Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia 1. Como o U.S é produzido (comprimento de onda, frequência, período, amplitude, velocidade do som) Definição: Ultrassom é um som (onda mecânica e longitudinal) a uma frequência superior àquela que o ouvido do ser humano pode perceber, ou seja, aproximadamente 20.000 Hz. Ondas mecânicas precisam de um meio para se propagar, sendo que sua velocidade de propagação é maior em sólidos, depois líquido e depois gasoso. Produção: Um aparelho denominado de transdutor, constituído de um cristal com propriedades piezoelétricas, ou seja, capazes de mudar de formato ou vibrar quando são submetidos à corrente elétrica alternada, irá produzir o ultrassom a partir do vibramento desses cristais. O ultra-som produzido será emitidos aos tecidos. Quando o ultrassom é refletido e retorna ao transdutor ocorre o inverso: o cristal se deforma e gera energia elétrica, que será enviada e processada ao sistema computadorizado. Formando, assim, a imagem. Por meio do mapeamento desses ecos, os corpos/estruturas podem ser localizados, ter definido seu contorno e até a natureza da sua constituição. Frequência: Descrita como uma grandeza que indica o número de ocorrências de um evento (ciclos, voltas, oscilações, etc) em um determinado intervalo de tempo. Quanto maior a frequência, maior resolução das imagens e menor penetração dos feixes sonoros. Para pacientes obesos o ideal é: menor frequência para que haja maior penetração das ondas sonoras; Para pacientes magros o ideal é: maior frequência para que as ondas penetrem menos e forneçam imagens com melhor resolução, afinal, não há muito tecido gorduroso para criar resistência à passagem do som e atrapalhá-lo. Possui relação inversa com o comprimento da onda. Comprimento: Distância que a onda percorre em um ciclo. Velocidade de propagação: Pode ser calculada pelo produto do comprimento pela frequência. Componentes do Ultrassom: Transdutores que possuem cristais piezoelétricos na sua extremidade, que são capazes de converter energias (no caso, transformar a energia em energia sonora). Gel para criar uma interface melhor do transdutor com a pele do paciente a fim de evitar que os feixes sonoros sejam refletidos. Portanto, a ultrassonografia é o resultado final NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia de uma leitura de ecos gerados pelos reflexos do aparelho de ultrassom, semelhante aos sonares e radares 2. Transdutores / Efeito piezoeléctrico Os transdutores são dispositivos que recebem algum tipo de sinal e o retransmite. No caso dos transdutores de ultrassonografia, os mesmos possuem, em sua extremidade, cristais que possuem a capacidade de converter energia elétrica em energia sonora (ou mecânica) e vice-versa (também chamado de efeito piezoelétrico). Além de diferenças de frequência, podemos classificar os transdutores de acordo com sua disposição ou formatação. Dentre os principais, temos: convexo, linear, setorial e endocavitário. Quanto maior a frequência do transdutor maior será a definição das imagens, mas menor a profundidade de penetração. Na prática isso quer dizer que podemos utilizar um transdutor com maior ou menor frequência a fim de alcançar alguma região corpórea ou algum órgão. Teremos que escolher sabiamente para adquirirmos imagens melhores e mais nítidas. Uso do gel: Para que o transdutor deslize melhor. Favorece a retirada do ar presente nos poros, dobras da pele, etc. Precisamos retirar essa interface "transdutor-ar-paciente" e ao colocarmos o transdutor em contato direto com a pele do paciente juntamente com esse gel, conseguimos transformar "transdutor-ar-paciente" em "transdutor-paciente", favorecendo a melhor aquisição das imagens e um melhor contato do transdutor com a região a ser estudada por ele. Lembre-se, o gás não é um bom condutor de ultrassons. Principais tipos de transdutores: Convexos - Varredura setorial (em forma de leque). Usado muito em exames obstétricos e de abdome. Frequência de 3 a 6 MHz mais ou menos. Possuem 60º de campo de visão, aproximadamente. O tamanho do transdutor às vezes pode enganar, mas tenham sempre esse formato convexo ou de “leque aberto” na cabeça. Ajudará a não se confundir, até mesmo com o setorial, que possui varredura setorial também. Linear - Varredura linear (formato de retângulo). Muito utilizado para exames de tireoide, mama e vascular. Frequência de 5 a 11 MHz mais ou menos. O ângulo de visão, nesse transdutor, vai ser proporcional à largura dele. Pode ver que existem lineares de vários tamanhos. Cuidado também para não confundir alguns recortes (modelos) de linear com os convexos (pode parecer absurdo, mas isso servirá para os mais desatentos). Endocavitário - Varredura setorial também. Usado para exames transvaginais, genitais internos e exames de próstata. Frequência de 5 NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia a 11 MHz mais ou menos. Possuem 120-150º de ângulo de visão. Existem endocavitários mais avançados, os biplanos, que podem digitalizar uma forma vertical e horizontal e alternar entre as duas visualizações sem mover o transdutor. Existe também um triplano que pode alternar entre 3 diferentes pontos de vista. Setorial - Varredura setorial com ângulo de visão maior que os convexos. Muito utilizado para exames cardíacos (ecocardiografia). Frequência de 2 a 8 MHz mais ou menos. Podem possuir até 90º ângulo de visão. Alguns modelos podem não ser 100% quadrados, podendo apresentar algum grau de formatação. Anular - Varredura setorial. Usado em partes moles e sistema muscular. Frequência de 6 a 10 MHz mais ou menos 3. Impedância acústica Dificuldade que um som tem à passagem em um determinado meio. O meio gasoso é um meio de baixa impedância acústica, ao contrário do meio sólido, de alta impedância. Depende da velocidade e da densidade do som no meio. Quanto maior a diferença de impedância entre dois meios, maior a reflexão. Intensidade dos ecos é determinada pela diferença de impedância dos tecidos. 4. Atenuação e poder de penetração do som Atenuação é a diminuição da força da onda sonora. Pode ocorrer por: Transformação da onda sonora em calor, que é absorvido pelas células; Reflexão da onda; Refração da onda; 5. Refração, reflexão e espalhamento Refração: Porção da onda que penetra no tecido. Reflexão: Porção da onda que não penetra no tecido e é captado pelo transdutor. 6. Ecogenicidade; formação da imagem Ecogenicidade é a variação de tonalidades que podem ocorrer na ultrassom. A imagem é formada por: Ecos especulares: Originados de interfaces em ângulo reto ao feixe; Originados de interfaces em ângulo reto ao feixe; Responsáveis pelos limites entre as estruturas; Ecos não especulares: Independem do ângulo de orientação. 7. Classificação natureza da imagem Como utilizamos o som, a nomenclatura utilizada nesse método de exame de imagem é baseada no eco. NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia Hipoecóico: Quando o feixe sonoro atravessa tecidos com densidade de partes moles. A cor varia entre o cinza-escuro e o cinza-claro. Não há formação de reforço acústico. Isoecóico: para imagens com ecogenicidade semelhantes. Hiperecóico: Quando o som não atravessa a estrutura ou quando interage com ela (como cálcio, cálculos, osso) e se dispersa (como ocorre com os gases). Há formação de reforço acústico posterior, que será limpa se interagir com osso e borrada se interagir com ar/gás. Anecóica: ou sem eco. Estruturas livres de ecos, ou seja, é líquida. Nesse caso, a cor será preta e gera uma imagem branca posteriormente à sua parede: reforço acústico posterior. 8. Sombra acústica, reforço acústico, janela acústica Sombra Acústica A sombra acústica ocorre quando um feixe de ultrassons tem no meio do seu trajeto uma estrutura que é muito densa. Como o som não consegue passar adequadamente forma-seuma zona hipoecóica (uma sombra) posteriormente ao obstáculo. Para didatizar mais, podemos conceituar a sombra acústica como um fenômeno acústico formado devido a algo que apresenta alta impedância acústica (estruturas sólidas) se comparado com o tecido circunjacente. Se uma estrutura ou lesão absorve mais intensidade ecoica do que o tecido circunjacente, a imagem aparece mais escura (forma uma sombra). Reforço Acústico O reforço acústico ocorre em estruturas com baixa atenuação (hipoecogênicas). É comum encontrarmos o reforço acústico em órgãos com grande quantidade de água, como vesícula biliar e a bexiga, decorrente da baixa atenuação dessas estruturas ao feixe sonoro. O reforço acústico é uma maneira útil de caracterizar uma estrutura anecóica. Não quer dizer que o reforço acústico seja patológico. Podemos observá-lo em patologias que contenham fluidos sim, mas, como dito agora, órgãos também podem mostrar esse efeito. Podemos conceituar o reforço acústico como um fenômeno acústico formado devido a algo que apresente uma baixa impedância acústica se comparado com o tecido circunjacente. Se uma estrutura ou lesão absorve menos intensidade ecoica do que o tecido circunjacente, a imagem aparece com um reforço ecóico (Reforço Acústico). Janela Acústica O termo janela acústica é utilizado para um tecido ou estrutura que ofereça pouca impedância às ondas de ultrassom, podendo ser usados como "amplificador" de ondas para examinar estruturas mais profundas. A NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia bexiga cheia de urina é a principal janela acústica que temos e por isso é tão importante realizarmos o exame de USG com a bexiga cheia. 9. Preparo do paciente Indicado em ocasiões ambulatoriais: Fazer jejum para observar a capacidade de distensão, a parede e o conteúdo da vesícula biliar. Fazer uso de laxativos para eliminar gases e fezes, favorecendo o estudo das vísceras abdominais. Encher o estômago de água para aumentar o acesso ao pâncreas. Encher a bexiga de água para servir de janela para o estudo dos órgãos pélvicos por via suprapúbica. 10. Efeito Doppler Utilizado para analisar os estudos fluxométricos. As imagens dos fluxos em movimento são obtidas pela emissão de pulsos sonoros e ecos do ultrassom e são transformados em cores, a depender da velocidade desse fluxo. É similar ao efeito Doppler que observamos em um som de ambulância ou trem, por exemplo. Esse efeito pode ser usado tanto para estudar a vascularização local e fisiológica quanto para aferir a presença de vascularização patológica. Se há fluxo sanguíneo, por exemplo, se afastando, a frequência percebida será menor que a frequência emitida pela fonte. Se há fluxo sanguíneo se aproximando, a frequência percebida será maior que a frequência emitida pela fonte. Por meio do Doppler é possível também descobrir a velocidade de deslocamento. 11. Indicações e limitações Indicações: No sistema nervoso pode ser feito uma ultrassom transfontanela em crianças e através da mastóide e do forame magno em adultos. Estudo da retina. Estudo dos seios da face (apesar de existirem métodos mais rápidos e precisos). No tórax pode ser usado para avaliar líquidos entre folhetos pleurais ou no saco pericárdico. Cardiologia utilizada para avaliar a estrutura e função do coração, válvulas e vasos. Avaliação de vísceras ocas. Avaliação de estruturas superficiais. Gestantes são permitidas por não utilizar radiação ionizante. Limitações As limitações incluem as interposições das estruturas ósseas, como por exemplo, o crânio, ou então camadas espessas de tecido adiposo como na obesidade. O paciente recém-operado com a presença de ferida operatória ou drenos torna insatisfatório NATÁLIA INGRID - MEDICINA Princípi�s da Ultrass�n�grafia o contato entre o transdutor e a pele, tornando o exame limitado. O exame torna-se limitado também em pacientes muito agitados e crianças, uma vez que para o sucesso do exame a imobilidade é fundamental, assim nestes casos é necessária a sedação. 12. Vantagens e Desvantagens Vantagens da Ultrassonografia Método não invasivo que permite a avaliação em tempo real do objeto a ser estudado. Não usa radiação ionizante. Podemos avaliar o fluxo de um local através do doppler colorido. Possui um custo menor se comparado à TC e a RM. Desvantagens da Ultrassonografia É um exame operador dependente. Significa dizer que se o operador for ruim, o exame provavelmente não sairá tão bom quanto deveria. Não consegue acessar muito bem algumas regiões do corpo (intestinal e crânio), seja por conter muita impedância acústica ou por possuir gás. Em pacientes obesos a visualização de estruturas pode ser mais difícil. Não gera imagens tão nítidas e com tantos detalhes anatômicos como uma TC ou RM, por exemplo. 13. Meios de contraste Mais comuns: Bário: Via oral ou retal; Para o trato gastrointestinal Efeitos colaterais principais: Dores abdominais, náuseas e enjoo, mas podemos ter reações de intolerância. É contraindicado caso haja suspeita de perfuração abdominal. Iodo: Via venosa ou oral; Iônicos e não iônicos, monômeros ou dímeros; Os iônicos fornecem uma imagem com melhor qualidade, mas possuem risco maior de reações adversas se comparados com o não iônico. O não iônico por sua vez fornece uma imagem com qualidade menor do que o tipo iônico, mas em contrapartida tem um risco de reações adversas menor. Gadolíneo: Via venosa; Microbolhas: Injetáveis.
Compartilhar