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Metabolismo anaeróbico DE CARBOIDRATOS CONCEITOS BÁSICOS Metabolismo Conjunto de reações químicas que ocorrem num organismo vivo com o fim de promover a satisfação de suas necessidades energéticas Possui quatro funções específicas: 1. Obter energia química pela degradação de nutrientes 2. Converter as moléculas dos nutrientes em unidades precursoras das macromoléculas 3. Organizar estas unidades em polímeros 4. Sintetizar e degradar biomoléculas Uma série de reações relacionadas forma uma via metabólica: 𝐴 → 𝐵 → 𝐶 → 𝐷 Catabolismo – conjunto de vias metabólicas produtoras de energia e degradam biomoléculas Anabolismo – conjunto de vias metabólicas que gastam energia para sintetizar biomoléculas As vias metabólicas são independentes, mas coordenadas. A regulação das enzimas regula o metabolismo Energia Os carboidratos, lipídeos e proteínas são produtos de alto conteúdo energético ingerido pelos animais. Seguem rotas metabólicas diferentes para produzir compostos essenciais para a vida Importância da glicose Durante a glicólise, é quebrada em piruvato. Oxidação completa – 2840kJ/mol (180g) Fácil de estocar – glicogênio e amido Versátil – aminoácidos, ácidos graxos, nucleotídeos intermediários metabólicos Produzida por organismos fotossintéticos Glicólise e suas fases Conjunto de reações enzimáticas que levam à degradação de uma molécula de glicose em duas moléculas de piruvato Ocorre no citoplasma, composta por 10 reações divididas em duas fases: fase preparatória e fase de pagamento. Gera um saldo de 2 ATP e 2 NADH Fase preparatória 1. Há a fosforilação da glicose, transformando-a em Glicose 6-fosfato. 2. Formação de frutose 6-fosfato 3. Fosforilação da frutose 6-fosfato, tornando-se frutose 1,6-difosfato. 4. Ocorre a quebra dessa estrutura, formando dois compostos: um gliceraldeído 3-fosfato e uma dihidroxicetona fosfato (DHAP). 5. Fase de pagamento 1. Há a fosforilação do gliceraldeído 3- fosfato por um fosfato inorgânico, formando o 1,3-difosfoglicerato, e participação de 2 𝑁𝐴𝐷+, tornando-se 2 NADH 2. Há desfosforilação do 1,3-difosfoglicerato em 3-fosfoglicerato, gerando 2 ATPs 3. Altera-se o local de ligação do fosfato para 2-fosfoglicerato 4. Com liberação de duas moléculas de água, forma-se o fosfoenolpiruvato. 5. E com uma desfosforilação final, ocorre a formação de 2 moléculas de ácido pirúvico (piruvato) e gera mais 2 moléculas de ATP 6. Detalhamento das fases Antes de iniciar a glicólise, a proteína GLUT permite a entrada da glicose na célula. 1. Fosforilação da glicose em glicose 6-fosfato pela hexoquinase, com participação do íon magnésio. Essa enzima é regulada alostericamente pelo produto: se há muita glicose 6-fosfato, ela se liga na hexoquinase, diminuindo a atividade dessa enzima. a. As cargas + da enzima estabilizam as – do fosfato, então um grupo hidroxila ataca o ATP, “roubando” um fosfato e liberando o ADP. b. A fosforilação assegura que a glicose vai ficar dentro da célula, pois a glicose 6- fosfato não é mais reconhecida pela GLUT. c. A fosforilação não é exclusiva da glicólise, também acontece na glicogênese e na via das pentoses. Hexoquinase X Glicoquinase 2. Transformação da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato pela Fosfoglicose isomerase, com participação do íon magnésio. Esse processo garante a simetria da molécula para a quebra depois 3. Fosforilação da frutose 6-fosfato em frutose-1,6- difosfato pela fosfofrutoquinase 1 com participação do magnésio de novo. A partir daqui, a reação com certeza é a glicólise, pois agora é metabolicamente irreversível. Além disso, agora a molécula está completamente simétrica. a. Fosfofrutoquinase 1: catalisa a reação irreversível da frutose-1,6-bifosfato. Pode ser regulada pelo nível de energia da célula: se tem muito AMP e ADP, ela atua bastante; se tem muito ATP, ele inativa a enzima. Pode ser inibida alostericamente pelo citrato b. No fígado, tem uma possibilidade a mais de regulação da PFK-1, a frutose-2,6- bifosfato. c. Frutose-2,6-bifosfato: não é um intermediário da glicólise, é uma molécula reguladora para regular a glicólise. Ativa a fosfofrutoquinase 1 4. Quebra da frutose-1,6-bifosfato em dihidroxicetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato pela aldolase 5. Transformação da dihidroxicetona-fosfato em gliceraldeído-3-fosfato pela triose fosfato isomerase. A glicólise continua com duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato. 6. Fosforilação do gliceraldeído-3-fosfato por um fosfato inorgânico (livre), formando o 1,3- bifosfoglicerato, e formação de NADH (oxidação) pela gliceraldeído 3P desidrogenase. 7. Ocorre doação de fosfato do substrato (1,3- difosfoglicerato) para o ADP pela fosfoglicerato quinase, gerando 3-fosfoglicerato e ATP. 8. Alteração do local de ligação do fosfato da 3- fosfoglicerato para 2-fosfoglicerato pela fosfoglicerato mutase em conjunto com o íon magnésio. 9. Ocorre liberação de água do 2-fosfoglicerato pela ação da enolase, gerando fosfoenolpiruvato para facilitar a saída do fosfato da molécula, rodeado por uma carga negativa e uma ligação dupla 10. Outra doação de fosfato do substrato (agora o fosfoenolpiruvato) para o ADP pelo piruvato quinase com participação de íons potássio e magnésio, gerando piruvato e ATP. a. Piruvato quinase: alostericamente ativada por frutose-1,6-bifosfato; alostericamente inativada por indicadores de alta energia (ATP, Acetil-CoA e ácidos graxos de cadeia longa, alanina). Rendimento da glicólise Resumo da reação de glicólise Gasto de 2 ATP e geração de 4 ATP + 2 NADH, além de 2 ácidos pirúvicos. Caso a glicose fosse diretamente transformada em piruvato, haveria muita perda de energia, provavelmente em forma de calor. A energia é preservada em outras moléculas Fase preparatória: gasto de 2 ATP (1º e 3º reação – hexoquinase e fosfofrutoquinase 1) Fase de pagamento: produção de 4 ATP (7º e 10º reação – fosfoglicerato quinase e piruvato quinase) Resultado da glicólise: quebra da glicose em duas moléculas de piruvato, fosforilação de 2 ADPs a 2 ATPs e transferência de elétrons e íons hidrogênio para 2 NAD+, formando 2 NADH Os NADH seguem para serem usados na etapa da cadeia respiratória, no processo de respiração celular. O ATP segue para ser utilizado pela célula, principalmente no processo de contração muscular. Destinos do piruvato Pode ser convertido em: 1. Acetil-CoA (respiração aeróbica) – 30/32 ATP 2. Lactato (fermentação lática) – 2 ATP 3. Etanol (fermentação alcóolica em bactérias e levedurar) – 2 ATP Quando há oxigênio, o piruvato entra na mitocôndria e se transforma em Acetil-CoA, participando do Ciclo do ácido cítrico (de Krebs) Descarboxilação oxidativa 1. Piruvato – AcetilCoA 2. Ligação entre a glicólise e o ciclo de Krebs 3. Geração de 2 moléculas de CO2 e 2 moléculas de NADH 4. Complexo piruvato desidrogenase: enzima formada por 3 tipos de enzima que realizam as seguintes etapas: descarboxilação oxidativa do piruvato – transferência de acetila à CoA – regeneração da lipoamida oxidada Importância da vitamina B1 – começa o processo de transformação do piruvato em Acetil-CoA Béri-béri: hipovitaminose de B1 (tiamina) Regulação da piruvato desidrogenase: excesso de ATP inativa, enquanto que a falta dele a ativa Fermentação lática: oxidação do piruvato na ausência de oxigênio pela lactato desidrogenase e do uso de um NADH e liberação de NAD+. 1. 2. Fermentação alcoólica (bactérias e leveduras): oxidação do piruvato na ausência de oxigênio. 1. Piruvato vira acetaldeído pela piruvato descaboxilase, com liberação de um CO2 e adição de umhidrogênio livre 2. Acetaldeído vira etanol pela álcool desidrogenase com o uso de um NADH 3. Fermentação no contexto fisiológico Eritrócitos (hemácias) – células que perdem seu núcleo e mitocôndrias durante o processo de maturação. Sem mitocôndrias – sem respiração aeróbica. A fermentação é a principal fonte de energia. Contração muscular – miócitos são especializados em gerar ATP como fonte imediata de energia. 1. No MEE em repouso, os combustíveis são ácidos graxos livres e corpos cetônicos, gerando Acetil-CoA e fazendo respiração aeróbica. 2. No MEE em contração rápida, os combustíveis são glicose e glicogênio, produzindo lactato pela ausência de oxigênio suficiente. A demanda de ATP é alta e o fluxo sanguíneo não é suficiente para suprir ela. 3. O aumento de lactato gera a diminuição do pH, diminuindo a eficiência do músculo. Assim, o lactato é processado no fígado (Ciclo de Cori) Hipóxia – quantidade insuficiente de oxigênio transportado para os tecidos do corpo. Sepse – resposta inflamatória sistêmica – hipoperfusão (não há oxigênio suficiente). 1. Células tumorais – nelas, o consumo de glicose pode ser até 10x maior. 1. Células que se desenvolvem em condição de hipóxia 2. Aumentam a captação e o consumo de glicose 3. Adaptam-se a condição de baixo pH 4. A taxa de glicólise está relacionada com agressividade do tumor 5. HIF 1 – fator de transcrição induzido por hipóxia: aumenta a síntese de enzimas glicolíticas 6. Destino dos outros carboidratos ingeridos Enzimas para cada oligossacarídeo: 1. Isomaltose – isomaltase – glicose 2. Maltose – maltase – glicose 3. Trealose – trealase – glicose 4. Lactose – lactase – glicose + galactose 5. Sacarose – sacarase – glicose + frutose 6. Caminho da frutose: 1. Fosforilada a frutose-1-fosfato 2. Quebrada em: Gliceraldeído: convertido em glicerol para a síntese de triacilglicerídeos ou pode ser fosforilado, transformando-se em gliceraldeído-3-fosfato e seguindo pela glicólise Diidroxicetona-fosfato: transformada em gliceraldeído-3-fosfato pela triose fosfato isomerase e segue na via glicolítica.. Caminho da galactose: 1. Fosforilada em galactose-1-fosfato 2. Transformada em glicose-1-fosfato 3. Uma isomerase transformará a glicose-1- fosfato em glicose-6-fosfato pela fosfoglicomutase, seguindo na glicólise Alimentação, glicogênio e gliconeogênese – glicose Glicogênio: 1. Fígado: manutenção da glicemia. Glicose único alimento usado pelo cérebro 2. Músculo: fonte de energia para atividade repentina. Fornece energia na ausência de oxigênio 3. Degradação controlada de glicogênio libera glicose e aumenta a quantidade dela disponível entre as refeições. 4. Serve como um tampão para manter os níveis sanguíneos de glicose 5. Diferente dos ácidos graxos, a glicose pode suprir a atividade anaeróbia. Glicogenólise – quebra do glicogênio 1. Liberação da glicose-1-fosfato do glicogênio pela glicogênio fosforilase (a glicose liberada já tem um fosfato sem a quebra de um ATP), sendo posteriormente transformada em glicose- 6-fosfato e seguindo na glicólise A glicogênio fosforilase quebra ligações α1-4 e para de funcionar a 4 glicoses de um ponto de ramificação A transferase pega as 3 glicoses da ramificação e transfere para a ponta não redutora. A α1-6-glicosidase (enzima desramificadora) quebra a ligação da ramificação do glicogênio, possibilitando a formação de um polissacarídeo linear com ligações α1-4. 2. Remodelação do glicogênio 3. Isomerização em glicose-6-fosfato pela a fosfoglicomutase. 4. Metabolismo do glicogênio 1. Via de sinalização por glucagon/epinefrina (adrenalina) Ativa uma cascata de sinalização intracelular Ativa a glicogênio fosforilase No fígado há diminuição da glicólise, pois ele supre todo o organismo. Mas no músculo há um aumento da glicólise, pois todo o glicogênio quebrado será consumido para a geração de energia.
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