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METABOLISMO ANAERÓBICO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO: todas as reações que acontecem no organismo, uma vez que os seres vivos necessitam continuamente de energia p/ diversas funções biológicas. Os organismos são classificados quanto ao mecanismo de obtenção de energia de duas formas: - FOTOTRÓFICOS: energia luminosa é transformada em energia química pela fotossíntese (bactérias verdes e púrpuras, algas e plantas); - QUIMIOTRÓFICOS: obtém energia oxidando compostos inorgânicos (nitrogênio, ferro e enxofre) - micro-organismos - e orgânicos - humanos e animais. HIDRÓLISE DO AMIDO: ɑ-amilase salivar hidrolisa parcialmente o amido durante a mastigação e a ɑ-amilase pancreática hidrolisa o amido no duodeno liberando maltose e dextrina. DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS: a hidrólise da maltose, dextrina, sacarose e lactose é realizada pelas enzimas presentes na superfície das células do intestino delgado. ABSORÇÃO E TRANSPORTE DE CARBOIDRATOS: a D-glicose, D-frutose, D-galactose absorvidas pelas células intestinais são transportadas p/ a circulação pela veia porta, por meio do transportador de membrana GLUT2. O hormônio insulina promove a entrada da glicose nas células e reduz a taxa de glicose no sangue. METABOLISMO ANAERÓBICO DE CARBOIDRATOS: 1) VIA GLICOLÍTICA/GLICÓLISE/SEQUÊNCIA DE EMBDEN MEYHORF: é a principal via de obtenção de energia (ATP) nos músculos esqueléticos a partir de glicose, ocorre no citosol (líquido que preenche o citoplasma), na ausência de oxigênio. DESTINOS DO PIRUVATO: lactato ( tecido muscular, bactérias láticas), acetil Coa (ciclo de Krebs) e etanol + gás carbônico (leveduras). - ATP formado pode ser utilizado p/ contração muscular, síntese e degradação de compostos, manutenção da T(°C) corporal, entre outros. ETAPAS DA VIA GLICOLÍTICA: 1ª FASE → PREPARATÓRIA: p/ cada molécula de glicose são consumidas 2 moléculas de ATP p/ oxidá-la. 1ª reação → fosforilação da glicose p/ produzir glicose-6-P, com gasto de ATP; 2ª reação→ isomerização da glicose 6P, catalisada pela Fosfoglicose Isomerase; Glicose-6-fosfato´é um intermediário. 3ª reação → adição de + 1 grupo fosfato na frutose 6-fosfato, catalisada pela Fosfofrutoquinase; - A reação é irreversível; - A fosfofrutoquinase é uma enzima alostérica (o excesso de ác. cítrico inibe a enzima); - A reação é um sítio importante da regulação metabólica. 4ª reação → aldolase hidrolisa a frutose 1,6-difosfato em duas trioses fosfato; 5ª reação → a triose dihidroxiacetona-fosfato pode ser isomerizada p/ gliceraldeído 3-fosfato; pela triose-fosfato isomerase. Até esta etapa da da Via Glicolítica uma molécula de glicose (6 C) foi transformada em 2 trioses na forma de gliceraldeído-3-fosfato, com gasto de 2 ATP. 2ª FASE → PAGAMENTO OU PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO DE ATP: p/ cada molécula de triose são formadas 2 moléculas de ATP. 6ª reação → oxidação do gliceraldeído, catalisada pela gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase. 7ª reação → a fosfoglicerato quinase catalisa a transferência de um fosfato do 1,3-difosfoglicerato p/ o ADP p/ formar o ATP. 8ª reação → fosfoglicerato mutase catalisa a transferência do grupo fosfato do carbono 3 p/ o carbono 2 9ª reação → enolase catalisa a desidratação do 2-fosfoglicerato p/ formar fosfoenolpiruvato, um composto com um grupo enólico de alta energia. 10ª reação → piruvato quinase catalisa a transferência do fosfato do fosfoenolpiruvato p/ o ADP, produzindo ATP e piruvato. - reação irreversível; - piruvato quinase é uma enzima alostérica e sofre regulação por. IMPORTÂNCIA DA VIA GLICOLÍTICA EM ALIMENTOS: ● MATURAÇÃO → glicogênio muscular é metabolizado anaerobicamente até ácido lático após o abate, causando a queda do pH da carne (7 → 5,1). ○ Ação de diversas enzimas proteolíticas no processo de amaciamento da carne = carne maturada. ● FERMENTAÇÃO LÁCTICA: bactérias lácticas envolvidas na produção de iogurte, leite azedo, chucrute, produzem lactato desidrogenase. → Transformação do ác. pirúvico, por meio da ação da lactato desidrogenase, com produção de ATP e água, além da desidrogenação da coenzima NADH. ● TIPOS DE FERMENTAÇÃO LÁCTEA: ○ Fermentação homoláctica: só produz ác. láctico; ○ Fermentação heterolática: produz ác. láctico, etanol e gás carbônico; ○ Fermentação propiônica: resulta em aroma típico - ác. propiônico - e olhadura típica (acúmulo de gáscarbônico). ● FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA: produção de etanol cerveja, vinho e bebidas destiladas / panificação: produção de gás carbônico durante a fermentação da massa do pão e biscoitos. → Transformação do ácido pirúvico em acetaldeído, por meio da ação da piruvato descarboxilase, com produção de gás carbônico. O acetaldeído é transformado em etanol por meio da ação da álcool desidrogenase, além da desidrogenação da coenzima NADH. Efeito Pasteur: em condições altamente aeróbicas e baixa [açúcar] (1%) a levedura pode oxidar carboidrato aerobicamente p/ produzir biomassa. ○ Via Oxidativa: Glicose + 6O2→ 6CO2+ 6H2O ○ Via Fermentativa (Anaerobiose): Glicose à→ 2 Etanol + 2CO2 ○ Saccharomyces cerevisiae são aeróbicas facultativas. Em presença de oxigênio, baixa concentração de açúcar, o metabolismo aeróbico é favorecido, e então produz massa celular + CO2. Na ausência de oxigênio, alta concentração de açúcar, a fermentação anaeróbica é favorecida, produzindo Etanol + CO2. Efeito Crabtree ou Efeito Pasteur-Reverso: em alta [glicose], a aeração não muda o metabolismo da levedura de fermentativa p/ oxidativo. A levedura continua a fermentar a glicose p/ etanol. → Fermentação do suco de uva: durante os primeiros dias as leveduras se multiplicam consumindo oxigênio do mosto - um mosto anaeróbico implica numa fase de fermentação alcoólica e produção de etanol. REGULAÇÃO E ENTRADAS DA GLICÓLISE Regulação Coordenada: → Fígado: tem como função manter o nível de glicose circulante constante, por meio da fosforilase do glicogênio (mecanismo ativado pelo glucagon → baixa concentração de glicose no sangue) → Músculos: fornecer ATP para contração; fosforilase do glicogênio ativada pela adrenalina Regulação por Enzimas: → Ponto 1: hexoquinase → responsável por converter glicose em glicose 6P; inibição alostérica pelo produto; irreversível; a glicose entra no citoplasma e não sai só se for fosforilada pela hexoquinase → Ponto 2: fosfofrutoquinase → responsável por fosforilação da frutose 6P; regulação pela [ATP] ( inibição a altas concentrações); inibição por alta [citrato] → regula a intensidade da glicólise de acordo com a velocidade do ciclo de Krebs → Ponto 3: piruvato quinase → conversão do ácido fosfoenolpirúvico em ácido pirúvico (transferência do fosfato para o ADP, formando ATP); ativação por frutose 1,6 difosfato; inibição por alta [ATP] e [acetil CoA] Vias de entrada Amido (alimentos) + ɑ-amilase salivar → amido parcialmente hidrolisado + ɑ-amilase pancreática→ maltose + maltotriose + oligossacarídeos de menor massa molecular + maltase (mucosa intestinal) → glicose → Células do epitélio intestinal produzem sacarase-isomaltase que hidrolisa sacarose e isomaltose em monossacarídeos (glicose + frutose) que podem ser absorvidos. Monossacarídeos: INTESTINO: os monossacarídeos glicose, frutose e galactose são absorvidos pelas células da mucosa do intestino e são transportadas por meio dos capilares e vasos sanguíneos para todos os tecidos. Frutose → FÍGADO: frutose + ATP + frutoquinase fosforila→ Frutose-1P + ADP - Frutose-1P pode ser convertido em dihidroxiacetona e gliceraldeído 3P e estes são metabolizados em piruvato e subsequentemente em Acetil-CoA, de forma não regulada. - Excesso de Acetil-CoA é convertido em AG. MÚSCULOS/RINS/TECIDO ADIPOSO: frutose + ATP + hexoquinase fosforila→ Frutose-6P + ADP Lactose: INTESTINO: a β-galactosidase sintetizada no epitélio do intestino hidrolisa a lactose em galactose + glicose. - Intolerância a Lactose: indivíduos intolerantes a lactose apresentam diarréia aquosa, cólicas e flatulência → lactose atrai água para o interior do intestino por osmolalidade → lactose é fermentada por bactérias intestinaisno intestino grosso produzindo gases [metano e hidrogênio] e ácidos orgânicos irritantes como ácido acético e láctico. - β-galactosidase utilizada para a produção de leite com baixo teor de lactose para pessoas intolerantes a lactose / eliminação de arenosidade (cristais de lactose) em sorvete, leite concentrado, doce de leite / hidrólise de lactose em soro de leite. Galactose: A galactose só é transformada em glicose quando ligada ao UDP (uridina difosfato glicose) → o que por sua vez exige sua prévia fosforilação. Após isto, ela só será liberada com a entrada de uma segunda galactose para ligar-se a este UDP, liberando a primeira como glicose-1-P. A fosfoglicomutase é, mais uma vez a responsável pela conversão a glicose-6-P que de fato entra na glicólise. O UDP é utilizado, portanto, apenas na ativação da galactose. galactose + ATP + galactoquinase→ galactose 1-fosfato + ADP → Galactosemia: deficiência de qualquer uma das 3 enzimas → galactoquinase, fosfogalactose uridil transferase e UDP-galactose - 4 epimerase. (i) Galactosemia por deficiência de galactoquinase: altas [galactose] no sangue e na urina, indivíduos desenvolvem catarata durante a infância / limitação rigorosa de galactose na dieta → diminui severidade. (ii) Galactosemia clássica (por deficiência de fosfogalactose uridil transferase): retardo no crescimento na infância, anormalidade na fala, deficiência mental, dano hepático que pode ser fatal mesmo quando a galactose é retirada dadieta. (iii) Galactosemia por deficiência de UDP-galactose - 4 epimerase: sintomas similares, porém é menos grave quando a galactose da dieta é cuidadosamente controlada. METABOLISMO ANAERÓBICO DE CARBOIDRATOS ETAPAS DA VIA GLICOLÍTICA: Regulação Coordenada: Regulação por Enzimas: Vias de entrada
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