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Câncer de pulmão Neoplasias Os órgãos do corpo são compostos por dois tipos de tecido: Parênquima – células do parênquima representam os componentes funcionais do órgão As células do parênquima de uma neoplasia determinam seu comportamento e são o componente para o qual a neoplasia é denominada Estroma (tecido de suporte) – inclui a matriz extracelular e o tecido conjuntivo que circunda as células do parênquima Terminologia Neoplasia – crescimento desordenado de células do organismo Pode ser: Benigna – contém células bem diferenciadas agrupada em conjunto em uma massa única; não causa a morte a menos que sua localização ou tamanho interfira nas funções vitais Maligna – menos diferenciadas e têm a capacidade de se desprender e entrar no sistema circulatório ou linfático, formando neoplasias malignas secundárias em outros locais do organismo Neoplasias malignas Invadem e destroem o tecido circundante e se propagam para outras partes do corpo Tendem a crescer rapidamente e se disseminar; têm potencial para causar a morte Devido a alta taxa de crescimento, podem comprimir vasos sanguíneos e comprometer o suprimento sanguíneo, causando isquemia e lesão tecidual Duas categorias de neoplasia maligna: Neoplasias sólidas – inicialmente se mantêm confinadas a um tecido ou órgão específico, à medida que progride o crescimento, as células se separam da massa e invadem o tecido circundante e penetram nos sistemas de vasos sanguíneos e linfáticos para se disseminarem para locais distantes (metástase) Câncer hematológico – envolve células normalmente encontradas no sangue e na linfa, tornando-os condições disseminadas desde o inicio Carcinoma in situ é uma lesão pré-invasiva localizada, geralmente podem ser removidas cirurgicamente ou tratadas Características de células cancerígenas Proliferação rápida e anormal e perda de diferenciação A perda da capacidade de diferenciação significa que não apresentam as características e propriedades normais de células diferenciadas, sendo assim, mais semelhantes às células embrionárias Essas características estão associadas a uma série de outras alterações: Instabilidade genética Mutações não corrigidas em células normais são raras, devido aos inúmeros mecanismos celulares capazes de impedi-las Acredita-se que as células cancerígenas tenham um ‘’fenótipo de mutação’’ com instabilidade genética, que contribui para o desenvolvimento e progressão do câncer Bases genéticas e moleculares do câncer A patogênese molecular da maioria dos cânceres se origina a partir de um dano genético ou mutação Fatores epigenéticos que envolvem o silenciamento de um gene ou mais genes também podem estar envolvidos Genes associados ao câncer Pode ser classificada em duas grandes categorias: com base no fato de hiperatividade ou hipoatividade de um gene aumentar o risco de câncer A hiperatividade do gene envolve proto-oncogenes, que são genes normais que se tornar oncogenes causadores de câncer quando sofrem mutação Os proto-oncogenes codificam proteínas celulares normais, como fatores de crescimento, receptores de fator de crescimento, moléculas de sinalização de fator de crescimento e fatores de transcrição que promovem o crescimento celular A hipoatividade do gene inclui os genes supressores de neoplasia, que, por serem menos ativos, criam um ambiente que promove o desenvolvimento do câncer Incluem o gene do retinoblastoma (RB), que normalmente impede a divisão celular, e o gene TP53, que normalmente se torna ativo em células com DNA danificados para iniciar apoptose Perda de atividade de RB = acelera o ciclo celular a aumenta a proliferação; inatividade de TP53 = aumenta a sobrevivência de células com DNA danificado Carcinogênese Agentes carcinogênicos (causadores de câncer) transformam células normais em células cancerígenas em etapas, que podem ser divididas em três estágios: Iniciação, promoção e progressão Iniciação Exposição das células a um agente carcinogênico, fazendo-as vulneráveis à transformação cancerígena Os agentes carcinogênicos podem ser químicos, físicos e biológicos ou produzir alterações irreversíveis no genoma de uma célula, previamente normal As células mais sensíveis a alterações mutagênicas são aquelas que estão em síntese ativa de DNA Promoção Viabiliza o crescimento exponencial de células, desencadeado por vários fatores de crescimento e químicos É reversível se a substância promotora for removida Muitos carcinógenos químicos são chamados de carcinógenos completos, pois podem iniciar e promover a transformação neoplásica Progressão Última etapa e se manifesta quando as células neoplásicas adquirem alterações fenotípicas malignas que promovem invasão, competência metastática, tendência de crescimento autônomo e maior instabilidade do cariótipo Carcinógenos químicos Carcinógeno = agente capaz de causar câncer Carcinógenos químicos são divididos em dois grupos: Agentes de reação direta, que não necessitam de ativação no organismo para se tornaram cancerígenos Agentes de reação indireta, chamados pro-carcinogênicos ou iniciadores, que se tornam ativos somente após uma conversão metabólica Os iniciadores de ação direta formam espécies altamente reativas que se ligam a resíduos nucleofílicos no DNA, RNA ou nas proteínas celulares A ação dessas espécies reativas tende a causar mutação celular ou alterações na síntese de enzimas e proteínas estruturais, de modo que altera a replicação celular e interfere nos controles reguladores O potencial carcinogênico de alguns produtos químicos é aumentado por agentes chamados promotores, que, isoladamente, têm pouca ou nenhuma capacidade de causar câncer Os promotores exercem seu efeito alterando a expressão do material genético de uma célula, aumentando a síntese de DNA, incrementando a amplificação do gene e alteração a comunicação intercelular A fumaça do cigarro contém tanto substâncias pró-carcinogênicas quanto promotoras Está diretamente associada ao desenvolvimento de câncer de pulmão e de laringe Câncer de pulmão Causa principal de morte por neoplasias malignas entre homens e mulheres americanos, nos quais a média de idade por ocasião do diagnóstico é de 71 anos O tabagismo causa mais de 80% dos casos de câncer de pulmão Além do tabagismo e de riscos industriais, também há indícios Subtipos histológicos e patogênese 95% dos tumores pulmonares primários é de carcinomas originados dos tecidos pulmonares 5% constituem um grupo diverso que inclui tumores carcinoides brônquicos, tumores das glândulas brônquicas, fibrossarcomas e linfomas O pulmão também é um órgão acometido frequentemente por metástases de cânceres originados em outras partes do corpo Os tumores começam como diminutas lesões da mucosa, que podem ter um dentre vários padrões de crescimento As lesões podem formar massas intraluminares que invadem a mucosa brônquica e infiltram os tecidos conjuntivos peribrônquicos, ou podem produzir massas volumosas que se estendem aos tecidos pulmonares adjacentes Alguns tumores volumosos sofrem necrose central e desenvolvem áreas localizadas de hemorragia, enquanto outros invadem a cavidade pleural e a parede torácica e espalham-se para as estruturas intratorácicas adjacentes Todos os tipos de câncer, especialmente o de células pequenas, têm condições de sintetizar produtos bioativos e causar síndromes paraneoplásicas Essas síndromes são resultado da produção ectópica de peptídios hormonais pelo tumor ou da formação de anticorpos liberados em resposta ao tumor As síndromes paraneoplásicas têm etiologia endócrina, neurológica e/ou imune O câncer de pulmão é subdividido em quatro grupos principais Carcinoma espinocelular (25 a 40%) Adenocarcinoma (20 a 40%) Carcinoma de células pequenas (20 a 25%) Carcinoma de células grandes (10 a 15%) Com as finalidades de estadiamento e tratamento, os cânceres pulmonares geralmente são subclassificados em CPPC e CPCNP A razão para essa classificação era que a maioria dos CPPC já tinha metástases por ocasião do diagnóstico e, consequentemente, não podia ser tratada cirurgicamente Cânceres pulmonares de células pequenas Tipo celular distintivo: células redondas ou ovais pequenas que têm dimensões semelhantes ao tamanho de um linfócito As células proliferam em grupos, que não demonstra organização glandular ou escamosa Exames de microscopia eletrônica revelam a existência de grânulos neurossecretórios em algumas células do tumor Esse grânulos sugerem a possibilidade de que alguns desses tumores secretem hormônios polipeptídicos Marcadores neuroendócrinos, como enolase específica dos neurônios, peptídio semelhante ao paratormônio e outros produtos hormonais ativos, sugerem que esses tumores possam ter origem nas células neuroendócrinas do epitélio brônquico Esse tipo de célula está diretamente associado ao tabagismo e raramente é observado em indivíduos que nunca fumaram São altamente malignos e tendem a causar infiltrados difusos, disseminam em estágios precoces e raramente são operáveis Metástases cerebrais são especialmente comuns e estas podem ser as primeiras manifestações do tumor Está associado a várias síndromes paraneoplásicas como: Síndrome de secreção inadequada de hormônio antidiurético Síndrome de Cushing associada à secreção ectópica de hormônio adrenocorticotrófico Síndrome de Eaton-Lambert Carcinoma espinocelular Mais comumente nos homens e está associado com a história de tabagismo Tende a originar-se dos brônquios centrais na forma de uma proliferação intraluminar e, deste modo, pode ser diagnosticado mais precocemente por exame citológico do escarro que os outros tipos de câncer do pulmão Busca disseminar-se centralmente aos brônquios primários e aos linfonodos hilares e, nos estágios mais avançados que com os outros cânceres broncogênicos, espalha-se para fora do tórax Associado a síndromes paraneoplásicas que causam hipercalcemia Adenocarcinoma Tipo mais comum nos EUA Mais comuns nas mulheres e em indivíduos que não fumam Podem originar-se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão Tendem a se localizar mais perifericamente que os carcinomas espinocelulares e, em alguns casos, estão associados a áreas de retração fibrótica Essas áreas podem ser ocasionadas por infartos antigos, corpos estranhos metálicos, feridas e infecções granulomatosa, inclusive tuberculose Tem prognóstico mais desfavorável que os carcinomas espinocelulares nos estágios correspondentes Carcinoma de células grandes Células poligonais volumosas Constituem um grupo de neoplasias altamente anaplásicas e difíceis de classificar como carcinomas espinocelulares ou adenocarcinoma Tendem a ocorrer na periferia dos pulmões e invadir brônquios segmentares e vias respiratórias mais calibrosas Tem prognóstico desfavorável, em razão de sua tendência a produzir focos metastáticos em estágios iniciais de sua evolução Manifestações clínicas Divididas em três grupos: 1. Atribuídas ao envolvimento do pulmão e das estruturas adjacentes 2. Efeitos da disseminação local e das metástases 3. Manifestações paraneoplásicas não metastáticas envolvendo as funções endócrinas, neurológicas e dos tecidos conjuntivos Causam sinais e sintomas inespecíficos como anorexia e emagrecimento Muitos pacientes que se apresentam com indícios de um câncer de pulmão já têm metástases Locais afetados mais comumente: encéfalo, ossos e fígado Algumas manifestações clínicas resultam da irritação local e da obstrução das vias respiratórias, assim como da invasão do mediastino e do espaço pleural As primeiras queixas são tosse crônica, dispneia e sibilos causados por irritação e obstrução das vias respiratórias Hemoptise acontece quando a lesão provoca erosão dos vasos sanguíneos Os receptores de dor do tórax estão limitados a pleura parietal, mediastino, grandes vasos sanguíneos e fibras vagais aferentes peribrônquicas Dor retroesternal difusa, intermitente e mal localizada é comum com os tumores que invadem o mediastino A dor torna-se persistente, localizada e mais grave quando a doença invade a pleura Os tumores que invadem o mediastino podem causar rouquidão secundária ao envolvimento do nervo laríngeo recorrente e dificuldade de deglutir em consequência da compressão do esôfago Uma complicação rara conhecida como síndrome da veia cava superior ocorre em alguns pacientes com invasão tumoral do mediastino A interrupção do fluxo sanguíneo desse vaso geralmente é causada pela compressão pelo tumor ou linfonodos afetados A síndrome pode interferir na drenagem venosa da cabeça, do pescoço e da parede torácica O prognóstico é determinado pela velocidade com que a síndrome se desenvolve e pela adequação da circulação colateral Tumores adjacentes à pleura visceral geralmente causam derrames pleurais insidiosos Esse derrame pode comprimir o pulmão e causar atelectasia e dispneia, mas tem menos tendência a causar febre, atrito pleural ou dor que os derrames pleurais resultantes de outras etiologias
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