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Neoplasias/Câncer de Cavidade Oral e Orofaringe - Imagem/Radiologia - UC10/P4/Aula4

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1 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
ANATOMIA RADIOLÓGICA DA CAVIDADE ORAL E OROFARINGE 
 
• A faringe pode ser dividida em: nasofaringe, orofaringe e hipofaringe (laringofaringe). 
• MÉTODOS DE IMAGEM: RX e o USG não são bons para avaliar essas regiões. A TC e a RM são os ideais, por terem cortes 
axiais (mas a RM dá detalhe melhor de partes moles e musculatura). 
OROFARINGE 
• A mucosa da orofaringe é diferente da cavidade 
oral, já que deriva do endoderma. 
• A orofaringe é separada da cavidade oral por uma 
linha imaginária que passa pelas papilas 
circunvaladas da base da língua, pela união do 
palato ósseo e fibroso e pelos pilares anteriores das 
lojas amigdalianas, terminando inferiormente no 
osso hioide. 
• Fazem parte da orofaringe: base da língua, lojas 
amigdalianas e seus pilares (pregas mucosas que 
revestem os mm. palatoglosso e faringopalatino), 
palato fibroso e valéculas. 
• A drenagem linfática da orofaringe é extensa e 
cruza facialmente para o lado oposto, o que facilita 
a disseminação de doença. 
 Os linfonodos que primeiro recebem a linfa da 
orofaringe são os jugulodigástrico (nível II) e depois os níveis III, IV, V e retrofaríngeos. 
Neoplasias da Cavidade Oral e Orofaringe 
RM sagital da divisão 
da faringe. 
RM sagital. PF: palato fibroso; OF: orofaringe; V: 
valécula. Linha unindo o palato ósseo e o osso 
hióide demarcando a separação entre a orofaringe 
e a cavidade oral. 
 
2 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
CAVIDADE ORAL 
• A cavidade oral é a entrada do tubo digestório, sendo inteiramente revestida por mucosa com epitélio escamoso. 
• Formada por: lábios, vestíbulos bucais, gengivas, assoalho da boca, língua oral, palato ósseo, superfície interna das bochechas... 
• Encontramos na CO o espaço mucoso oral, o espaço sublingual e o espaço submandibular. 
 Todas essas estruturas são entremeadas por gordura – por isso a importância da supressão de gordura (STIR). 
 
TC. (A) plano axial sem contraste no 
plano do músculo digástrico. Seta preta: 
pequeninos linfonodos 
submandibulares medianos (nível IA), 
ponta de seta: ventre anterior do 
músculo digástrico, seta branca: 
platisma. (B) plano axial após contraste 
no plano do músculo gênio-hióideo. 
Pontas de seta brancas: músculos 
gênio-hióideos, setas pretas: músculos 
milo-hióideos, pontas de seta pretas: 
glândulas submandibulares, seta 
branca: pequeno linfonodo nível IIA. (C) 
plano axial pós contraste no nível dos 
músculos genioglossos. GG: 
Genioglosso; HG: hioglosso; SM: 
glândula submandibular, pontas de 
seta: septo lingual. (D) plano axial pós 
contraste no nível da musculatura 
intrínseca da língua. Seta branca: 
músculo orbicular da boca. (E) TC no 
plano coronal pós contraste no nível do 
ângulo da mandíbula. Pontas de seta: 
músculos milo-hióideos. MIL: músculos 
intrínsecos da língua. (F) plano coronal 
após contraste no nível do corpo da 
mandíbula. Ponta de seta: septo lingual, 
seta branca: ventre anterior do músculo 
digástrico. 
 
3 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
 
RM em T2 STIR (A) e T1 SE sem contraste (B) no nível do músculo genioglosso (GG). MH: músculo milo-hióideo; SM: glândula 
submandibular; canais dos nervos mandibulares (setas em A e B). RM em T2 STIR (C) e T1 SE sem contraste (D) no nível do 
GG. MH: milo-hióideo; SL: glândula sublingual; canais dos nervos mandibulares (setas em C e D); músculo orbicular da boca 
(pontas de seta em C e D). 
Estruturas normais da 
cavidade oral e espaços no 
coronal T1 RM ponderadas 
com diagrama esquemático. 
M: m. mio-hióideo; ABD: 
ventre anterior do m. 
digástrico; H: m. hioglosso; 
GH: m. gênio-hióideo; GG: m. 
genioglosso; LS: septo 
lingual; SLS: espaço 
sublingual; SMS: espaço 
submandibular; ROT: raiz da 
língua e MS: espaço mucoso. 
 
4 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
• Cerca de 90 a 95% dos tumores encontrados são carcinomas espinocelulares (CEC). Outros tipos que podem ser encontrados: 
carcinomas das glândulas salivares acessórias (adenoide cístico, mucoepidermoide e adenocarcinoma de baixo ou alto grau), 
linfomas (por causa da riqueza de tecido linfoide nessa região), melanomas, sarcomas e metástases. 
TÉCNICA DE EXAME 
• Melhor avaliação das superfícies mucosas da cavidade oral: manobra de Valsalva e a boca de peixe. No exame de imagem, 
como a TC, ao redor ficará preto por causa do ar. 
• Impede a boca de estar colabada na hora do exame 
e permite melhor visualização das estruturas. 
 
RM em T2 STIR (A) e T1 SE sem contraste (B) no nível do músculo genioglosso (GG). HG: músculo hioglosso; músculo orbicular 
da boca (setas em A e B); (C, D) RM em T1 SE sem contraste no nível dos mm. Intrínsecos da língua (MIL). PM: músculo 
pterigóideo medial; MAS: músculo masseter; músculo bucinador (ponta da seta branca); coxim gorduroso retromaxilar (ponta 
de seta preta). RM T1 SE no plano sagital na linha medial. LO: língua oral; BL: base da língua. 
(A) Técnica da boca de peixe com respiração suave pelo 
nariz. (B) técnica da boca mole com a língua afastada 
do palato e a respiração suave pelo nariz ou pela boca. 
Se necessário, podemos usar um rolo de gaze na boca 
para mantê-la aberta. 
 
5 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (CEC) 
• O carcinoma de células escamosas (CEC) representa 70 a 90% das lesões malignas das vias aerodigestivas altas, sendo mais 
frequente nas tonsilas palatinas, base da língua, nasofaringe e seios piriformes. 
• Como é frequente a presença de linfonodos cervicais metastáticos no momento do diagnóstico, o conhecimento da drenagem 
linfática dessas áreas facilita a busca da lesão. 
 Tanto a TC quanto a RM e o PET/CT, têm papel relevante na investigação. 
CEC DE OROFARINGE 
• A maioria das lesões da orofaringe é benigna. 
• Dos tumores malignos, o CEC é o principal, representando mais de 90% dos 
casos. 
 O CEC da orofaringe tende a ser mais agressivo que o de cavidade oral, 
mais indiferenciado e a apresentar pior prognóstico. 
• É mais frequente nas lojas amigdalianas e base da língua (80%), seguido do 
palato (15%) e da parede posterior (4%). 
• Em 50 a 70% dos casos há comprometimento linfonodal no momento do 
diagnóstico. 
 
 
 
 
• SINTOMAS CLÍNICOS: 
 Tumores pequenos: geralmente são assintomáticos. 
 Tumores mais avançados: halitose, odinofagia, sangramento e rouquidão 
por comprometimento da laringe, perda de peso e aparecimento de massa 
cervical, geralmente por metástase linfonodal. 
• DISSEMINAÇÃO: 
 Disseminação direta para mucosa, músculos e osso. 
 Disseminação linfática. 
 Disseminação perineurovascular. 
• Tumores da orofaringe podem migrar para o palato pela mucosa dos pilares, 
para o trígono retromolar e para a cavidade oral. São três regiões de maior 
interesse na investigação clínica: os pilares da loja amigdaliana e as amigdalas 
palatinas, a base da língua e o palato fibroso e úvula. 
• ACHADOS DE IMAGEM: geralmente apresenta como massa infiltrativa, 
podendo apresentar áreas de necrose. 
 
TC axial com contraste. CEC de orofaringe. 
(A) Tumor na base da língua (seta) e 
linfonodos no nível II bilateral (pontas da 
seta). (B) Tumor bilateral no espaço 
faringomucoso (setas) e linfonodos no nível II 
direito (ponta da seta). (C) Tumor com área 
de necrose (seta). 
Processos inflamatórios e tratamentos prévios com radioterapia e 
cirurgia podem alterar a drenagem linfática dessas regiões pela fibrose 
dos linfáticos e redirecionar o fluxo da linfa para outros níveis ou 
cadeiras linfáticas cervicais. Por isso, é importante levar em 
consideração a história do paciente na leitura do exame de imagem. 
ACHADOS DE IMAGEM 
• Tumor mais infiltrativo do que expansivo. 
• Pode provocar destruição óssea. 
• Pode provocar áreasde necrose que podem ulcerar. 
• Os linfonodos comprometidos podem ter áreas de necrose. 
 
6 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC axial com contraste. 
(A) tumor da amígdala 
palatina (seta). (B) 
infiltração do palato 
fibroso com envolvimento 
da úvula e dos músculo 
pterigóideo medial 
(setas). 
TC axial de dois 
pacientes com CEC de 
orofaringe. (A) tumor com 
necrose (ponta da seta) 
invadindo os espaços 
submandibular (seta 
branca) e carotídeo (seta 
preta). (B) tumor 
invadindo o espaço 
mastigador e carotídeo 
(setas) com linfonodos 
com necrose nos níveis II 
e V direito (pontas de 
seta). 
TC axial (A) e sagital (B) 
pós-contraste. CEC da 
base da língua (pontas de 
seta em A e B) e 
linfonodomegalias no 
nível II bilaterais (setas 
em A). 
 
7 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• TRATAMENTO: geralmente o CEC é tratado com 
rádio e quimioterapia. A cirurgia tem ficado para 
casos de resgate pós-radioquimioterapia e tumores 
em fase inicial. 
 
 
 
 
 
POR QUE A TC COM CONTRASTE ENDOVENOSO É IMPORTANTE? 
Por causa do comprometimento linfonodal muito rápido. É recomendada 
a injeção do volume de contraste dividido em duas etapas com intervalo 
de aproximadamente 15 a 25 segundos entre elas e a aquisição das 
imagens dentro de 90 segundos pós-injeção para se conseguir uma boa 
opacidade da mucosa/submucosa e melhor definição da área de lesão. 
É indispensável porque o pescoço é uma região altamente 
vascularizada, então o contraste ajuda a diferenciar o que é vaso do 
que é linfonodo e lesão, assim como ajuda a saber se houve o 
comprometimento. Sem o contraste, a lesão fica da mesma cor das 
estruturas adjacentes. 
TC axial sem contraste 
(A) e com contraste (B-D). 
(A) Massa discretamente 
hipodensa na loja da 
amígdala direita e palato 
fibroso (setas em A e B). 
(C-D) Extensão ao pilar 
anterior (seta em C) e a 
inserção do músculo 
pterigoide medial (seta 
em D). 
 
8 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
CEC DA CAVIDADE ORAL 
• Tumores da cavidade oral representam cerca 
de 2 a 3% das neoplasias masculinas e 1 a 
2% femininas e tem fortes fatores de risco: 
tabagismo, etilismo, exposição excessiva ao 
sol, má higiene bucal, dieta s pobres em 
frutas e vegetais, infecções secundárias pelo 
EBV, HPV 16 e HSV. 
• Os locais mais frequentes são lábios, língua 
oral e assoalho da boca e o menos comum 
palato ósseo. 
• O câncer oral pode se espalhar pelas 
seguintes vias: extensão ao longo da 
submucosa, invasão direta em estruturas 
adjacentes, disseminação perineural e metástase linfonodal. 
 ACHADOS CLÍNICOS ACHADOS DE IMAGEM 
TUMORES DO LÁBIO 
• Mais frequente no lábio inferior, mais 
comum em homens acima de 50 anos. 
• Lesão pouco espessa, ulcerada e até 
elevada ou vegetante, que se inicia como 
vermelhidão no lábio. 
• As lesões mais avançadas se estendem à 
mucosa bucal, mandíbula e nervo mental. 
• Disseminação perineural via nervo 
alveolar inferior. 
• TC: lesão discretamente infiltrativa, com 
leve realce após a injeção do meio de 
contraste venoso, que caminha para o 
músculo orbicular da boca e a pele 
adjacente. 
• RM: lesão hipointensa em T1 em relação à 
gordura subcutânea e hiperintensa ao 
músculo T2, com realce discreto. 
 
LOCAL DO TUMOR ROTAS DE PROPAGAÇÃO 
Língua 
Musculatura intrínseca e extrínseca, invasão do feixe 
neurovascular, assoalho da boca, mandíbula 
Trígono Retromolar 
Mandíbula, nervo alveolar inferior do SNP/V3, 
bucinador e constritor superior 
Lábio (inferior e 
superior) 
Músculo orbicular da boca, pele, mucosa bucal, 
mandíbula/maxila 
Assoalho da boca 
Propagação submucosa, invasão do feixe 
neurovascular lingual/musculatura extrínseca da 
língua, músculos milo-hióideo e hioglosso, mandíbula 
Palato (duro e mole) 
Erosão óssea do palato duro, nervos palatino maiores 
e menores do SNP ao retalho faríngeo posterior 
Mucosa/gengiva 
bucal 
Propagação submucosa, erosão da maxila/mandíbula 
CEC vegetante de ambos 
os lábios e da comissura 
labial. (B) TC coronal, 
partes moles mostram 
invasão do espaço bucal e 
infiltração do m. orbicular 
da boca. (C) TC axial 
submentual com 
linfonodos aumentados e 
densidade homogênea no 
nível IA (seta). (D) TC 
axial, nível dos ramos 
mandibulares que 
mostram a destruição do 
m. orbicular da boca e as 
áreas de ulcerações tanto 
externas quanto na 
mucosa bucal (pontas de 
seta) 
 
9 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
TUMORES DA LÍNGUA 
• Mais frequente na borda lateral, na face 
dorsal ou na face ventral, mais comum em 
homens a partir dos 60 anos. 
• Pode surgir como uma área de 
leucoplasia, vermelhidão ou ulceração 
irregular, de profundidade variável 
• Não melhora em 3 semanas. 
• Pode ser uma tumoração associada ou não 
a massas palpáveis no pescoço por 
linfonodomegalias. 
• A lesão ulcerada pode sangrar, e o tumor 
da face ventral pode estender-se ao 
assoalho. 
• TC: massa sólida com realce após injeção 
venosa do contraste, com ou sem necrose 
ou área ulcerada. A lesão se espalha 
facilmente pela musculatura intrínseca da 
língua. Estende-se à musculatura 
extrínseca em direção às suas inserções de 
origem com invasão do assoalho, base da 
língua, mandíbula, tonsila e orofaringe. 
• RM: lesão hipointensa em T1 e hiperintensa 
em T2, mais evidente com saturação de 
gordura. Após contraste venoso, a massa 
tem realce moderado ou a tumoração se 
mostra com margens menos ou mais 
espessas que realçam em torno da 
ulceração. Em pequenas lesões, a RM 
permite medir a profundidade e a extensão 
contralateral da lesão. 
• PET/CT: lesão captante de FDG, mas a 
técnica não é utilizada para dianóstico. 
 
 
TUMORES DO ASSOALHO 
DA BOCA 
• Lesão pode apresentar uma área de 
leucoplasia ou como uma pequena massa 
endurecida dolorosa. 
• Com ou sem ulceração. 
• Não melhora em 3 semanas. 
• TC: há massa irregular ou infiltrante, com 
realce moderado e intenso após contraste. 
Quando muito extensa, pode invadir a face 
ventral da língua e daí o terço posterior e 
orofaringe, ou invadir o rebordo gengival 
inferior até a frente e daí a mandíbula. 
• RM: massa hipointensa em T1 e T2, 
obliterando a gordura do espaço sublingual, 
porém hiperintensa em relação aos outros 
tecidos. Após contraste EV, a lesão 
apresenta realce leve a moderado. 
(B) TC axial após 
contraste mostra extensa 
lesão infiltrante na 
hemilíngua oral esquerda, 
que alcança porém não 
ultrapassa o septo lingual 
(setas). (C) TC coronal 
após contraste mostra 
profundidade da lesão 
(seta branca), bem como a 
infiltração do músculo 
milo-hióideo (ponta de 
seta) e as 
linfonodomegalias nível 
IB (seta preta). (D) TC 
coronal após contraste 
mostra a ulceração na 
borda lateral esquerda da 
língua (seta) 
 
10 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
TUMORES DO REBORDO 
ALVEOLAR (GENGIVAL) 
• Lesão da mucosa gengival é mais difícil de 
detectar. 
• A lesão se apresenta como afta ou úlcera 
que não cura em 3 semanas. 
• Algumas vezes, a lesão é clinicamente 
sutil, mas com alto grau de extenso 
profunda, com erosão/destruição óssea. 
• A invasão óssea é comum. As lesões do 
rebordo gengival inferior podem invadir os 
espaços bucal, mastigatório e o assoalho 
da boca, e as do rebordo superior podem 
alcançar o seio maxilar, o palato ósseo e a 
cavidade nasal. 
• TC: deve ser realizada com a “boca de 
peixe”, com alteração para o estudo da 
cortical da mandíbula e/ou maxila. Os 
mentais dentários devem ser evitados com 
angulação da cabeça do paciente. A erosão 
ou assimetria do canal mandibular e/ou do 
forame palatino, ou ainda a obliteração da 
gordura nesse introito, são evidênciasindiretas de disseminação perineural. 
Reconstruções especiais favorecem 
detalhes dos ossos da face, canais e 
forames neurais. 
 
 
(A) TC axial após 
contraste; lesão na região 
anterior do assoalho da 
boca até o rebordo 
gengival (seta preta), que 
determina obstrução dos 
óstios dos ductos 
submandibulares, que 
estão alargados (setas 
brancas). (B) TC após 
contraste coronal; ductos 
alargados (setas) e 
linfonodos submentuais 
aumentados (pontas de 
seta) 
(B) TC após contraste no 
plano coronal; (C) 
reconstrução concêntrica, 
mostra lesão que infiltra o 
assoalho da boca e a face 
ventral da língua, 
mediana (setas pretas), 
alargamento dos ductos 
das glândulas 
submandibulares (setas 
brancas) até o interior 
dessas, e ainda 
linfonodomegalias 
submentuais (pontas de 
seta). (D) TC com 
reconstrução concêntrica 
em algoritmo e janela 
para osso mostra erosão 
cortical e destruição da 
medula do arco central da 
mandíbula pela lesão. 
 
11 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
TUMORES DO TRÍGONO 
RETROMOLAR (TRM) 
• O trígono Retromolar é uma pequena área 
triangular revestida de mucosa que se 
localiza imediatamente atrás do terceiro 
dente molar inferior, contígua ao pilar 
amigdaliano anterior, à mucosa bucal e à 
mucosa gengival inferior. 
• A lesão é de difícil acesso, o diagnóstico é 
tardio e o sintoma mais importante é o 
trismo, em virtude do envolvimento do 
músculo pterigóideo medial. 
• A invasão óssea (ramo ascendente da 
mandíbula) costuma já estar presente no 
momento do estudo por imagem. 
Pode ter extensão à mucosa bucal, mandíbula, 
maxila, músculo milo-hióideo, aspecto posterior 
do assoalho da boca e língua, loja tonsilar, 
orofaringe, espaço mastigatório e placa 
pterigoide. 
• TC: massa sólida de tamanho variado e 
realce moderado após contraste. 
• RM: massa sólida, hipointensa em relação 
à gordura medular óssea e isointensa ao 
músculo em T1 e hiperintensa em T2, com 
moderado realce após contraste venoso. 
Avalia disseminação perineural e extensão 
tumoral na medula óssea. 
 
 
 
(a) TC axial aumentada 
(nível de alvéolo 
mandibular) e (b) coronal 
demonstram uma massa 
de trígono Retromolar 
esquerdo (setas). A 
avaliação do trígono 
Retromolar na TC pode 
ser obscurecida por 
artefato dental, neste 
caso a destruição óssea é 
evidente. (c) RM T1 axial 
(nível do alvéolo 
mandibular) e (d) RM T1 
coronal de gordura 
saturada demonstram 
invasão local na 
mandíbula esquerda (seta 
curta) e músculo 
bucinador (seta fina). 
 
12 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
TUMORES DA MUCOSA 
BUCAL (MUCOSA JUGAL) 
• Localizados na mucosa que reveste 
internamente a bochecha, desde o limite 
da mucosa labial até o limite da mucosa 
gengival superior e inferior. 
• A lesão em geral é indefinida, como uma 
afta que não melhora ou uma elevação da 
mucosa que se insinua entre os dentes, 
com a sensação de mordedura frequente 
dessa mucosa. 
• Mais comum em homens aos 60 anos. 
• TC: deve ser realizada em “boca de peixe”. 
• RM: deve ser realizada com um rolo de gaze 
no sulco jugal para afastar a bochecha da 
mucosa gengival. 
A massa pode ser extensa, com invasão da pele 
e ossos. 
TUMORES DO PALATO 
ÓSSEO (PALATO DURO) 
• São pouco evidentes, como discreta área 
de leucoplasia. 
• Podem ter milímetros a centímetros de 
espessura na direção do osso, com 
invasão do assoalho da cavidade nasal ou 
seio maxilar e extensão perineural ao 
canal palatino maior. 
• Local da cavidade oral menos acometido 
pelo CEC. 
Imagens em coronal e sagital são necessárias. 
• TC: massa com realce moderado, de 
tamanho variado. 
• RM: lesão hipointensa em T1 em relação à 
medula gordurosa do palato, com realce 
leve a moderado após a injeção do 
contraste venosos. Atenção à disseminação 
perineural. 
 
 
(a) o ortopantomograma 
demonstra uma lesão 
destrutiva na maxila 
lateral esquerda (seta). (b) 
RM axial T1 no nível do 
alvéolo maxilar: lesão 
destrutiva envolvendo a 
maxila lateral esquerda 
(asterisco) – CEC. (c) RM 
axial T1 pós-contraste 
com supressão de gordura 
no nível dos seios maxilar: 
aumento anormal na 
fossa pterigopalatina 
esquerda (seta curta) 
compatível com a 
propagação do tumor. (d e 
e) RM coronal T1 pós 
contraste: tumor 
perineural espalhado via 
forame redondo (seta 
fina) no seio cavernoso 
esquerdo (seta aberta). 
DRENAGEM LINFÁTICA DAS PARTES DA CAVIDADE ORAL: 
• LÁBIO: se dá principalmente para os linfonodos submentuais ou submandibulares (níveis IA e IB) e nível II. 
• LÍNGUA: se dá primariamente aos linfonodos mandibulares (IB) → jugulodigástrico (IIA), tanto ipsolateral quanto 
contralateral, porém nas lesões mais anteriores pode haver drenagem direta aos níveis III e IV, dando origem às metástases 
linfonodais salteadas (skip nodes). 
• ASSOALHO DA BOCA: cadeias I e II, com alto índice de metástase linfonodal oculta. 
• MUCOSA JUGAL: se dá para os linfonodos bucais e para os níveis I e II, predominantemente. 
 
13 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
(A) Paciente do sexo masculino, 
70 anos, ex-fumante e ex-
etilista, com carcinoma 
basocelular de células 
esclerodermiformes e 
diferenciação escamosa em 
lábio superior e comissura 
labial. (B) TC coronal mostra a 
extensão da massa e da 
ulceração. (C) TC axial após 
contraste, destruição do 
músculo orbicular da boca 
(seta) e infiltração do bucinador 
(ponta da seta) e da gordura do 
espaço bucal. (D) TC em plano 
acima de (C) mostrando 
infiltração dos músculos e do 
espaço bucal (ponta de seta). 
(A) Paciente do sexo feminino, 
48 anos, fumante há 30 anos, 
com extensa lesão na 
hemilíngua esquerda. RM em 
T1 axial sem contraste mostra 
lesão profunda até o assoalho 
da boca, hipointensa em 
relação ao músculo, que 
desloca, mas não cruza o septo 
lingual (setas). (B) RM em T2 no 
plano coronal mostra que a 
lesão é hiperintensa em 
relação ao músculo (setas). (C) 
RM coronal em T1 com 
supressão de gordura e após 
contraste mostra o realce 
heterogêneo ao contraste e 
delineia melhor os limites da 
lesão. (D) RM axial em T1 após 
contraste mostra a extensão 
anteroposterior da lesão. 
Lembrar sempre de usar o padrão comparativo da direita e da esquerda para analisar imagens. 
 
14 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
 
(a) RM axial T2 com supressão de gordura ao nível do corpo da mandíbula demonstra CEC no assoalho direito da boca (asterisco) 
e nódulo linfático submandibular direito (seta). (b) RM coronal T2 com supressão de gordura demonstra a disseminação do tumor 
para a língua direita ventrolateral (seta fina). O tumor não se estende através do músculo milo-hióideo (seta curta). 
QUANDO SE DEVE SUPRIMIR A GORDURA? 
Na supressão a gordura fica “preta”. Então deve suprimir: 
• Na busca de uma lesão em hipersinal em T2, fazer 
supressão de gordura faz muito sentido, uma vez que 
ficando o redor da lesão preto, fica mais fácil evidenciar a 
área de hipersinal. 
• Suprimir gordura em um T1 pós contraste também faz 
sentido, visto que com o contraste, a lesão fica com 
hipersinal e assim, a supressão auxilia na evidência da 
área. 
• Suprimir gordura em T1 SEM contraste não faz sentido. 
Afinal, a lesão em T1 já vai ter um baixo sinal. Assim, 
suprimir vai ficar mais difícil ainda de visualizar. 
OSSO – MEDULA 
O adulto possui muito mais medula amarela que 
vermelha, portanto: 
• Medula amarela → tem gordura → fica hipersinal. 
• Se uma lesão na medula óssea, o osso fica com 
hipossinal → significa que tem invasão óssea. 
O exame de imagem tem papel importante na evolução 
radiológica das lesões. É utilizado quimio/radioterapia e 
imagem para acompanhar a regressão da lesão para que 
assim possa ser feita cirurgia → REESTADIAMENTO.RECIDIVA X TUMOR RESIDUAL 
• Recidiva: quando renasce um novo tumor primário tempos 
após toda a retirada da lesão inicial. 
• Tumor residual: quando mesmo retirando o tumor, sobra 
resíduo que acaba se proliferando por ação mitótica. 
 
15 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES 
• São tumores mais raros que o CEC. 
• 50% dos tumores das glândulas salivares menores é benigno e 50% maligno. 
 Adenoma pleomórficos: principal benigno. 
 Geralmente encontrado no palato fibroso com massa sólida, de limites bem definidos e regulares, com captação 
homogênea ou discretamente heterogênea do meio de contraste iodado, podendo haver calcificação de permeio. 
 Carcinoma adenoide cístico é o principal maligno e subdivide-se em cribriforme (grau I), tubular (grau II) e sólido (grau III). 
Tem crescimento lento, progressivo, invasivo localmente e a disseminação perineural e uma característica particular e 
frequente (60% dos casos), podendo ser do tipo metástases salteadas. 
Os carcinomas mucoepidermoide ou acinar podem ser de baixo a alto grau, e os adenocarcinomas são mais agressivos e 
têm pior prognóstico. 
• As glândulas salivares menores são mais frequentes no palato ósseo e fibroso, sendo esses os locais principais dos tumores, 
formando massa sólida, homogênea, que pode ser lobulada e associada à distribuição óssea e à infiltração perineural. 
• Ocorrem com mais frequência entre 50 e 60 anos e igualmente entre homens e mulheres. 
• São localizados na submucosa, já a mucosa pode estar íntegra, porém abaulada. 
• Metástases para linfonodos cervicais são raras. Na fase terminal, pode ocorrer para pulmão, osso e cérebro. 
• ACHADOS DE IMAGEM: na TC e na RM, podem ser semelhantes às imagens do CEC. 
 Lesão hipointensa em T2: mais celulares e sólidas → pior prognóstico. 
 Lesão hiperintensa em T2: menos celulares (cribriformes e tubulares) → melhor prognóstico. Os adenocarcinomas podem 
ter calcificações grosseiras de permeio e até em “raio de sol”. 
LINFOMA 
• Geralmente é do tipo não Hodgkin, frequentemente nas regiões onde há 
tecido linfoide, como nas tonsilas faríngeas (adenoide), principalmente 
em jovens. 
• É mais frequente na orofaringe do que na cavidade oral, em geral 
localizado na área do anel de Waldeyer (anel de tecido linfático que 
circunda o limite entre a cavidade oral e a orofaringe). 
• Seu aspecto é semelhante ao do carcinoma epitelial. 
• As lesões não costumam apresentar infiltração profunda, apesar das 
grandes massas e se acompanham de grandes conglomerados 
linfonodais. São lesões homogêneas, com discreto realce periférico. Têm 
prognóstico reservado, com taxa de mortalidade de cerca de 30% em três 
anos após diagnóstico. 
• Em 80% dos casos de linfoma não Hodgkin há linfonodomegalia cervical, 
geralmente sem necrose, ao contrário do CEC, e pode haver 
comprometimento ósseo da base do crânio. 
• A presença de múltiplos linfonodos sem necrose nos níveis I, II, IV e V 
favorece o diagnóstico de linfoma. 
• Deve-se procurar invasão perineural e extensão à base do crânio. 
• ACHADOS DE IMAGEM: 
 TC: massa homogênea com pouco realce pós-contraste venoso que 
geralmente não infiltra os planos profundos. Linfonodomegalias homogêneas estão presentes em mais de 50% dos casos. 
 RM: massa com isossinal em comparação com os músculos em T1 e hipersinal em T2, realce pós contraste venoso. 
 PET/CT: lesões hipercaptantes do FDG. 
 
TC axial. Aumento de volume das amígdalas palatinas 
(pontas de seta). Linfonodos nos níveis II e V à direita 
e II à esquerda (setas). Linfoma não Hodgkin.

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