalhar a análise da hepatopatia. Exemplos: Hemorragia hereditária, teleangiectasia, Síndrome de Budd-Chiari, Obstrução Portal Crônica, IC ou hiperplasia nodular regenerativa difusa → DOENÇAS HEPÁTICAS DIFUSAS → Causam lesões vasculares no fígado DIAGNÓSTICO PARA TC E RM No APHE = Lesão que NÃO é hipervascularizada na fase arterial − As lesões são divididas em < 2,0 cm e ≥ 2 cm 17 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 APHE: Lesão hipervascularizada na fase arterial, mas NÃO anelar (não pode ter realce em forma de anel) − Dividido em < 1,0 cm, entre 1,0 e 1,9 cm e ≥ 2,0 cm Logo, o LI-RADS leva em consideração REALCE, TAMANHO, o WASH-OUT, a presença de CÁPSULA e o CRESCIMENTO. Obs: Ter cápsula é critério de malignidade Obs: A avaliação do crescimento implica que o paciente tenha realizado um exame anterior De acordo com os critérios de presença de cápsula, presença de wash-out e crescimento: Se o paciente não tiver nenhum dos critérios → 1ª linha → Pode ser LR-3 e LR-4 Se o paciente tiver um dos três critérios → 2ª linha → Pode ser LR-3, LR-4 e LR-5 Se o paciente tiver mais de dois critérios → 3ª linha → pode ser LR-4 e LR-5 ENTÃO, A partir da análise das possibilidades diagnósticas da LI-RADS: → Todos os hepatocarcinomas têm lesão hipervascularizada em fase arterial e essas lesões podem chegar no máximo a LR-4 → NÃO se pode dar diagnóstico de hepatocarcinoma a lesões < 1,0 cm, mesmo sendo hipervascularizadas (e mesmo sabendo que se trata de um hepatocarcinoma) Então, HEPATOCARCINOMAS são lesões com HIPERVASCULARIZAÇÃO EM FASE ARTERIAL com > 1,0 cm e que tem, PELO MENOS UM DOS ACHADOS entre presença de cápsula, presença de wash-out e crescimento. NA PRÁTICA: A lesão tem 2,2 cm, tem realce característico de hipervascularização em fase arterial, tem wash-out, não tem cápsula e não tem exame anterior para comparar o crescimento.Como tem 2,2 cm (> 2,0 cm) E apresenta wash-out: LR-5 A LI-RADS uniformiza e tira a subjetividade dos relatórios das lesões. COLANGIOCARCINOMA Segundo tumor maligno hepático primário mais comum Origem ductos biliares intra-hepáticos (20%) ou extra-hepáticos (80%) – É um tumor do epitélio biliar Mais incidente em mulheres e a partir dos 60 anos Corresponde a 10-20% dos tumores hepáticos Pode ter forma intraductal, periductal e que forma massa no fígado Prognóstico reservado, diagnóstico em estágio avançado Conduta: Biópsia/cirurgia − Tratamento curativo → Cirurgia + quimioterapia → Os exames de imagem definem se a lesão é ressecável ou não. LI-RADS 5 18 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 Na radiologia: Não há padrão de imagem específico Realce tardio persistente causado pelo estroma fibroso Pode apresentar fibrose – PADRÃO DE RETRAÇÃO CAPSULAR − Pode ser encontrado com frequência no colangiocarcinoma, mas NÃO é específico − Mas, no contexto de uma massa heterogênea em mulher de mais de 60 anos, uma retração capsular é MUITO indicativo de colangiocarcinoma RELATÓRIO RADIOLÓGICO Tamanho tumoral Nódulos satélites Avaliação estruturas vasculares Fígado remanescente Estadiamento METÁSTASES Neoplasia maligna não-primária mais comum do fígado → 18x mais frequente que os tumores hepáticos primários Principais sítios − CCR − Pâncreas − Mama Na radiologia: Identificação precisa Caracterização Quantificação Localização segmentar Diferenciação lesões benignas USG Não há ecogenicidade específica Podem ser iso, hipo ou hiperecogênicas O que dá o diagnóstico é a multiplicidade. Hiperecogênica Isoecogênica Hipoecogênica 19 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 METÁSTASE HIPOVASCULAR Realça menos que o fígado Tipo mais comum Mais comum em TGI, pulmão, mama e cabeça e pescoço Mais bem visualizada na fase portal Quando as metástases são múltiplas, o diagnóstico é mais fácil. → Mas quando a metástase é única? ≠ LESÃO METASTÁTICA HIPOVASCULAR ÚNICA Patologia inflamatória? Esteatose focal? HCC hipovascular? Colangiocarcinoma? Metástase única? Solicita RM para ver se mais lesões são visualizadas e muitas vezes é necessário biópsia com histopatológico. É MUITO diferente tratar um tumor de mama sem metástase a distância de um tumor de mama com metástase hepática. METÁSTASE HIPERVASCULAR Realça mais que o fígado Mais bem vista na fase arterial Mais comum em carcinoma de células renais, insulinomas, carcinoide, sarcomas, melanoma e mama DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL QUANDO LESÃO ÚNICA Hemangioma, adenoma, HNF e HCC → Todas as lesões citadas anteriormente. → A lesão única preenche critério para hemangioma? Para adenoma, hiperplasia ou hepatocarcinoma? O paciente é hepatopata? DIRETRIZES DO COLÉGIO AMERICANO DE RADIOLOGIA (ACR) Exames de imagem inicial para detecção de tumor primário quando suspeita de metástase de fígado (em ordem): 1. TC abdominal com contraste IV 2. RM abdominal com e sem contraste IV 3. TC abdominal com e sem contraste IV 4. RM sem contraste IV 5. Cintigrafia do receptor In-111 da somatostatina 6. USG abdominal 7. TC abdominal sem contraste IV PARA PACIENTE EM AVALIAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA PARA RESSECÇÃO DE METÁSTASE HEPÁTICA: Exame de imagem de escolha: 1. RM com contraste hepatobiliar Por quê? Aumenta especificidade − Diferenciação entre metástases e outros nódulos hepáticos benignos Aumenta sensibilidade − Maior contraste tumor/fígado − *Especialmente para lesões < 1,0 cm − Maior impacto no planejamento terapêutico e na abordagem cirúrgica 20 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 AVALIAÇÃO DE LESÕES < 1CM LESÕES PEQUENAS DEMAIS PARA SEREM CARACTERIZADAS Maioria benigna mesmo com neoplasia conhecida Pacientes com neoplasia conhecida devem realizar controle Doenças fibrocísticas (hamartomas, microhamartomas, cistos) RM pode confirmar natureza cística Tudo depende do quadro do paciente. Se for um paciente jovem com essas imagens, pode-se afirmar que se trata de lesões benignas, provavelmente de doenças fibrocísticas, por exemplo. Mas, se for em uma paciente com mais de 60 anos, e principalmente se a lesão for menor do que 6mm, não há/é muito difícil o diagnóstico da lesão por exame de imagem ou por biópsia (muito pequena) ou por PET (não chega) etc. Então, o paciente com neoplasia conhecida deve fazer exame de controle para avaliar o comportamento das lesões. RESUMO USG Não adequado para caracterizar lesão sólida Indicado para pacientes renais que não possam fazer contraste TC/RM Bom para diferenciar lesão sólida de lesão cística TODA LESÃO SÓLIDA PRECISA SER AVALIADA POR TC OU RM COM CONTRASTE → Lesão sólida diagnosticada no USG precisa ser investigada TC/RM com contraste Cisto hepático simples assintomático diagnosticado no USG NÃO precisa da realização de outro exame de imagem (líquido) Utilizado para o diagnóstico das lesões hepáticas benignas, assintomáticas e que não precisam de tratamento → Cisto Simples, HNF e Hemangioma → A RM possui maior acurácia na caracterização das lesões hepáticas focais TC OU RM? Depende: Disponibilidade do aparelho Experiência do radiologista local Formação dos médicos RM Alta sensibilidade e especificidade para detecção e caracterização das lesões benignas e malignas (difusão e contraste hepatoespecífico) Imagem colangiográfica Sem radiação ionizante Custo maior, mais demorado e susceptível a artefatos LESÕES FOCAIS HEPÁTICAS Achados radiológicos não específicos Sobreposição dos achados radiológicos Indicação de biópsia CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC) Programa de rastreio → USG a cada 6 meses no paciente CIRRÓTICO Todo nódulo > 1 cm deve ser investigado através de TC OU RM COM CONTRASTE Um dos únicos tumores que o DIAGNÓSTICO É RADIOLÓGICO − Lembrar: O DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO só pode ser feito em pacientes com FÍGADO CIRRÓTICO ou com VÍRUS B (LI-RADS) Casos atípicos devem ser biopsiados 21 Aula 05 – Radiologia Médica Básica – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.1 RM método mais sensível para detectar lesões < 2 cm A difusão e o contraste hepatobiliar aumentam a sensibilidade da RM METÁSTASES USG − Diferenciar cisto x sólido − Intraoperatório TC − Método de escolha − Estadiamento tórax, abdome e pelve em um único exame RM − Dúvidas após TC OU; − Pacientes que têm indicação de ressecar as metástases hepáticas (avaliação pré-cirúrgica) PET-CT − Para excluir outros sítios − Caracterização de lesões metabolicamente ativas