Buscar

EMPRESARIAL II - Tudo sobre Ação Falimentar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DIREITO EMPRESARIAL
Ação Falimentar. Legitimidade Ativa. Legitimidade Passiva. Juízo Competente. Ministério Público 
Resposta Do Requerido (Devedor). Questões Processuais. Questões Materiais. 
Sentença Decretatória. Efeitos. Massa Falida Objetiva. Massa Falida Subjetiva. Ações Revocatórias. Órgãos Da Falência.
6. Ação Falimentar. Legitimidade Ativa. Legitimidade Passiva. Juízo Competente. Ministério Público
6.1. Ação Constitutiva Falimentar – Legitimidade Ativa: A falência pode ser requerida pelas seguintes pessoas:
 
 Devedor Empresário: É a chamada autofalência ou falência confessada, pedida pelo próprio devedor, quando julgar não ser viável a recuperação da empresa. Deverá juntar todas as demonstrações contábeis (últimos três anos), relacionar credores, prova da regularidade (ou a indicação dos sócios, se for sociedade em comum), livros obrigatórios, relação de bens e direitos, relação dos administradores nos últimos cinco anos. Em se tratando de sociedade de pessoas (sociedade limitada, por exemplo), o pedido de falência pode ser feito pelo administrador, de acordo com o disposto no contrato social, mas os sócios podem impugnar (embora tenha sido uma confissão da sociedade).
Quando requerida por sócio (não administrador) o representante da sociedade será (obrigatoriamente) citado. Na sociedade anônima o pedido deve ser precedido de autorização da assembléia geral (Art. 122, IX, Lei 6.404/1976). 
 Cônjuge Sobrevivente, Herdeiro ou Inventariante: Em caso de empresário individual falecido ou falecimento do titular da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), assegurando aos demais herdeiros o direito de contestar o feito. 
 Qualquer Credor: Qualquer credor, mesmo não sendo empresário, poderá requerer falência de devedor empresário insolvente. Quando se tratar de empresário, deve provar a sua regularidade (inscrição na Junta Comercial). O empresário irregular está sujeito à falência, mas não pode requerer a falência de outro (tem direito, no entanto, a fazer a habilitação de seu crédito). Se o credor for domiciliado fora do Brasil deve prestar caução (custas, honorários e indenização). 
 Credor Trabalhista: Pode requerer falência, abrindo mão da execução trabalhista na Justiça do Trabalho, ou habilitar posteriormente. 
 Fazenda Pública: Inexiste restrição legal que impeça a Fazenda Pública requerer falência de contribuinte (empresário). Apesar do Fisco não perder privilégio legal (a contrário do trabalhador que deve habilitar seu crédito), é interesse público eliminar empresa insolvente e inviável do mercado. 
 Liquidante: Quando a uma sociedade é submetida à liquidação extrajudicial, o liquidante (sócio ou terceiro) tem o dever de confessar falência ou requerer recuperação (Art.1.103 do Código Civil). 
 Ministério Público: Embora a Lei 11.101/2005 não confira legitimidade ativa ao Parquet, estabelecendo a função institucional de fiscalizar a legalidade do procedimento falimentar na condição de custos legis (fiscal da lei), é possível fazê-lo com base no Art. 127 da Constituição Federal dispõe que ao Ministério Público incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
 Juiz, ex-officio: Não pode tomar a iniciativa de decretar falência, salvo se o empresário não preencher os requisitos para a concessão de recuperação judicial ou venha a descobrir o plano de recuperação.
. 
6.2. Ação Constitutiva Falimentar - Legitimidade Passiva: Por outro lado, a falência somente pode ser decretada em relação a empresário insolvente (pessoa natural ou pessoa jurídica), a saber:
 Empresário Unipessoal: É uma pessoa física que exerce atividade profissional através de uma organização econômica (empresa) para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, conforme disposto no artigos 966 do Código Civil. É bom lembrar que, a legislação tributária equipara a firma individual à pessoa jurídica. Isso não quer dizer que se trata de uma outra pessoa. O objetivo do Fisco é separar a atividade econômica do empresário individual (pessoa física) de outras atividades que este exercer na esfera civil. No regime de insolvência empresarial (recuperação ou falência) são envolvidos todos os bens do empresário individual, sem fazer distinção dos que compõem a empresa daqueles que estão na órbita pessoal. 
 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: A Lei 12.441/2011 instituiu este novo tipo de pessoa jurídica (não confundir a mera empresa individual, cujo titular é uma pessoa natural - que opera sob firma individual, com a Eireli, que é uma pessoa jurídica com um único investidor – que deve integralizar no mínimo 100 salários mínimos – R$ 104.500,00, em 2020). Tal organização será tratada como uma sociedade limitada, inclusive na aplicação da teoria da desconsideração da pessoa jurídica (Art. 50 CC). 
 Sociedade Empresária. Responsabilidade dos Sócios: A indisponibilidade dos bens atinge os bens da pessoa jurídica e não dos sócios que a compõem, salvo quando se tratar de tipo social que haja responsabilidade ilimitada dos sócios. O Art. 81 da Lei 11.101/2005 determina que, nas sociedades com responsabilidade ilimitada (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações), a decretação da falência da sociedade acarreta na falência dos sócios, mas estes devem ser citados para contestar o feito. O Art. 82, por sua vez, esclarece que nas sociedades com responsabilidade limitada (sociedade limitada e sociedade anônima), a responsabilidade dos sócios, dos administradores e dos controladores será apurada no próprio juízo falimentar, inclusive para requerer a desconsideração da pessoa jurídica - em caso de abuso de personalidade (confusão patrimonial, desvio de finalidade), ilegalidade, ato ilícito e fraude). Em qualquer caso, impõem-se ao(s) administrador(es) da sociedade insolvente diversas obrigações, tais como: prestar(em) esclarecimentos e informações, não se ausentar(em) do domicílio, comparecer(em) a todos os atos do processo, etc. 
 Empresário Irregular: Mesmo não inscrito na Junta Comercial estará sujeito à falência, desde que não tenha cessado suas atividades há mais de dois anos do pedido de falência (a certidão de baixa não prevalecerá se for provado exercício de atividade empresária posterior ao ato registrado). Os impedidos de empresariar também estão sujeitos à falência, recebendo o mesmo tratamento dos irregulares, embora devam responder administrativamente perante a autoridade competente. 
 Sociedade Empresária em Comum: Desprovida de personalidade jurídica, será decretada a falência de todos os sócios (Arts. 986 a 996 C.Civil).
 Empresário Rural: Somente estará sujeito à falência se for registrado na Junta Comercial, pois o Art. 971 do Código Civil concede o direito de escolher o regime de sua atividade (civil ou empresarial). 
 Empresário Individual Falecido: O pedido de quebra poderá ser intentado até um ano da morte do devedor (Art. 96, § 1º.). 
 Sociedade em Conta de Participação: A falência se dará em relação ao sócio ostensivo (registrado na Junta Comercial), sendo que o participante será considerado credor comum (deve habilitar o seu crédito). 
 Concessionários de Serviço Público: São empresas constituídas pela iniciativa privada e que atuam no mercado para prestar serviço público concedido pelo poder público. Se forem levadas à falência, perdem a concessão. 
A pessoa natural que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística não é considerada empresária, salvo quando constituir elemento de empresa (exploração de mão-de-obra de terceiros, por exemplo). 
Se houver sociedade entre estes profissionais, esta será considerada como sociedade simples (civil), registrada no Cartório das Pessoas Jurídicas (a sociedade será considerada empresária se utilizar mão-de-obra terceirizada na prestação de seu serviço principal ou possuir sócio meramente quotista). 
A rigor, as sociedades simples (civis)e os profissionais intelectuais estão sujeitos à insolvência civil (Arts. 955 a 965 do Código Civil e 748 a 795 do CPC). É um procedimento análogo ao falimentar, embora mais simplificado e não comporta recuperação do devedor insolvente, salvo se ficar provada a existência de elemento de empresa (impessoalidade na prestação do serviço fim ou remuneração de pessoa meramente capitalista). 
6.3. Ação Constitutiva Falimentar – Foro e Juízo: A insolvência empresarial contempla a pluralidade de pretensões, mas o patrimônio do devedor é uma unidade econômica (empresa). Razão pela qual, é incompatível o concurso de credores com uma eventual pluralidade jurisdicional. 
Os Arts. 71 e 75 § 1o do Código Civil dispõem que se a pessoa exercitar profissão em vários lugares, cada um será considerado como domicílio para as relações que lhe corresponderem (é o caso do empresário individual que tem mais de um estabelecimento) e, do mesmo modo, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos cada um será considerado seu domicílio.
 
Em se tratando de recuperação e da falência, a regra da autonomia do estabelecimento não prevalece, pois o juízo da insolvência é o centro dos principais interesses do devedor. Daí a vis attractiva do juízo da insolvência. 
A Lei 11.101/2005 fixou competência para o juiz do local onde o empresário tem o principal estabelecimento. Isso passa ter importância quando o empresário possui estabelecimentos situados em vários municípios ou estados, já que nas ações e execuções individuais o direito brasileiro contempla a teor. 
Materialmente, a competência é da Justiça Estadual, ou seja do Juiz de Direito. Geralmente, compete ao juízo cível e comercial, mas na organização judiciária de São Paulo existem as varas especializadas em direito falimentar. 
6.3. Tramitação de Ações Fora do Juízo Universal: 
 
 Reclamações Trabalhistas: A Constituição Federal estabelece que apenas a Justiça do Trabalho é competente para julgar os litígios trabalhistas (Art. 114). O Administrador Judicial deve ser intimado das ações trabalhistas em curso contra o devedor insolvente. Na verdade, a Justiça do Trabalho é competente para legitimar o crédito do trabalhador, após o que deve ser habilitado junto ao juízo falimentar. O juiz do trabalho pode mandar reservar, no juízo falimentar, a importância estimada em favor do reclamante (uma vez reconhecido será inscrito em definitivo). 
 Causas da União: Do mesmo modo, o Art. 109 da Constituição Federal fixa competência à Justiça Federal para julgar todo litígio que envolver a União, suas autarquias e empresas públicas, seja na condição de autoras, rés, opoentes, assistentes, em que participar a recuperanda ou massa falida. Depois de definido o crédito, deve ser habilitado no juízo universal da insolvência. 
 Créditos Tributários: As execuções fiscais não são atingidas pelo processo de insolvência empresarial, pouco importando se de recuperação ou de falência. 
 Devedor Autor: As ações ou execuções em que o devedor insolvente figurar como autor não serão atraídas ao juízo universal da insolvência, embora o autor seja substituído pelo Administrador Judicial. 
 Ações Personalíssimas (a exemplo de divórcio, nulidade do matrimônio, interdição, dissolução de união estável) prosseguirão nos juízos específicos, mas nada impede a concessão de medida liminar quando atingir interesses da massa falida ou de seus credores. 
7. RESPOSTA DO REQUERIDO (DEVEDOR). QUESTÕES PROCESSUAIS. QUESTÕES MATERIAIS.
7.1. Citação do Requerido (Devedor): A LRE não estabelece os meios de citação (a antiga lei determinava citação pessoal). 
O Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária, dispõe no Art. 247, I, obsta a citação postal (AR) nas ações de estado. 
O processo de falência visa alterar o estado de solvente para o de insolvente. 
Daí ser razoável sustentar a citação através de oficial de justiça (citação pessoal). Quando o devedor não for localizado, a citação será através de edital. 
7.2. Prazo para Defesa: Depois de citado, o devedor-empresário terá o prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa, podendo depositar a importância reclamada, afastando a presunção de falência por impontualidade ou por execução frustrada, ou requerer o benefício da recuperação, se for viável a conservação do seu empreendimento. A defesa se dará em dois níveis: 
 Questões Processuais (preliminares): Nulidade de citação, ilegitimidade ativa, ilegitimidade passiva, incompetência do juízo (absoluta ou relativa), prejudicialidade (pedido de recuperação), dentre outras alegações. 
 Questões Materiais (mérito): Pode alegar, por exemplo, a extinção do crédito (pagamento, compensação), falsidade do título, irregularidade do protesto, valor não superior a 40 salários mínimos – R$ 41.800,00- 2020 (falência requerida por impontualidade). 
Quando é requerida a falência do empresário com base na impontualidade ou na execução frustrada, o devedor pode (no prazo de contestação) fazer o depósito elisivo do valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção, juros e honorários advocatícios, descartando a possibilidade de decretação da falência. 
Além das defesas de ordem processual e de defesa material, pode também o requerido, na hipótese de pedido fundado na impontualidade (Art. 94, I, LRE) alegar o seguinte, sem prejuízo de outras razões: 
I- falsidade do título (material ou ideológica); 
II- prescrição (enquanto título de crédito executivo: duplicata, letra de câmbio, nota promissória, – 3 anos contra o sacado; cheque - 180 dias a contar do término da apresentação); 
III- nulidade da obrigação ou do título (nula ou anulável, conforme Art. 166 ss do C.Civil) 
IV- pagamento da dívida (pode provar mediante recibo, depósito bancário, contabilidade do credor, admitido o pagamento putativo, se feito de boa-fé); 
V- outro fato que extinga ou suspenda a obrigação ou não legitime a cobrança (encerramento regular da atividade há mais de 2 anos; não ser devedor empresário; título não vencido); 
VI- vício em protesto ou em seu instrumento (o devedor ou seu representante não foi intimado pessoalmente do protesto; protesto cancelado judicialmente). 
É possível, ainda, o requerido alegar compensação (se o empresário também possuir crédito materializado em título executivo judicial ou extrajudicial), novação (nova dívida contraída em substituição a anterior; surgimento de novo devedor; mudança de credor; pagamentos parciais), moratória (quando o credor concede dilação de prazo) ou consignação (judicial ou através de depósito bancário, quando há recusa do credor em receber o seu crédito, existência de dúvida quanto à legitimidade e outras controvérsias). 
A falência não será declarada se o empresário provar que apresentou pedido de recuperação judicial, mesmo que dentro do prazo da contestação.
7.3. Depósito Elisivo: O empresário pode realizar depósito acompanhado ou não de defesa (contestação). Se depositar e não contestar, o juiz mandará o credor levantar o seu crédito. Se depositar e contestar, o juiz apenas apreciará a legitimidade do crédito. 
Será inútil, no entanto, o depósito elisivo nas situações de insolvência por indícios legais. Pode até ser efetuado, mas não afastará (objetivamente) a presunção de insolvência. Assim, o devedor deve, necessariamente, contestar. Se a falência for decretada, o depósito será considerado como crédito da massa falida. Em face do pedido de falência o empresário, com ou sem depósito elisivo, pode contestar o feito. 
8. SENTENÇA DECRETATÓRIA. EFEITOS. MASSA FALIDA OBJETIVA. MASSA FALIDA SUBJETIVA. AÇÕES REVOCATÓRIAS. ÓRGÃOS DA FALÊNCIA.
8.1. Requisitos da Sentença Falimentar: De acordo com o Art. 99 LREF) deve observar, além dos requisitos comuns a todas as sentenças (relatório, fundamentação e dispositivo, art. 489 CPC): 
1) descrever a síntese do pedido 
2) identificar a empresa falida (sociedade falida), seus sócios e os administradores 
3) fixar o termo legal (alguns atos praticados até 90 dias antes do primeiro título protestado, do pedido de falênciaou do pedido de recuperação negado, serão considerados ineficazes) 
4) ordenar ao falido (administrador) que apresente a relação de credores (sob pena de desobediência) 
5) explicitará o prazo para habilitação de crédito (15 dias da publicação) 
6) ordenará a suspensão de todas as ações/execuções, salvo as situações específicas 
7) proibir a venda de ativo sem autorização judicial 
8) determinar as diligências necessárias 
9) decretar prisão preventiva (se for diagnosticado crime falimentar, o juiz deve comunicar dar ênfase ao Ministério Público para que, se assim entender, requerer a prisão preventiva junto ao juízo competente, conforme jurisprudência consolidada de que o juiz falimentar não pode decretar qualquer tipo de prisão) 
10) ordenar à Junta Comercial que inabilite o falido e seu administrador 
11) nomear o administrador judicial (preferencialmente advogado,contador, economista ou administrador de empresas) 
12) ordenará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informe a existência de bens e direitos 
13) pronunciar acerca da continuidade (provisória) da empresa 
14) determinará a convocação da assembléia de geral credores para constituição do comitê de credores 
15) ordenará a intimação do Ministério Público 
16) determinar a comunicação (por carta) às Fazendas Públicas 
17) ordenar a publicação da sentença decretatória 
Não sendo procedente o pedido de falência, o juiz deverá prolatar sentença denegatória, devendo dar a mesma publicidade para evitar a degradação da imagem do empresário e de sua empresa. 
Em caso de sentença decretatória, o falido pode interpor agravo de instrumento, no prazo de (10 dias, a contar da publicação). 
Se for denegatória, caberá apelação (15 dias, a contar da publicação), destacando-se os Arts. 508 e 513 a 521 do CPC. 
O juiz condenará quem por dolo requerer falência, julgada improcedente, apurando o quantum em liquidação de sentença. Se a conduta do requerente for culposa ou causar lesão a terceiros o pedido será apreciado em ação própria (Art. 101 LREF). 
8.2. Efeitos da Sentença Falimentar: A Sentença Decretatória produz os seguintes efeitos (Arts. 99, 102 a 128 LREF): 
 Formação da Massa Falida OBJETIVA: Conjunto de bens e direitos do falido para alienação e pagamento aos credores do falido. 
 Formação da Massa Falida SUBJETIVA: Formada por todos os credores tempestivamente habilitados. 
 Suspensão das Ações contra o Falido: Se for sociedade limitada não atingirá aos sócios, salvo nas hipóteses de desconsideração da pessoa jurídica. 
 Suspensão dos Juros: As dívidas vencidas serão atualizadas até a data da decretação, não fluindo mais juros doravante. 
 Exigibilidade Antecipada dos Créditos: Os créditos serão desagiados (retirada dos juros projetados até os vencimentos). 
 Arrecadação dos Bens do Devedor: O administrador judicial deve promover a arrecadação de todos os bens do falido, excetos os impenhoráveis: provisões, alimentos e combustíveis para 30 dias; o anel nupcial e os retratos de família; salários/vencimentos; seguro de vida; imóvel residencial. 
 Inabilitação Temporária, inclusive para administrar outra empresa: do falido ou do administrador, no caso de sociedade limitada, até a sentença extintiva de suas obrigações. Havendo condenação criminal a reabilitação somente ocorre após cinco anos do término da execução penal. 
 Proibição do Falido Ausentar-se da Comarca: falido ou seu administrador (em caso de sociedade empresária). 
 Imposição de Deveres ao Falido de Prestar Esclarecimentos (ou ao seu administrador). 
 Poder Negocial do Administrador Judicial: Que pode optar pela resolução (extinção) dos contratos ou dar continuidade, autorizado pelo Comitê de Credores. 
 Ineficácia de Certos Atos: O juiz pode considerar até 90 dias do pedido de falência, do pedido de recuperação ou do 1º título protestado – o que for mais remoto, sendo ineficazes certos atos praticados dentro do termo legal, de acordo com o Art. 129 LREF). A renúncia a herança ou doação até 02 (dois) anos da decretação da falência também perdem a eficácia. Do mesmo modo, a venda não consentida de estabelecimento. 
 Prisão Preventiva do Falido ou do Administrador: Consolidada na jurisprudência, inclusive em recursos junto ao STJ e ao STF, não pode o juiz falimentar decretar a prisão preventiva do falido. Assim, havendo fortes indícios de prática criminal e a possibilidade de comprometer a punibilidade, o juiz deve informar com urgência ao Ministério Público para a adoção das medidas que julgar necessárias.
 
 Nomeação do Administrador Judicial: No ato da decretação, o juiz deve nomear administrador judicial, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador (Art. 21 LRE). Pode ser nomeada pessoa jurídica especializada. 
A sentença decretatória impõe restrições ao falido e aos seus administradores, indisponibiliza os seus bens e afeta os contratos do falido. O Arts. 115 a 128 tratam da solução dos contratos do falido com terceiros.
Os contratos bilateriais (direitos e deveres recíprocos) não são resolvidos pela falência, podendo ser cumpridos pelo administrador judicial (mediante autorização do Comitê de Credores) se a continuidade for mais benéfica para a massa falida. O interessado pode interpelar o administrador, no prazo de 90 dias a contar da nomeação deste para que, dentro de 10 dias, declare se vai cumprir ou não o contrato. A declaração negativa ou o silêncio confere ao contratante direito à indenização, apurado em processo ordinário (perante o juízo falimentar), constituindo-se em crédito quirografário (Art. 117 LRE). 
Os contratos unilaterais (quando o falido é devedor) serão cumpridos se for reduzir ou evitar o aumento do passivo (Art. 118 LRE).
 
Em caso de compra realizada pelo falido antes do requerimento da falência, o vendedor não pode obstar a entrega se a mercadoria expedida (em trânsito) tiver sido revendida, sem fraude, à vista das faturas e de conhecimentos (Art. 119, I, LRE). 
Se o falido tiver vendido coisas compostas e o administrador resolver pela não continuidade, poderá o comprador devolver as coisas recebidas e requerer perdas e danos (Art. 119, II, LRE). 
Coisas adquiridas com reserva de domínio faculta ao administrador, ouvindo o Comitê de Credores, optar pela devolução da coisa, exigindo a devolução das quantias pagas (Art. 119, IV, LRE). 
A falência do locador não resolve o contrato de locação, mas a falência do locatário autoriza ao administrador judicial denunciar a locação (Art. 119, VII, LRE). 
Os mandatos conferidos pelo falido serão extintos, exceto os judiciais (para advogados), cabendo ao mandatário prestar contas ao administrador judicial (Art. 120 LRE). 
Enfim, a LRE estabelece algumas possibilidades de solução dos contratos firmado pelo falido (antes da decretação de sua falência), bem como a continuidade ou não pelo administrador da Massa Falida (se for mais favorável a esta). 
8.3. Ações Revocatórias: A partir da decretação da falência, como vimos, os bens e direitos do falido passam a integrar a massa falida objetiva para solução dos créditos verificados (massa falida subjetiva). Por essa razão, é cabível o reconhecimento da ineficácia ou a revogação de certos atos prejudiciais à massa falida, através da ação revocatória. Temos dois grupos de ações revocatórias: 
 Revocatória lato senso: Para reconhecimento da ineficácia de certos atos, sem a necessidade de revogá-los ou invalidá-los, nem tampouco se faz necessário provar sobre a má-fé do falido ou de terceiro. Basta demonstrar prejuízo para a massa falida (Art.129 da LRE): i) dentro do termo legal: pagamento de dívidas não vencidas; pagamento de dívidas por meio diverso do convencionado; constituição de garantia real de dívidas contraídas anteriormente; ii) no biênio anterior à decretação: atos gratuitos ou renúncia de herança/legado; iii) c) venda de estabelecimento sem o consentimento dos credores; iv) pós decretação da falência: registros de direitos reais e de transferênciade propriedade entre vivos, ou averbação, salvo prenotação. O reconhecimento de ineficácia (Art. 129 da LRE) pode ser declarado de ofício pelo juiz ou mediante provocação no curso da ação falimentar, em ação própria ou incidental. 
 Revocatória stricto senso: Destina-se a invalidar atos praticados com intuito fraudulento e de efetivo dano à massa falida. Visa, portanto, a revogação (invalidade) de atos praticados pelo falido antes da decretação da falência, conforme disposto no Art. 132 da LRE. Pode ser promovida pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos da decretação da falência, ainda que o processo falimentar tenha ultimado (Art. 132). . 
Em qualquer caso, ineficácia ou invalidação, a sentença revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida, com todos os acessórios, ou valor de mercado, acrescido das perdas e danos (Art. 136). Da sentença cabe apelação. 
8.4. Órgãos da Falência: A estrutura da falência é composta dos seguintes órgãos: 
 Juiz: Autoridade máxima, que julga todas as controvérsias. 
 Ministério Público: Fiscaliza a legalidade e defende o interesse público e social. 
 Administrador Judicial: Administra a empresa falida; arrecada os bens; nomeia peritos, advogados, avaliadores; realiza o ativo, presta contas ao Juiz (o administrador não pode ser cônjuge/companheiro ou ter vínculo parentesco até o 3o grau com o falido ou os administradores da sociedade, nem ser amigo íntimo, inimigo, ou dependente; também é impedido a pessoa que, nos últimos 5 anos, no exercício de cargo de administrador ou membro do Comitê de Credores, foi destituído, não prestou contas ou teve estas rejeitadas). Tem direito à remuneração, fixada pelo juiz, até 5% do ativo realizado (o juiz deve reservar 40% para pagamento após a prestação de contas final). Pode ser destituído quando descumprir deveres, for omisso, ser negligente, imprudente, podendo responder pelos prejuízos que causar à massa falida. 
 Comitê de Credores: Composto de 4 membros, sendo 3 eleitos pela Assembléia-Geral de Credores (1 representante dos trabalhadores, 1 dos credores reais e com privilégios especiais, 1 dos credores quirografários/sem garantias e com privilégios gerais); 1 representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 suplentes (incluído pela LC 147/2014). O Comitê de Credores deve fiscalizar as atividades e aprovar as contas do Administrador Judicial. Os mesmos critérios de impedimento e destituição relativos ao administrador judicial são aplicáveis aos membros do Comitê de Credores. 
 Assembléia-Geral de Credores: Deliberar sobre realização alternativa do ativo, além de matérias relevantes, constituir o comitê de credores. 
 Falido/Administrador(es) do Falido: Embora afastado(s) da gestão empresarial, tem o papel de auxiliar o administrador judicial e prestar os esclarecimentos necessários. O falido e seu(s) administrador(es) pode(m) exercer a defesa de seus interesses específicos (Art. 103, § único, LRE). 
 Peritos, Avaliadores e Advogados: Terão a remuneração fixada pelo Juiz, de acordo com a complexidade do serviço prestado.

Continue navegando